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GRADUAÇÃO EM DIREITO
NOME DA DISCIPLINA PROFESSOR
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E CONTROLE Anderson Mário Trajano da
DE CONSTITUCIONALIDADE Silva
CARGA HORÁRIA: ANO/SEMESTRE: 2022.2
80h/a CURSO: Graduação em
Direito
REVISÃO
Roteiro de Aula 02 (Controle de Constitucionalidade:
Constitucionalidade e Inconstitucionalidade)
1.0-Conceitos de Constituição:
a) Constituição material: Instrumento formado pelas regras que disciplinam a
criação das normas essenciais do Estado, organizam os entes estatais e
consagram o procedimento legislativo.
a) Controle político aquele que é feito por órgão que não faz parte do Poder
Judiciário, podendo integrar o Executivo, o Legislativo ou ser órgão
especialmente voltado a promover a fiscalização da validade das leis sem
integrar nenhum dos Poderes do Estado. Na França, por exemplo, o controle de
constitucionalidade é feito pelo Conselho Constitucional, órgão não vinculado à
estrutura orgânica dos demais Poderes. No Brasil, há manifestação de controle
político quando o Presidente da República veta projeto de lei por
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4.0- O controle abstrato é instaurado perante o Supremo Tribunal Federal por meio de
cinco distintas ações:
✓ Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI);
✓ Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO);
✓ Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC);
✓ Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF);
✓ Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI Interventiva).
9.1- Exemplos:
O artigo 14 da EC 20/1998 disciplinou o limite máximo para o valor dos
benefícios do regime geral de previdência social e trouxe a seguinte redação:
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Observe que o dispositivo não impede expressamente (de modo claro) a união
entre pessoas do mesmo sexo, mas permite interpretação duvidosa, de modo que o
tribunal apontou qual deve ser a interpretação adequada, à luz da Constituição Federal.
Perceba que, na declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto,
ocorre a declaração de inconstitucionalidade da norma, embora o texto permaneça no
ordenamento jurídico. Por outro lado, na interpretação conforme a Constituição, a
norma é declarada constitucional. Com efeito, caso seja utilizada a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, será preciso respeitar a cláusula da Reserva
de Plenário prescrita no artigo 97 da Constituição Federal, segundo a qual a declaração
de inconstitucionalidade depende de decisão da maioria absoluta do Plenário ou do
Órgão Especial.
Por outro lado, na interpretação conforme a Constituição, não há necessidade de
provocação do Plenário ou Órgão Especial, porque esta forma de solução de
controvérsia constitucional é técnica de hermenêutica que visa a preservar o texto
questionado por meio da declaração de sua constitucionalidade.
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omnes e outra produzir efeito inter partes apenas porque o meio processual foi
distinto, mas o órgão julgador foi o mesmo, inclusive respeitando-se a exigência
da reserva de plenário.
Outro aspecto que ajuda a reforçar a tese da abstrativização do controle
difuso é a criação da Súmula Vinculante, nos termos do artigo 103A da
Constituição Federal. Ora, a Constituição autoriza que o STF, após reiteradas
decisões sobre uma determinada matéria, por decisões de dois terços de seus
membros, aprove súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
vincule aos demais órgãos do Poder Judiciário e a toda a Administração Pública.
Assim, fica claro que o Tribunal não depende da resolução do Senado para que
suas decisões produzam eficácia contra todos e efeito vinculante.
O tema que já havia sido enfrentado pelo STF na Reclamação 4335/AC,
voltou à baila a partir do julgamento conjunto de duas ações diretas de
inconstitucionalidade (3406/RJ e 3470/RJ), em 2017, nas quais se discutiu
norma do Rio de Janeiro que proibia a extração de amianto. Embora em sede de
ação direta de inconstitucionalidade, foi declarada também, incidentalmente, de
ofício, a inconstitucionalidade do artigo 2º da Lei federal 9.055/1995, com efeito
vinculante e “erga omnes” (Informativo 886).
