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FOI DA SUB14

1ª Prática
Trabalhos escritos:
15 de março, 23h59
5 de abril, 23h59

20 000 caracteres, incluindo notas de rodapé (TNR, 10, espaçamento FEITOOooooo 😊

Normas de estilo, e publica


Nome do ficheiro:
Primeiros dois acórdãos da lista, 4 alunos + outros alunos
Colégio privado, tipos de vestuário, alterações ao regulamento de avaliação; alunos
rapazes devem ir de fato e barba feita; as alunas devem comparecer as aulas com trajes
igualmente adequados, não se pode usar saias curtas, ombros à mostra e verniz
vermelho; a violação destes deveres constitui uma falta disciplinar – expulsão.
A mãe de uma aluna quer intentar uma ação em tribunal, mas o marido advogado
2012, EUA, Colorado, David e Ch, foram a uma pastelaria encomendar um bolo para o
seu casamento; o J recusou o pedido dizendo que era da sua prática habitual não
fornecer bolos de casamento a pessoas do mesmo sexo – ia contra a sua religião e
contrariava a bíblia, mas ofereceu-se a vender outros bolos. O tribunal estadual (aqui 1ª
instância), a decisão do pasteleiro constituía uma discriminação ilegal em função da
orientação sexual; O Supremo tribunal dos EUA recusou a decisão ainda que não tenha
sido unânime. A comissão de direitos civil – o supremo considera que a mesma tenha
sido parcial relativamente ao pasteleiro
Positivistas – não há direitos fundamentais mais valiosos que outros, estão todos na
CRP não se pode dizer que um tem mais peso que outro, no caso concreto as coisas
mudam
Naturalistas – defendem que sim, que existem direitos fundamentais que têm mais valor
que outros.

Bibliografia
Constituições Anotadas – Gomes Canotilho; outra de Jorge Miranda
Jorge Reis Novais, muito importante;
Direitos Fundamentais – Jorge Miranda.
Gomes Canotilho
Direito Constituição, teoria da Constituição
José Melo Alexandrino – Introdução Geral
Jorge Pereira da Silva, Direitos Fundamentais

2º Prática
Primeiros trabalhos:
- Jurisprudência nacional (15/03) e jurisprudência internacional (05/04).
- Submissão via moodle.
- Acórdãos a negrito devem ser analisados;
- Não podem ser escolhidos acórdãos analisados nas aulas práticas para os trabalhos.

Devemos olhar para diferentes fontes:


 Fontes de Direitos Fundamentais
o CRP – que reconhece / consagra normas de direitos fundamentais: são
superiores, com força hierárquica da lei fundamental; estas normas vão
vincular todas as funções do Estado (administrativa, jurisdicional,
legislativa e política – primárias;
o Direito da União Europeia
 Carta de Direitos Fundamentais da EU – art. 6º TUE, valor
jurídico igual ao dos tratados constitutivos;
 A UE é uma organização internacional bem distinta do que era ao
momento da sua fundação, hoje é uma união política e não uma
mera união económica e monetária. A evolução do direito
originário da UE é no sentido de reconhecer que a defesa dos
direitos fundamentais são um aspeto essencial do que deve ser a
UE.
 TJUE – operar na medida de promover a justiça em matéria de
direitos fundamentais.
o Direito Internacional
 Declaração universal dos direitos humanos
 Plano de proteção internacional de base universal, no
quadro das Nações Unidas;

 Pacto Internacional dos direitos civis e políticos;
 Pacto Internacional dos direitos económicos, sociais e
culturais
 Plano Regional Europeu sobre a Égide do Conselho da
Europa:
o Carta Social Europeia Revista;
o Convenção Europeia dos Direitos Humanos

Art. 34º e Art. 35º - os particulares podem
apresentar petições individuais na defesa
das liberdades fundamentais que a
convenção consagra.
 Convenções Internacionais – que desenvolvem alguns elementos
da proteção
o Art. 7º e 8º CRP

 Justiça do ponto de vista de tutela efetiva de Direitos Fundamentais


o Tribunal Constitucional – regime da fiscalização da constitucionalidade
+ efeitos da declaração; irá ser fiscalizado a conformidade das normas
jurídicas com as normas superiores consagradas na CRP;
o Todos os tribunais são garantes da CRP – nos feitos submetidos a
julgamento não podem os tribunais aplicar normas que infrinjam os
direitos fundamentais consagrados na CRP;
o A defesa de direitos fundamentais não se limita à CRP.
Se a situação fáctica integra uma norma internacional ou de direito europeu ao qual o
direito nacional está vinculado temos de ter em conta essas normas.
Art. 16º CRP – Cláusula aberta de direitos fundamentais

