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DIREITO FISCAL

Aulas teóricas
Ana Marta Rodrigues
Teórica 14-09
Definição de tributos
Crise das dívidas soberanas
A política tributária é feita num mundo globalizado. Tributos sobre pessoas singulares
(caricatura).
Os contribuintes com mais capacidade contributiva escolhem onde não querem ser
tributados (estudos confirmam).
Reino Unido – mulher do primeiro-ministro era uma não domiciliada (regime mais
favorável), assim sendo não era tributada nem no reino unido nem na Índia. Houve uma
pressão muito grande e tornou-se residente do reino unido com o objetivo de pagar
impostos.
Desafios:
- Mobilidade;
- População envelhecida
- Dificulta a baixa dos impostos.
Atualmente há medidas a decorrer para diminuir os impostos (imposto radical
progressivo).
Os impostos são necessários. Vivemos num estado fiscal desde o início do século XX
(foi sempre aumentando), os estados são suportados fundamentalmente por impostos. O
imposto é uma subcategoria de uma outra mais ampla que são os tributos. O tributo
engloba os impostos, taxas e contribuições financeiras.
Fiscalidade – Impostos
Parafiscalidade – Tributos que são criados por entidades sem base territorial: Por
exemplo, a universidade e as propinas que pagamos são taxas de certa forma podem ser
incluídas neste ramo; contribuições para a segurança social porque são afetas a
cobertura de riscos; tributos criados por entidades reguladoras e esses são atualmente os
mais importantes. Por exemplo: Entidade da comunicação social, ou das
telecomunicações estes podem criar tributos e esses tributos vão beneficiar o grupo,
existindo uma homogeneidade de grupo.
Extrafiscalidade – Significa que os tributos que são criados têm finalidades principais
diferentes da finalidade fiscal – o objetivo de arrecadar receitas fiscais. Neste sentido até
amplo de receitas tributárias, ou seja, um imposto, o IRS, o IVA tem finalidade de
arrecadar receita. Um tributo extra fiscal tem outras finalidades, por exemplo
económicas – reduzir o consumo de artigos poluentes. Os benefícios fiscais também têm
finalidades extra fiscais – por exemplo introduz-se uma diminuição de impostos no
ramo da informática – o objetivo é aumentar a atividade e não arrecadar receitas.
Conceito de Tributo - receitas cobradas pelo Estado ou qualquer entidade pública para a
satisfação de necessidades públicas, sem função sancionatória
- Cobrança não significa aprovação. Os impostos são criados por lei da AR ou decreto-
lei autorizado pelo Governo, também havendo competências das regiões autónomas.
- Satisfação de Necessidades Públicas - Nos Estados de Direito temos os orçamentos
para controlar se os impostos que pagamos foram efetivamente afetos a despesas
públicas.
- Sem função sancionatória: Quando falamos de tributos vamos aplicar todo o quadro
legal e constitucional do direito fiscal e não do Direito Penal. Se existir finalidade
sancionatória aplicamos a dogmática di Direito Penal.
Taxas de juro relativas ao incumprimento ou atraso de um imposto – se as taxas forem
muito elevadas (cont. Indeterminado) – podemos ter finalidade sancionatória – seria
inconstitucional – necessidade de fiscalização.
Se se tiver de pagar um determinado montante porque se ultrapassou o limite da quota
atribuída que função tem? Função extrafiscal, mas ao mesmo tempo pode parecer haver
uma função sancionatória escondida conforme o valor do montante. Se for afeto ao
orçamento da política agrícola comum parece ser de função reguladora. Se for de função
sancionatória estaremos sujeitos à reserva de lei das constituições, se for uma função de
fiscalidade essa reserva já não acontece.

Impostos
Classificam-se por diferentes características:
- Unilaterais: Significa que quando pagamos impostos, pagamo-los para serem afetos a
qualquer despesa pública sem serem consignados (princípio da não consignação).
Recentemente temos assistido a uma ligeira inversão desta situação. Propõe-se hoje em
dia vários impostos consignados para perceber se estão a fazer efeito – exemplo:
Impostos ambientais (criação de um fundo).
- Quantificação ad valorem (percentagem de algo) – assentam sempre na capacidade
contributiva; O imposto recai sempre sobre o objeto (o valor), poderá ser um bem,
serviço prestado, património (IMT, imposto do selo), ou rendimento (IRS, IRC), traduz-
se num cálculo através de uma percentagem. O imposto pode ser: progressivo onde
temos vários escalões (aumenta a taxa à medida que aumenta o rendimento, mas por
escalões (discricionariedade jurídica) – por ex. o IRS); proporcionais, significa taxa
única (IMC). Em qualquer caso temos a valoração da quantificação segundo a valoração
do objeto; ao ser ad valorem o imposto prossegue sempre um objetivo de justiça fiscal,
tem sempre em conta a capacidade contributiva, mas esta capacidade pode ser espelhada
ou pelo rendimento (mais bem refletida) ou pelo consumo.
- Estado fiscal – A maior parte das receitas obtidas pelo Estado derivam dos impostos.
O imposto é fundamental para um Estado Soberano.
- O papel dos Impostos na Europa e Mundo do séc. XXI – Livre circulação de capital e
pessoas numa grande dimensão, apesar de existirem controlos e obstáculos. Existe
muita mobilidade dos fatores de progressão é muito difícil aos estados cobrarem
impostos aos que têm mais capacidade contributiva. (PARADOXO). Na prática quem
tem mais capacidade contributiva escolhe onde pagar os impostos e, portanto, os
Estados têm dificuldade em financiar-se. Consequentemente, é mais fácil tributar os
fatores de produção imóveis – aumento dos impostos sobre o património.
- Afeto a necessidades públicas e não podem ter finalidades sancionatórias.
Impostos Reais – Assentam sobre o valor do bem; 6% sobre bens essenciais: objetivos
pessoalizastes. Em Portugal a taxa de restauração passou para a taxa média o que gerou
protesto. PROBLEMA: Sempre que se interfere introduzindo distinções vamos criar
distorções – obstáculo à neutralidade do imposto. Ou seja, um imposto real deve ser
neutro e se estamos a favorecer certos fatores estamos a desfavorecer outros. Se é a
restauração porque não a hotelaria, por exemplo. Incidem sobre coisas, sobre bens;
normalmente estes impostos são impostos neutros, a finalidade principal é a sua não
interferência nas opções do consumidor. Quando temos um imposto sobre o consumo
como o IVA, em termos puros devíamos ter um IVA com uma única taxa. A lógica de
um imposto sobre o consumo seria a de não haver distorções provocadas pelo imposto.