Percebe-se no julgamento das ações que o Supremo Tribunal Federal
revisitou a sua jurisprudência e passou a admitir a mutação constitucional do
artigo 52, X, da Constituição Federal, de modo que é possível afirmar o
seguinte:
(art. 24, V, VI e XII, e §§ 1º a 4º, da CF). A Lei n° 3.579/2001, do Rio de Janeiro, que
dispõe sobre a progressiva substituição da produção e do uso do asbesto/amianto no
âmbito do Estado, veicula normas incidentes sobre produção e consumo, proteção do
meio ambiente, controle da poluição e proteção e defesa da saúde, matérias a respeito
das quais, a teor do art. 24, V, VI e XII, da CF, compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar
concorrentemente. 3. No modelo federativo brasileiro, estabelecidas pela União as
normas gerais para disciplinar a extração, a industrialização, a utilização, a
comercialização e o transporte do amianto e dos produtos que o contêm, aos Estados
compete, além da supressão de eventuais lacunas, a previsão de normas destinadas a
complementar a norma geral e a atender as peculiaridades locais, respeitados os critérios
da preponderância do interesse local, do exaurimento dos efeitos dentro dos respectivos
limites territoriais e da vedação da proteção insuficiente. Ao assegurar nível mínimo de
proteção a ser necessariamente observado em todos os Estados da Federação, a Lei nº
9.055/1995, na condição de norma geral, não se impõe como obstáculo à maximização
dessa proteção pelos Estados, ausente eficácia preemptiva da sua atuação legislativa, no
exercício da competência concorrente. A Lei nº 3.579/2001 do Estado do Rio de Janeiro
não excede dos limites da competência concorrente suplementar dos Estados,
consentânea a proibição progressiva nela encartada com a diretriz norteadora da Lei nº
9.055/1995 (norma geral), inocorrente afronta ao art. 24, V, VI e XII, e §§ 2º, 3º e 4º, da
CF. 4. Alegação de inconstitucionalidade formal dos arts. 7º e 8º da Lei nº 3.579/2001
do Estado do Rio de Janeiro por usurpação da competência privativa da União (arts. 21,
XXIV, e 22, I e VIII, da CF). A despeito da nomenclatura, preceito normativo estadual
definidor de limites de tolerância à exposição a fibras de amianto no ambiente de
trabalho não expressa norma trabalhista em sentido estrito, e sim norma de proteção do
meio ambiente (no que abrange o meio ambiente do trabalho), controle de poluição e
proteção e defesa da saúde (art. 24, VIII e XII, da Lei Maior), inocorrente ofensa aos
arts. 21, XXIV, e 22, I, da Constituição da República. A disciplina da rotulagem de
produto quando no território do Estado não configura legislação sobre comércio
interestadual, incólume o art. 22, VIII, da CF. 5. Alegação de inconstitucionalidade
formal do art. 7º, XII, XIII e XIV, da Lei nº 3.579/2001 do Estado do Rio de Janeiro,
por vício de iniciativa (art. 84, II e VI, “a”, da CF). Não se expõe ao controle de
constitucionalidade em sede
abstrata preceito normativo cujos efeitos já se exauriram. 6. À mesma conclusão de
ausência de inconstitucionalidade formal conduz o entendimento de que
inconstitucional, e em consequência nulo e ineficaz, o art. 2º da Lei nº 9.055/1995, a
atrair por si só a incidência do art. 24, § 3º, da Lei Maior, segundo o qual “inexistindo
lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena”.
Afastada, também por esse fundamento, a invocada afronta ao art. 24, V, VI e XII, e §§
1º a 4º, da CF. 7.
Constitucionalidade material da Lei fluminense nº 3.579/2001. À luz do conhecimento
científico acumulado sobre a extensão dos efeitos nocivos do amianto para a saúde e o
meio ambiente e à evidência da ineficácia das medidas de controle nela contempladas, a
tolerância ao uso do amianto crisotila, tal como positivada no art. 2º da Lei nº
9.055/1995, não protege adequada e suficientemente os direitos fundamentais à saúde e
ao meio ambiente equilibrado (arts. 6º, 7º, XXII, 196, e 225 da CF), tampouco se alinha
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