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Tiago Miguel Noverça de Oliveira

União Europeia

A União Europeia tem as suas origens na Comunidade Europeia do


Carvão e do Aço e na Comunidade Económica Europeia.
A CECA foi a primeira organização supranacional no âmbito europeu.
Surge num contexto pós-segunda guerra mundial, onde há a necessidade de
reestruturar a Europa devastada pela 2GM, onde os recursos são
escassos. Foi gerado um conflito entre a Alemanha Ocidental e a França
pelo domínio do carvão e do aço, recursos escassos.
Para resolver o impasse criou-se o Plano de Schuman.
Em 9 de maio de 1950, Robert Schuman, um dos "Pais da Europa" e
então Ministro Francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou uma proposta de
criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção
de relações pacíficas entre todos os estados Europeus, acabados de sair cinco
anos antes de mais uma Guerra que a dilacerou (Segunda Guerra Mundial). Esta
proposta, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o começo
da criação do que é hoje a União Europeia.

A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criativos à medida dos perigos que a
ameaçam.

O contributo que uma Europa viva e organizada pode dar à civilização é indispensável para a
manutenção de relações pacificas. A França, ao assumir-se desde há mais de vinte anos como defensora
de uma Europa unida, teve sempre por objetivo essencial servir a paz. A Europa não foi construída,
tivemos a guerra.

A Europa não se fará de uma só vez, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações
concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige
que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha.

Com esse objetivo, o Governo francês propõe atuar imediatamente num plano limitado mas decisivo.

O Governo francês propõe subordinar o conjunto da produção franco-alemã de carvão e de aço a uma
Alta Autoridade, numa organização aberta à participação dos outros países da Europa.

A comunitarização das produções de carvão e de aço assegura imediatamente o estabelecimento de


bases comuns de desenvolvimento económico, como primeira etapa da federação europeia, e mudará o
destino das regiões durante muito tempo condenadas ao fabrico de armas de guerra, das quais
constituíram as mais constantes vítimas.
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

A solidariedade de produção assim alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a
Alemanha se tornará não apenas impensável como também materialmente impossível. O
estabelecimento desta poderosa unidade de produção aberta a todos os países que nela queiram
participar e que permitirá fornecer a todos os países que a compõem os elementos fundamentais da
produção industrial em condições idênticas, e lançará os fundamentos reais da sua unificação
económica.

Esta produção será oferecida a todos os países do mundo sem distinção nem exclusão, a fim de
participar no aumento do nível de vida e no desenvolvimento das obras de paz. Com meios acrescidos, a
Europa poderá prosseguir a realização de uma das suas funções essenciais: o desenvolvimento do
continente africano. Assim se realizará, simples e rapidamente, a fusão de interesses indispensáveis para
o estabelecimento de uma comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais
larga e mais profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas.

Esta proposta, por intermédio da comunitarização de produções de base e da instituição de uma nova
Alta Autoridade cujas decisões vincularão a França, a Alemanha e os países aderentes, realizará as
primeiras bases concretas de uma federação europeia indispensável à preservação da paz.

O Governo francês, a fim de prosseguir a realização dos objetivos assim definidos, está disposto a iniciar
negociações nas seguintes bases.

A missão atribuída à Alta Autoridade comum consistirá em, nos mais breves prazos, assegurar:

A modernização da produção e a melhoria da sua qualidade;

O fornecimento, em condições idênticas, de carvão e de aço aos mercados alemão, francês e dos países
aderentes;

O desenvolvimento da exportação comum para outros países;

A harmonização no progresso das condições de vida da mão-de-obra dessas indústrias.