19/09
Sendo o Iva um imposto sobre o consumo, então se há uma interferência do Parlamento
no sentido de descer a taxa do imposto à partida o objetivo é baixar os preços para
aumentar o consumo. Na verdade, normalmente os preços sobre o consumidor não
descem, então há um aumento do lucro do setor comercial em causa e
consequentemente aumento dos salários. Há um estudo da NOVA justamente pegando
este exemplo mostrando que não houve uma melhoria nos salários dos trabalhadores. O
que aconteceu com esta medida foi aumentar o lucro sem repercussão relativa nos
salários dos trabalhadores e nos consumidores.
IVA sobre os ginásios. Por vezes reduzem o IVA com a finalidade de aumentar o
exercício físico. Finalidade extrafiscal. A lógica da extrafiscalidade – Há uma finalidade
que não a arrecadação dos impostos. Quando esta medida é tomada, não é reduzido o
preço do consumidor, mas aumenta o lucro.
Com estes dois exemplos o que se quer demonstrar é que quando temos um imposto real
ele deve ser neutro e não seguir outras finalidades porque irá provocar distorções.
Normalmente o imposto real é proporcional – há uma taxa única. No caso do IVA, não
há uma taxa única, há alguma progressividade (bens essenciais taxa de 6%). O imposto
sobre o consumo que em teoria deveria ser real tornou-se um imposto progressivo e
consequentemente introduzem-se elementos de redistribuição (justiça fiscal). Pretende-
se que todas as famílias tenham acesso aos bens essenciais.
Impostos sobre o rendimento, consumo e património – Objeto sobre o qual incide o
imposto (explicação da classificação)
Impostos Pessoais – Têm em conta elementos relacionados com a capacidade
contributiva, objetiva isto é capacidade económica e além disso com outros elementos
que estão associados a um conceito de estado social. Parecem no princípio do séc. XX.
Relacionados com aspetos de saúde, habitação, despesas. Normalmente os impostos
pessoais são impostos progressivos, ou seja, aumenta a taxa à medida que aumenta a
capacidade contributiva. Se nós tivermos uma taxa única, proporcional, já temos uma
medida que irá ser aplicada sobre todo o objeto do imposto diferenciando a capacidade
contributiva. Nos impostos progressivos há um aumento mais do que proporcional.
Entre um determinado montante e um outro superior há uma sujeição há uma taxa de x,
e no escalão seguinte uma taxa y. Ou seja, quantos mais escalões tivermos maior a
progressividade, maior a redistribuição. Justificação – Não é justificado exatamente pela
capacidade contributiva, mas sim por finalidades redistributivas.
Crise do imposto pessoal – Relacionado com a livre circulação, de capitais e outros
fatores de produção. Quando falamos no imposto pessoal estamos a falar do imposto
que deveria ser o mais justo – medida de igualdade que permite atingir a maior
redistribuição; mas com a globalização e pelo facto da economia ser bastante móvel, o
capital é aplicado nos territórios de baixa tributação, se esse território for opaco, ou seja,
se não trocar informações. Para além disso temos a mobilidade do trabalho – os
contribuintes mais ricos podem escolher o território onde residem e mobilizar-se para o
território com a tributação mais baixa. Isto significa que a residência, que é um
elemento muito relacionado com a tributação pessoal, este conceito de residência está
atualmente em crise. Não se deveria tributar com base na cidadania?? (Como nos EUA)
Impostos regressivos – São inconstitucionais – paga mais imposto quem tem menos
rendimento, não é necessário houver uma taxa regressiva, basta existir um imposto em
que se diga: a partir dos 18 ou mais pagam 10000 no final do ano fiscal – não tem em
conta a capacidade económica.

26/09/2023
Benefícios Fiscais (exemplo: desenvolvimento de regiões ultraperiféricas; diplomacia
(reciprocidade entre países que têm representações diplomáticas)
Norma de Incidência Tributária – incidem sobre um determinado objeto e sobre um
determinado sujeito. (incidência objetiva e subjetiva)
Exceções à Capacidade Contributiva
Os benefícios fiscais têm de ser justificados e desta forma controlados. Infelizmente há
pouco controlo da constitucionalidade dos benefícios fiscais. Cabe ao TC verificar se a
exceção contribui para:
- Princípio do Bem estar Social: O bem-estar social, violando o princípio da igualdade
tem de se ter a certeza que esta violação é compensada pelo bem estar social
proporcionado;
- Princípio da Proporcionalidade: Este pode ser concretizado com os princípios da
necessidade económica das famílias e repercussão em toda a comunidade (ex: aquisição
de casa de morada, porque se existir uma bonificação em termos de abatimento ao
imposto quando há uma aquisição de casa de morada (os gastos do pagamento do
empréstimo forem dedutíveis ao IRS pode ser uma vantagem);
- Princípio do Ganho: Recompensa de toda a comunidade (ex: tributação dos jovens).
Estes critérios devem ser aplicados para controlar a constitucionalidade dos benefícios
fiscais.
Vamos supor o imposto sobre os sacos de plástico (existe em Portugal) – Qual é a
finalidade? Problema: O que é que se pretende, reduzir o consumo do saco de plástico
ou aumentar as receitas?
Impostos do Pecado (ex. sobre o tabaco, bebidas açucaradas, álcool).
À partida se a redução do consumo dos bens referidos nos dois exemplos ocorrer, a
finalidade extrafiscal foi atingida. Simplesmente existe sempre um efeito de cobrança de
imposto e para saber se também há uma finalidade nem que seja secundária de
arrecadação de imposto temos de ver onde foram afetos os montantes cobrados. Se o
montante arrecado é afeto e um determinado fundo (por exemplo do ambiente,
reciclagem), podemos dizer que estamos perante uma finalidade extrafiscal; se o tributo
cobrado for para o orçamento, sem consignação não estamos perante a extrafiscalidade
porque um imposto é definido como a receita pública que tem como finalidade a
arrecadação seja a título primário ou secundário. No caso do segundo exemplo é claro
para a doutrina que há uma finalidade fiscal nem que seja secundária; porque está
privado que as colocações de imposto não reduziram gradualmente a redução do
consumo.
Impostos Extrafiscais: Se forem cobrados mostram a eficácia das medidas e essas
medidas devem ser substituídas por outras que sejam eficazes; se assim não for significa
que há um objetivo secundário de arrecadação.

Relação Jurídica Tributária


Tatbestand do imposto
An (objeto + o sujeito passivo) e Quantum
Imposto sobre o património (objeto – propriedade de um imóvel; sujeito – proprietário,
pessoa individual ou coletiva); consumo: consumo de um bem
No caso do IVA, não é o consumidor, mas sim o sujeito que desenvolve atividade de
prestação de serviços e esse sim tem a obrigação declarativa e da entrega do imposto.
Quando compramos um café, nós pagamos o IVA, mas não somos nós que o
entregamos ao Estado, mas sim será obrigação do sujeito passivo, nesse caso o
vendedor.
Incidência em Sentido Amplo: Quantificação da matéria tributável – Quanto é que
vamos pagar; a quantificação é feita por lei e significa por exemplo no caso do imposto
sobre os dividendos (atividade empresarial: diferença entre os proveitos e os gastos
(rendimento líquido).
Taxa;
Coleta;
Abatimentos;
Exceções à coleta.

Tatbestand Sistemático
Art. 18º nº3 e 4 LGT
O sujeito passivo tem a obrigação de uma prestação material traduz-se por pagamento
do imposto. Ex: a empresa tem lucros, à partida pagará imposto, a não ser que haja um
benefício fiscal que isente de pagar imposto. Se a sociedade por sua vez tiver prejuízo, a
mesma não tem essa obrigação material; ainda assim continua a ser sujeito passivo tem
uma obrigação jurídico de prestação formais (entregar as declarações de imposto).
Todavia não é sujeito passivo quem suporte o encargo por repercussão legal. Exemplo:
o IVA quando o pagamos não somos sujeitos passivos, temos o encargo porque a lei
prevê que se trata de um imposto sobre o consumidor final.
Sujeito Ativo: Titular de exigir o cumprimento da obrigação tributária. Este conceito é
diferente da entidade que cria a lei do imposto. A AR, o Governo podem criar a lei, mas
não são sujeitos ativos e é diferente da entidade que cobre o imposto. Por exemplo: um
imposto municipal, podem ser as Finanças, Autoridade Tributária Centrais mas são os
sujeitos ativos por exemplo a região autónoma, o município (quem tem direito ao
imposto).