TEDH – Tribunal Europeu dos Direitos Humanos


O TEDH – O tribunal tem conseguido desenvolver conceptualmente os direitos
protegidos no texto da Convenção; afirma que existe uma ideia de indivisibilidade dos
direitos humanos, por exemplo não posso proteger o direito à vida se eu não protejo o
direito à saúde – assim através do texto da convenção o TEDH tem conseguido proteger
outros direitos que não estão expressamente consagrados na Convenção.
A fiscalização concreta – fiscalização de constitucionalidade de normas jurídicas. O TC
tem vindo a aplicar uma visão mais ampla. Mesmo que aplicada assim, a nossa CRP não
permite (ao contrário da alemã, e da espanhola por ex), não permite uma queixa
constitucional. O que é que acabamos por ter? O TEDH que não é um tribunal de
recurso, mas permite que os cidadãos não vendo garantida pelos seus tribunais a tutela
efetiva dos seus direitos fundamentais possa apresentar uma petição individual na
defesa dos seus direitos.
Deveres estatais – ou seja, a proteção dos direitos fundamentais realiza-se com o
cumprimento destes deveres, devem ser reconhecidos mesmo nas relações entre
particulares. Mesmo nesse âmbito, o Estado tem deveres, de respeito e de proteção,
promoção tem de criar as condições adequadas para que mesmo nas relações entre
particulares os direitos fundamentais sejam protegidos (ex. medidas legislativas
administrativas que garantam a tutela dos direitos fundamentais).
Próxima aula – princípio da dignidade da pessoa humana e análise dos dois
acórdãos
3ª Prática
Na tutela dos direitos fundamentais vamos atender a todas as normas jurídicas vigentes
no ordenamento jurídico português.
 CRP – tem uma cláusula aberta de direitos fundamentais: Art. 16º CRP que
ditará que não serão apenas direitos fundamentais aqueles que estão
formalmente vertidos na CRP. Regra essencial Porf. Jorge Miranda – só pode
fazer alcançar um nível de proteção superior ou que resulta da CRP; reforço dos
direitos fundamentais através da receção do Direito Internacional; exemplo na
Carta de Direitos Fundamentais, no art. 53º estabelece-se um nível máximo de
proteção; se for o da Carta é da carta que vamos aplicar por exemplo;
 DUE:
o CDFUE – art. 53º
 No Direito Internacional:
o Nações Unidas; Carta das Nações Unidas; Declaração Universal dos
Direitos Humanos; PIDCP; PIDESC;
o Plano do Conselho da Europa: Convenção Europeia dos Direito
Humanos (o art. 53º também dita garantir o nível máximo de proteção; o
art. 34º - TEDH + art. 35º); Carta Social Europeia Revista; outras
convenções.
Regra – os que estão sobre a nossa jurisdição, o nível máximo de proteção.
Estado de Direito constituído nos seguintes pilares:
 “Livre” - direitos de liberdade;
 “Justa” - princípio da igualdade; igual dignidade (art. 13º CRP), reconhece a
todos a mesma dignidade;
 “Solidária” – abre a porta aos direitos sociais; a evolução dos direitos
fundamentais acompanha a evolução do próprio Estado; é reconhecido que esses
direitos sociais implicam prestações a cargo do Estado (art. 105º nº4 CRP),
exemplo o orçamento do Estado, implica que são necessárias receitas para cobrir
as despesas. A alocação de recursos é necessária para a realização dos direitos
fundamentais. Não são só os direitos sociais que implicam prestações públicas; o
direito à segurança e o direito de acesso à justiça, por exemplo implicam
também meios a cargo do Estado.
Quando foi aprovada a CRP de 1976, temos uma constituição de rutura constitucional;
assembleia constituinte formada após a revolução de 1974, foi também catalisada pela
defesa dos direitos fundamentais. Na perspetiva dos direitos fundamentais à uma rutura
muito relevante; a constituição de 1933 era muito parca naquilo que eram a constituição
de direitos fundamentais, não eram desenvolvidos e a vivência da constituição
