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e Empresarial II
Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Requisitos Básicos Estruturais:
Desenvolvimento dos Recursos
Especial e Extraordinário
• Recurso Especial;
• Recurso Extraordinário e Recurso Especial Repetitivos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Preparar o aluno para atuar nos Tribunais Superiores, exercendo atuação técnico-jurídica
não só perante as Instâncias Ordinárias, mas para o enfretamento de decisões proferidas
nos Tribunais.
UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Recurso Especial
“Vou recorrer até Brasília!”. Você já ouviu alguém fazendo esse tipo de afirmação? Pois é,
sabemos que em Brasília, Capital do nosso país, temos os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE,
STM e STF). Para fazer o seu recurso chegar até Brasília existem técnicas jurídicas que preci-
sam ser observadas, as quais procuraremos explorá-las aqui nesta unidade. Então, vamos lá!
Nesta terceira unidade iniciaremos o nosso estudo prático com mais uma análise
de estratégias destinadas à sustentação da sua escrita.
Você Sabia?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem competência para julgamento do Recurso Especial,
enquanto que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem competência para processamento e
julgamento do Recurso Extraordinário.
A doutrina costuma frisar que os recursos interpostos até o segundo grau são
recursos com natureza ordinária, pois são dirigidos às instâncias ordinárias, primeira
e segunda instâncias. Já os recursos interpostos aos Tribunais Superiores são os
recursos de natureza extraordinária, pois só podem ser admitidos e julgados em situ-
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ações extraordinárias, ou seja, que fogem do tradicional, que versem sobre questões
exclusivamente de direito.
Conceito
O Recurso Especial (REsp) é uma modalidade recursal com previsão constitucio-
nal de competência do Superior Tribunal de Justiça, que tem no escopo, como se
verá adiante, manter a hegemonia e a autoridade das leis Federais (art. 105, III, “a”,
“b” e “c” da CF) ou, nos dizeres de Elpídio Donizete, “os recursos extraordinários,
portanto, não se prestam à correção da injustiça da decisão, mas à unificação da
aplicação do direito positivo”, quando tratou dos recursos especial e extraordinário.
Da Admissibilidade
No Inciso III do Artigo 105 da Constituição Federal, vemos os pressupostos de
admissão do Recurso:
• a existência de uma causa decidida em única ou última instância, ou
seja, em que estejam esgotadas as instâncias inferiores;
Analisando os requisitos acima, é possível afirmarmos que não cabe recurso es-
pecial contra decisão monocrática proferida em 2ª Instância, tampouco contra deci-
sões proferidas pelos Colégios Recursais dos Juizados Especiais, pois a Constituição
Federal (art. 105, III, caput), é textual ao afirmar o cabimento deste recurso contra
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decisões proferidas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Esta-
dos, do Distrito Federal e Territórios.
Se você não se recorda o que vem a ser uma decisão monocrática, vamos lá: decisão mono-
crática é aquela proferida pelo Desembargador Relator de um processo ou de um recurso,
de forma isolada, ou seja, escrita apenas por ele, sem submetê-la ao colegiado. Assim, a
decisão monocrática é diferente de um acórdão, que é aquela decisão proferida por um
colegiado (turma de magistrados), enquanto que a decisão monocrática é proferida por
apenas um deles. Por meio de uma decisão monocrática, um recurso pode ser julgado,
como ocorre com a apelação, nos termos do artigo 1.011, I, do Código de Processo Civil; po-
derá o Relator atribuir efeito suspensivo ou deferir a antecipação da tutela recursal em um
agravo de instrumento, nos termos do artigo 1.019, I, do Código de Processo Civil; dentre
outras possibilidades.
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da que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tri-
bunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”;
• Súmula 320, STJ: “A questão federal somente ventilada no voto vencido não
atende ao requisito do prequestionamento”. Voto vencido ocorre quando a de-
cisão colegiada é proferida por maioria de votos, por exemplo, 02 Desembar-
gadores deram provimento e 01 negou. Este que negou ficou vencido e poderá
declarar o seu voto, que fará parte do acórdão. Assim, o acórdão será composto
pelo voto vencedor (condutor) e pelo voto vencido, com a proclamação do resul-
tado na certidão do julgamento e na ementa.