Para atingir estes objetivos a partir das condições muito diversas em que se encontram atualmente as
produções dos países aderentes, deverão ser postas em prática, a titulo provisório, determinadas
disposições, incluindo a aplicação de um plano de produção e de investimentos, a instituição de
mecanismos de perequação dos preços e a criação de um fundo de reconversão destinado a facilitar a
racionalização da produção. A circulação do carvão e do aço entre países aderentes será imediatamente
isenta de qualquer direito aduaneiro e não poderá ser afetada por tarifas de transportes distintas. Criar-
se-ão progressivamente as condições para assegurar espontaneamente a repartição mais racional da
produção ao mais elevado nível de produtividade.

Ao contrário de um cartel internacional que tende a repartir e a explorar os mercados nacionais com
base em práticas restritivas e na manutenção de elevados lucros, a organização projetada assegurará a
fusão dos mercados e a expansão da produção.

Os princípios e os compromissos essenciais acima definidos serão objeto de um tratado assinado entre os
estados. As negociações indispensáveis a fim de precisar as medidas de aplicação serão realizadas com a
assistência de um mediador designado por comum acordo, este terá a missão de velar para que os
acordos sejam conformes com os princípios e, em caso de oposição irredutível, fixará a solução a adotar.

A Alta Autoridade comum, responsável pelo funcionamento de todo o regime:


Tiago Miguel Noverça de Oliveira

Será composta por personalidades independentes e designadas numa base paritária pelos governos;

Será escolhido um presidente por comum acordo entre os governos;

As suas decisões serão de execução obrigatória em França, na Alemanha e nos restantes países
aderentes;

As necessárias vias de recurso contra as decisões da Alta Autoridade serão asseguradas por disposições
adequadas.

Será elaborado semestralmente por um representante das Nações Unidas junto da referida Alta
Autoridade um relatório público destinado à ONU e dando conta do funcionamento do novo organismo,
nomeadamente no que diz respeito à salvaguarda dos seus fins pacíficos.

A instituição de Alta Autoridade em nada prejudica o regime de propriedade das empresas. No exercício
da sua função, a Alta Autoridade comum terá em conta os poderes conferidos à autoridade internacional
da região do Rhur e as obrigações de qualquer natureza impostas à Alemanha, enquanto estas
subsistirem.

Em 1951, no Tratado de Paris, aos países do Benelux juntaram-se a


Alemanha Ocidental, França e Itália e fundaram a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que estabelecia a livre
circulação de carvão, ferro e aço entre os países-membros, e
defendia políticas para a instalação de indústrias siderúrgicas.

Principais figuras do Projeto Europeu: Jean Monnet e Robert


Schuman

Em 1957 foi assinado o Tratado de Roma, criando a Comunidade


Económica Europeia.
A Comunidade Económica Europeia (CEE) foi uma organização internacional
criada por um dos dois Tratados de Roma de 1957 (em vigor desde 1958),
com a finalidade de estabelecer um mercado comum europeu. Os
Estados signatários foram França, Itália, Alemanha Ocidental (na altura,
apenas a República Federal Alemã, e não a República Democrática Alemã) e os
três países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). O tratado
estabelecia um mercado e impostos alfandegários externos comuns,
uma política conjunta para a agricultura, políticas comuns para o
movimento de mão de obra e para os transportes, e fundava
instituições comuns para o desenvolvimento económico. Estas
instituições fundiram-se em 1965 com as da CECA e as da EURATOM,
graças ao Tratado de fusão (ou Tratado de Bruxelas).
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

Cronologia:

As adesões à CEE, CE e mais tarde UE são com base nos Critérios de


Copenhaga:
Critério político

A existência de instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito, os


Direitos humanos, o respeito pelas minorias e a sua protecção.

Para que o Conselho Europeu decida a abertura das negociações, deve ser cumprido este
critério.

Critério económico

A existência de uma economia de mercado que funcione efectivamente e capacidade de fazer


face às forças de mercado e à concorrência da União.

Critério do acervo comunitário

A capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão, incluindo a adesão aos


objetivos de união política, económica e monetária.

1979: Primeira eleição por sufrágio universal directo do Parlamento Europeu.


