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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Kelsen afirma que a Constituição busca validade nela mesma, por ser a norma
hipotética fundamental.

*Supralegais: TIDH antes EC n. 45/2004 ou após, mas sem rito especial


(dois turnos, três quintos
em cada Casa do Congresso Nacional).

*Atos Normativos Primários:

leis complementares- Complementam ou explicam algo da constituição (Tem


um rito especial para a sua formação- Exige maioria absoluta dos votos)

leis ordinárias- Leis comuns aprovadas pela maioria simples dos membros das
casas legislativas.

leis delegadas- Leis realizadas pelo presidente da república que solicita


concessão do congresso nacional para elaborar a lei

medidas provisórias- Ato unipessoal do presidente da república com força de


lei, editada a principio sem a participação do poder legislativo, que será
chamado para aprova-la ou discuti-la em momento posterior.

Resoluções- Norma jurídica destinada a assuntos de caráter politico,


processual e administrativo que produzem efeitos internos na casa legislativa.

Decretos legislativos- versa sobre atribuições exclusivas do poder legislativo,


portanto a iniciativa e elaboração é dos próprios deputados sem a necessidade
de sanção do PR.

tratados internacionais (que não versam sobre direitos


humanos)
Decretos autônomos- Expedido pelo PR para extinguir cargos e funções vagas
ou para organizar a adm pública.

Resoluções do CNJ e do CNMP.

*Atos normativos secundários:

portarias,
decretos regulamentares,
instruções normativas.

Obs: ECs são obra do Poder Constituinte Derivado Reformador. Logo, estão
sujeitas às limitações impostas pelo Constituinte Originário. Em consequência,
caso elas violem quaisquer das restrições, poderão ser declaradas
inconstitucionais, tanto do ponto de vista formal quanto material.

Principio da parametricidade: parâmetro de aferição, no controle de


constitucionalidade, é sempre a Constituição
vigente ao tempo da elaboração da norma.

BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE- junção entre as normas materialmente


constitucionais, que estão fora da CF, com o texto formal da Constituição.

STF adota o conceito restrito do bloco de constitucionalidade,


segundo o qual servem de parâmetro para a análise de compatibilidade de
leis ou atos normativos em relação à nossa Constituição o próprio texto e
os tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados no rito
previsto pelo § 3º do artigo 5º da CF.

NORMAS PRÉ CONSTITUCIONAIS

Podem ser recepcionadas ou não

Brasil não adota a inconstitucionalidade superveniente.

No entanto, o STF aceita que, por meio de uma mutação constitucional ou de


mudança no substrato fático da norma, possa se chegar a uma
inconstitucionalidade superveniente.

lei nasceu de acordo com a Constituição de sua época. Porém, ela pode se
tornar inconstitucional com o tempo, na situação em que o parâmetro que dá
validade a ela sofrer uma mudança em seu sentido interpretativo (mudança na
interpretação da norma sem alteração do texto = mutação constitucional).

Quando ajuíza uma ADI, a parte deve indicar a norma que quer ver declarada
inconstitucional e também outras que, antes dela, contenham o mesmo
problema.

EXEMPLO:
uma ADI para questionar a Lei n. 3, que revogou a Lei n. 2, que revogou a Lei
n. 1. Nesse caso, se em todas as três há o defeito que eu quero combater, de
antemão eu já digo: olha, mesmo que você tire a Lei n. 3 do ordenamento,
ainda persistirá o problema, uma vez que a Lei n. 2 voltará a vigorar (por conta
do efeito repristinatório). A mesma coisa acontece com a Lei n. 1. Em outras
palavras, tenho que dar um tiro e derrubar toda a cadeia de normas
incompatíveis com a Constituição, certo? Até aqui, tudo bem. Então, se as três
leis (3, 2 e 1) tiverem sido editadas após a promulgação da Constituição em
vigor, eu pedirei a declaração de inconstitucionalidade de todas elas. Por outro
lado – e aqui que vem o pulo do gato –, suponhamos que as Leis n. 3 e 2 foram
editadas na vigência da Constituição atual, mas a Lei n. 1 (que foi revogada
pela Lei n. 2) tivesse sido editada em 1985 (portanto, antes da Constituição
atual). Nesse cenário, caso o STF entenda que as Leis n. 3, 2 e 1 são
incompatíveis com a Constituição atual, de um lado o Tribunal vai declarar a
inconstitucionalidade das Leis n. 3 e 2 (editadas na vigência da Constituição
atual) e, de outro lado, declarar a revogação, por ausência de recepção, da Lei
n. 1 (editada antes da Constituição atual). Foi o que decidiu o STF ao julgar a
ADI n. 3.111.