Responsabilidade Tributária

Art. 22 LGT
Dívida tributária – própria ou de outrem: um imposto está em falta.
Regra geral engloba o pagamento do imposto e juros, juros compensatórios ou juros
indemnizatórios.
Juros de Mora: são juros que são devidos, à taxa de 1% pela falta de pagamento
atempado do imposto, não paguei no prazo legalmente devido. – Art. 44º LGT
Pagamento de juros compensatórios: Sabia que tinha de pagar até ao dia x e não pago
conscientemente. Art. 35º LGT Conscientemente retardo a liquidação.
Se pagar o imposto em devido tempo, tenho apenas uma dívida tributária.
Os juros indemnizatórios: paguei um imposto e reclamo (à administração fiscal que me
pague) o pagamento desse imposto pelo pagamento indevido. Peço à administração
fiscal para me indemnizar de um pagamento de imposto indevido.
Art. 22 nº2: “ Para além dos sujeitos passivos originários, a responsabilidade tributária
pode abranger solidária ou subsidiariamente outras pessoas”.

Se se verificar que a empresa não tem forma nenhuma de proceder ao pagamento


Há um desdobramento da responsabilidade tributária – responsabilidade subsidiária dos
administradores e gerentes (art. 22º e 23º LGT) – este desdobramento da
responsabilidade – porque são estes que sabem o dia a dia da sociedade, os
administradores e gerentes são aqueles que no dia a dia dirigem a sociedade, celebram
os contratos em nome da sociedade, assinam contratos de prestação de serviços etc – faz
sentido este desdobramento.
Art. 24º LGT: Passou-se a responsabilizar os técnicos obrigados ao pagamento das
dívidas fiscais.
Uma sucursal tem personalidade tributária, mas não tem personalidade jurídica.
A responsabilidade é subsidiária solidária é partilhada pelos gerentes.
Substituto Tributário (art. 28 LGT):
Alguém que se substitui a alguém responsável originário de um imposto (art. 20 LGT)
Mecanismo de Retenção na Fonte: Quando vou pagar um rendimento a alguém tenho
duas formas:
- Retenção Final Todos os meses quando se pagam os ordenados às pessoas, no final do
ano temos de entregar o IRS
- Retenção a título definitivo: A relação
Exemplo prático: Contrato de trabalho na faculdade – quando se paga um ordenado
pega-se no IRS e entrega-se o estado, mas quem é o sujeito passivo desta relação sou
em que trabalho na faculdade, mas quem entrega ao Estado é a faculdade (a faculdade é
o substituo tributário), substitui-se a mim e entrega o imposto devido ao Estado.
Responsável originário ou subsidiário em casa de substituição
O art. 28 nº1 não distingue retenção a imposto devido a final (mas está direcionado para
aqui) e retenção a imposto a título definitivo.

Responsabilidade originária e única do substituto tributário em caso de não entrega do


imposto ao Estado (ainda que tenha retido) – art. 28 nº1
Art. 28 nº2: Não é feita qualquer retenção assim sendo cabe-me a mim e não ao
substituto a responsabilidade originária, a faculdade teria assim de proceder ao
pagamento do imposto (tenho a responsabilidade de informar a faculdade). Mas se eu
usar esse dinheiro (em bruto)? Se gastar o dinheiro do IRS – neste cenário há uma
responsabilidade subsidiária da faculdade (está no nº2 mesmo antes da vírgula), pq?
Porque a faculdade tinha a obrigação de reter e não reteve, pode ficar sujeito ao
pagamento de juros compensatórios, pq? Porque a faculdade novamente sabia que tinha
de reter esse montante e não o fez de forma consciente.
Neste caso o responsável originário é o sujeito substituído, é ele que incumbe em
primeira linha de proceder ao pagamento do imposto, mas se não o fizer o substituto
pode ser responsabilizada subsidiariamente porque sabia que tinha de reter o montante e
não fez de forma consciente.
Nº3 – Retenção da Fonte a título definitivo e não residentes. O Banco paga por ex juros
– se o banco não retém nenhum imposto. Nesses cenários o que acontece é que o
substituído é apenas subsidiariamente responsável, assim responsabiliza-se logo em
primeira linha o substituto tributário.

Responsabilidade (art. 22º e 28º LGT)


 Originária
 Derivada
o subsidiária – art. 23º e 24º
 solidária

3/10/2023
Art. 24 LGT - atribui uma responsabilidade subsidiária (não havendo património
pode acontecer que os gestores sejam subsidiariamente responsáveis) aos gestores
em relação a uma sociedade se eles tiverem tomado decisões que tomaram património
da sociedade insuficiente ou inexistente.
Podem ser gestores de facto e não de direito.
Execução fiscal – implica uma cobrança coerciva do imposto devido – opção de poder
atuar essa cobrança dentro do património dessa sociedade.
Responsabilidade tributária – responsabilidade por dívida de outrem, neste caso
responsabilidade dos gestores pela dívida da sociedade. Figura autónoma apesar de os
conceitos se apoiarem aos de direito civil
“solidariamente” – podem responder pela dívida total um só dos gestores; nesse caso
existe um direito de regresso por parte do gestor que saldou a dívida.
A) (exemplo de análise da alínea a) do artigo) O gestor A (ele tem a competência
sobre o departamento tributário) era gestor da sociedade em 2022, e o
pagamento tem lugar em 2023, e não há património suficiente para pagamento
do IRC – este gestor ainda é gestor da sociedade neste momento. Segundo a
organização funcional daquela sociedade cabe a esse gestor tomar conta
funcionais sobre os impostos da sociedade. O gestor A era gestor no período
em que se constituiu a dívida tributária do IRC; ou o facto constitutivo ocorreu
em 2022 o prazo de pagamento em 2023. Ele ainda é gestor. Elemento muito
importante: Culpa; não há responsabilidade objetiva no direito fiscal. ~
Caracterização da Culpa
- Culpa funcional – o gestor tinha a seu cargo a responsabilidade pelo departamento
tributário; ele sozinho tomou a decisão de afetar o património da sociedade ao
pagamento de outras dívidas, por exemplo em situação de dificuldade económica. Os
tribunais não aceitam como argumento justificativo que tenha sido aplicado o
património a outras finalidades sendo que quando chega o prazo não há património para
o pagamento do imposto.
Vamos agora supor que de repente há uma catástrofe natural – não podia ter sido
previsto pelo gestor – o património por esse motivo torna-se insuficiente para o
pagamento do imposto. Na opinião da Regente sempre que se trate de situações que não
poderiam ser previstas e essas mesmas situações é que dão origem à insuficiência de
património para o pagamento do imposto não há culpa. Mas isto é muito discutido. Na
Alemanha por exemplo já são muito mais rígidos.
Situação de insolvência por culpa do gestor – havia património suficiente, porque ele
não capaz de gerir bem a sociedade. Esta situação não cabe no conceito de culpa. A
culpa não implica a avaliação de um bom ou mau gestor – a culpa é só tida em conta no
seu aspeto FUNCIONAL.
Gestor em 2022, constitui.se em obrigação de IRC, o pagamento vai ser feito em 2023 e
nesse ano já não é gestor. Em 2022 na sua presença ele não quis saber da dívida, não
acautelou essa situação, então mesmo que já não esteja a trabalhar em 2023 tem de ser
averiguar de qualquer forma essa situação. Ónus da prova (funciona em desfavor do
fisco – o ónus da prova é do fisco): Direito fiscal é direito pública: Princípio do
Inquisitório e Verdade Material.
Não havia um gestor que tivesse a função específica de responsabilidade pelo
departamento tributário – o património não respondeu pelo imposto. Responsabilidade
Solidária Grave.
Por vezes há gestores que são meramente de facto e é difícil provar quem é o gestor de
facto. Mesmo que não constem de gerente legalmente. Existe também a situação inversa
– um casal divorcia-se são ambos gerentes da sociedade; um deles não está no território
português para averiguar a culpa funcional é muito difícil um dos gerentes provar que a
culpa não é sua – A responsabilidade aqui é solidária. O fisco pode escolher executar o
património de qualquer um.
b) Gestor A em 2022 que tinha no exemplo anterior o cargo de departamento tributário
e vai se embora no final de 2022 e em 2023 temos o gestor B a suceder no departamento
tributário. Há uma dívida tributária cujo prazo termina no tempo de B – aqui há uma
presunção de culpa; como ele está teria de ter entregue o imposto, então se o património
for insuficiente o património vai começar por quem está lá. O ónus corre em desfavor
do contribuinte, corre em desfavor do sujeito passivo.
Em relação ao IVA, o raciocínio é semelhante. Arrecadação, dedução e entrega, a,
lógica é como se o gestor é um depositário. (assim como no IRC). A averiguação da
culpa ainda é mais rigorosa, isto é mais difícil de afastar por parte do gestor, mais do
que no caso do IRC.
Substituto Tributário – Retém na fonte paga o vencimento líquido e depois paga ao
Estado (isto numa empresa por exemplo)
Havia um IVA para entregar + o IRS dos trabalhadores; o IRS foi retido na fonte e há
um prazo para entregar. No momento do vencimento não há montante de IVA; IRS para
entregar ao Estado – quer o IVA quer o IRS não eram da sociedade, mas sim imposto de
outras entidades. E, portanto, a sociedade primeiro funciona como responsável, neste
caso é a sociedade que irá pagar. Se não existir património da sociedade – art. 24º LGT,
pode ir para o património do gestor.
No caso de um dever de retenção da fonte do imposto correspondente ao salário dos
trabalhadores quando é que temos responsabilidade originária ou subsidiária? Temos
responsabilidade originária, porque o trabalhador não consegue controlar se os
montantes foram entregues ao Estado. ´