Os seus deputados até então provinham dos parlamentos nacionais.
1960: Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA)
1962: Política Agrícola Comum na CEE.
1973: Reino Unido, Irlanda, Dinamarca
1981: Grécia
1986: Portugal e Espanha
Em 1986, O Ato Único Europeu teve como missão redinamizar a
construção europeia, fixando a consolidação do mercado interno em
1993 e permitindo a livre circulação de capitais e serviços. Através deste
tratado as competências comunitárias foram alargadas aos domínios da
investigação e do desenvolvimento tecnológico, ambiental e da
política social. O ato único consagra também a existência do Conselho
Europeu, que reúne os chefes de estado e de governo e impulsiona
iniciativas comuns em matérias de política externa e de segurança.

1990: Acordo Schengen. O espaço Schengen permite a livre-circulação de


pessoas dentro dos países signatários, sem a necessidade de apresentação de
passaporte nas fronteiras. Mesmo que não haja controle nas fronteiras, os
cidadãos residentes nos países signatários devem, por norma, portar um
documento legal de identificação, como o bilhete de identidade. Para os turistas
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

de países não signatários, a prova de identidade é sempre o passaporte ou, no


caso de longa permanência, o documento legal substitutivo, emitido pelas
autoridades de imigração de um dos países signatários. Ele não se relaciona com
a livre-circulação de mercadorias (embargos, etc.). Nesse caso, a entidade
mediadora é a União Europeia, bem como os governos dos países membros que
não participam do bloco económico.
1992: Tratado de Maastricht: assinado em 7 de fevereiro de 1992 pelos
membros da Comunidade Europeia, na cidade de Maastricht, Países
Baixos.
No mês de dezembro de 1991, a mesma cidade hospedou o Conselho Europeu,
que elaborou o tratado.
Com a sua entrada em vigor, em 1 de novembro de 1993, foi criada a União
Europeia e foram lançadas as bases para a criação de uma moeda única
europeia, o euro.
O Tratado de Maastricht foi emendado pelos tratados de Amesterdão, Nice e
Lisboa.

Portugal assume a presidência do Conselho das Comunidades


Europeias.

1993: Mercado Único Europeu


1995: Áustria, Finlândia e Suécia
1998: Protocolo de Kyoto – preocupação ambiental
1999: Tratado de Amesterdão. Este tratado definia os princípios de liberdade,
democracia e respeito pelos direitos humanos, incluindo explicitamente o
princípio do desenvolvimento sustentável.

2002: Extinção da CECA e entrada da moeda Euro

2003: Tratado de Nice. Reforma institucional para adequar a entrada de novos


países. Incidiu sobre a limitação da dimensão e composição da Comissão
Europeia, a extensão da votação por maioria qualificada, uma nova ponderação
dos votos no Conselho Europeu e a flexibilização do dispositivo de cooperação
reforçada.

2004: Chipre, Eslovénia, Eslováquia, Letónia, lituânia, Estónia, Hungria,


Malta, Polónia, República Checa (maior alargamento da UE)
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

2007: Bulgária, Roménia e Croácia


Tratado de Lisboa: Importantes mudanças incluíram:
 Aumento de decisões por votação por maioria qualificada no Conselho
da União Europeia
 Aumento do Parlamento Europeu, no processo legislativo através da
extensão da co-decisão com o Conselho da União Europeia
 Eliminação dos Três Pilares e a criação de um Presidente do Conselho
Europeu, com um mandato mais longo, e um Alto Representante da
União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança,
apresentando uma posição unida sobre as políticas da UE.
 O Tratado também fez com que a Carta da União em matéria de direitos
humanos, a Carta dos Direitos Fundamentais, se tornasse juridicamente
vinculativa.