No controle realizado para a recpção ou revogação da lei só se analisa a sua


compatibilidade material com o novo texto. Assim, ainda que não haja a
compatibilidade formal, a norma pode ser recebida.

Exemplo:

A partir da Constituição de 1988, não existe mais a figura do decreto-lei. Em


seu lugar, foram criadas as medidas provisórias. O detalhe é que o Código
Penal é o Decreto-lei n. 2.848/1940, se o Congresso Nacional quiser alterar o
Código Penal na atualidade, deverá utilizar uma lei ordinária, uma vez que não
existe mais decreto-lei e que o uso de medida provisória em Direito Penal é
proibido pelo artigo 62, § 1º, da Constituição.

Também não existe constitucionalidade superveniente- Algo que era


inconstitucional em outra constituição se tornar constitucional com a nova. No
entanto o STF entende que isso pode ocorrer em uma situação peculiar:

EC n. 57/2008 foi editada no fim de 2008, sendo responsável por convalidar os


municípios criados de forma irregular até 31/12/2006 (as leis locais
desrespeitaram o procedimento previsto no § 4º do artigo 18 da CF, sendo,
portanto, inconstitucionais). Daí, houve uma estranha espécie de correção do
defeito congênito na norma de criação irregular dos municípios por meio de
uma decisão política do parlamento – no caso, a promulgação da EC, o que
manteve a validade das normas que criaram (de modo irregular, frise-se) os
municípios – STF, ADI n. 2.381.

CONSTITUIÇÃO ANTIGA VS NOVA CONSTITUIÇÃO

Nova constituição revoga completamente a anterior (Ab-rogação).


No entanto existem duas exeções
Descontitucionalização: A desconstitucionalização acontece quando a
nova Constituição, em vez de revogar a anterior, opta por recebê-la com
status de lei (infraconstitucional).
deve haver uma ordem explícita na nova Constituição, o que não aconteceu
com a Constituição de 1988.

Recepção Material: na recepção material, as disposições da Constituição


anterior são recebidas com status de norma constitucional.
Ex: Art 34 ADCT

Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro


dia do quinto mês seguinte
ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição
de 1967, com a
redação dada pela Emenda n. 1, de 1969, e pelas posteriores.
§ 1º Entrarão em vigor com a promulgação da Constituição os arts. 148, 149,
150, 154, I, 156, III, e
159, I, “c”, revogadas as disposições em contrário da

Leis são recebidas com prazo certo e em caráter precário.

VACACIO CONSTITUCIONALES

Norma infraconstitucional editada no período de vacatio constitucionais deve


ter sua constitucionalidade aferida de acordo com a constituição que vigorava à
época.
Se essa lei for incompatível com a nova constituição ela não será
recepcionada.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Conceito: Controle de constitucionalidade caracteriza-se como um mecanismo


de correção presente em determinado ordenamento jurídico, consistindo em
um sistema de verificação da conformidade de um ato (lei, decreto) em relação
à Constituição

NULIDADE VS ANULABILIDADE

Teoria da Nulidade- Ato normativo uma vez declarado inconstitucional deve


ser considerado NULO e desprovido de força vinculativa.
Lei inconstitucional que contraria a norma superior é absolutamente nula
Aceita pela maioria da doutrina brasileira (Influencia a teoria Norte americana).
Para essa teoria ela já nasce nula

Teoria da Anulabilidade- Contra o entendimento da teoria da nulidade- Para


essa teoria a corte não declara uma nulidade, mas anula uma lei até o
momento em que o pronunciamento da corte não seja publicado ela é válida e
eficaz.
Para essa teoria ela produz seus efeitos até ser declarada inconstitucional.
(Teoria Austríaca).
A corte tem o poder inclusive de declarar a data posterior de seu
posicionamento a iniciar os efeitos da declaração de inconstitucionalidade.