Recurso Extraordinário
Você Sabia?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é composto por 33 (trinta e três) Ministros, enquanto
que o Supremo Tribunal Federal (STF) é composto por 11 (onze) Ministros, julgam recur-
sos de todo o nosso território nacional, além de processarem e julgarem as causas de
competência originária.
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
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Repercussão Geral
A Emenda Constitucional 45/2004 trouxe algumas mudanças significativas em
nossa Constituição, especialmente no que diz respeito ao Recurso Extraordinário,
tendo a exigibilidade da demonstração da repercussão geral das questões constitucio-
nais como requisito de admissibilidade mais uma barreira para impedir ou dificultar
a análise de um recurso extraordinário.
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A demonstração da repercussão geral visa o conhecimento de recursos extraordiná-
rios cujo objeto transcenda os interesses das partes que litigam naquele processo, mas
que repercuta em relações jurídicas de igual natureza em todo o território nacional.
Recurso Extraordinário e
Recurso Especial Repetitivos
Quando existirem demandas repetitivas, com recursos que versem sobre a mesma
questão jurídica, pendentes de julgamento, poderá o Presidente de Tribunal de Justi-
ça ou de Tribunal Regional Federal, ou seja, de Tribunais de segunda instância, sele-
cionarem no mínimo dois recursos que representam a discussão e os encaminharem
para julgamento pelo STF ou STJ, de acordo com a competência recursal definida
pela matéria objeto dos recursos.
Os recursos que não forem selecionados e versarem sobre o mesmo tema fica-
rão com o julgamento/andamento sobrestado (suspenso) até que ocorra o julgamento
final dos recursos representativos da controvérsia.
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TIPO DO RECURSO (APELAÇÃO/EMBARGOS/AGRAVO)
N.º 00000000-00.2013.8.26.0000
NOME DO RECORRENTE, já qualificado, nos autos dos EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO (exemplo – ver o tipo do recurso) opostos contra o V. Acórdão proferi-
do em apelação tirada de sentença proferida nos autos da AÇÃO DE XXXXXXXX que
lhe move NOME DO RECORRIDO, também já qualificado, por seu advogado que esta
subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento
no artigo 105, III, “a” da Constituição Federal, combinado com o artigo 1.029 do Có-
digo de Processo Civil, tempestivamente, interpor o presente RECURSO ESPECIAL
ao v. acórdão proferido pela XXª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal
de Justiça do Estado de XXXXXX, que deu/negou provimento aos Embargos de De-
claração, violando dispositivo de lei federal, motivo pelo qual requer o recebimento,
processamento e a posterior remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, pe-
los fatos e fundamentos expostos nas razões anexa.
Requer a juntada do preparo, taxas e porte de remessa e retor-
no, devidamente recolhidos, bem como a intimação da parte recorrida para
oferecer as contrarrazões.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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Claro está que o V. Acórdão recorrido viola de forma direta e literal di-
reitos da parte recorrente, conforme será demonstrado ao longo desta peça recursal.
.
II – DA DEMONSTRAÇÃO DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO
II.1 – DO PREQUESTIONAMENTO
A matéria foi prequestionada amplamente no processo, conforme se
verifica das peças direcionadas às instâncias anteriores, em cumprimento ao disposto
no artigo 1025 do Código de Processo Civil.
II.2 – DA NÃO VIOLAÇÃO À SÚMULA 7ª DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
O presente recurso está em plena conformidade com as Súmulas 05
e 07 desta Colenda Corte, já que não tem a finalidade de discutir questões de fato ou
de prova, mas tão somente as questões de violação a direito.