Criou o Banco Central Europeu


Tribunal fica com nome de Tribunal de Justiça da União Europeia

2020: Brexit
A saída do Reino Unido foi com base no artigo 50 do Tratado da EU (Tr.
Maastricht 1992), após 3 anos e meio de negociações.
Argumentos a favor do Brexit:
Economia de 12 Bilhões e 900 Mil de libras, que é a contribuição anual dos
países membros
Maior liberdade para negociar novos acordos com o bloco e autonomia para
negociar com outros blocos e países
Imigrantes europeus custam caro e dificultam a chegada de outros estrangeiros
que poderiam contribuir com a economia

Instituições europeias:

 Parlamento Europeu:
Atua juntamente com o Conselho como o poder legislativo;
Partilha com o Conselho o poder orçamental e decide em última instância sobre
o orçamento geral da União Europeia;
Exerce o controlo democrático sobre as instituições da UE, incluindo a
Comissão Europeia e nomeia os membros da Comissão
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

Sede e sessões plenárias em Estrasburgo, Secretaria-Geral em Luxemburgo e


reuniões principalmente em Bruxelas

O Parlamento Europeu (PE) é a assembleia parlamentar do bloco, eleita por sufrágio


universal direto pelos cidadãos da União Europeia. Assim, como a única instituição
eleita pelos cidadãos, o Parlamento Europeu tem um grande peso: um mero órgão
consultivo no início, o PE assumiu um forte poder de codecisão, em paridade com o
Conselho de Ministros em muitas questões. Desta forma, a partir de 2004, o Parlamento
pode influenciar a nomeação na Comissão Europeia. A sua representatividade, no
entanto, permanece minada por taxas de abstenção nas eleições de deputados,
geralmente mais elevada do que nas eleições nacionais.

 Conselho Europeu:
Cimeira dos chefes de governo, liderado pelo Presidente do Conselho Europeu;
Dá o impulso necessário para o desenvolvimento e define os objetivos e as
prioridades gerais;
Não legisla;
Sediado em Bruxelas

O Conselho Europeu fornece as principais diretrizes da UE e reúne-se no mínimo quatro vezes


por ano. É composto pelo Presidente do Conselho Europeu, o Presidente da Comissão Europeia
e por um representante de cada Estado-membro do bloco (ou pelo seu chefe de Estado ou chefe
de governo). O Conselho Europeu tem sido descrito por alguns como a "suprema autoridade
política" da União Europeia. A instituição é ativa no envolvimento em negociação sobre
alterações de tratados, além de definir a agenda política e as estratégias da UE.

Comissão Europeia: A Comissão Europeia é uma instituição politicamente


independente que representa e defende os interesses da União como um todo, propõe legislação,
políticas e programas de ação, e é responsável pela execução das decisões do Parlamento e do
Conselho da UE. É o órgão com poder executivo e de iniciativa.

 Conselho da União Europeia:


Atua junto com o Parlamento como poder legislativo;
Exerce, juntamente com o Parlamento, o poder orçamental;
Assegura a coordenação da ampla política económica e social;
Estabelece diretrizes para a Política Externa e de Segurança Comum da União
Europeia (PESC);
Concluí acordos internacionais;
Sediado em Bruxelas

 Comissão Europeia:
É o "governo";
Apresenta propostas de novas legislações ao Parlamento e ao Conselho;
Implementa a política da UE e administra o orçamento;
garante a conformidade com Lei da EU;
Negocia tratados internacionais;
Sediado em Bruxelas
Tiago Miguel Noverça de Oliveira

 Tribunal de Justiça da União Europeia:


Garante uniformidade de intepretação da Lei da EU;
Tem o poder de decidir disputas legais entre os Estados-membros, instituições,
empresas e indivíduos da EU;
Sediado em Luxemburgo

 Tribunal de Contas Europeu:


Examina o uso adequado das receitas e despesas das instituições da UE (ver
também Orçamento da União Europeia);
Sediado em Luxemburgo

 Banco Central Europeu:


Forma em conjunto com os bancos centrais nacionais o Sistema Europeu de
Bancos Centrais e determina, assim, a política monetária da EU;
Garante a estabilidade de preços em da Zona Euro, controlando a oferta de
dinheiro;
Sediado em Frankfurt

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