Você está na página 1de 13

INTEGRAÇÃO

Definição: integração de várias economias nacionais/países num espaço


económico mais vasto que ultrapassa as fronteiras nacionais.

a integração de vários mercados é realizada através da eliminação das


barreiras à libre circulação de bens, serviços e fatores de produção.

um processo de integração implica, a partir de certo grau, a criação de


instituições comuns a todos os países e a progressiva transferência de
parte das soberanias nacionais para tais instituições.

soberania comum
 coexistência de poderes soberanos dos Estados nacionais com os
poderes transferidos pela vontade dos Estados para instituições
supranacionais.
Ex: UE

a integração mais profunda será acompanhada pela criação de autoridades


supranacionais

instituições políticas comuns a todos os países, às quais caberá tomar


decisões para todos os estados.

Ex: Parlamento Europeu


Comissão Europeia

a integração a nível político significa, deste modo, uma perda de parte da


soberania nacional – soberania comum.

1
FORMAS DE INTEGRAÇÃO
1. Sistema de Preferências Aduaneiras

2. Zona de Comércio Livre

3. União Aduaneira

4. Mercado Comum

5. União Económica

6. União Política

1 – Sistema de Preferências aduaneiras


 é o menor grau de integração
 diversos países se concedem mutuamente certas vantagens aduaneiras
 Ex: Commonwealth (Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia…)
ALADI (Associação Latino Americana de Integração)

2 – Zona de Comércio Livre


 abolição das barreiras alfandegárias e comerciais entre os países
 acabam os impostos à importação, facilitando a livre circulação dos
produtos fabricados entre os países
 cada país tem a sua própria pauta aduaneira para o comércio com
terceiros.
 Ex: EFTA
NAFTA (Acordo comercial entre EUA, Canadá e México)

EFTA – Associação Europeia de Comércio Livre


 criada em 1960
 Reino Unido, Portugal, Áustria, Suíça, Suécia, Noruega e
Dinamarca
 atualmente é apenas constituída por: Noruega, Islândia, Suíça e
Liechtenstein (os restantes países integram a CEE)

2
 em 1992 foi criado entre a Comunidade Europeia e a EFTA o
Espaço Económico Europeu (EEE), com vista a alargar o mercado
único a estes países.

Nota: a Suíça não aderiu á EEE, mas mantém um acordo de comércio livre com
a EU.

3 – União Aduaneira
 livre circulação de todos os produtos que se encontrem no território
dos países-membros
 eliminação de todos os direitos aduaneiros relativos às trocas
comerciais
 aplicada uma pauta aduaneira comum ao comércio com países terceiros
 Ex: Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai)

4 – Mercado Comum
 livre circulação de bens, pessoas, capitais e serviços
 mercado sem fronteiras
 Ex: Comunidade Económica Europeia (CEE) a partir de 1993

5 – União Económica
 além de terem um mercado comum, adotam políticas económicas e
sociais comuns, com vista a alcançar uma convergência económica e uma
maior coesão social.
 Ex: UE, desde a adoção do euro a 1 de janeiro de 1999

6 – União Política
 adoção também de políticas comuns, substituindo-se às políticas
nacionais
 implica perdas de soberania nacional e eliminação dos poderes dos
governos nacionais, uma vez que as decisões de âmbito económico,
social e político serão tomadas por entidades supranacionais.
3
VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA
 aumento da produção, como consequência da especialização económica
e da obtenção de economias de escala decorrentes do alargamento do
mercado interno de cada país.
 aumento dos fluxos de capitais (do investimento direto)
 melhoria dos termos de troca no comércio externo, devido ao aumento
da competitividade externa e crescimento das trocas inter-regionais.
 crescimento do emprego, do consumo e do bem-estar
 eliminação de tensões e conflitos em resultado da maior cooperação
entre os países.

DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA


 diminuição de receitas públicas (por eliminação dos direitos
alfandegários)
 perda de instrumentos de política económica nacional (a nível
orçamental, monetário e cambial)
 perda de soberania em favor de autoridades supranacionais.

O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO NA EUROPA


Fim da II Guerra Mundial

Europa destruída

Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros francês propôs a:

CECA – 1951 – Tratado de Paris


(Comunidade Económica do Carvão e do Aço)

6 países fundadores:

- França -Itália -Bélgica -Países Baixos -Luxemburgo -Alemanha

4
criaram um mercado comum em 2 importantes setores industriais:

Aço Carvão

foi bem-sucedida em termos políticos e económicos

estes seis países assinaram:

1957 – Tratado de Roma

CEE EURATOM
(Comunidade Económica Europeia) (Comunidade Europeia de Energia Atómica)

estas 3 comunidade tinham como objetivo comum a criação de um mercado


comum entre os países-membros e a respetiva integração das suas
economias.

1968 – União Aduaneira

eliminação das barreiras alfandegárias entre os países aderentes à


Comunidade e a introdução de uma pauta aduaneira comum, aplicável às
mercadorias de países terceiros

5
ALARGAMENTOS

1973

-Reino Unido

-Irlanda

-Dinamarca

Da Europa dos 6 á Europa dos 12

1981

-Grécia

1986

-Portugal

-Espanha

1986 -Ato Único Europeu

fixou como grande objetivo a construção do Mercado Único Europeu até


final de 1992

1993 – Mercado Único Europeu

concretizou as 4 liberdades fundamentais de circulação, livre circulação de:

-pessoas -mercadorias -capitais -serviços

acabaram os controlos aduaneiros efetuados nas fronteias internas

e desapareceram as barreiras físicas à livre circulação

fez aumentar o comércio na Europa

6
Espaço Schengen
 espaço sem fronteiras, sem controlo de pessoas.
 Em 2010 todos os países membros da UE faziam parte deste espaço,
com exceção da Bulgária, Chipre, Irlanda, Roménia e Reino Unido.

