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RESENHA CRÍTICA

ALVES, Rubem. O que é científico. 1999. Disponível em:


http://www.polbr.med.br/ano99/cientif1.php. Acesso em: 20 nov. 2021

O que é científico?

Por: Anna Jullia Lopes dos Santos Matos

Rubem Alves, teólogo, educador e escritor brasileiro, sendo autor do livro O que é
científico? em sua obra de oito capítulos aborda a diferença entre o que é e não é
considerado científico e como tais conceitos influenciam diretamente os seres
humanos, mostrando que tanto o que é científico quanto o que não é são
importantes para construção do conhecimento humano.
O primeiro capítulo da supramencionada obra, inicia-se com um diálogo entre
o autor e um colega aposentado, este informou que estava escrevendo um livro
sobre aprendizados da vida, no entanto não foi aceito por não ser considerado
científico, sendo assim iniciou-se um questionamento sobre o que é científico, e uma
indignação ante o silenciamento de uma sabedoria por não ser considerada
científica.
Em seguida o autor afirma que não é considerado filósofo uma vez que não
pensa através de conceitos e sim de imagens, momento em que surgiu uma estória
em seus pensamentos na qual conta sobre um rio que rodeava uma aldeia e os
aldeões acreditam ter figuras misteriosas no rio, uma vez que existiam pessoas que
adentravam no rio e não mais saiam, acreditavam que o rio era assombrado, no
entanto, um homem resolveu tecer uma rede e pescou um peixe dourado, ocasião
em que muitos ficaram associando a feitiçaria, outros se prestaram a aprender como
se fazia redes, surgindo assim pescadores e fabricantes de redes os quais eram
considerados importantes, uma vez que os peixes pescados tinham poderes. Assim
os pescadores se organizaram no que se chamou confraria criando uma linguagem
chamada de ictiolalês, considerando real apenas o que sabiam falar, assim o que
não fosse falado com essa língua e não fosse pescado não era real para eles,
qualquer coisa diferente disso era amplamente rejeitado.
Ao final o autor conclui que existem muitas coisas no mundo além do que se
pode pescar, e que são reais, assim concluiu que o que o colega produziu só não foi
considerado científico porque não fora reconhecido como científico na confraria dos
cientistas, equiparando os cientistas aos pescadores da história.
O segundo capítulo do livro, o autor cita Santo Agostinho, o qual comparava o
ato de pensar com o ato de comer, sendo que Nietzsche fez a mesma analogia,
passando a falar sobre a importância da analogia, uma vez que se conhece algo
desconhecido quando se faz uma analogia a outra coisa conhecida e isso faz com
que o conhecimento cresça, afirmando ainda que um bom professor precisa fazer
analogias para que se torne entendível. Sendo assim, na analogia entre estômago e
mente o autor afirma que assim como o estômago processa alimentos exteriores, e
transforma em interiores a mente processa informações exteriores e interioriza, ao
final informando que a ciência é um dos estômagos possíveis do ser humano e não
o estômago original e sim um produzido historicamente, fazendo analogia ao
estômago das vacas, afirmando que só é capaz de consumir um tipo de alimento, e
o que não pode consumir afirma que não é comida, se for oferecida a ciência uma
comida não apropriada ela recusou, afirmando em sua linguagem que não é
científico.
No terceiro capítulo o autor interage com o leitor o convidando a jogar um
jogo de palavras chamado filosofia, afirmando ainda que uma pessoa que fala que
não sabe filosofia pode não ter condições de dar uma aula de filosofia uma vez que
estes precisam dominá-la, no entanto o homem que inventou o alfabeto era
analfabeto, o primeiro filósofo não tinha uma bibliografia filosófica, sendo que o
excesso de informações pode prejudicar o pensamento próprio, afirma ainda que os
professores de filosofia pensam tanto o pensamento dos outros que acabam sem
pensamentos próprios, o que acaba por deturpar sua liberdade, o autor dá ainda
como exemplo o futebol, afirmando que a beleza deste esporte está justamente a
liberdade do jogador dentro de um quadro de regras de como jogar. Ademais, aduz
que existe uma infinidade de jogos com regras precisas e fixas, após exemplifica
sentimentos, expressões como se fossem jogos, em seguida, afirma que os
professores deveriam parar para pensar no jogo que estão obrigando seus alunos a
aceitar e às regras impostas pelo jogo, devendo adotar como recurso a burla.
Por conseguinte, o autor traz que é fácil identificar uma pessoa cuja
inteligência está ligada a um jogo de uma só linguagem , e quem sabe jogar o jogo
de uma só linguagem fca burro, é chato, uma vez que a inteligencia só ocorre de
saltos entre danças diferentes, neste sentido afirma que a ciência pode ser desejável
e as pessoas não poderiam viver sem ela, no entanto citando Manoela Barros o
autor afirma que ela não pode medir os encantos das coisas, daí o efeito do que não
é cientifico. Ao final aduz que quer que os pescadores continuem a preparar os
peixes deliciosos no rio da realidade, no entanto que eles também sejam capazes de
identificar coisas que não se pode pegar com suas redes, e que muitas vezes são
mais importantes que esses peixes, assim o que não é científico é tão importante
quanto o que é científico.
No quarto capítulo o autor traz o questionamento acerca do que se faz um
cientista, afirmando que são astrônomos, geneticistas, clonadores de ovelhas,
físicos quânticos, meteorologistas, químicos especialistas em aromas, anestesistas,
caçadores de vírus e etc, sendo que são coisas diferentes, o entanto utilizam-se de
um único nome cientista, o que quer dizer que estão jogando mesmo jogo, o de
declarar coisas e testar para ver qual funciona, sempre buscando entender as regras
da ciência, e suas palavras objetivam enunciar a verdade, mas sempre nasce da
desconfiança. Voltando à história dos peixes em comparação com a ciência, o autor
traz que as redes só pegam os peixes porque seus buracos deixam passar,
afirmando que as redes da ciência deixam passar muito mais do que seguram,ou
seja, o que não é científico.
O texto traz de maneira clara e objetiva o que os cientistas consideram como
científico e não científico, trazendo uma analogia a uma história de pescadores de
peixes que não consideravam real aquilo que não poderiam pescar, no entanto o
fato de não conseguirem pescar certas coisas não significava que não existiam,
neste sentido não significa que o não científico não existe, e que não tem
importância tanto que muitas vezes o não científico é muito mais importante do que
o científico, Assim o texto se apresenta de maneira de fácil leitura, interage muito
bem com o leitor e traz uma boa reflexão acerca da importância do que não é
considerado científico.
RESUMO