Flexibilização da teoria da nulidade no Brasil

Afirma-se que os efeitos de fato que a norma (Inconstitucional) produziu não


podem ser suprimidos sumariamente, por simples obra de um decreto
judiciário.

A REGRA ainda é a da NULIDADE da lei declarada inconstitucional no controle


concentrado.

Estabeleceu a Lei de Ações de Controle Concentrado de Constitucionalidade


(9868/99) em seu artigo 27 que:

“Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista


razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os
efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado” (no mesmo
sentido, cf. art. 11 da Lei n. 9.882/99 — ADPF). – Chama-se- TÉCNICA DE
MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO.

Permite uma melhor adequação da declaração de inconstitucionalidade,


assegurando a segurança jurídica, interesse social e boa-fé e proteção da
confiança legítima.
Técnica de modulação pode ser feita inclusive no controle difuso.

EVOLUÇÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL

1824: o modelo de controle judicial de constitucionalidade não tinha espaço,


prevalecendo o dogma da soberania do Parlamento. Por conta da existência do
Poder Moderador, o Monarca tinha a missão de velar para a manutenção de
independência, equilíbrio e harmonia dos demais Poderes.

1891: Controle difuso de constitucionalidade, a magistratura federal poderia


intervir em espécie e por provocação da parte na guarda e na aplicação da
Constituição e das leis. Tínhamos, pois, o controle incidental, por via de
exceção. O STF a competência para rever sentenças da Justiça local quando
se questionasse a validade ou a aplicação de tratados e leis federais. Não se
falava, até então, no controle abstrato/concentrado de constitucionalidade.

1934: manteve o controle difuso de constitucionalidade, acrescentando a regra


segundo a qual a declaração de inconstitucionalidade só poderia ser feita pela
maioria absoluta dos membros dos Tribunais (Clausula de reserva de plenário),
o que buscava evitar a insegurança jurídica. se atribuía ao Senado Federal a
competência para suspender a execução de leis ou atos quando tivessem
sido declarados inconstitucionais pelo Judiciário. Davam-se, com isso,
efeitos erga omnes a decisões de inconstitucionalidade proferidas pelo STF.
Responsável pela introdução ainda que de forma tímida do controle
concentrado, prevendo a representação interventiva (ADI Interventiva), a cargo
do PGR, em caso de ofensa a determinados princípios – em semelhança ao
que prevê a Constituição atual no artigo 34, VII.

1937: Retrocesso,, dava-se ao presidente a possibilidade de submeter


decisões do STF à confirmação do Parlamento (Legislativo)o qual poderia
sustar a decisão do Tribunal por 2/3 dos votos de cada uma das Casas
Legislativas (Câmara dos Deputados e Conselho Federal = semelhante ao
Senado)- Clausula não obstante, sumindo a ADI interventiva.

1946: Deu fim a revisão constitucional, regulando recursos como RE e RO,


dando uma roupagem nova a representação interventiva, A decretação de
intervenção estava subordinada à declaração de inconstitucionalidade do ato
pelo STF. Introdução no cenário brasileiro da ADI genérica, usada para o
controle abstrato de normas estaduais e federais. À época, a ADI possuía
apenas um legitimado, que era o PGR. EC n. 16/1965 trazia regra que dava ao
legislador a faculdade para estabelecer o processo de competência
originária dos TJs para a declaração de inconstitucionalidade de leis ou atos
municipais em conflito com a Constituição Estadual.