1992 – Tratado da União Europeia – Tratado de Maastricht

criou a União Europeia

assente em 3 pilares:

Comunidades Europeias Politica Externa e de Cooperação em matéria


Segurança Comuns de justiça e assuntos
- mercado único
(PESC) internos (JAI)
- cidadania europeia
-Política Externa -imigração
- políticas comuns comum
- asilo
-união económica e -Política de defesa
- fraudes
monetária comum
- alfandegas

1995 – A Europa dos 15


entram mais 3 países:

- Áustria

- Finlândia

- Suécia

7
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

criação de uma moeda única e de uma política monetária comum

(Banco Central Europeu)

com o objetivo de criar economias sólidas e sustentáveis que assegurassem


uma moeda única forte e estável

fixaram-se os critérios de convergência de Maastricht a cumprir pelos


Estados da UE que quisessem adotar a moeda única

Critérios de Convergência de Maastricht

 estabilidade dos preços


 tx de inflação não deve ultrapassar em mais de 1,5 pontos
percentuais a tx média dos 3 países com a inflação mais baixa

 solidez das finanças públicas


 o défice orçamental não poderá ser superior a 3% do PIB

 sustentabilidade das finanças públicas


 a dívida pública não pode exceder 60% do PIB

 sustentabilidade e credibilidade da convergência


 as tx de juro a longo prazo não podem exceder em mais de 2
pontos percentuais as verificadas nos 3 países com inflação
mais baixa.

 estabilidade cambial
 participação no mecanismo das tx de câmbio durante os 2 anos
anteriores á entrada na UEM, sem tensões graves

8
1 de janeiro de 1999 – o euro passou a ser utilizado como moeda
escritural

1 de janeiro de 2002 – o euro passou a circular em 12 países:


- Reino Unido

- Dinamarca não quiseram aderir

- Suécia

2004 – Europa dos 25


- República Checa
- Eslováquia
- Hungria
- Polónia
- Estónia
- Letónia
- Lituânia
- Eslovénia
- Chipre
- Malta

2007 – Europa dos 27

- Bulgária

- Roménia

2013 – Europa dos 28

- Croácia

9
Banco Central Europeu (BCE)

 tem direito exclusivo de emissão do euro

Bancos Nacionais

 produzem as moedas em quantidades aprovadas pelo BCE

ZONA EURO

É atualmente constituída por 18 países

A gestão da União Económica e Monetária:


 Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC)
- BCE - BCN (bancos centrais nacionais da UE)

 Eurossistema
- BCE - BCN (apenas da zona euro)

 Banco Central Europeu BCE


- define a política monetária da zona euro

 Eurogrupo
- ministros das finanças e da economia da zona euro
- BCE - Comissão europeia

o principal objetivo da política monetária comum é a estabilidade de preços

o que exige uma tx de inflação na zona euro, inferior a 2%

para isso, o BCE aumenta ou diminui o nível das tx de juro

10
Vantagens da Inflação e tx de juro baixas
 maior facilidade de acesso ao crédito por parte dos consumidores,
facilitando a aquisição de habitação e de bens duradouros
 o investimento empresarial é incentivado, aumentando a produção e o
emprego
 favorece as famílias com menores rendimentos, o que contribui para
uma maior coesão social.

A UEM e a Política Orçamental

é da responsabilidade de cada país-membro

embora sujeita a restrições europeias:

défice orçamental - tem de ser inferior a 3% do PIB

e para haver um controlo deste défice, criaram o:

PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento)

tem como objetivo garantir a disciplina orçamental na UEM

com a exigência do cumprimento dos critérios de convergência de


Maastricht:

 limite do défice orçamental em 3% do PIB


 limite da divida pública em 60% do PIB

controlado pela Comissão Europeia

quem não cumprir estes critérios, está sujeito a sanções pecuniárias.


11
A UEM face á crise

o apoio aos países mais endividados e com maiores défices orçamentais


levou as instituições europeias a criar medidas para garantir a estabilidade
financeira e a credibilidade do euro:

 Fundo Europeu de Estabilidade Financeira


 Programas de Assistência Financeira (no qual Portugal, Grécia e
Irlanda estiveram)
 Tratado sobre a Estabilidade, a Coordenação e a Governação na
Zona Euro.
 Mecanismo Europeu de Estabilidade
 Disponibilidade do BCE conceder empréstimos aos bancos privados
por um período de 3 anos, a uma tx de juto de 3%

INSTITUIÇÕES DA UE

 Conselho Europeu
 constituído pelos chefes de estado
 reúne 4 vezes por ano
 define a orientação política da União

 Conselho da União Europeia (Conselho de Ministros)


 onde estão representados os governos dos Estados-membros
 exerce a função legislativa
 aprova as leis europeias e decide as políticas necessárias á
concretização dos tratados

 Parlamento Europeu
 representa os cidadãos europeus, sendo eleito por sufrágio
universal direto
 tem poder legislativo, orçamental e de controlo democrático
 aprova o orçamento da União

12
 Comissão Europeia
 guardiã dos tratados da união
 propõe a legislação europeia e executa-a
 elabora o orçamento
 é o órgão executivo

 Tribunal de Justiça
 tem a função de velar pela aplicação do direito da União

 Banco Central Europeu (BCE)


 faz a gestão do euro e define a política monetária comum
 autoriza a emissão de moeda no espaço da UEM

 Tribunal de Contas
 controla a gestão das finanças europeias

 Comité das Regiões


 órgão executivo

 Banco Europeu de Investimentos (BEI)


 concede empréstimos ao desenvolvimento das regiões menos
desenvolvidas da UE e á modernização das empresas.

13

Você também pode gostar