Reter (cumprido) + entregar (não entrega) (duas obrigações) – mas como reteve o
trabalhador pensa que está tudo bem. Portanto, do património do trabalhador já saiu o
imposto, por isso ele fica libertado, não há responsabilidade por parte do trabalhador.
Não reteve + Não entrega – O fisco vai primeiro ao património do substituído +
subsidiariamente vai ao responsável pela entrega. Se não foi retido na fonte sou eu o
contribuinte que fiquei com o imposto – o imposto é meu por isso o fisco vai primeiro
ao meu património antes de ir ao fisco.

Promotores e utilizadores de esquemas de planeamento fiscal agressivo (há um


planeamento fiscal para poupar imposto e implica vários territórios envolvidos, porque
não há harmonização fiscal mundial)
O diploma previa um dever geral de comunicação de esqumas de planeamento; este
dever abrangi instituições de crédito, ROC e sociedades de ROC, advogados, sociedades
de advogados, sociedades de solicitadores, TOC.
O TJUE declarou contrário à carta fundamental de direitos humanos que as sociedades
de advogados tivessem sujeitos a este dever por causa do sigilo profissional. Na opinião
da regente o diploma tinha um regime proporcional – a sociedade tinha dever de quando
existisse um litígio

GLAXO
10/10/2023
THE PANAMA PAPERS
The Panama Papers (excândalo) – existem territórios onde não há troca de informações
(paraísos fiscais), para além de não haver tributo não há informação. Se esse residente
não declarar ao fisco português o fisco português não consegue ter informação das
autoridades desse território. Fraude fiscal é crime.
Um sujeito passivo residente em território português tem de declarar os rendimentos em
território português e exterior; se tiver os rendimentos em paraíso fiscal às autoridades
portuguesas não conseguem obter a informação (paraíso fiscal: país opaco e não
cooperante).
Os juristas e fiscalistas devem ter uma atitude ética e não de aconselhamento /
planeamento fiscal que constituam crime fiscal. O crime fiscal só ocorre se o próprio
contribuinte não declarar; o depósito de património num território destes levanta
suspeitas, mas não constitui por si só crime. Mas, mesmo que não seja crime pode ser o
tal planeamento fiscal agressivo, constituição de sociedades nesses territórios em que
seja difícil identificar o beneficiário fiscal dos rendimentos.
Se uma pessoa singular, sujeito passivo tiver constituído uma sociedade num território
de baixa tributação tem de declarar o porquê dessa escolha, qual é o objetivo da
sociedade e declarar os rendimentos.
Factos: Sujeito passivo americano, residente em Portugal desde 2015 e a beneficiar do
regime dos residentes não habituais. Em 2019 recebeu mais valias através da venda de
ativos (por exemplo tinha ações nos EUA e Fr, vendeu-as), mais valias = rendimentos,
tiver lugar nos EUA e Fr mas era residente em Portugal. Temos tratados fiscais com a
França e com os EUA. O tratado com a França dizia que só estado português podia
tributar; Portugal não tributa porque tem o regime dos residentes não habituais; os EUA
tributam e à partida os estados unidos iriam apanhar esta tributação dos rendimentos de
capital (se PT não tributa as mais valias da França, vamos tributar com base na
cidadania porque o sujeito é norte americano), não se sabe, no entanto, se chegou a ser
tributado ou não. Pode ter acontecido que as mais valias não tenham sido tributadas em
lado nenhum – dupla não tributação. Com a globalização, os regimes que os Estados
adotam têm tributação em todos os Estados. O regime dos residentes não habituais não
trouxe um incremento à economia portuguesa (estudos apontam)