1967/1969: o PGR ajuizava a representação de inconstitucionalidade, poderia


encaminhar pedido pela procedência da ação (com a consequente declaração
de inconstitucionalidade) ou pela improcedência da ação – o que, na prática,
significava que ele queria a confirmação da validade da norma submetida ao
STF. Com isso, vê-se que, mesmo diante da inexistência formal de um
instrumento nos moldes de uma ADC, a decisão proferida na ADI poderia tanto
confirmar a validade de uma norma quanto declará-la inconstitucional.

1988: No tocante ao controle difuso, veio a figura do mandado de injunção,


para o controle das omissões relativas à nacionalidade, soberania e cidadania.
Em 2016 foi regulamentado o MI individual e coletivo.
RE permaneceu, sendo missão do STF julga RE de confronto de competência
local vs Federal.
A criação do Superior Tribunal de Justiça veio para desafogar o volume de
processos que chegava ao STF. O “carro-chefe” do STJ é chamado de recurso
especial (RESP), usado dentro da missão de guardião da lei federal. Poucos
anos após a instalação, o imenso número de recursos especiais interpostos
demandou a criação de um filtro análogo à repercussão geral incidente
sobre o RE. Foi assim que surgiu o mecanismo dos recursos repetitivos,
primeiro mediante lei ordinária alterando o CPC/1973 e depois regulamentado
juntamente com o CPC/2015.
Remédios constitucionais são responsáveis por contribuir com a maior
efetividade do controle difuso feito por juízes e tribunais do país.

No controle concentrado- ADI deixa de ser ajuizada somente pelo PGR,


passando a ter mais legitimados.
Passou a se regular ADC e ADO. Surgiu a ADPF usado para o questionamento
de normas pré-constitucionais, e decisões judiciais e até mesmo normas
municipais. Surge a ADC.
ADI interventiva ressurge, mas continua tendo apenas um legitimado no plano
federal que é o PGR, mas no plano estadual pode ser ajuizada pelo PGJ.
Surge a ADI Estadual a ser julgada perante os TJs

ADI- Ação Direta de Inconstitucionalidade 8 legitimados pela constituição


ADC- Ação direta de Constitucionalidade
ADO- Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
ADPF- ação direta de preceito fundamental- Questiona as normas pré
constitucionais, decisões judicias e normas municipais
ADI interventiva- é uma ferramenta de controle concentrado de
constitucionalidade, a qual é utilizada para solicitar a intervenção de um
ente federativo em outro, sendo, geralmente, da União nos Estados 

ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE

Pode ocorrer por ação, onde a norma existe e é inconstitucional ou omissão


que consiste na falta da norma.

Inconstitucionalidade por omissão

Inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de


eficácia limitada.

Ferramentas:

Mandado de injunção- Remédio constitucional cujo controle constitucional é


difuso, podendo o julgamento caber ao STF, STJ ou até mesmo a primeira
instância.
Competência determinada pela autoridade responsável pela elaboração da
norma que não fora elaborada.

ADI Por omissão- No âmbito federal, só pode ser julgada pelo STF por ser
interventiva, tendo nove legitimados 103 CF.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação


declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas


ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,
em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

NESTE SENTIDO:

No MI o controle de constitucionalidade é difuso, a competência para


julgamento depende a autoridade omissa, é individual podendo ser impetrado
por QUALQUER PESSOA, natural ou jurídica e o coletivo pode ser impetrado
pelos mesmos legitimados do MS coletivo+ MP e DP.

NA ADI por omissão- o controle de constitucionalidade é concentrado, só serve


para omissões na CF, sendo que a competência para julgamento é SEMPRE
do STF, só pode ser ajuizada pelas pessoas previstas no artigo 103, inciso I a
IX.

Inconstitucionalidade por ação

Verificada sempre que uma norma for elaborada em desrespeito a


constituição
Defeito de natureza formal (nomodinâmico) ou material (nomoestático)

Vicio formal

Vício no PROCEDIMENTO podendo ter três ordens:

1) Inconstitucionalidade formal Orgânica: inobservância de competência


legislativa para elaboração do ato. Neste caso é inconstitucional
mesmos que seja uma excelente norma

Ex: caso o Estado invada a competência da União para legislar sobre


determinado tema, teremos a inconstitucionalidade formal orgânica.