consubstanciou na prática restrições gravíssimas em liberdades fundamentais. Houve
necessidade de garantir a defesa dos direitos fundamentais.
Com a CRP de 1976 temos um catálogo extenso de direitos fundamentais. A parte I é
dedicada aos direitos e deveres fundamentais, Título I, II e III. A distinção clássica entre
direitos liberdades e garantias, económicos, sociais e culturais não é interpretado de
forma igual na doutrina. Prof. Jorge Reis Novais – Há uma dogmática unitária de
direitos fundamentais – há um regime comum. Os direitos fundamentais são conhecidos
por normas superiores com a força hierárquica da lei fundamental, vinculando todas as
funções do Estado. Não é o título que define se um direito fundamental tem prevalência
sobre outro.
Quando estudamos os princípios, instrumento de reforça da tutela de direitos
fundamentais – Princípio da proibição do excesso (princípio da proporcionalidade e
princípio da razoabilidade, interpretação do Prof. Jorge Reis Novais) – art. 18º CRP – só
posso restringir um direito fundamental na visão de proteção de outro interesse
constitucionalmente protegido. Não posso no exercício da função legislativa restringir
um direito social se não for em razão de prevalência em sede de conflito normativo se
não for em interesse de um outro direito fundamental constitucionalmente protegido.
Quando identificamos o conteúdo de uma norma vamos depois identificar situações de
conflitualidade normativa de direitos fundamentais – vamos sempre recorrer ao
princípio da proibição do excesso, não importa onde estão “arrumados”
 Previsão
 Operador de ôntico
o de proibição
o de permissão
o impositiva
 Estatuição
A divisão há pouco referida ainda é uma divisão muito artificial.
Na CRP de 1976, já tínhamos um pano de fundo de proteção internacional da pessoa
humana, Portugal não estava ainda vinculado “orgulhosamente sós” … A CRP de 1976
teve presente a proteção que já estava consagrada e inspirou-se nisso no texto da CRP, o
Estado português veio depois a vincular a todos os instrumentos de proteção de Direitos
Fundamenais. No fecho da CRP também na assembleia constituinte houve dificuldades
na conclusão na parte dedicada aos direitos fundamentais – houve uma proposta de
cisão dos direitos e depois foi aprovada. Direitos inequivocamente tidos como de um
Estado Constitucional Liberal está tido (….?)
A arrumação não é rigorosa…. «, muitos dos critérios mostram falhas; os direitos
sociais dependem de prestações a cargo do Estado… um dos critérios da divisão, é
pouco rigoroso
Proposta do Prof. Jorge Reis Novais – Mais do que atender aos títulos é necessário
atender ao seu conteúdo. O carácter mais fechado da norma nem sempre é igual. Por
exemplo no art. 65º CRP – incumbe ao Estado (…), norma muito aberta – a margem de
conformação da função política, da função legislativa é diferente, a margem de
liberdade do legislador é maior. Quando olhamos para outros direitos como a saúde, no
art. 64º vemos que a norma é muito mais fechada “criar e manter” – não está na opção
política e legislativa não garantir a proteção da saúde através do SNS. A CRP reconhece
o setor privado, mas há uma reserva de atuação pública; o Estado não pode deixar de
manter um SNS independentemente da opção política e legislativa.
Outros Princípios Relevantes:
 Reserva de lei – Art. 18º CRP
 Proibição de Défice
 Determinabilidade
 Proteção da Confiança
Revisões Constitucionais – Relevo nos Direitos Fundamentais
 Através das revisões constitucionais a constituição passou a integrar direitos
fundamentais de outros direitos fundamentais por exemplo que já eram
reconhecidos no plano internacional;
 À luz do art. 26º temos um direito que reconhece a identidade pessoal, o nº3
deste artigo foi inserido na revisão constitucional de 1997 – proibiu a clonagem
nos direitos humanos.

