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A criação da CECA representa a primeira concretização do modelo comunitário, proposto pela declaração de
Schuman. No entanto, o Tratado de Paris tinha um quadro institucional muito mais complexo do que um
tratado de direito internacional clássico visto que criou um órgão do tipo parlamentar, um tribunal e um
órgão representante dos EM, paralelamente à Alta Autoridade.
A lógica do tratado CECA que se mantém até aos dias de hoje é a seguinte:
Não obstante o processo de construção europeia ter começado pela instituição de uma organização,
dotada de poderes supranacionais ao serviço de objetivos bem definidos de natureza económica, o
pragmatismo adotado foi substituído mediante a criação de uma Comunidade Europeia da Defesa, em
1952. No entanto, esta intenção não procedeu uma vez que o tratado não foi ratificado por todos os
Estados.
TRatados, semelhanças e diferenças entre contrato constitucional e tratado de Lisboa
Tratados da UE
A União Europeia assenta no Estado de Direito. Isso significa que todas as suas iniciativas têm por base Tratados que
foram aprovados voluntária e democraticamente por todos os países da UE. Por exemplo, se um domínio de
intervenção não for mencionado num Tratado, a Comissão não pode propor legislação nesse domínio.
Os Tratados são acordos vinculativos entre os países da UE, que definem os objetivos prosseguidos pela UE, as regras
de funcionamento das instituições europeias, o processo de tomada de decisão e as relações entre a UE e os países
que a constituem.
Por vezes, os Tratados são alterados para melhorar a eficácia e a transparência do funcionamento da UE, preparar a
adesão de novos países ou alargar a cooperação entre os países da UE a novos domínios, como no caso da moeda
única.
Ao abrigo dos tratados, as instituições europeias podem adotar legislação que, em seguida, é aplicada pelos países
da UE.
Tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (considerado o mais importante pelo valor
simbólico)
Assinatura: 18 de abril de 1951
Entrada em vigor: 23 de julho de 1952
Termo de vigência: 23 de julho de 2002
Finalidade: tornar os setores do carvão e do aço interdependentes para que um país deixasse de poder mobilizar as
suas forças armadas sem que os restantes tivessem conhecimento, dissipando assim a desconfiança e a tensão
existentes entre os países europeus depois da Segunda Guerra Mundial; o Tratado CECA atingiu o termo de vigência
em 2002.
Tratado de Amesterdão
Assinatura: 2 de outubro de 1997
Entrada em vigor: 1 de maio de 1999
Finalidade: proceder à reforma das instituições para preparar a adesão de mais países à UE
Principais mudanças: alteração, renumeração dos artigos e consolidação dos Tratados UE e CEE, reforço da
transparência do processo de tomada de decisão.
Tratado de Nice
Assinatura: 26 de fevereiro de 2001
Entrada em vigor: 1 de fevereiro de 2003
Finalidade: proceder à reforma das instituições por forma a que UE pudesse continuar a funcionar eficazmente após
o seu alargamento a 25 países
Principais mudanças: método para alterar a composição da Comissão e redefinição do sistema de votação do
Conselho.
Tratado de Lisboa
Assinatura: 13 de dezembro de 2007
Entrada em vigor: 1 de dezembro de 2009
Finalidade: tornar a UE mais democrática e eficaz e mais apta a fazer face a problemas mundiais, como as alterações
climáticas, permitindo-lhe falar a uma só voz
Principais mudanças: reforço dos poderes do Parlamento Europeu, alteração dos processos de votação no Conselho,
introdução da iniciativa de cidadania europeia, criação dos cargos de Presidente do Conselho Europeu e de Alto
Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política e Segurança, bem como de um novo serviço diplomático da
UE
O Tratado de Lisboa clarifica a repartição de competências:
- competências da UE
- competências dos países da UE
- competências partilhadas
Os objetivos e valores da UE estão consagrados no Tratado de Lisboa e na Carta dos Direitos Fundamentais da UE.
O Tratado que estabelece uma Constituição, com objetivos idênticos aos do Tratado de Lisboa, foi assinado mas não
chegou a ser ratificado.
A Declaração Schuman é um texto político que foi redigido pelo ministro dos negócios estrangeiros de
França, onde fica muito clara a sua intenção federal. No entanto, este autor defendia que a via federal
deveria ser concretizada pela via económica, e não pela defesa e diplomacia, cujo caso era o dos EUA.
A primeira etapa para a criação da federação europeia seria a criação de um mercado comum do carvão e do
aço, uma vez que em 1950 eram as matérias-primas essenciais. Para construir um mercado comum do carvão
e do aço achava-se que “a fusão dos interesses indispensáveis introduziria uma comunidade mais larga e
profunda entre Países há muito tempo opostos por divisões sangrentas”. A realidade é que resultou, 60 anos
depois é impensável uma guerra entre França e a Alemanha.
Para a criação desta comunidade seria necessário que os Estados que a ela se associasse renunciassem aos
seus poderes soberanos relativamente ao aço e ao carvão, e deixassem que fosse uma Alta Autoridade
Comum Europeia, independente dos EM, a ser incumbida dessa competência. Esta Alta Autoridade seria
composta por personalidades independentes e não representativas dos governos dos EM, numa lógica de
transferência de soberania para uma entidade independente dos EM. Atualmente, a instituição que
corresponde a esta Alta Autoridade é a Comissão Europeia, uma vez que é um órgão decisório e não
representativo dos EM.