ALVES, Rubem. O que é científico. 1999. Disponível em:


http://www.polbr.med.br/ano99/cientif1.php. Acesso em: 20 nov. 2021

Por: Anna Jullia Lopes dos Santos Matos

Inicialmente cumpre destacar que o capítulo 5 do livro o que é científico em


abordar sobre a verdade e sobre pessoas convictas de serem possuidoras da
verdade e quem não está convicto está pronto para escutar e ser aprendiz, neste
sentido afirma que os verdadeiros professores desconfiam até de suas próprias
palavras nunca podem se considerarem como absolutamente certos, uma vez que
pessoas convictas não se dão conta do próprio erro, pensando que são sábios., uma
vez que ideias divergentes das ideias do convicto são invalidadas. Neste sentido, as
consequências das convicção tem consequências mortais. Ademais afirma que a
ciência não está livre dessas convicções, uma vez que os cientistas se agarram em
suas teorias e não admitem uma verdade diferente, e seu principal dogma é o
método, no qual dizem que é científico apenas o que se utiliza com a metodologia
científica.
Em ato contínuo, no capítulo sexto o autor traz mais uma estória sobre um
jovem que só gostava de jogo de xadrez e vivia por isso, só falava sobre isso sendo
que tal fato afeta suas relações pessoais, e acabou perdendo tudo a sua volta, virou
um computador ambulante de um diquete só afirmando logo em seguida qeu a vida
não é uma coisa só e sim várias coisas ao mesmo tempo e isso faz a inteligência
Em seguida o autor aduz que a ciência é como um jogo de xadrez que não admite
regras de outro jogo, sendo que suas regras definem uma linguagem própria neste
sentido o cientista se transforma em um ser unidimensional, terminando por afirmar
que a ciência quando transformada em uma única linguagem pode produzir
dogmatismo, cegueira e emburrecimento.
O sétimo capítulo da obra traz que não existem maneiras de fazer pesquisas
sobre sentimentos uma vez que estes não são objetos, sendo que a ciência
pesquisa objetos ignorando suas qualidades, sendo que ao final traz que é uma
pena que os cientistas proíbam a investigação sobre sofrimento e felicidade.
Por fim, o capítulo oitavo da obra o autor fala sobre a fabricação de pianos e a
ciência por trás disso, podendo a ciência repetir diversas vezes o mesmo piano, no
entanto estes não são fins em si mesmos necessitam que alguém os toque sendo
portanto algo qualitativo, que não pode ser medido .
Ao final o autor afirma que no Brasil a pesquisa qualitativa está sendo
rejeitada por alegação sobre a imprecisão de seus resultados, não sendo
considerados científicos, não são passíveis de publicação em revistas científicas,
sendo que na comunidade científica só tem-se permitido a linguagem quantitativa.

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