8. Quanto à separação das funções do Poder, descreve o Legislativo no
período do Principado. A partir do século I, os senatusconsultos são fonte mediata de Direito através do edicto pretor (criava o verdadeiro Direito porque concedia actiones próprias, as actiones praetoriae). No início do Principado, os senatusconsulta já eram fonte imediata de Direito, mas só começaram a ter força legislativa algum tempo depois. Augusto, logo desde o início, procurava concentrar no prínceps todos os poderes, o que permitiu ao senado figurar na nova constituição política como órgão legislativo. Foi atribuída competência legislativa, transferiu-se do povo para o senado o poder de fazer leis e uma vez que o poder legislativo se encontrava no senado, o prínceps esforçou-se para lhe imprimir as suas diretrizes e comandar, portanto, as resoluções senatoriais. Com o passar do tempo, os senatusconsulta deixam de ser a expressão da vontade autónoma e independente do senado para se converterem numa expressão da vontade do príncipe (“orationes principis in senatu habitae”). Deste modo, a legislação senatorial passa a ser apenas uma forma do princeps legislar.