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base na aula ministrada. No entanto, não se trata de uma transcrição da aula e não
isenta o aluno de complementar seus estudos com livros e pesquisas de jurisprudência.
MÓDULO IV
Os recursos excepcionais norte americanos são mais efetivos justamente pelo fato de
haver um sistema verdadeiramente federativo, caracterizado pela concentração da
regulamentação normativa nos Estados, que lá possuem maior autonomia, permitindo
que o escopo dos recursos extraordinários em dar unicidade à interpretação do direito
seja de fato alcançado.
Por conta dessas razões é que se diz que os recursos excepcionais já nasceram em crise,
em função dessa possibilidade ampla de todo e qualquer conflito desembocar nos
tribunais superiores.
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Foi diante desse contexto que o NCPC tratou dos recursos excepcionais com o intuito
de dar maior efetividade a eles e facilitar o entendimento da matéria pelos advogados
que militam nas instâncias superiores, bem como pelos próprios jurisdicionados.
O que o NCPC tentou mudar (na versão originalmente promulgada) foi a primeira
análise dos requisitos de admissibilidade feito pelo juízo a quo. Essa alteração, por sua
vez, gerou uma preocupação bastante grande no âmbito dos tribunais superiores, uma
vez que, se a intenção seria dar a esses tribunais maiores condições de julgar teses, não
seria coerente eliminar o filtro prévio da análise de admissibilidade feita pelos tribunais
a quo, deixando todo esse trabalho a cargo destas Cortes Superiores (v. redação original
do art. 1.030, que foi substancialmente alterada pela Lei Federal nº 13.256/2016).
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Art. 1.030 (redação anterior ao advento da Lei Federal nº 13.256/2016).
Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o
qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior.
Parágrafo único. A remessa de que trata o caput dar-se-á
independentemente de juízo de admissibilidade.
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§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021.
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Por essa razão é que o pré-questionamento é um tema bastante discutido na doutrina e
na jurisprudência pátria, pois a parte, muitas vezes, deverá prequestionar a matéria para
se esquivar dessa proibição de análise de fatos e provas.
Com o NCPC, pela primeira vez a legislação processual brasileira passa a tratar
expressamente do pré-questionamento (v. arts. 941, § 3º e 1.025, ambos adiante
transcritos).
Esse tema era tratado desde o século XIII no direito inglês, uma vez que, àquela época,
já se exigia que a matéria, para fins de recorribilidade extraordinária, deveria constar
nos registros. Daí porque é possível dizer que o pré-questionamento é o trato da
matéria na decisão recorrida, vale dizer, a matéria que se pretende levar à apreciação
dos tribunais superiores deverá estar tratada na decisão recorrida. Se a matéria não
estiver expressa no acórdão, em regra, a parte deverá opor embargos de declaração para
o fim de sanar essa omissão.
O NCPC, por sua vez, encampa essa última tese no art. 1.025.
STF: Súmula 356: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.
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Em que pese o NCPC ter adotado a terceira corrente, isto é, estará pré-questionada a
matéria pela simples oposição dos embargos de declaração, essa teoria não será
automaticamente aplicada a toda e qualquer situação, sendo, por exemplo, casos de não
aplicação automática quando: (i) o embargante trouxer argumentos novos nos
aclaratórios; (ii) os embargos tratarem de matérias estritamente fáticas, de modo que,
caso fosse adotada essa tese, os tribunais superiores estariam reanalisando fatos, o que é
proibido em sede extraordinária.
Outro ponto importante tratado no art. 941, § 3º, do NCPC, é o fato de o voto vencido
integrar o acórdão para fins de pré-questionamento. Na visão do Professor essa
mudança é bastante interessante, na medida em que o voto vencido reflete o debate que
houve no julgamento e, portanto, deve integrar a decisão recorrida.
EFEITOS DOS RECURSOS EXCEPCIONAIS: como regra, esses recursos possuem apenas
efeito devolutivo, não possuindo, portanto, efeito suspensivo. Sublinhe-se que essa
devolutividade não é ampla, mas restrita aos limites do cabimento desses recursos de
natureza extraordinária.
A novidade sobre esse tema reside no fato de o NCPC permitir que a parte requeira a
concessão de efeito suspensivo a esses recursos excepcionais mediante mera petição
autônoma. Essa regra acaba com uma tradição exigida na prática de ajuizamento de
ação cautelar para requerer a concessão de efeito suspensivo aos recursos de natureza
extraordinária.
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julgador para a apreciação, tornando-o prevento para julgamento do recurso; ou (ii) se já
distribuído, caberá ao relator designado.
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STF: Súmula 636: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao
princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela
decisão recorrida”.
A regra da fungibilidade entre os recursos excepcionais está prevista nos artigos 1.032
e 1.033, do NCPC.
E a mesma regra se aplicará nos casos em que o Superior Tribunal de Justiça cogitar que
a matéria tratada no recurso especial é constitucional, devendo intimar o recorrente para
que apresente preliminar de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional e, após isso, remeter para julgamento pelo Supremo Tribunal Federal
(1.032). O STF poderá, em juízo de admissibilidade, devolver o recurso para
julgamento pelo STJ que, nessa hipótese, não terá alternativa senão julgar o recurso (art.
1.033).
Todavia, o Professor ressalta que essa fungibilidade entre os recursos excepcionais não
resolve os problemas advindos da dupla interposição, isto é, de o recorrente interpor
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recurso especial (contra violação de lei federal) e recurso extraordinário (impugnando
violação de norma constitucional) em face do mesmo acórdão.
Desse modo, haverá situações que a solução trazida pelo Novo Código não resolverá,
tais como: (i) hipótese em que o Superior Tribunal de Justiça julgar o recurso especial e
o Supremo não julgar o recurso extraordinário por entender que ele restou prejudicado;
e (ii) hipótese de o Superior Tribunal de Justiça não conhecer o recurso especial e o STF
não julgar o recurso extraordinário, sob a justificativa de que o acórdão recorrido foi
mantido pelo fundamento infraconstitucional e não haveria motivos para a decisão sobre
a matéria constitucional.
Essas posições adotadas pelos tribunais superiores nem sempre estão corretas, na
medida em que existem situações nas quais os fundamentos impugnados são
independentes entre si, razão pela qual não haveria que se falar em recursos
prejudicados. O Professor adverte que esses problemas só seriam possíveis de serem
ajustados por via da jurisprudência, não cabendo à legislação cuidar dessas situações.
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Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos
que gozam de isenção legal.
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu
advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no
processo em autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso,
o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma
do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de
deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para
efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a
aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida
quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no
prazo de 5 (cinco) dias.
Note-se que, no art. 1.007, é possível identificar que o legislador se preocupou em dar
maior oportunidade ao recorrente de sanar meros vícios formais eventualmente
constantes nos recursos excepcionais, em consonância com a primazia do julgamento do
mérito (ex.: possibilidade de correção de guia de custas equivocadamente preenchida –
§ 7º).
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