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Noção de Imposto
Sanches (2007: 22) refere que definir imposto não é tarefa fácil como vem
demonstrando a doutrina. O imposto é uma das espécies tributárias criadas por lei e está
sujeito ao princípio da legalidade.
O elemento teológico (ou finalista) reside no facto do imposto ser exigido pelas
entidades que exercem funções públicas, para a realização dessas funções, sem carácter
sancionatório.
Portanto, o imposto tem como conteúdo um dever de prestar que surge pela simples
verificação de um facto previsto na lei, dando origem a uma relação jurídica tributária.
1. Impostos proporcionais;
2. Impostos regressivos;
3. Impostos progressivos;
4. Impostos degressivos.
Impostos Proporcionais
1
A matéria coletável é o valor sobre que incide a taxa, ou taxas do imposto para efeitos de
cálculo da coleta.
Por outras palavras, são aqueles que têm uma Taxa Fixa, única e constante, qualquer
que seja o valor da matéria colectável (no exemplo da figura, 10%).
Impostos Progressivos
São impostos que apresentam um leque com taxas crescentes, sendo o melhor exemplo
disso o IRT.
Apesar disso, este género de impostos não se mantém para sempre assim. Se se
mantivesse eternamente progressivo, o imposto corria o risco de consumir toda a
matéria coletável, pois a taxa de aplicação do imposto andaria à volta da sua máxima
capacidade de cobrança2.
2
Em relação aos impostos progressivos, importa salientar que não há impostos que sejam
indefinidamente progressivos. Nem podia haver, sob pena de, a certa altura, se atingir uma taxa
de 100% e o imposto consumir toda a matéria colectável. As taxas do imposto progressivo são
crescentes até determinado momento, a partir do qual a taxa passa a ser única.
Por outro lado, há que referir que o sistema de progressividade hoje adoptado não é o
da progressividade global (com toda a matéria colectável a ser tributada à taxa mais
elevada que à situação couber), mas o da progressividade por escalões, de acordo com o
qual, a matéria colectável concretamente apurada é dividida em tantas partes quantas as
que corresponderem ao leque de taxas em que couber, aplicando-se a taxa mais elevada,
não à totalidade da matéria colectável, mas apenas àquela parte que exceder o limite
máximo do escalão anterior.
Por exemplo taxas de 2%, 3%, 4%, 5% e 6%, para uma matéria colectável de 100, 200,
300, 400 e 500, respectivamente.
Na nossa economia(angolana) vigora o sistema da progressividade por escalões,
vejamos a tabela a baixo.
Impostos Degressivos
são impostos proporcionais, mas com uma taxa ou um leque de taxas mais baixas, para
escalões inferiores de matéria colectável. Ao contrário dos impostos progressivos, onde
as taxas crescentes são a regra, vigorando a taxa limite (proporcional) apenas para
escalões muito elevados e excepcionais de matéria colectável, no imposto progressivo a
taxa regra é a taxa proporcional, aplicando-se a taxa inferior apenas a níveis inferiores e
excepcionais da matéria colectável.
Impostos Regressivos
Tanto quanto julgamos saber, não existem no nosso actual sistema fiscal impostos
juridicamente regressivos, muito embora existam impostos economicamente
regressivos. Quer dizer, não existe em vigor nenhuma lei que tenha estatuído um
imposto com um leque decrescente de taxas, mas existem impostos que
economicamente funcionam como se tivessem efectivamente taxas decrescentes. É,
designadamente, o caso dos impostos de quota fixa, em relação à capacidade
contributiva de quem os paga.
CONCLUSÃO
Lopes, Cidália Maria da Mota (2008). Quanto custa pagar Impostos em Portugal,
Coimbra: Almedina.
Nabais, José Casalta (2008). Direito Fiscal. (4.ª edição). Coimbra: Almedina.
Pereira, Manuel Henrique de Freitas (2009). Fiscalidade. (3.ª edição). Coimbra:
Almedina.
Sanches, José Luís Saldanha (2007). Manual de Direito Fiscal. (3ª edição). Coimbra:
Coimbra Editora.
Teixeira, António Braz (1985). Princípios de Direito Fiscal. (volume I, 3.ª edição).
Coimbra: Almedina.
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/3999/RenatoCesar.pdf
http://direito-fiscal.blogspot.com/2005/09/classificao-dos-impostos-quanto.html acedido
no dia 28/11/2021 as 10h00.