II.3 – DA LEI FEDERAL CONTRARIADA OU DE VIGÊNCIA NEGADA
Os recorrentes entendem que foi contrariado o dispositivo legal abaixo
(artigo 105, III, “a”, da Constituição Federal):
– especificar artigos violados – de acordo com o seu caso
II.4 – DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, na medida em que o V. Acórdão
recorrido foi publicado no dia 00/00/0000.
III – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Tratar especificamente de cada dispositivo de lei federal violado, conforme exemplo
abaixo:
III.1 – DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO XXXXX DO CÓDIGO XXXX
No V. Acórdão recorrido, o Tribunal “ad quem” violou o disposto no
artigo XXXX do Código XXXX, ao entender que ... (copiar trecho da decisão – proble-
ma que violou o dispositivo legal).
Esclarecer a interpretação correta da norma que justifica o pedido de re-
forma da decisão. Em outras palavras, demonstrar o erro cometido na decisão recorrida.
Desta maneira, requer o conhecimento e o provimento do presente
recurso, a fim de que seja reformado o V. Acórdão recorrido para .... (Especificar a
finalidade da reforma; a consequência pretendida).
Se houver mais de um dispositivo violado, repetir essa estrutura
de tópico.
IV – DO PEDIDO DE REFORMA
DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossas Excelências o conhecimento e
o provimento do presente Recurso Especial, a fim de que seja reformado o V. Acór-
dão para .... (Especificar a finalidade da reforma; a consequência pretendida), como
medida de Justiça.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência e a sua majoração recursal, pre-
vista no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
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Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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II.4 – DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, na medida em que o V. Acórdão
recorrido foi publicado no dia 00/00/0000.
III – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Tratar especificamente de cada dispositivo de lei federal violado, conforme exem-
plo abaixo:
III.1 – DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO XXXXX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
No V. Acórdão recorrido, o Tribunal “ad quem” violou o disposto no
artigo XXXX do Código XXXX, ao entender que ... (copiar trecho da decisão – proble-
ma que violou o dispositivo legal).
Esclarecer a interpretação correta da norma que justifica o pedido de re-
forma da decisão. Em outras palavras, demonstrar o erro cometido na decisão recorrida.
Desta maneira, requer o conhecimento e o provimento do presente
recurso, a fim de que seja reformado o V. Acórdão recorrido para .... (Especificar a
finalidade da reforma; a consequência pretendida).
Se houver mais de um dispositivo violado, repetir essa estrutura
de tópico.
IV – DO PEDIDO DE REFORMA
DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossas Excelências o conhecimento e o provimento
do presente Recurso Extraordinário, a fim de que seja reformado o V. Acórdão para
.... (Especificar a finalidade da reforma; a consequência pretendida), como medida
de Justiça.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência e a sua majoração recursal, pre-
vista no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Prática Forense: Prática empresarial
ARAÚJO, B. D. J. M. A. Col. Prática Forense: Prática empresarial – Vol 4. São
Paulo: Editora Saraiva, 2019. Disponível em sua biblioteca na área do aluno.
Curso de Direito Processual Civil
HUMBERTO, T. J. Curso de Direito Processual Civil. Vol. III. 52. ed. São Paulo:
Grupo GEN. Disponível em sua biblioteca na área do aluno.
Código de Processo Civil Comentado
NERY JUNIOR, N.; NERY, R. M. de A. Código de Processo Civil Comentado.
17. ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2018.
Vídeos
Redação jurídica – Destravando a escrita
https://youtu.be/eXFk15-_t0E
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Referências
ARAUJO, B. D. J. M. A. Col. Prática Forense: prática empresarial. Vol. 4. São
Paulo: Editora Saraiva, 2019. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788553612680/>. Acesso em: 19/06/2020.
BUENO, C. S., Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Ed. Saraiva,
2016.
________. Curso Direito Processual Civil. São Paulo: Grupo GEN, 2020.
HUMBERTO, T. J. Curso de Direito Processual Civil – Vol. III. 52. ed. São Paulo:
Grupo GEN, 12/2018. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788530983680/>. Acesso em: 19/06/2020.
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