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Blocos Econômicos

São associações de países que estabelecem relações


econômicas privilegiadas entre si. O primeiro bloco surge na
Europa em 1957, com a criação da Comunidade Econômica
Européia (CEE), atual União Européia (UE). Mas a tendência
de regionalização da economia só se fortalece nos anos 90,
com o fim da Guerra Fria. Na América se destacam o Nafta, o
Mercosul e, em menor grau, o Pacto Andino e o Caricom; na
Europa, a UE e a Comunidade dos Estados Independentes
(CEI); na África há o SADC; na Ásia, o Asean. Também está
em fase de implantação o bloco transcontinental Apec, que
reúne países da América e da Ásia, e continuam as
negociações para a formação de um bloca abrangendo toda a
América, o Alca.

Tipos de blocos

      Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre


comércio, união aduaneira, mercado comum e união
econômica e monetária. Na zona de livre comércio, há
redução ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem
sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. A união
aduaneira, além de abrir mercados inteiros, regulamenta o
comércio dos países-membros com nações externas ao bloco.
Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas,
serviços e capitais.

Principais Blocos Econômicos

ALCA - A Área de Livre Comércio das Américas (Alca)


surge em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras
alfandegárias entre os 34 países americanos, exceto Cuba. O
prazo mínimo para sua formação é de sete anos, quando
poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais
do mundo. Com um produto interno bruto (PIB) total de 9,7
trilhões de dólares (1,2 trilhão a mais que a UE), os países da
Alca somam uma população de 783,6 milhões de habitantes,
o dobro da registrada na UE. Os Estados Unidos (EUA)
propõem a implementação imediata de acordos parciais, com
abertura total do mercado em 2006. Já o Brasil e o Mercosul
prevêem dificuldades na adaptação de suas economias a essa
integração e querem maior prazo para ajustes e que as
discussões se aprofundem em vários aspectos, sobretudo a
questão dos subsídios agrícolas aos produtores americanos.
UNIÃO EUROPÉIA - Originada da CEE, a União Européia
é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de
PIB: 8 trilhões de dólares. Formado por 15 países da Europa
Ocidental, conta com uma população de 374 milhões. Em
1992 é consolidado o Mercado Comum Europeu, com a
eliminação das barreiras alfandegárias entre os países-
membros. Aprovado em 1991, em Maastricht (Holanda) o
Tratado da União Européia entra em vigor em 1993. É
composto de dois outros - o da União Política e o da União
Monetária e Econômica, que estabelece a criação de uma
moeda única. Há cinco pré-requisitos para que os países
sejam admitidos na União Monetária e Econômica: déficit
público máximo de 3% do PIB; inflação baixa e controlada;
dívida pública de no máximo 60% do PIB; moeda estável
dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de
Câmbio; e taxa de juro de longo prazo controlada. No âmbito
social são definidos quatro direitos básicos dos cidadãos da
União Européia: livre circulação, assistência previdenciária,
igualdade entre homens e mulheres e melhores condições de
trabalho.

      Em 15 e março de 1999, todos os 20 integrantes da


Comissão Européia - órgão executivo da União Européia -
renunciam, depois que vários deles são acusados, pelo
Parlamento Europeu, de irregularidades e apadrinhamento.
Em maio, o Parlamento aprova a nomeação do ex-primeiro-
ministro italiano Romano Prodi para a presidência da
Comissão. Em junho os partidos de centro-direita obtêm a
maioria nas eleições para o Parlamento Europeu. No mesmo
mês, a União Européia chega a um acordo para lançar, em
primeiro de julho de 2001, as negociações sobre livre
comércio com o Mercosul.

      Implantação do euro - Onze países participam do


lançamento da nova moeda em primeiro de janeiro de 1999:
Alemanha, Äustria, Bélgica, Espanha, França, Finlândia,
Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos) e
Portugal. Inicialmente o euro será usado apenas em transições
bancárias. Em 2002, as notas começarão a circular na Europa
com poder legal para efetuar quaisquer pagamentos, e as
moedas nacionais serão extintas.

      Com o euro, uma moeda européia forte lastreada em


economias poderosas passa a competir com o dólar norte-
americano no mercado internacional. Porém, o elevado
desemprego na Europa, a desaceleração econômica da
Alemanha, a guerra em Kosovo, e o aquecimento da
economia norte-americana fazem o euro despencar, de janeiro
a junho, quase 12% em relação ao dólar. Em meados de
junho, a moeda se recupera.