Constituição, Alteração e Extinção da RLT


- Pressupostos legais para a constituição da relação jurídica tributária (art. 31 nº1 LGT)
– Nasce quando ocorre um facto tributário previsto na lei, (exemplo; se comprarmos um
café, nasceu e extinguiu-se o facto tributário, pagamos IVA);
- 36 nº2 – o crédito tributário é indisponível: Relacionada com o princípio da legalidade,
os impostos têm de estar previstos na lei, de modo que o sujeito consiga prever o
imposto a pagar. Significa que o fisco e o sujeito passivo não podem negociar os
impostos, o crédito de imposto é indisponível; isto significa também que não pode haver
moratórias (art. 36 nº3, 30 nº2 LGT) para o pagamento dos impostos, há um prazo legal,
igual para todos os sujeitos passivos. Legalidade como primeiro garante da igualdade
(promovendo a segurança jurídica). Infelizmente a realidade atual já não corresponde a
estes princípios, continuam presentes nas legislações, o problema é que relativamente às
multinacionais na verdade estes princípios acabam por não se aplicar. Porquê? A
tributação desde o séc. XX do rendimento das pessoas coletivas é baseada no princípio
do rendimento real (proveitos – gastos); exemplo grupo societário automóvel: com
várias sociedades na europa como vai ser tributada em Portugal (diferença proveitos e
gastos), se for positivo temos lucro, se for negativo temos prejuízo e os prejuízos não se
tributam. A tributação do rendimento real implica contabilidade organizada (o
contribuinte tem de ter um dossiê onde comprova o que é que pagou e o que recebeu),
perante esta situação é muito difícil o fisco português dizer que x não pagou y e pagou
z. a troca de informações existem mas para saber quais seriam os royalties pagos
devíamos ter uma situação comparável de uma entidade independente não em grupo;
todos eles têm sigilo comercial industrial, não se pode exigir a este grupo o montante de
royalties pagos sejam iguais - esta situação resolve-se por negociação entre o fisco
português e o contribuinte. O tribunal não consegue resolver sem negociação porque é
uma matéria muito específica.
Para os contribuintes com maior capacidade contributiva o princípio da
indisponibilidade de crédito normalmente não se aplica, optando-se pela negociação.
Proibição de Moratórias: Também não são admitidas, no entanto em Portugal foram
aprovados vários regimes excecionais de regularização das dívidas (“perdões fiscais”).
O que é um perdão fiscal? Regimes excecionais de Regularização das Dívidas
Tributárias: 2005, 2010, 2012
Imaginando que há Panama Papers e há regime excecional e há perdão fiscal se o
montante fiscal for declarado e tributado. Se houve uma grande fuga de capitais do país
e o país precisa de capital (2010, 2012, houve uma crise grande), incentiva-se –
problema violação do princípio da igualdade porque houve sujeitos passivos
cumpridores que pagaram a tempo a taxas normais; sinal perigoso de que o crime
compensa. A violação do princípio da igualdade tem de ser justificada por princípios
que o superem, tem de se ter a garantia que o capital é tributado e tem de ser um regime
excecional. vários regimes excecionais significam na opinião da Regente uma violação
ao princípio da igualdade pondo em causa os contribuintes cumpridores. Um dos
regimes não incluiu a exceção da inclusão dos paraísos fiscais, não se deve incluir no
perdão os paraísos fiscais porque o estado português não se consegue certificar se os
rendimentos são efetivamente tributados.
A extinção da Relação jurídica tributária: a regra é o pagamento voluntário; todavia
passado o prazo para o pagamento voluntário quando há uma notificação tributária (art.
40 LGT, 78 CPPT) dá-se o chamado pagamento coercivo (é automático passado o
prazo); se não houver pagamento, entretanto a lei permite vários prazos de regularização
com o pagamento de juros até chegar a penhora. A penhora (art. 188, 215 CPPT) não é
desejável porque o fisco terá muita dificuldade em alienar esses ativos, depende das
épocas.
Caducidade do poder de liquidação: 4 anos para se exercer a liquidação (art. 45 nº1
LGT) – a determinação da matéria tributável + aplicação da taxa dá origem ao valor da
liquidação;
Prescrição (de dívida): O fisco não exerceu a cobrança coerciva, a regra é um prazo de 8
anos abrange juros compensatórios e juros de mora (art. 35 nº1 LGT; art. 44º LGT).
Princípios Constitucionais Fiscais – Formais e Materiais

Os princípios constitucionais formais têm origem nas monarquias constitucionais, séc.


XIX; nas monarquias constitucionais tínhamos uma oposição entre parlamento e
executivo, o executivo era nomeado pelo rei, a segurança jurídica era muito importante,
com base no direito de propriedade era o modo principal. Para garantir a segurança
jurídica temos dois princípios consagrados desde essa altura:
- Segurança Jurídica, garantida pela legalidade (reserva de lei); - Lei geral e abstrata
verdadeiramente.
- Não retroatividade.

Materiais:
- Princípio da capacidade contributiva;
- Tributação pessoal;
- Tributação do rendimento real, cujo princípio era justo á partida tributar apenas os
proveitos – gastos, mas que com a economia atual tornou-se difícil de incrementar.

Princípio da Legalidade Fiscal


A regra no direito fiscal é a reserva de lei; dentro da reserva de lei temos uma
subdivisão que pode ser feita entre: reserva de competências e a reserva material oou
princípio da tipicidade fiscal.
Como surge o princípio da legalidade? A origem do atual p. da legalidade está nas
monarquias constitucionais com o voto sancitário e com o facto de ser uma das
propriedades a proteção da propriedade privada e, portanto, a segurança jurídica nesse
sentido.
No caso da constituição portuguesa em vigor a vertente das competências está
consagrada nos artigos:
- art. 165º nº1 i) e nº2 CRP: diz respeito à reserva relativa de competências em matéria
tributária, competências legislativas nos termos deste artigo dizem respeito a AR e ao
Governo por decreto de lei autorizado; também diz que a reserva de competência diz
respeito aos impostos (significa cada imposto), regime geral das taxas e das
contribuições financeiras, porquê a diferença? O imposto por ser unilateral (e não
consignado) a única forma do cidadão se defender é através da eleição dos seus
representantes no parlamento. Porquê é que se pode falar em governo é porque é que
tem competência em matéria fiscal (legislativa) – o entendimento é o de que o Governo
também tem legitimidade democrática porque emana da maioria parlamentar (diferente
do que acontecia no quadro das monarquias constitucionais – o executivo oponha-se ao
parlamento);
- art. 165º nº2 CRP: Densificação quanto aos elementos que devem estar na autorização
legislativa do Parlamento ao Governo, para não se tratar de um cheque em branco ao
Governo em termos que pudesse pôr em causa o objetivo da reserva de lei;
- art. 227 nº1 i) CRP: Competências originárias em matéria legislativa tributária das
assembleias legislativas regionais: Poder próprio e poder de adaptação da matéria
tributária às especificidades regionais. Originário porquê? Pelo facto de as Assembleias
legislativas regionais terem legitimidade legislativa direta quanto aos residentes nas
regiões autónomas. Nos anos 80 havia uma grande disputa sobre o significado de poder
tributário próprio, realmente significa que as regiões autónomas podem criar impostos?
Podem fazê-los através de uma lei elaborada pela Assembleia; o receio que existia na
discussão inicial não tinha razão de ser porquê? As regiões autónomas não estão
interessadas em criar mais tributos: por um lado so impostos de âmbito nacional já
cobrem todas as manifestações de riqueza, o único imposto que não temos é o imposto
geral sobre o património – numa hipótese havia a hipótese da região criar esse imposto
geral. Porque é que não fizeram? – Federalismo Financeiro. Quando há vários níveis de
decisão num território nacional o que se verifica é uma tendência para diminuir os
impostos e não aumentar.
Resumindo: O que tem acontecido é que as regiões autónomas têm adaptado os
impostos nacionais e essa alteração tem sido a de descer a carga dos impostos fiscais,
com a justificação que é preciso atrair para essas regiões residentes etc..
Competência das Regiões Autónomas em Matéria Fiscal: É dado diretamente pela
constituição, embora exista uma lei aprovada pelo parlamento que depois vai
concretizar essa competência e na prática o que se tem revelado importante é o poder de
adaptação – lógica de bilateralidade de grupo.
- Art. 227º nº1 i) CRP e art. 238º nº4 CRP: Os municípios têm poder tributário nos
termos definidos por lei; no art. 238º não se faz referência ao termo próprio (diz-se nos
termos da lei). Temos de conjugar este artigo com o art. 112º da CRP que nos define
atos normativos (o ato normativo neste artigo é lei em sentido material / lei geral e
abstrata incluindo regulamentos). Os municípios não têm competência legislativa, mas
sim regulamentar. Os Municípios têm competência para aprovar atos normativos, mas
esses atos não constituem lei em sentido formal – significa que eles podem concretizar
alguns dos elementos essenciais dos impostos, tal como definidos por lei do Parlamento
ou Decreto-Lei do Governo autorizado.
+ art. 103 nº2 CRP: Este artigo contém o princípio da tipicidade fiscal, por outras
palavras vem-nos dizer o que a lei em sentido formal tem de definir, é mais concreto do
que o art. 165º nº2 CRP. Portanto temos para efeitos da Relação: AR – Governo já
tínhamos no art. 165º nº2, mas para efeitos fiscais tínhamos algo mais exigente (art. 103
nº2). Diz-nos que a lei define a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.
Incidência:
 “na” - Interpretar em sentido amplo: Objeto e sujeito do imposto e todos os
elementos de quantificação;
 “quantum” . base tributável e qualquer outra quantificação
Taxa: Elemento de quantificação, não pode ser, no entanto, o único elemento de
quantificação.
Tatbestad de Garantia
Reserva de lei propósito: (Segurança Jurídica) Prever o imposto pagar, princípio de
previsibilidade.
 Questão dos benefícios fiscais (depois acrescentar)
Um leigo pode pedir uma opinião qualificada e com base nessa opinião saber quanto vai
pagar, quem consegue prever, os profissionais da matéria. A tipicidade implica que um
fiscalista consiga interpretar a lei fiscal e que todos aqueles elementos essenciais para o
montante de imposto estejam previstos na lei.

