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A construção da União

Europeia
Etapas da formação de uma potência econômica
A União Europeia (UE) desempenha no mundo um protagonismo importante, tanto no
plano científico e tecnológico como no industrial, agrícola, cultural e comercial. Isso se deve
às condições particulares de um longo processo no qual foi construída a interdependência de
seus países-membros com base na integração econômica.

O Plano Marshall
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se devastada. Grande parte das
cidades, das indústrias, dos campos de cultivo e dos meios de transporte estava quase
destruída.

Em 1947, George Marshall e seus assessores, elaboraram um plano para a recuperação


econômica europeia. O Plano Marshall foi aplicado em 1948 e oferecia a importação de
produtos estadunidenses a preços baixos, créditos para a importação de equipamentos e
empréstimos a juros reduzidos e com vencimento em longo prazo.

Havia no Plano Marshall motivações geopolíticas: a principal era manter o sistema


capitalista nos países europeus ocidentais, em vista do avanço do socialismo nos países da
Europa Oriental.

O Benelux
Entre 1943 e 1944, a Bélgica, os Países Baixos e Luxemburgo mantinham negociações
sobre a formação de um bloco econômico para impulsionar suas economias. Os recursos
oferecidos pelo Plano Marshall facilitaram a implantação do Benelux, união aduaneira ou
alfandegária cujo primeiro passo foi dado em 1o de janeiro de 1948, quando os três países
assinaram um acordo de eliminação das barreiras comerciais entre eles.

O Benelux foi a primeira experiência de integração econômica entre países. Seu sucesso
inspirou a formação de outros blocos na Europa e em todo o mundo.

A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço


A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço foi criada em 1952, reunindo França, Itália,
Bélgica, Alemanha Ocidental, Luxemburgo e Países Baixos. É uma união aduaneira do
carvão mineral, do aço, do minério de ferro e de ferro-velho, com o objetivo também da
expansão econômica, do emprego e do nível de vida da população dos países-membros.
A CECA superou as divergências entre a França e a Alemanha em relação às jazidas de
minério de ferro e carvão mineral e ao parque localizado na fronteira entre os dois países. As
regiões do Vale do Ruhr e de Sarre, na Alemanha, e da Alsácia e Lorena, na França, haviam
sido disputadas por esses países, mas, ao instituir uma soberania compartilhada sobre essas
regiões, a CECA pôs fim nessas discórdias.

O Mercado Comum Europeu e a Comunidade Econômica Europeia


A experiência bem-sucedida da CECA levou os seis países fundadores a assinar, em 1957,
o Tratado de Roma, que instituiu o Mercado Comum Europeu, ampliando a abrangência do
acordo anterior e permitindo a livre circulação de pessoas, capitais e serviços entre os países-
membros.

Com o passar do tempo, o êxito alcançado pelo MCE incentivou outros países europeus a
aderir ao bloco.

A Espanha viveu uma ditadura fascista exercida por Francisco Franco, enquanto Portugal
esteve sob a ditadura comandada por Oliveira Salazar e Marcelo Caetano. Em 1986, esses
dois países ingressaram no MCE. Da Europa dos Seis, passou-se para a Europa dos Doze. Em
1985, o MCE, já formando uma grande comunidade de países ou Estados, passou a se chamar
Comunidade Econômica Europeia.

A União Europeia (UE)


O fim do socialismo no Leste Europeu, a desagregação da União Soviética e o
consequente encerramento da Guerra Fria e da “ameaça soviética”, permitiram que ocorresse
a reunificação alemã em 1990.

Quando a Alemanha se tornou o país economicamente mais poderoso da Europa, criou-se


um clima de tensão e de preocupação pela possibilidade de ressurgirem antigas rivalidades,
principalmente com a França.

A alternativa encontrada foi aprofundar ainda mais a integração europeia. Assim, em 1992
assinou-se o Tratado de Maastricht, que substituiu o Tratado de Roma de 1957 e tinha como
objetivos implantar a união econômica e monetária e uma política externa e de defesa
comuns. O bloco passou a se chamar formalmente União Europeia. A assinatura desse tratado
encerrou as desconfianças anteriores, pois solidificou a aliança franco-alemã e deu origem a
um bloco econômico poderoso.

Assim, estabeleceram-se: a livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas; a


eliminação de tarifas para o comércio entre os países-membros; a adoção de um passaporte
único; a introdução de uma moeda única, o euro; a criação do Banco Central Europeu, que
passou a regular a nova moeda; e a criação do Parlamento Europeu, organismo de decisões
políticas da UE.

Em 1995, três anos após a assinatura do tratado, Suécia, Finlândia e Áustria passaram a
integrar a União Europeia, formando a Europa dos Quinze. Em 1o de janeiro de 1999, o euro
começou a vigorar, sendo adotado por 12 dos então 15 países da UE; Reino Unido, Suécia e
Dinamarca não o adotaram.
Em 2004, após cumprirem várias exigências, foram admitidos na União Europeia mais dez
países: Chipre, Eslovênia, Eslováquia, Hungria, Polônia, Malta, Letônia, Lituânia, Estônia e
República Tcheca. Constituiu-se, assim, a Europa dos Vinte e Cinco. Com a admissão da
Bulgária e da Romênia, em 2007, e da Croácia, em 2013, a União Europeia passou a contar
com 28 países. Essa formação se manteve até o início de 2015, quando estava em curso a
negociação para a admissão de outros países. Em 1o de janeiro de 2015, a Lituânia tornou-se
o décimo nono país a adotar o euro como moeda nacional.

A UE e o Acordo de Schengen
A União Europeia fortaleceu ainda mais as conexões entre os seus países-membros graças
ao Acordo de Schengen, assinado no ano de 1985. Em 1997, esse acordo passou a fazer parte
das normas jurídicas da UE.

Por esse acordo, foi criado o espaço Schengen, que permitiu a livre circulação de pessoas,
ou seja, cidadãos europeus e nacionais de outros países podem desde então transitar
livremente em seu espaço geográfico, sem a necessidade de pedir ou mostrar um visto cada
vez que entram em um de seus países integrantes ou saem deles.

Há uma fronteira externa única onde são realizados os controles de acesso ao espaço. Cabe
ao país, no caso de recebedor de turistas de outros países que não pertencem ao espaço
Schengen, confirmar se ele pode ou não entrar na Europa. Uma vez autorizado, tem livre
circulação nos países que o integram.

A saída do Reino Unido da União Europeia


Em 1975, parte da população e dos políticos do Reino Unido já tinha manifestado
intenções de sair da Comunidade Econômica Europeia, nome da atual UE à época. Foi
realizado um referendo junto a sua população. O resultado dos votantes foi o de que o Reino
Unido deveria permanecer.

Em 2016, por pressões de partidos políticos nacionalistas do Reino Unido, o primeiro-


ministro, David Cameron, convocou um novo referendo. Então, a maioria dos votantes
demonstraram o desejo de que o Reino Unido saia da UE.

Os argumentos utilizados pelo movimento de saída se basearam no fundamento de que o


país precisa ter melhor controle de suas fronteiras e, especialmente, na adoção de uma
política rígida sobre imigração e, ainda, na redução de despesas advindas de suas
contribuições monetárias destinadas à manutenção político-administrativa da UE.

Esse movimento de saída da UE ficou conhecido pela imprensa como Brexit. Esse termo
indica a saída do Reino Unido da UE. Desde 2016, as negociações para a saída do Reino
Unido da UE estão em curso, prevendo-se que estarão concluídas em 2019.

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