06/03
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
 Considerações gerais, partindo do art. 1º CRP;
 Funções;
 Vertentes;
Prof. Jorge Miranda – valor axiológico unitário de direitos fundamentais, como se todos
dele brotassem; dignidade da pessoa humana como fundamento, razão da consagração
de direitos fundamentais. Enquanto princípio, nas diferentes funções:
 Fundamento; Fonte; Razão;
 Em matéria de direitos fundamentais procurar um resultado interpretativo que
melhor realize a dignidade da pessoa humana;
 Função de parametrização – perante uma conflitualidade normativa, ponderar
que a prevalência seja a norma ou direito que melhore alcança a dignidade da
pessoa humana.
 No reconhecimento do dever social fator de reconhecimento de novos direitos
fundamentais; por exemplo proteção de dados, tem autonomia relativamente ao
direito à intimidade privada. Isto porque muitos são derivados de outros, no
entanto ao longo do tempo ganham autonomia.
 Dignidade no cumprimento dos deveres estatais; do mesmo modo que
encontramos articulação entre o princípio da dignidade e o princípio da
igualdade – todos merecem igual consideração;
 O Prof. Jorge Reis Novais faz a correlação entre:
o Dignidade como Integridade:
 Dignidade da humanidade intrínseca;
 Dignidade da pessoa como sujeito:
 Autonomia;
 Proibição de coisificação;
 Controlo da identidade, esfera íntima; a pessoa tem de ter
para si o controlo daquilo que é seu; apresentação do
sujeito como tal.
 Capitação
o Dignidade enquanto igualdade (igual dignidade) – art. 13º CRP.
Todos os princípios estruturantes, nas diferentes perspetivas de estudo podem ter uma
função diferente das normas de direitos fundamentais em especial.
Devemos identificar a previsão da norma; depois perceber qual o operador de ôntico; e
na estatuição distinguimos entre: sujeitos diretos e indiretos. Perante normas primárias
devemos procurar identificar o que resulta para os sujeitos como funções ativas ou
passivas.
Imaginemos:
No caso de uma norma que impede matar – norma proibitiva:
Sujeitos:
 Diretos – Quem fica sujeito à norma
 Indiretos – Beneficiários da norma. ´
No caso de uma norma permissiva- livre liberdade económica por exemplo:
Sujeitos:
 Diretos – Quem tem o direito, quem quer realizar a sua autonomia económica
 Indiretos – Sujeitos que estão adstritos à não ingerência na autonomia da
económica de outrem.
No caso de uma norma impositiva; dirigida ao Estado:
Sujeitos:
 Direto – Estado;
 Indireto – Beneficiários das normas impositivas.