FICAR ATENTO:
Está aí uma excelente casca de banana para os candidatos. As bancas
colocam normas com conteúdo bom para a população e logo em seguida
perguntam se a norma é constitucional. O(A) candidato(a), muitas vezes,
olha só para o conteúdo, “ficando cego(a)” para o aspecto formal. Em
outras palavras, ele(a) acaba se esquecendo de olhar para o órgão
responsável pela elaboração da norma.

Quer um exemplo? Legislar sobre trânsito e transporte é competência da


União. Então, leis estaduais, distritais ou municipais sobre esse tema
serão inconstitucionais, mesmo quando tragam conteúdo como a
determinação de instalação de cinto de segurança em veículos de
transporte coletivo (STF, ADI 874).

Mais um exemplo: nossa sociedade vem sendo bombardeada com


notícias sobre crimes praticados por bandidos de dentro dos presídios,
muitas vezes usando aparelhos de telefone celular. Em razão disso,
alguns estados acabaram editando leis determinando a instalação de
bloqueadores de sinal junto aos estabelecimentos prisionais. Seria ótimo,
desde que as Assembleias Legislativas pudessem tratar sobre “água,
energia, informática, telecomunicações e radiodifusão”, competência
privativa da União (artigo 22, IV, da Constituição). Resultado: o STF
declarou a inconstitucionalidade de tais normas, por invasão de
competência da União, ressaltando que lei nesse sentido tinha de ser
editada pelo Congresso Nacional (STF, ADI 5.356).

Os: Estudar competência

2) Inconstitucionalidade formal propriamente dita- Vício decorre do


processo legislativo podendo ser objetivo ou subjetivo.
I) Inconstitucionalidade formal por vício Subjetivo: Vício ocorre
na fase de INICIATIVA- Quem propõe a lei não é a pessoa certa.

Ex: quem entende das necessidades do Judiciário? O próprio Judiciário.


Logo, projetos de lei que interessem a ele devem partir de dentro do
Judiciário, seja na criação cargos, seja mesmo na ampliação de
despesas. Então, são inconstitucionais projetos nascidos de iniciativa
parlamentar sobre tais temas (STF, ADI n. 4.062).

II) Inconstitucionalidade formal por vício Objetivo: Vício está nas


demais fases do processo legislativo, momento posterior a
inciativa.

Ex: em uma das votações na Câmara (ou no Senado) a PEC for


aprovada pelo quórum de maioria absoluta – ao invés da maioria
qualificada de 3/5 –, inevitavelmente estaremos diante de
inconstitucionalidade formal, por vício objetivo (STF, ADI n. 2.135).

3) Inconstitucionalidade Formal por Violação a Pressupostos


Objetivos do Ato Normativo
Não se respeita um pressuposto determinado pela constituição

Ex: MP editada sem os pressupostos de urgência e relevância.


Leis estatuais criarem municípios sem respeitarem as etapas exigidas no
artigo 18 §4º da CF.

Vício Material

Vício de conteúdo ou substancial, o que é analisado é o conteúdo para


saber se ele está ou não de acordo com o texto constitucional.

EX: Imagine a situação em que um deputado federal, após grave delito


noticiado pela imprensa, apresente proposta de emenda à Constituição (PEC),
pena de morte para crimes hediondos. Suponha que essa PEC tramite
regularmente, sendo aprovada em dois turnos de votação, em cada Casa do
Congresso Nacional, obtendo o quórum qualificado de 3/5 de votos. Em
seguida, ela é promulgada e publicada. Pergunto: há algum problema com a
nova EC promulgada? Sem dúvida, sim! É que uma das limitações materiais
ao poder de emenda (cláusulas pétreas) se refere aos direitos e às garantias
individuais.