      Três países - Reino Unido, Suécia e Dinamarca não


aderem a essa primeira fase do euro, apesar de terem
cumprido as exigências, por temer as conseqüências da perda
de soberania que representa o fim da emissão de sua moeda
própria. A Grécia não preenche as condições exigidas até
março de 1998 e tem sua participação adiada. A União
Européia negocia com outros 11 países protocolos de adesão
ao bloco. Polônia, Hungria, Eslovênia, Estônia e Chipre
podem ser admitidos a partir de janeiro de 2003, pois a
situação de suas economias é considerada satisfatória. A
República Tcheca, que anteriormente fazia parte dessa lista,
deve antes melhorar a convivência com os ciganos: em 1999,
uma cidade tcheca construiu um muro para mantê-los a
distância, fato considerado inadmissível pela União Européia.
Em 1997, a Turquia teve seu pedido de entrada recusado por
desrespeito aos direitos humanos e à democracia. Em 2000
iniciam-se as negociações com Letônia, Lituânia, Eslováquia,
Bulgária, Romênia e Malta.

      Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,


Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália,
Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Portugal, Reino
Unido e Suécia.

MERCOSUL - Criado em 1991, o mercado Comum do Sul


(Mercosul) é composto de Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai, nações sul-americanas que adotam políticas de
integração econômica e aduaneira. A origem do Mercosul
está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina
elaborados em meados dos anos 80. No início da década de
90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de
integração mais abrangente. Em 1995, instala-se uma zona de
livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos
países -membros podem ser comercializadas internamente
sem tarifas de importação. Alguns setores, porém, mantêm
barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas
gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco
estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas
externas para diversos itens. O Mercosul tem 209,2 milhões
de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Chile e
Bolívia são membros associados e assinam tratados para a
formação da zona de livre comércio, mas não entram na
união aduaneira.
      Argentina x Brasil - O bloco enfrenta dificuldades com o
conflito de interesses de Brasil e Argentina. Um dos
principais pontos de atrito é o regime automotivo comum.
Em dezembro de 1998 é assinada uma ata para criar um
sistema de transição que vai de janeiro de 2000 a dezembro
de 2004, quando haverá livre comércio de produtos do setor
automobilístico entre os membros do Mercosul. Outra fonte
de divergência é o açúcar: a Argentina quer manter seus
produtores protegidos da concorrência com os brasileiros
depois do ano 2000, quando deveriam ser abolidas todas as
tarifas de importação. Para o governo argentino, o Brasil
concede subsídios que tornam o produto nacional
artificialmente mais competitivo.

      Os conflitos dos países vizinhos agravam-se em janeiro


de 1999, quando o real se desvaloriza, o que provoca temores
de uma invasão de produtos brasileiros na Argentina. Em
junho, o presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e
o da Argentina, Carlos Menem, anunciam a integração de
políticas macroeconômicas dos dois países e dos demais
membros do bloco. Entre as metas estão a uniformização das
taxas de juros, do déficit público e dos níveis de inflação e
adoção de uma moeda única.

      Em julho, a Argentina estabelece salvaguardas aos tecidos


de lã e de algodão brasileiros e cria uma resolução que
permite medidas de proteção contra seus parceiros
comerciais. O Brasil contesta e leva o vizinho a julgamento
na Organização Mundial do Comércio (OMC). No mês
seguinte, a Argentina passa a exigir selo de qualidade para a
entrada de calçados brasileiros no país. Em setembro, os
produtores de sapatos das duas nações concordam em limitar
a venda brasileira em 1,7 milhões de pares entre outubro e
dezembro de 1999. O acordo também prevê uma cota de
exportação de 4,4 milhões de pares para o Brasil no primeiro
semestre de 2000. A eleição de Fernando de la Rúa, da União
Cívica Radical, à Presidência da Argentina em outubro traz
boas perspectivas para o Mercosul, pois seu partido é,
historicamente, comprometido com a continuidade do bloco.

NAFTA - O Acordo de Livre Comércio da América do Norte


(Nafta) é um instrumento de integração das economias dos
EUA, do Canadá e do México, Iniciado em 1988 por norte-
americanos e canadenses, o bloco recebe a adesão dos
mexicanos em 1993. Com ele, consolida-se o intenso
comércio regional da América do Norte e enfrenta-se a
concorrência representada pela EU. O Nafta entra em vigor
em janeiro de 1994, com um prazo de 15 anos para a total
eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países.

Membros: Canadá, EUA e México.

OMC - A nova ordem econômica mundial e o sistema


multilateral de comércio no pós segunda guerra mundial
deram origem, em 1947, ao Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio (GATT). Sob o camando do GATT forma
realizadas oito rodadas de negociações tarifárias, sendo a
última delas realizada entre 1986 a 1993 no Uruguai a que
deu origem a Organização Mundial do Comércio (OMC).

      A OMC iniciou seus trabalhos em 1995 e passou a ser a


grande arena de negociação e regulamentação multilateral do
comércio. A entidade conta hoje com 144 países membros,
que representam mais de 95% do comércio externo mundial.

      No final de 2001 iniciou-se em Doha, no Catar, as


primeiras rodadas rodadas de negociação sob o comando da
OMC, que conservou os princípios do GATT, mas sua
atribuições foram ampliadas com poderes de determinar
sanções ou retaliações aos países membros.

      Segundo o Banco Mundial, 64% das decisões que a OMC


tomou favoreceram as nações desenvolvidas.

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