Visão do Prof. Jorge Reis Novais


O Prof Reis Novais não concorda com isto; acha que se garantirmos a tutela efetiva
através de uma norma de direitos fundamentais em especial é essa que devo aplicar. Ou
seja, o controlo (juízo de constitucionalidade) dos princípios é autónomo. Só apelamos
aos princípios se a tutela das normas de direitos fundamentais em especial não for
bastante; ai é que apelamos aos princípios estruturantes. Por exemplo só temos de
invocar ao princípio da dignidade da pessoa humana se a invocação de um direito
fundamental em especial num caso concreto não for suficiente. Quais são os meios para
fazer esse controlo autónomo?
Tensão entre duas visões:
 Dignidade numa perspetiva individual:
o Autonomia – vou dar o primado ao poder decisório que cada indivíduo
deve ter; a expressão da sua vontade é a máxima visão;
 Dignidade unitária:
o Vem trazer uma ideia de dignidade como – a pessoa só se realiza através
dos outros; agregação; para o sujeito se realizar, realiza-se através do
bem comum, contributo que dá para esse bem comum.
As duas visões têm coexistido. As diferentes vertentes muitas vezes podem entrar em
colisão.
Exemplo: Quando discutimos a eutanásia – os que são defensores da sua previsão
normativa apelam à dignidade como controle/ autonomia o que decidimos sobre a nossa
própria vida; os que se opõe vão apelar sobretudo à humanidade intrínseca; ideia de que
a vida deve ser o bem máximo protegido.
Proposta do Prof. JRN – Introdução de critérios materiais que possam melhor fazer o
juízo de violação do princípio de dignidade da pessoa humana.
Se o consentimento ditar um compromisso presente ou futuro da autodeterminação,
compromisso de decidir por mim, esse consentimento deve ser posto em crise.
Exemplo: convenção antenupcial determina que é o cônjuge marido que exerce direitos
que cabe ao cônjuge mulher – a convenção é nula, pelo princípio da dignidade da pessoa
humana. Não posso comprometer direitos que cabem a outrem; outro exemplo – no
Reino Unido num bairro um casal todos os dias de manhã o marido passeava a mulher
de gatas e trela – questão – as demais funções do Estado estão vinculadas à
Constituição. O agente de autoridade pode parar esta situação no exercício da função
administrativa; ou as pessoas podem responder que estão na autonomia da vontade e
invoca o direito de resistência, se não cumprir não há crime de desobediência – pode ou
não pode? – problematização entre a dualidade de perspetiva de dignidades (unitária e
individual).
08/03
Questões sobre o trabalho:
 Se escolhermos um que não está na lista tem de estar dentro dos assuntos do
programa;
 Não se pretende suma nem uma suma dos argumentos; devemos tentar ter o
máximo de sentido crítico; como entendamos as conclusões a que o Acórdão
chegou; reflexão….
Dignidade da Pessoa Humana
Análise Jurisprudencial
 Dignidade como integridade
o Respeito pela humanidade intrínseca;
o Proteção da pessoa como sujeito:
 Autonomia;
 Proibição de coisificação;
 Controlo da identidade, da esfera íntima.
 Dignidade como igualdade