Vício de decoro parlamentar

Razão pela qual levou o parlamentar a aprovar uma determinada proposta tem
razão de corrupção e o recebimento de propina. Vício que atingiria o processo
legislativo, tornando-o fraudulento, a ensejar a inconstitucionalidade da norma

EX: O vício formal e o material são reconhecidos na jurisprudência e há várias


decisões indicando a inconstitucionalidade de diversas leis pela ocorrência
deles. Já o vício de decoro parlamentar ainda está mais no campo doutrinário,
embora tenha sido citado na Ação Penal n. 470 (processo do Mensalão). Isso
ocorreu em relação ao capítulo VI da denúncia, pois se falou na “formação de
base aliada ao governo federal”, por meio do recebimento de propina. Por sua
vez, o vício de decoro parlamentar encontra guarida no campo.
MOMENTOS DE CONTROLE

Controle Preventivo- Antes do projeto entrar em vigor, uma lei por


exemplo em fase de tramitação no congresso ou ainda na deliberação
executiva (Sanção ou veto).
Impede que seja inserido no ordenamento jurídico uma norma inconstitucional
acontecendo durante as fases do processo legislativo.
No brasil esse tipo de controle é uma exceção.

TODOS OS PODERES FAZEM CONTROLE PREVENTIVO.

Legislativo: Controle é realizado pela CCJ (Comissão de constituição e


justiça).
Executivo: Realizado pelo chefe do executivo na fase de sanção ou veto

Obs: pode ser o veto político ou o veto jurídico.


O veto político acontece quando o chefe do Executivo entende que o projeto é
contrário ao interesse público. Note que não se fala em inconstitucionalidade. É
no veto jurídico que ocorre o controle de constitucionalidade, na forma
preventiva, pois a manifestação recai sobre o projeto de lei, e não sobre a lei.

Judiciário: controle preventivo jurisdicional é feito SOMENTE por meio


de mandado de segurança impetrado por PARLAMENTARES, os únicos
legitimados.

Os parlamentares possuem o direito líquido e certo ao devido processo


legislativo. Em outras palavras, eles têm que preservar a garantia de
participarem de um processo legislativo sem falhas, sem desrespeito à
Constituição.

MS só pode ser impetrado em duas situações:


I) Barar tramitação de PEC que viole clausula pétra art 60 § 4º da CF
II) Frear a tramitação de lei por vício formal

Obs: Não caberá MS para barrar tramitação de projeto de lei por vício
material (Conteúdo)

Controle Repressivo

Norma já existe, promulgada e publicada.


Pode ser feito pelos três poderes.
Norma em Vacacio Legis pode ser objeto de ADI

Controle Repressivo Jurisdicional é realizado pela via difusa ou


concentrada.

OBS: vedado ao Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à


interpretação do sentido e do alcance de normas meramente regimentais das
Casas Legislativas. Isso porque as normas regimentais, via de regra, tratam de
matéria interna corporis (STF, RE n. 1.297.884)

No âmbito do Executivo, poderia o presidente (ou governador ou prefeito)


orientar os seus subordinados para não aplicarem a norma que ele entende
inconstitucional (STF, ADI n. 221).

Dentro do Legislativo, surgem três possibilidades de controle repressivo: a


primeira está no artigo 49, V, da Constituição:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa

segunda é encontrada no artigo 52, X, da Constituição, oportunidade em que


se atribui
ao Senado Federal a prerrogativa de suspender, no todo ou em parte, norma
declarada inconstitucional
pelo STF, dentro do controle difuso de constitucionalidade.

a terceira você vê no artigo 62, § 5º, da Constituição, que permite ao


Congresso
rejeitar medida provisória quando não estiverem presentes os requisitos
constitucionais de
urgência e relevância.

