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É conhecida por Constituição Europeia o documento

projetado para servir como lei fundamental para todos os


países membros da União Europeia. Assinado no dia 29 de
outubro de 2004, em Roma, este esboço, que necessitava de
ratificação de cada um de seus componentes, acabou por ser
rejeitado pelas populações de França e Holanda em plebiscito,
o que resultou na sua anulação e consequente reformulação.

A planejada Constituição Europeia tinha sido aprovada


pelo Conselho Europeu em Bruxelas entre 17 e 18 de junho
de 2004. Os responsáveis pelo texto são os 105 membros da
Convenção Constitucional, apelidados de "Os Sábios da
Europa", que redigiriam o texto preliminar, sob o comando do
ex-presidente da França Valéry Giscard d´Estaing. No total, o
conjunto resultou em um calhamaço de 265 páginas com 60
mil palavras e estava dividido em duas partes: a primeira
tratava das instituições (Parlamento Europeu, Conselho
Europeu, Conselho de Ministros da União, Comissão Européia
e Corte de Justiça). A segunda parte era dedicada
exclusivamente às Competências, com 54 artigos.

A grosso modo o direito público e privado europeu ainda


vigente deriva de três correntes jurídicas: a legada pelo
Direito Germânico, a do Direito Romano-Canônico e a do
Direito Bizantino-Eslavo. Obviamente, tamanha diversidade
emperra o projeto de integração europeia, o que só pode ser
evitado com uma lei maior aprovada por todos os países.
Assim, o objetivo de estabelecer uma constituição para a
União Europeia é a busca da formação de um Ordem Jurídica
Comunitária que se sobreponha às ordens jurídicas nacionais.
Tal empreitada não é tarefa fácil, ainda mais se
considerarmos que este é um esforço inédito, em um
continente que apenas décadas atrás destruiu a si mesmo em
duas guerras mundiais.

Outra problema a ser enfrentado pelos "sábios" é a definição


clara do papel de instituições supra-europeias, sobretudo no
campo econômico, como o Banco Central Europeu, que obriga
as diferentes economias do continente a ter um orçamento
controlado e supervisionado, além da questão da integração
política, cujo objetivo é distribuir da melhor possível a riqueza
entre seus cidadãos que continua sendo acumulada no âmbito
do estado-nacional.
Além das diferenças sociais, culturais e econômicas inerentes
às várias regiões da Europa, é necessário levar em conta
ainda a quem caberá o papel de ser o grande guardião da
constituição com poderes de intervir nos estados-membros,
garantindo a proteção dos direitos fundamentais dos
cidadãos. Na organização da União Europeia, atarefa foi
reservada à Grande Corte de Justiça, que deverá lidar com
monarquias constitucionais (nos países escandinavos, na Grã-
Bretanha, na Bélgica e na Holanda, além da Espanha) e
repúblicas (no Centro-Leste europeu, além da Itália e
Portugal).

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