Exemplo Prof. JRN – Lâmpada


Estamos numa sala; a instalação elétrica é pouco má, e há uma lâmpada que está a fazer
mau contacto; o Prof. Pede a um aluno aleatório para subir às costas de outro para
conseguir chegar à lâmpada – o professor usa um aluno para resolver o problema. Aqui
há violação da dignidade da pessoa humana, por existir aqui a violação da proibição da
coisificação? O professor considera que não.

A questão que se coloca – mantendo este caso – imaginem que o Professor escolhe
sempre aquele aluno, até porque é notório que ele imbira com ele por causa da sua
orientação sexual por exemplo – já aqui uma sistematização de comportamentos; sem
dúvida alguma que é uma conduta diferencial, o professor trata o aluno sem
consideração e respeito – a diferenciação é arbitrária, injustificada. Nessa fronteira não
há dúvida que aquela instrumentalização é acompanhada de uma diferenciação
injustificada, de um desrespeito violando assim o princípio da dignidade da pessoa
humana. Como é que é possível reagir?
Tratar uma pessoa mais nova com mais prioridade em relação à pessoa mais velha –
Critério da Idade – isto é conforme o princípio da dignidade da pessoa humana?
 O critério da OMS é (numa situação limite) de conflito de deveres a decisão tem
de ser aplicando um juízo de prognose, utilizando o suporte de vida qual é o
sujeito que tem mais chances de sobreviver, melhor prognóstico clínico? E isto
pode resultar na perda da vida mais jovem por exemplo; o critério da idade não é
conforme o direito.
Em que termos é que o Estado pode intervir para melhor garantir a igual consideração e
respeito? Arguindo esses deveres estatais da dignidade da pessoa humana?
Análise do Ac. nº 306/05
 Dignidade do progenitor vs Dignidade da criança que tem especial proteção;
 As premissas em que assentam o acórdão não correspondem/ não se refletem na
decisão do tribunal (algum plot twist);
 Temos de respeitar as fragilidades das pessoas, mesmos nos casos em que essa
pessoa se coloca nessa situação. Mesmo que se “erre” e se coloque na posição de
fragilidade o Estado tem a obrigação de proteger os desprotegidos, mesmo que
estes se coloquem na posição de fragilidade. Ideia de tolerância, olhar para a
dignidade na perspetiva de tolerância democrática. (Prof. Jorge Reis Novais)
 É há pessoa concreta que se referem os direitos referentes à dignidade da pessoa
humana, e não à pessoa em abstrato; ou seja, cada caso é um caso e todos devem
ser protegidos;
 Se fizermos excessivamente depender o direito à dignidade de um juízo de
autonomia, estamos a autorrestringir essa proteção, o direito à dignidade. Por
exemplo pensemos nos incapazes, menores ou maiores incapazes. Pode resultar
numa menor proteção nos que estão numa situação em que a sua autonomia está
reduzida.
Acórdão a seguir e o outro
Art. 403/2015
Considerações sobre o acórdão:
 Ter por muito claro que estamos a apelar pelo princípio da dignidade na vertente
de dignidade como igualdade (igual dignidade) – art. 13º nº1 CRP – mesma
dignidade social – todos merecem igual consideração e respeito;
 A ideia de dignidade como humanidade intrínseca significa que pela mera
circunstância de ser pessoa é reconhecida a igualdade – se assim o é todos
devem merecer a mesma consideração e respeito;
 Foi através da ação do TC que não só o texto foi melhorado a nível da execução
(motivou uma intervenção legislativa no CPC, porque até lá tínhamos a posição
do juiz a definir o montante dessa penhora, mas tinha sempre um mínimo. O TC
veio a considerar que esse 1/6 podia não ser suficiente); (…);
 A ação da justiça TC melhorou a função legislativa, normas jurídicas vigentes e
melhorou a forma como o Estado as aplica – a tutela dos direitos fundamentais
(através do princípio da dignidade) saiu reforçada;
 Este acórdão é exatamente o oposto – O TC perante a situação colocada ter feito
um juízo de constitucionalidade determinou que não houvesse alteração das
Portarias – isto só veio a ser corrigido com o Orçamento de Estado de 2018.
Manteve-se esta diferenciação quando o próprio discurso da diferenciação
material é um discurso de menor consideração pela pessoa como deficiência. É
um bom / mau exemplo de como a justiça pode interferir na proteção dos
Direitos Fundamentais. Comentário Tiago Serrão (livro do Prof. Jorge Reis
Novais – comentários de jurisprudência) –
o A diferenciação / o fundamento material está nas antípodas daquilo que
deve ser uma justificação material à luz do princípio da dignidade e
igualdade, dada a gravidade da discriminação em presença (…) –
porquê? A dignidade deve ser vista como igual consideração e respeito –
devemos olhar para o princípio da igualdade em 3 vertentes:
 Proibição da discriminação – Ocorre porque todos merecem igual
consideração e respeito.
 Proibição do arbítrio – Casa com o princípio da proibição do
excesso. Há diferenciações que são justificadas, à luz do direito
que não violaram o princípio da igualdade:
 Art. 14º nº2 – elenco não taxativo de causas de
discriminação; JRN – devemos reconhecer categorias
suspeitas de discriminação – será uma categoria suspeita
quando o fundamento da diferenciação atende a
características que o indivíduo não controlo ou ao
exercício normal e livre de outros direitos fundamentais –
vamos entender que há uma presunção de violação do
princípio da igualdade. O que é que caberá ao aplicador?
Verificar se a diferenciação é ou não justificada. Como
fazer? Com aquilo que o Prof. JRN apela de igualdade
proporcional – exemplo: restrinjo o acesso à profissão, ao
exercício da medicina a um barbeiro – pq se exige que
seja licenciado, com formação, inscrito na ordem dos
médicos – sem dúvida uma restrição – tratar com desfavor
os que não têm essa formação, porque na conflitualidade
prevalece a saúde, a vida, a integridade física –
diferenciação justificada. Aquela justificação (do
acórdão), que atende aos elementos materiais, esse é o
plano do “ser” e não no “dever ser”. Mesmo que
tivéssemos a conclusão como boa é ôntica, não é de
ôntica. A restrição tem de ser em razão de um direito ou
interesse constitucionalmente protegido. No caso o que
está em causa é o apoio à prática desportiva. Art. 79º CRP
resultam deveres estatais promover, estimular e apoiar –
apoio também financeiro – as portarias aparentemente
estariam a regulamentar isto. Qual deve ser a lógica?
Apoiar a prática desportiva, considerando que àquele
nível competitivo um atleta precisa de ter que
normalmente é incompatível com outra atividade e por
isso deve ser adequadamente remunerada. A atribuição
dos prémios tem também como finalidade esse apoio. A
haver uma diferenciação deveria ser positiva – além do
art. 79º CRP há a tutela do art. 71º - se o fito da norma é
esse, essas dificuldades são ainda mais sentidas na pessoa
com deficiência – também pelas maiores dificuldades do
acesso à profissão.