Princípio da Tipicidade
O princípio da tipicidade exige determinação, não é o mesmo que leis muito detalhadas,
ou seja, se a lei for muito complexa e pormenorizada cria mais dúvidas – criando
indeterminação. Problema real e atual do Direito fiscal.
Determinação não significa tipicidade fechada. No Direito Fiscal não há tipicidade
fechada nem deve haver. Porquê? Porque a base do Direito Fiscal é uma tensão entre
dois princípios: Legalidade e Igualdade ou Capacidade Contributiva. Se existir
tipicidade fechada à lacunas, e os contribuintes com maior capacidade contributiva, vão
usar essas lacunas para planeamento fiscal, reduzindo a carga fiscal.
- A propósito dos conceitos vagos:
Análise: Art. 69º IRC (antigo), alterado com o caso Foggia C-126/10
“Razões comerciais válidas” - Admitimos a transferência dos prejuízos? Pergunta que
se coloca.
1ª questão: Conceito vago, devíamos ter neste caso tipicidade fechada, elencar apenas
por exemplo: situação em que acha carteira de clientes, com valor de 1 milhão pelo
menos, com uma função diferente das outras. Cada caso é um caso, cada sociedade tem
a sua realidade e a norma deve ser “aberta”. Não deve haver tipicidade fechada.
Conceitos abertos não são contrários à reserva de lei, mas não há discricionariedade,
estes conceitos são determináveis. Jurisprudência constante. Não há discricionariedade
no direito fiscal, não há um juízo de oportunidade; quanto temos conceitos abertos como
é que eles contribuem para a previsibilidade? – através de uma jurisprudência constante.
Deve haver também orientações genéricas da autoridade tributária, e devem ser
fiscalizadas pelo tribunal. (só há discricionariedade, e algum juízo de oportunidade nos
benefícios fiscais).
2ª questão: Quanto ao juízo caso a caso significa que devemos interpretar razões
comerciais válidas como razões não fiscais: As razões comerciais têm de ser superiores
às razões fiscais. Este conceito foi definido pelo tribunal de justiça da EU como
existindo razões comerciais superiores às fiscais. Neste caso não havia nenhum ativo
relevante (que contribuísse nas razões comerciais válidas), apenas representava perda
(no caso concreto).
Admitimos a transferência dos prejuízos? Questão.
Concluímos que:
Há conceitos vagos, devem ser admitidos porque permitem o juízo concreto, é mais
justo para o contribuinte, mas não há discricionariedade, a última palavra será
sempre dos tribunais.

17/10/2023
Temos de saber qual é o objeto de tributação, este tem de estar definido, minimamente
definido.
Não é uma questão de matérias, mas sim uma questão de quantidade da vaguidade,
sendo que indeterminação não significa muitos pormenores.
É muito importante pensar nos conceitos com base nos casos concretos.
Resumo da última aula:
- Fusão por incorporação (previsto no CSC, o direito fiscal não proíbe), uma das
sociedades incorporadas representava prejuízo; os efeitos dessa fusão podem ser
limitados pelo direito fiscal. Temos sempre subjacente no direito fiscal subjacentes
relações de direito privado. Quando há fusão por incorporação são dissolvidas, mas não
são liquidadas – passam de sociedades a sucursais. O código do imposto dizia que os
prejuízos podiam ser transferidos se existissem razão económicas válidas. Se houver
razões económicas válidas pode haver transferência dos prejuízos. À partida quando
falamos de tributação de IRC estamos a falar de rendimento líquido; e assim sendo o
direito fiscal admite a dedução dos prejuízos. A história não acaba porque a
dedutividade pode ser ad infinito ou pode haver um limite; para além do limite de tempo
temos o caso do conceito vago (“razões …”), perante a reserva de lei a expressão é
inconstitucional? Não, há uma ponderação entre a segurança jurídica e a justiça e para
sabermos se há razões…. temos de ver caso a caso e para fazer essa análise não
podemos ter uma tipicidade fechada, ainda que fazendo face à reserva de lei estávamos
a tratar todos pela mesma medida, estabelecendo desigualdades.
Não há discricionariedade – os tribunais têm sempre a última palavra, não podem
abster-se de se pronunciar.
Até há muito pouco tempo o STA utilizava um termo que nunca deve ser utilizado –
discricionariedade técnica. Esta expressão não deve ser utilizada, posto em causa em
1985. Ou é discricionário (juízo de oportunidade) ou é técnico (juízo vinculado) –
infelizmente esta expressão entrou em Portugal por alguns manuais influência francesa
e italiana, mas deixou-se de utilizar nesses países, e Portugal continuou a utilizar. O
Tribunal de justiça veio dizer que razões comerciais válidas significa que teriam
sempre de superar as razões fiscais.

Proibição da Retroatividade

Base legal: art. 103º nº3 CRP: ninguém pode ser obrigado a pagar impostos cuja
liquidação e cobrança se não façam nos termos previstos na lei e que sejam retroativos.
Lei aqui abrange lei material, não só a questão da reserva de lei.
Princípio ou precedência de lei
Trata-se de uma regra ou de um princípio? Este artigo não constava na versão originária
da CRP
Quando foi consagrado na CRP o TC disse que se tratava de uma regra – regente não
concorda porque continuamos a ter de distinguir quais são as distinções de proibição de
retroatividade.
Análise do acórdão:
Se temos de fazer distinções temos de estar perante um princípio; temos de interpretá-lo
sempre há luz da segurança jurídica.
Esta distinção é feita com base na classificação dos impostos.
Retroatividade autêntica – proibida. Os efeitos ainda não foram todos produzidos
Retroatividade imprópria / Retrospetividade: não é proibida pelo 103º nº3, ou seja, as
situações em que a lei é aplicada a factos passados cujos efeitos perduram no presente.
Exemplo: Se existir agora um aumento do IRC ainda não terminou o ano fiscal, o IRC é
um imposto de formação sucessiva os efeitos só estão concluídos a 1 dez e, portanto, o
aumento hipotético não é proibido não é proibido pelo art. 103 nº3 CRP. Ou seja, este
aumento pode entrar em vigor em janeiro deste ano.
Factos tributários de obrigação sucessiva vs factos tributários de obrigação única.
A LGT não tem valor reforçado, a regra do art. 12º pode ser contrariada por um código
de imposto por exemplo.
Art. 12
Nº2 – A LGT proponha que se fizesse uma cisão entre o período que já decorreu e o
momento em que entra em vigor a lei nova. / Factos tributários de formação sucessiva,
período decorrido a partir da entrada em vigor. O nº2 não corresponde à jurisprudência
do TC;
Nº3 – São de aplicação imediata, mas acrescenta-se garantias, direitos e interesses
legítimos anteriormente constituídos dos contribuintes. Por ex: prazo de caducidade de 4
anos, uma lei é aprovada e aumenta o prazo para 6 anos. – lei mais desfavorável, norma
sobre procedimento todavia vamos supor que há contribuintes que vêem a sua situação
(já estava a ser atingido o prazo de caducidade), e outra situação em que um já viu a sua
situação caducada – este já não é abrangido pela lei nova; aquele que viria o prazo de
caducidade a aproximar-se vai ser atingido pela lei nova. A lei niva não pode retroagir ,
para não alterar as situações já constituídas e respetivos efeitos.
Nº4 – Tudo o tem a ver com matéria coletável devem ser interpretadas segundo as
regras gerais e não procedimentais.
Mais especificidades:
- Se for eliminada uma norma anterior

