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Código de Justiniano

Imperador Justiniano I

Pouco depois de assumir o poder, Justiniano, além de perceber a


importância de salvaguardar a herança representada pelo direito romano,
viu também a necessidade de reorganizar a legislação que se mantinha em
vigor na época e a indispensabilidade de se manter as normas de direito
romano, e assim, em 528, um ano após ter-se tornado imperador,
nomeou uma comissão de dez membros para realizar um trabalho de
selecção, catalogação e compilação das constituições imperiais vigentes
(leis emanadas dos imperadores desde o governo do imperador Adriano,
um confuso amontoado legislativo). O encarregado dessa comissão foi
Triboniano, ministro da justiça do imperador, professor de direito da
escola de Constantinopla e jurisconsulto de grande mérito. Triboniano
podia nomear uma comissão para ajudá-lo e cercou-se de juristas,
advogados e quatro professores, dentre os quais se destacaram Teófilo,
professor da escola de Constantinopla, e Leôncio, professor da escola de
direito de Berito (Beirute), com os quais inicia o enorme trabalho de
compilação.

Leis do Império
Seis meses após assumir o império, Justiniano iniciou sua carreira de
legislador. Uma comissão de dez juristas foi encarregada de compor o
“Novo Código Justiniano”, uma revisão e sistematização das leis imperiais,
depois chamadas de “Corpus Juris Civilis” (Código do Direito Civil),
promulgado em 529, que depois serviu de base para os códigos civis de
diversas nações.
O Código Justiniano era composto das constituições imperiais, da
compilação das leis romanas (chamadas Digesto ou Pandectas), de um
resumo para os estudantes de direito (chamado Institutas) e de novas leis
para solucionar controvérsias jurídicas (chamadas Novellae ou
Autênticas).
Direito Romano
Os primeiros passos do Direito Romano foram dados em 529, com a
publicação do "Código Justiniano". Em 532 é publicado o "Digesto" que
reunia os comentários dos grandes juristas romanos, e transformados em
lei.
Entre 532 e 534, dezasseis peritos foram nomeados para extrair das 2 mil
obras de grandes juristas do passado, as passagens ainda úteis, ao mesmo
tempo preservando as opiniões das maiores autoridades sobre as bases
legais em que se firmava o "Direito Romano" - "as Institutas". O conjunto
destes trabalhos constituía o "Corpus Iuris Civilis" - "Corpo do Direito
Civil".
A partir de 534, até o fim de seu reinado, Justiniano publicou as
"Novellae" - "Novas", longa série de leis complementares. O nível das
escolas de Direito foi elevado, o ensino foi concentrado nas Universidades
de Constantinopla, Beirute e Alexandria.
Os quatro trabalhos de Justiniano constituíam "As Leis da Nova Roma". A
obra jurídica de Justiniano seria mais duradora que seu império.

Digesto ou Pandectas

O Digesto (do latim digerere, que significa pôr em ordem) ou Pandectas


(do grego pandékoma, que significa "recolho tudo"), é uma compilação de
fragmentos de jurisconsultos clássicos.

As Pandectas constituíam uma suma do direito romano, em que inovações


úteis se misturavam a decisões clássicas. Quase todos os direitos
modernos decorrem do direito romano e das Pandectas.

Institutas

Manual escolar que servisse aos estudantes como introdução ao direito


compendiado no Digesto.

Novellae constitutiones

Novas constituições (Novellae constitutiones) são conhecidas por "Novas


Leis", "Novelas" (Nouellae).
Justiniano

Pretendia reunir as Novelas num corpo único. Sua morte, porém, não lhe
permitiu realizar o intento, o que foi feito posteriormente, por
particulares. A coleção das Novelas constitui o quarto volume da
codificação justinianeia.

Divisão da obra

A obra legislativa de Justiniano, por conseguinte, consta de quatro partes:


- Institutas (manual escolar);

- Digesto ou Pandectas (compilação de fragmentos da jurisprudência


clássica - iura);

- Código (compilação de constituições imperiais - leges);

- Novelas (compilação de constituições promulgadas depois de 535 por


Justiniano). A esse conjunto, o romanista francês Dionísio Godofredo, em
1583, na edição que dele fez, denominou Corpus Iuris Civilis (Compilação
de Direito Civil), designação essa que é hoje universalmente adoptada.

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