20-03
Na primeira aula depois da interrupção letiva (03-04)– análise dos 4 acórdãos do tema 2
em grupo
Grupos:
 4 pessoas;
 Atribuir por cada pessoa do grupo 1 dos acórdãos;
 Formação de um comité por cada acórdão – todos os que tenham o mesmo
número, devem fazer uma súmula do acórdão;
 Depois explicamos dentro do grupo o acórdão.
 Até sexta dizer em que grupo estamos e qual o acórdão de cada um.

AC. 403/2003

Como devem ser aplicados os princípios – se em conjugação com direitos fundamentais


em geral ou supletivamente quando os direitos fundamentais não dão a resposta por si?
O TC quase que abre uma porta ao legislador de como alterar o diploma para afastar o
juízo de inconstitucionalidade – ponderação do bens em conflito – princípio da
proporcionalidade.
Se atender que é este o fundamento de inconstitucionalidade se a lei alterar de modo a
perceber os crimes
03-02
10-03
Questão do princípio da determinabilidade associado à reserva parlamentar. – Questão
de verificação de um padrão. DENSIFICAR

A determinabilidade tem impacto em 3 grandes setores fundamentais:


- Segurança jurídica;
- Separação de poderes;
- No domínio da proibição do excesso.
É evidente que a determinabilidade enquanto princípio estruturante do Estado de Direito
democrático é fundamental em diversos aspetos, nomeadamente garantindo de forma
clara a segurança jurídica dos cidadãos, uma vez que as pessoas apenas se podem
conformar e desenvolver autonomamente os seus planos de vida se efetivamente
souberem com o que podem contar, qual a margem de liberdade de ação que lhe está
garantida, o que pode legitimamente esperar sobre eventuais intervenções do Estado.
Portanto é óbvio que reduz significativamente as incertezas. Também está diretamente
relacionada com a separação de poderes – nomeadamente a existência de reserva de lei
– já que a não limitação ou limitação de direitos fundamentais não suficientemente
determinada no plano legislativo transfere quase inevitavelmente do legislador para a
administração a fixação concreta do essencial sentido das normas; e consequentemente
o controlo judicial fica consideravelmente comprometido porque não é possível prever o
alcance e intensidade da atuação administrativa. E por fim, mostra-se extremamente
importante a fim de evitar eventuais abusos, uma vez que uma restrição de um
enunciado vago, não precisamente determinado ou mais amplo que o exigível abre a
possibilidade de os efeitos das intervenções restritivas justificados com a prossecução
de outros bens dignos de proteção irem, eventualmente, muito para além do que é
estritamente requerido pela salvaguarda desses outros bens.

Contudo, há que ter em conta o seguinte:


- A apreciação jurídico-constitucional da indeterminabilidade associada à
vaguidade/ambiguidade torna-se muito complexa quando uma análise aprofundada do
assunto permite concluir que:
 É inevitável (porque mesmo normas aparentemente precisas podem revelar
indeterminabilidade aquando da sua aplicação);
 Ou muitas vezes a própria vaguidade pode ser intencional e desejável, podendo
constituir uma vantagem admissível no enquadramento e decisão de questões
jurídicas relativamente à alternativa de recorrer a enunciados mais específicos;
 Pode ser muitas vezes um recurso necessário nas situações cuja decisão
adequada esta fundamentalmente dependente do contexto concreto e demasiada
precisão, sobretudo de normas de direitos fundamentais, induziria incapacidade
de atender às necessidades da situação concreta da aplicação da norma, e logo,
algum risco de arbitrariedade.
A questão aqui essencial é:
- Saber qual o grau constitucionalmente admissível de indeterminabilidade normativa
numa situação em que se impõe obrigações ou proibições que afetam os direitos
fundamentais. Quando se questiona se se deve ou não flexibilizar o âmbito das normas a
fim de proteger a garantia dos direitos fundamentais o problema que se incorre é o de
que inevitavelmente, o legislador está a afetar a distribuição constitucional de poderes,
delegando ou não à administração e no tribunal judicial a decisão substancial de casos
de direitos fundamentais. E este problema é transversal à maior parte dos acórdãos que
analisámos – a não verificação de determinabilidade afeta a garantia dos direitos
fundamentais – não parece existir a flexibilização necessária.
O Prof. Jorge Reis Novais considera que o quadro de hipóteses numa norma jurídica
deve ser tão abstrato e amplo que permita uma adequada concretização constitucional,
porque só assim é possível ajustar a solução à mutabilidade das circunstâncias do facto.
– Não quer isto dizer que se faça uma densificação exaustiva por parte do legislador,
mas que se permita à administração alguma margem de decisão nesse domínio. – Evitar
a predeterminação legislativa da administração.
Acórdão procriação:

Acórdão interrupção voluntária da gravidez

17-04
 Proibição da coisificação;
 Fazemos primar uma dignidade individual ou dignidade comunitária?

Proteção da confiança
- aplicação da lei no tempo
Exercício da função legislativa, um instrumento que permite a distribuição

Análise de Acórdãos relativos “a crise financeira”


Princípio da Proteção da confiança:
- tutela da confiança (dimensão subjetiva da segurança jurídica);
- ponderação face ao interesse público
- num quadro de boa fé e segurança jurídica;
Princípio da proibição do Excesso – art. 18º nº2
Princípio da igauldade - art. 13º nº1
Ac. 413/2014

Análise do Acórdão 424/2020

O que estava em causa?