Mesmo que não seja retrt

24/10/2023
IRS
Capítulo 8 ponto 2 – livro da regente
Paula Rosado Pereira – manual sobre o IRS
Guia Prático do IRS
Jorge Mirando e Rui Medeiros – art. 104º da CRP (site da centro de investigação (….))

Princípios norteadores do IRS


- Princípio da Igualdade: art. 13º (reflete se no princípio da igualdade fiscal)
Duas Premissas:
- Ideia de uniformidade / ideia de justiça fiscal;
- Ideia de generalidade: os destinatários da obrigação fiscal / obrigação de pagamento
do IRS são todas as pessoas singulares destinatárias de obrigações fiscais.
- Princípio da Capacidade Contributiva (concretização do princípio da igualdade)
Tributam-se as pessoas que manifestem riqueza
Igualdade horizontal – os sujeitos passivos com igual capacidade contributiva pagam a
mesma medida de imposto
Igualdade vertical – diferente imposto para os que dispõe de diferente capacidade
contributiva.
Manifestações:
- Consagração de uma base de incidência ampla;
- Adoção de rendimento acréscimo, ou seja, uma tributação que se vai concentrar não
apenas em fatores de produção (rendimentos com a sua fonte em território português),
mas uma tributação resultante de um acréscimo patrimonial;
- Elementos pessoalizante, em obediência do princípio da capacidade contributiva:
- Agregado familiar por ex.

Características do IRS
Base legal: art. 104 nº1 CRP
Características:
- Incide sobre o rendimento, a capacidade contributiva manifestava através do
rendimento;
- Imposto cedular, organizado em 6 categorias que espelham (não há integração de
lacunas apenas há tributação objetivamente)
Categoria A
Categoria B – rendimento empresarial (art. 3 CIRS)
Categoria E – rendimento de capitais, juros, dividendos e outros (art. 5 e ss CIRS)
Categoria F – rendimentos prediais (art. 8
Categoria G – incrementos patrimoniais (art. 10º
Categoria H – pensões
- Imposto direto, uma vez que a pessoa que corresponde ao sujeito passivo é a pessoa
com o encargo do imposto;
- Imposto pessoal, elemento pessoalizante;
- Imposto periódico, forma-se ao longo do ano e consolida-se no dia 31 de dezembro,
sucessivamente a ser criado na perspetiva do sujeito passivo (art. 1 nº1 CIRS);
- Imposto único, mas não é unitário: o IRS incide sobre o rendimento global do sujeito
passivo, contudo verifica-se que o IRS não é um sistema unitário, ou seja, tem
diferentes regras de determinação do rendimento coletável: temos um sistema dual (art.
68º, art. 22º), por contraposição a outros rendimentos que estão sujeitos ao art. 71º e 72º
do IRS. A dualidade é mitigada por dois aspetos:
- Art. 43 nº1 CIRS (sobre as mais valias) + art. 10 nº3 – tem levado a doutrina a
segmentar-se
Acórdão 5/2017 – facto tributário que se considera obtido no momento da sua alienação
– proibição da retroatividade autêntica

Regra Geral – o IRS é periódico


Taxas gerais do IRS (art. 68º);
Taxas liberatórias (art. 71º): exoneram o sujeito passivo do cumprimento da obrigação
tributárias;
Taxas especiais (art. 72º + art. 73º)
Tributação autónoma relativamente a cargos ou encargos, contabilidade organizada
(categoria B do IRS)

Processo de Liquidação
O IRS é um imposto que tem um processo de liquidação. Processo de liquidação, está
construído no CIRS
Temos de determinar em primeiro linha quais são os rendimentos do sujeito passivo,
rendimentos brutos.
- Rendimento líquido de cada categoria, juntamos todos os rendimentos brutos, todos no
mesmo pacote e a todos esses rendimentos aplicamos as taxas de tributação – art. 22º
conjugado com o art. 68º ´
- Rendimento coletável – taxa do art. 68º (pode haver variações se se aplicar o
coeficiente familiar – art. 69º): o rendimento neste caso tem de ser dividido por 2 (…)
Coleta: o resultado da aplicação das taxas
Deduções á coleta (art. 78º e ss CIRS)
Imposto apurado – art. 78º nº2 IRS
Se o imposto já foi pago pelo substituto tributário temos de desonerar o substituído
(para não pagar a “dobrar”)
Art. 22 – art. 68º (sempre)
Sistematização do IRS – ao longo do código
Incidência subjetiva: art. 13 nº1, estão sujeitos a IRS as pessoas singulares que
residem no território português e não residindo que tenham rendimentos; art. 13 nº3
Art. 13º e art. 15º IRS
Quem é que é o sujeito passivo, agregado familiar e descendentes (……)
Os ascendentes não fazem parte do agregado familiar; existem, no entanto, deduções à
coleta e considera-se uma delas as despesas com os ascendentes (art. 78º e ss).
Tributação separada e conjunta
A regra é tributação separada – art. 3 nº2 e 3º

Art. 13 – art. 15º (conjugação)


1º - o IRS incide sobre todos os rendimentos do sujeito passivo quando ele é residente
do território português (rendimento com conexão ao território português art. 18º
CIRS) – art. 15 nº1
*dupla tributação – questão da residência – existem regras da eliminação da dupla
tributação, não é inconstitucional no entanto mas para assegurar uma tributação justa
criação regras unilaterais (regras previstas no direito interno), mas também resultantes
de convenções visando eliminar (nem sequer se tributa um rendimento no território de
residência ou fora) ou atenuar (taxas mais reduzidas).
- art. 16 nº 6