OBS: em abril de 2021, o Plenário do STF definiu que não cabe à Corte de
Contas, por não ter função jurisdicional, exercer o controle de
constitucionalidade nos processos sob sua análise

EM RESUMO:

Repressivo:
Judiciário – controles concentrado e difuso pelas ações constitucionais
Executivo- Não aplicação da lei que considere inconstitucional
Legislativo:
Camara- Sustar ato normativo do Poder Executivo que exorbitem o poder
regulamentar
Senado- Suspender a norma declarada inconstitucional
CN- rejeitar MP quando não tiver os requisitos constitucionais
Preventivo
Legislativo- Através das CCJ
Executivo- Na fase de sanção através do veto jurídico
Judiciário- Julgando o Mandado de segurança impetrado por parlamentares

Modelos de Controle

Existem basicamente dois modelos de controle, a saber, o controle político


– realizado pelo Poderes Executivo e Legislativo – e o controle
jurisdicional – feito pelo Poder Judiciário. Como visto, há também a
possibilidade de o TCU fazer controle (sempre repressivo) de
constitucionalidade dos atos. Ele terá natureza não jurisdicional. Como visto,
não há mais a possibilidade de o TCU fazer controle (sempre repressivo) de
constitucionalidade dos atos.
SISTEMAS DE CONTROLE JURSDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE

Pode ser difuso ou concentrado.

Difuso ou Incidental

CASO QUE DEU ORIGEM AO CONTROLE DIFUSO

Pode-se, assim, afirmar que a noção e a ideia de controle difuso de


constitucionalidade, historicamente, devem-se ao famoso caso julgado pelo
Juiz John Marshall da Suprema Corte norte-americana, que, apreciando o
precedente Marbury v. Madison, em 1803, decidiu que, havendo conflito entre a
aplicação de uma lei em um caso concreto e a Constituição, deve prevalecer a
Constituição, por ser hierarquicamente superior. Controle aberto incidental por
vias de exceção ou de defesa

Noções Gerais:

O controle difuso, repressivo, ou posterior, é também chamado de controle pela


via de exceção ou defesa, ou controle aberto, sendo realizado por qualquer
juízo ou tribunal do Poder Judiciário.

Inconstitucionalidade da norma é a razão de pedir e não o pedido, feito por


meio de MI, MS coletivo e RE.
É uma via de exceção ou de defesa
A inconstitucionalidade pode ser arguida em qualquer tipo de ação por meio de
recursos ou remédios constitucionais.
Pode ser utilizado por qualquer pessoa no bojo do processo
Pode ser feito por qualquer juízo ou tribunal do país inclusive o STF
Em regra a decisão produz efeito Inter partes
Ao proferir a decisão o julgador pode fazer a modulação temporal dos efeitos
Cabe participação de amicus Curie
É possível a realização de audiências públicas
Adota a teoria da nulidade, operando em regra com efeitos retroativos.

Obs: Pela redação da Constituição (artigo 52, X), ao declarar a


inconstitucionalidade, o STF deveria comunicar ao Senado, para possível
suspensão, total ou parcial, da execução da lei. No entanto, a orientação atual
é de mutação constitucional desse dispositivo, passando a decisão do Plenário
do STF, mesmo em controle difuso, a valer erga omnes. O papel do Senado
seria de dar publicidade à decisão.

CONTROLE DIFUSO E A CLAUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO:

Como é feito?

No tribunal competente, distribuído o processo para turma, câmara ou seção


(depende da organização interna do tribunal a ser estabelecida em seu
regimento interno), arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei
ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público
e as partes, submeterá a questão ao referido órgão fracionário ao qual competir
o conhecimento do processo, que poderá proferir duas decisões:

■ rejeitar a arguição: o julgamento prosseguirá;


■ acolher a arguição: a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao
seu órgão especial, onde houver.

Para esta última situação, o art. 97 da CF/88 estabelece que somente pelo voto
da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público. Temos aqui a chamada cláusula de reserva de
plenário, também denominada regra do full bench.

Órgãos Fracionários são frações de um tribunal- CAMARAS, TURMAS OU


SESSÕES.
Câmaras: Usadas nos TJ podendo julgar isoladamente (Câmaras isoladas)
ou reunidas.
Sessão: Reunião de todas as câmaras para julgar uma mesma matéria-
Normalmente a sessão é composta para resolver divergências entre as
câmaras.
Turmas é o órgão Fracionado em Tribunais federais equivalendo a câmaras.