A apresentou junto do juízo de instrução criminal de Ponta Delgada, um pedido de
habeas corpus, nos termos do art. 220º nº1 c) e d) do CPP, tendo em vista a restituição à
liberdade, resultando a privação desta da imposição de uma situação de confinamento
pelas autoridades de saúde da Região Autónoma dos Açores.
Decisão do Juízo Central Cível:
No Juízo Criminal de Ponta Delgada foi proferida decisão no sentido da
inconstitucionalidade das normas contidas nos artigos 9.º, 10.º, 11.º e 12.º do Decreto
Lei Legislativo Regional nº 26/2019, de 22 de novembro e nos pontos 2, alínea e) e 11
da Resolução do Conselho do Governo n.º 123/2020, também na parte que remete ppara
a Resolução fo Conselho do Governo n.º 77/2020, nos termos do quais se impõe
confinamento obrigatório, por 14 dias, dos passageiros que aterrem na Região
Autónoma dos açores e, em consequência, de conceder a providência requerida,
ordenando-se a restituição do requerente à liberdade.
 Fundamentos da decisão do Juízo Central Criminal de Ponta Delgada:
o Dignidade da pessoa humana – Jorge Miranda: “pelo menos, de modo
direito e evidente, os direitos, liberdades e garantias pessoais e os direitos
económicos, sociais e culturais comuns têm a sua fonte ética na
dignidade da pessoa, de todas as pessooas”;
o Princípio da Igualdade – art. 13.º CRP;
o Direito á liberdade e à segurança – não sendo a liberdade
unidimensional, do que são exemplos os artigos 37.º e 41.º da CRP, a
liberdade em causa no art. 27.º é a liberdade física, entendida como
liberdade do movimento corpóreo, de ir e vir, a liberdade ambulatória
oud e locomoção. Nº2 e 3 – fundamentos para a privação de liberdade;
nº5 – o dever de indemnizar pelo Estado em caso de privacição de
liberdade contra o disposto na lei e na CRP;
o “A liberdade que o requerente tem naquela situação em pouco difere da
liberdade que tem um recluso que se encontra preso num estabelecimento
prisional. Que tem mais conforto, melhores condições, sem dúvida;
maior liberdade de ciruclação, aí parece que a vontagem pende para o
recluso”;
o Estando o requerente privado, de facto, da sua liberdade de cirulação e
constrangido no exrrício pleno das demais dimensões do seu direito à
liberdade pessoal, imposta por uma decisão de autoridade administrativa,
pode socorrer-se do habeas corpus para fazer valer a sua pretensão; art.
31º - haverá habeas corpus contra o abuso de poder, por virtude de prisão
ou detenção ilegal, a requerer perante o tribunal competente”.
Normas pelas quais se pediu e veio a verificar-se a inconstitucionalidade pelo TC:
O TC julgou inconstitucionais as normas contidas nos pontos 1 a 4 e 7 da Resolução
do Conselho do Governo n.º 77/2020, de 27 de março, e nos pontos 3, alínea e), e 11
da Resolução do Conselho do Governo n.º 123/2020, de 4 de maio, nos termos dos
quais se impõe o confinamento obrigatório, por 14 dias, dos passageiros que aterrem na
Região Autónoma dos Açores; não conheceu do objeto do recurso relativamente às
normas contidas nos artigos 9.º, 10.º, 11.º e 12.º do Regiem Jurídico do Sistema de
Proteção Civil da Região Autónoma dos Açores, aprovado pelo Decreto Legislativo
Regional n.º 26/2019/A, de 22 de novembro, e nos pontos 5 e 6 da Resolução do
Conselho do Governo n.º 77/2020.
O que é que aconteceu (factos):
De Lisboa a São Miguel (onde é a sua residência habitual), chegou a São Miguel e foi
encaminhado juntamente com os demais passgaeiros do voo, para um hotel, sito em
Ponta Delgada, pelas força sde segurança que se cnontravam no local para tal efeito;
não lhe foi permitido contactar com qualquer pessoa, por exemplo familiares, situação
que perdurava até ao momento do pedido de habeas corpus; de acordo com a
informação que lhe foi prestada teria de ali permanecer (nessa situação) 14 dias, para
proteção da saúde de todos, em virtude da pandemia Covid-19; não lhe foi permitido
sair do quarto onde se encontrava nem contactar com a mulher ou terceiros, estando o
local sujeito a vigilância policial constante; não foi sujeito a nenhum rastreio para
determinação de contágio da doença Covid-19, nem apresentava qualquer sintoma; A
considera a restrição dos direitos fundamentais, nos quais inclui a liberdade, subtraída à
competência da Regão Autónoma dos Açores e violadora do princípio da
proporcionalidade, entre outros vícios à medida aplicada.

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