IRS

Unicidade: um só imposto sobre o rendimento


Categorias: A, B, E, F, G, H
Profissões liberais e comerciais são agregados na categoria B
Imposto Único, Imposto Dual – apesar de a CRP fazer referência a imposto único, há
um imposto dual, os rendimentos com maior mobilidade são submetidos a uma
Sendo rendimentos com maior mobilidade a
Mas se não declarar e esse rendimento estiver colocado num território que não troque
informações, o país português não terá conhecimento – crime fiscal, mas muito difícil
de detetar. É preferível tributar os rendimentos de capital a uma taxa proporcional
(28%) em vez de se optar por uma taxa progressiva – evita-se uma maior fuga de
capitais.
Na última década foi reduzida uma troca de informações, existe neste momento troca
automática de informações entre os estados – porque há uma grande oposição aos
paraísos fiscais
Objetivo preventivo da troca automática de informação entre os Estados. – Já não
há sigilo bancário.
Existindo troca de informações já há base para se conseguir tributar de forma mais
onerosa para se conseguir desonerar a tributação do emprego.
CIRS
- Trabalho dependente – tributamos o rendimento líquido, implica a dedução de poucas
despesas, porque há o pressuposto que é a entidade empregadora de incorre nessa
depesa (é a entidade empregadora que fornece os instrumentos de trabalho)
Noção de rendimento: proveitos – gastos: noção mais justa de rendimento. (art.2º; 25º e
ss)
- Contabilidade organizada, à partida é mais justa, tributação do rendimento real;
- Regime simplificado, é um regime com base em presunções: trata certos setores de
atividade da mesma forma, não é tributação do rendimento real, mas evita um conjunto
de obrigações acessórias por parte do contribuinte.
- Incomunicabilidade – como sabemos se há uso pessoal ou privado? Não se consegue,
quase impossível; com a inteligência artificial era possível controlar o contribuinte. Mas
estamos perante um Estado de Direito, não faz sentido o Estado gastar montantes com
essa individualização. O que é que se faz? Tipificação, pode ser deduzido até 5% - isto é
legitimo, e dá certeza jurídica.
- Deduções diferentes – evita planeamento fiscal – incomunicabilidade
- Trabalho independente e pensões
- Rendimentos capitais e incrementos patrimoniais – E e G (categorias)

Rendimentos de Capitais
- art. 5º, 40º e ssº no CIRS

Incrementos Patrimoniais
- Mais valias: tributa-se saldo das mais valias
Regente: a tributação das mais valias é uma tributação de formação sucessiva (posição
do STA – não concorda com a Regente) – se temos um apuramento do saldo significa
que ao longo do ano fiscal tem a diferença entre as mais valias e bens valias podem
chegar à conclusão de que houve menos valias.

A tributação do rendimento real das empresas – art. 104º nº2 CRP


“fundamentalmente” – a tributação com base em métodos diretos, diferença entre
proveitos e gastos, mas tmb são admitidos os métodos indiretos (funcionam com base
em técnicas presuntivas, só podendo ser aplicados subsidiariamente – esta pressupõe a
violação de deveres formais por parte do sujeito passivo).
Não é possível tributar segundo o rendimento real quando há essa violação de deveres
formais. Para isso acontecer (a tributação do rendimento real) é fundamental a
cooperação do contribuinte. E, para não se estar a premiar o infrator temos uma solução
de segundo ótimo: tributação por métodos indiretos: tenta-se averiguar a situação de um
contribuinte médio que esteja numa situação muito parecida.
Temos ainda uma outra figura criada em PT, que é algo que não se vê noutros
ordenamentos: tributações autónomas – tributação sobre a despesa. Por exemplo:
despesas de representação: uma empresa tem clientes e paga almoço, conferências, hotel
é difícil controlar se essas despesas foram para clientes ou meramente pessoais – a
solução melhor seria estabelecer um limite ou relacionar essas despesas com o
rendimento. O legislador português foi mais longe tributa essas despesas. Este é um
capítulo muito complexo – a regente considera que esta tributação é inconstitucional,
nunca foi julgada uma das razões pode ser o facto de esta tributação dar muita receita ao
fisco, incidindo sobre determinadas despesas em que não se sabe quem é o sujeito
beneficiário daquele rendimento (despesa é da empresa, mas há alguém que dela
beneficia e assim o fisco utiliza um meio fácil que é tributar quem incorre na despesa).
Alguns destes exemplos estão no código quer do IRS quer do IRC – tem em comum a
utilização de bens mistos (de utilização profissional e tmb privada, não se conseguindo
determinar qual a proporção de uma e de outra). Na opinião da Regente não se deveria
deixar deduzir estes gastos ou definir um limite de gastos para todos os sujeitos
passivos. As tributações autónomas estão assim relacionadas com o fenómeno de abuso
fiscal.
Tributação do Rendimento Real (REGRA)
Lembrar que estamos a falar de empresas – abrange IRC mas também Categoria B (esta
categoria é tributada com base nas regras do IRC)
Rendimento Real: Conceito normativo, valorativo jurídico e não fáctico. Ex: Despesas
Confidenciais – também são sujeitas a tributação autónoma, não são dedutíveis porque a
tributação do rendimento real pressupõe a documentação dos gastos. Se são
confidenciais não podem ser deduzidos. Então, elas foram incorridas, está na
contabilidade, a empresa pagou a alguém não sabemos porquê – não dedutíveis para
efeitos fiscais – assim é um conceito normativo e não fáctico, ainda que haja gastos o
direito fiscal não reconhece todos.
Prejuízos: Dedutíveis durante período limitado para apuramentos do rendimento real.
São limitados (período de 6 anos)

Rendimento Real = Rendimento líquido

Rendimento Real = Métodos Diretos – têm se em conta a situação real do sujeito


passivo, pressupõe a contabilidade organizada.

Reforma de 1988/89
Qual é o objeto da tributação?

- O lucro, a categoria B também se reflete para aqui. Relativamente ao lucro, o código


do IRC também tributa o rendimento global das atividades não empresariais – por
exemplo uma atividade cultural, uma fundação que não tenha uma lógica empresarial:
não se tributa o lucro, mas o rendimento global: a soma algébrica das categorias do IRS
~

Atividade Empresarial: Aquela que está vocacionada para o lucro.

Lucro de um estabelecimento estável (noção de estabelecimento estável: uma de duas


situações: 1- instalação física através da qual uma empresa não residente exerce toda ou
quase toda a atividade em PT; também pode ser uma empreitada sem constituição de
uma sociedade cá, o estaleiro de construção ser um estabelecimento estável) de
entidades não residentes; 2 - Agentes dependentes; WebSummit como é recorrente
apesar de ser pouco tempo pode-se considerar um estabelecimento estável).

Um concerto por exemplo se houver uma sociedade que recebe pelo concerto, Rock in
Rio. Se for a sociedade a receber o rendimento (sociedade não residente) como o
concerto tem uma duração específica não há estabelecimento estável e é tributa ao
abrigo do Código do IRS (Categoria B).

Sujeitos Passivos – art. 2º CRIC

- Pessoas colétivas de direito público ou privado com sede ou direção efetiva em


território português;

- Pessoas coletivas de direito público ou privado com sede ou direção efetiva em


território português;

- Entidades sem personalidade jurídica não tributáveis em IRS e sem transparência


fiscal – heranças jacentes, invalidade, sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial antes do registo definitivo.

- Não residentes não tributáveis em IRS

Quer no IRS quer no IRC os elementos que contam é a fonte de obtenção de


rendimentos e residência – a cidadania e nacionalidade não é relevante (é por exemplo
nos EUA). ~

Tributação do Rendimento Real

Exige-se uma relação entre os gastos e o interesse da empresa ou gastos e a atividade da


empresa (finalidade empresarial). Por exemplo se uma empresa organiza um encontro
de todos os seus trabalhadores (uma festa) – tem que se averiguar se estes gastos têm a
ver com a finalidade empresarial;

Este conceito abrange também atividades não produtivas – encargos de natureza


financeira. Exemplo: Grupo sociedade mãe pede um empréstimo, mas não para ela para
a filiada (ela paga o juro), e paga a filiada os suprimentos – o Supremo não permite a
dedução destes gastos, porque a tributação é feita numa base individual. Cada um deles
é o sujeito passivo. ?

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