Tribunal Pleno: Todos os desembargadores daquele tribunal, presidido pelo


presidente do TJ, só funcionando com a presença da maioria absoluta de
seus membros.
Órgão Especial: Nos termos do art. 93, XI, da Constituição Federal, os
Tribunais com número superior a 25 julgadores poderão constituir órgão
especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício
das atribuições administrativas jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno.

A cópia do Acórdão é remetida a todos os juízes e o presidente do


tribunal designa uma sessão de julgamento, devendo ocorrer:

PJ de direito público responsáveis pela edição do ato normativo


questionado: Pode se manifestar no incidente de inconstitucionalidade.

Partes legitimadas a propositura da ação (Art 103 CF): Podem se


manifestar por escrito sobre a questão constitucional objeto apreciado,
podendo apresentar memoriais ou requerer juntada de documentos.

Amicus curiae: Pode ser admitido pelo relator por despacho irrecorrível a
manifestação de outros órgão ou entidades.

Após o julgamento da questão incidental de inconstitucionalidade pelo pleno ou


órgão especial do tribunal, o órgão fracionário, vinculado à decisão, seja em
que sentido for, julgará a questão principal de mérito.

Neste sentido:
3 acórdãos:
a) arguida a questão incidental de inconstitucionalidade, a primeira decisão
será
tomada pelo órgão fracionário no sentido de acolher ou não o incidente.
Acolhido, cinde-se o julgamento e se remetem os autos para o órgão especial
ou plenário analisar o incidente de inconstitucionalidade;
b) submetida a questão ao órgão especial ou plenário, haverá, com o
julgamento, um segundo acórdão, declarando a constitucionalidade ou não da
lei ou do ato normativo;
c) finalmente, julgada a questão incidental, o órgão fracionário, vinculado à
decisão, julgará a questão principal e será lavrado o terceiro acórdão.
Somente após a ultima decisão é que se pode interpor recurso. SUMULA 513
STF.

Sumula 10 do STF: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a


decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”.

Hipóteses de mitigação da reserva do plenário:

 949, CPC:
“Os órgãos fracionários dos tribunais (entenda-se Câmaras, Grupos,
Turmas ou Seções) não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a
arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamentos
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão”.

 Em ação de declaração de constitucionalidade

 Em normas Pré-constitucionais

 Quando o tribunal utilizar Interpretação conforme a constituição, pois


não haverá declaração de inconstitucionalidade

Concentrado ou principal= é uma via de ação, a inconstitucionalidade da


norma é o pedido principal, proposta perante o STF.
Inconstitucionalidade só pode ser pedida pelos legitimados da constituição por
meio de cinco ferramentas:

ADI- Ação direta de Inconstitucionalidade


ADO- Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
ADC- Ação direta de constitucionalidade.
ADPF- Arguição de descumprimento a preceito fundamental
ADI por representação interventiva do PGR.

No plano federal, a ADI, ADO, ADC e ADPF somente podem ser ajuizadas
por nove legitimados, previstos no artigo 103 da Constituição: Presidente da
República; Mesas da Câmara dos Deputados ou do Senado; PGR;
Governadores dos estados e do DF; Mesa das Assembleias ou da Câmara
Legislativa; partidos políticos com representação no Congresso; Conselho
Federal da OAB; e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional.

No âmbito estadual, o artigo 125 da Constituição de 1988 previu a


impossibilidade de existir somente um legitimado, embora deixe para o
Constituinte estadual a tarefa de definir o rol.
Já a ADI Interventiva possui apenas um legitimado, que é o PGR no cenário
federal, e o PGJ perante o TJ

No Brasil, ambos seguem a teoria da nulidade, com a declaração de


inconstitucionalidade operando, em regra, efeitos retroativos.

Só pode ser feito pelo STF (guardião da CF) e pelos TJs (guardião da CE ou
da LODF).

Decisão produz efeitos erga omnes

STF não precisa comunicar ao senado uma vez que a decisão já possui efeito
erga omnes

Ao proferir a decisão o julgador pode fazer modulação temporal dos efeitos


Cabe amicus curie
É possível audiências públicas.

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