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Resposta:
O controle de constitucionalidade seria o mecanismo atribuído pelo
ordenamento jurídico para que seja possível restabelecer a harmonia do sistema em face
de eventuais rupturas advindas das leis ou atos normativos infraconstitucionais que
sejam incompatíveis com a Constituição Federal.
Resposta:
A possibilidade de controle repressivo de norma por parte do poder legislativo é
consagrada pelo ordenamento jurídico brasileiro nas seguintes hipóteses: (i) controle de
constitucionalidade de medidas provisórias, previsto no no art. 62, §5º, CF e (ii) refere-
se ao controle de atos normativos do Poder Executivo que excedam o poder
regulamentar ou limites de delegação legislativa, estando previsto no artigo 49, inciso V
da Constituição Federal.
3) O Chefe do Poder Executivo pode realizar controle repressivo de normas? (obs.: não
se trata aqui de veto a projeto de lei, mas de assunto tratado na aula 3). (1,0)
Resposta:
O controle repressivo de normas por parte do Chefe do Poder Executivo é
hipótese excepcional dentro da sistemática constitucional brasileira, sendo facultada a
possibilidade de edição de decreto determinando a não aplicação de norma
inconstitucional por parte da administração pública subordinada. Faz-se mister destacar,
contudo, que esses ato pode acarretar em crime de responsabilidade por não
cumprimento de lei, conforme raciocínio do art. 85, inciso VII, da Constituição Federal.
Resposta:
O controle repressivo de normas exercido pelo Tribunal de Contas ainda é
questão controvertida no ordenamento pátrio, mas por força da Súmula 347 do STF
autoriza-se o controle por parte do órgão de controle externo. Pelo fato da referida
Súmula ter sido editada durante a vigência da Constituição de 1946, existe grande
divergência sua recepção na ordem constitucional atual.
Dessa forma, conclui-se que enquanto não houver julgamento pelo plenário do
STF acerca do tema, a questão permanecerá controvertida. Contudo, para fins de
esclarecimento prático da questão, pode-se afirmar que o controle repressivo pelo
Tribunal de Contas é possível.
5) O Poder Judiciário pode realizar controle prévio de normas? (1,0)
Resposta:
Existem duas hipóteses nas quais o Poder Judiciário poderá exercer o controle
prévio de constitucionalidade, sendo elas: (i) análise de Emenda Constitucional que vise
abolir clausula pétrea, nos termos do art. 60, §4º da Constituição Federal, sendo
necessário que um parlamentar impetre Mandado de Segurança pleiteando que o tema
não cabe ser discutido no Congresso Nacional. No entanto, o STF adota postura
cautelosa e só intervém quando há flagrante inconstitucionalidade da proposta de
Emenda Constitucional; e (ii) análise de inconstitucionalidade formal no processo
legislativo, também sendo necessário que o parlamentar prejudicado ao participar de
processo legislativo irregular impetre Mandado de Segurança. Assim, permite-se apenas
em caso de inconstitucionalidade formal na condução do procedimento de elaboração de
lei.
Cabe consignar, todavia, que o STF possui entendimento orientando que o Poder
Judiciário não poderá exercer o controle prévio de constitucionalidade caso a violação
verse sobre o regimento interno do Legislativo, cabendo apenas o controle no que se
refere ao processo legislativo previsto na Carta Magna.
6) O art. 503, § 1º do CPC pode ser aplicado quando a questão prejudicial do processo
for matéria constitucional? (1,0)
Resposta:
Nas hipóteses que versem sobre controle de constitucionalidade (controle
difuso) de questão prejudicial, constata-se que o juízo designado para apreciar o feito
não terá competência para julgar a constitucionalidade em termos de julgamento de
mérito, uma vez que tal atribuição apenas poderá ser exercida no âmbito do controle
abstrato de normas.
Destarte, considera-se impossível aplicar o art. 503,§ 1º, CPC quando a questão
prejudicial do processo for matéria constitucional, seja qual for a instância do Poder
Judiciário.
Resposta:
Diante da hipótese narrada, entende-se pela possibilidade de aplicação da
cláusula de reserva de plenário, bem como pela cisão funcional de competência, com o
consequente encaminhamento da análise para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro, conforme disciplina do art. 97 da Constituição Federal c/c art. 949,
inciso II do Código de Processo Civil. Nesse passo, o decisum proferido pelo Órgão
Especial, por maioria absoluta, deve ser encaminhado para cumprimento da 3º Câmara
Cível do Tribunal do Rio de Janeiro, tendo em vista que este órgão fracionário não
possui competência para declarar a inconstitucionalidade da lei.
Resposta:
Consoante entendimento estabelecido pela Súmula Vinculante 10 do STF, a 3ª
Câmara não poderia afastar a incidência da Lei ao caso concreto, pois estaria
desobedecendo a cláusula de reserva de plenário. Esta situação importaria na declaração
de inconstitucionalidade da lei em sede de controle difuso-concreto de
constitucionalidade, podendo ensejar a reclamação ao STF, assim como a eventual
cassação da decisão , conforme disciplina do art. 7º, § 2º, Lei 11.417/2006.
Resposta:
Por força do princípio da economia processual, assim como por força do art.
949, PAR único do CPC, a 8ª Câmara Cível não deve submeter a análise ao Órgão
Especial. Sendo assim, cabe ao órgão fracionário julgar o mérito da demanda,
decretando a inconstitucionalidade da norma, vez que a mesma já foi apreciada pelo
Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
Resposta:
Existem duas linhas de fundamentação para sustentar a referida hipótese, de
plano é possível argumentar que o órgão fracionário tem a faculdade de remeter a
análise novamente ao OE, alegando motivo relevante ou a existência de tese jurídica
não apreciada anteriormente pela Corte com relação ao caso concreto.
Noutro giro, poderia-se alegar com fundamento no art. 949, PAR único do CPC
que ensejaria uma dispensa em ralação a remessa da análise ao OE, sendo necessário
verificar se existe impedimento disposto no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.