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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CF
Norma
CFde 1º grau
Norma 2º grau
As normas de primeiro grau (art. 59, CF) devem estar de acordo com a CF para que
não sejam inconstitucionais. Por sua vez, as normas de segundo grau (decretos, portarias,
resoluções, etc) devem estar de acordo com as de primeiro grau para que não sejam ilegais.
A natureza do controle pode ser política ou jurídica.
Classificação do controle
1) Quanto ao momento:
• Preventivo – é o controle realizado antes que a norma adentre no ordenamento jurídico,
é controle político realizado pelo legislativo durante o devido processo legislativo (CCJ
e Comissão Orçamentária).
• Repressivo – o controle é realizado na falha do preventivo, ou seja, quando a norma
inconstitucional entrou no ordenamento jurídico, é controle judicial exercido pelo
judiciário.
• Em ambos os casos, o legislador não é responsável pela produção de norma
inconstitucional, vez que seu cargo é discricionário.
2) Controle por ação ou omissão:
• Ação – a lei existe e passa pelo controle.
• Omissão – a lei não existe e isso é inconstitucional, pois essa seria necessária
para o exercício regular de um direito de eficácia limitada.
Eficácia das normas:
• Normas de eficácia plena: produz efeitos sem qualquer limitação.
• Normas de eficácia contida: produzem efeitos plenos até que surja uma lei que os
contenha (exercício de profissão, art. 6º CF).
• Normas de eficácia limitada: há o direito que só pode ser exercido mediante lei. O
fato de existir um direito que não pode ser exercido por ausência de lei é
inconstitucional.
3) Controle total ou parcial
• Controle total – a lei, em sua totalidade, é inconstitucional.
• Controle parcial – é o controle que incide em “partes” da lei, a chamada técnica
legislativa (artigos, parágrafos, incisos, alíneas). O controle de constitucionalidade pode
incidir parcialmente na lei, ao contrário do veto presidencial, que ou veta totalmente ou
sanciona totalmente.
4) Controle formal ou material
• Formal: é o controle de erro que decorre do processo legislativo descrito na CF, na
forma da lei e não em seu conteúdo.
• Material: é controle sobre o conteúdo da lei que se mostra inconstitucional (a forma
está correta.
Temporariedade da norma objeto de controle
Uma norma anterior a CF, desde que compatível com essa, pode ser recepcionada
(aproveitar legislação anterior a CF). No rito da recepção a lei já passa por controle de
constitucionalidade, logo, não passa por controle posterior. Mas e se lei recepcionada vem
a se tornar inconstitucional, seja por fator social ou outra circunstância? Não poderia essa
declarada inconstitucional, pois se assim fosse, essa nem sequer existiria (não teria nem sido
recepcionada) e controle pressupõe existência. A ADPF é instrumento viável para resolver
as questões de incompatibilidade de legislação anterior a CF/88.
É cabível modulação de efeitos em sede de declaração de não recepção da lei pré-
constitucional pela norma constitucional superveniente, aplicando –se por analogia o art. 27
da lei 9868???
Espécies de inconstitucionalidade
Por ação: é aquela que gera incompatibilidade vertical dos atos inferiores com a CF,
pressupõe a existência de norma inconstitucional. Por omissão: decorre da inércia
legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada, pressupõe a
violação da lei constitucional pelo silêncio legislativo.
Momentos de controle
Esta classificação diz respeito ao momento em que será realizado o controle, qual seja,
antes de o projeto de lei virar lei (controle preventivo), impedindo a inserção no sistema de
normas que padeçam de vícios, ou sobre a lei já criada, geradora de efeitos potenciais ou
efetivos (controle repressivo).
CONTROLE PREVENTIVO: tem o objetivo de evitar que a norma entre no
ordenamento jurídico eivada de inconstitucionalidade. É o controle político feito, via de
regra, pelo legislativo, durante o processo legislativo de formação do ato normativo. Tanto
na Câmara dos Deputados, quanto no Senado Federal, a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), é a responsável por verificar se o projeto de lei contém algum vício que
possa vir a ensejar inconstitucionalidade. O art. 101 do regimento interno do Senado, afirma
que se tratando de inconstitucionalidade parcial, a Comissão poderá oferecer emenda
corrigindo o vício (§2º), mas a regra geral (§ 1º) é que havendo inconstitucionalidade em
qualquer proporção, a proposta será rejeitada e arquivada imediatamente por despacho do
presidente do Senado, salvo, desde que não seja unânime o parecer, se houver recurso
interposto nos termos do art. 254, ou seja, de no mínimo 1/10 dos membros do senado,
manifestando opinião favorável ao seu processamento.
Da mesma maneira, no regulamento da câmara dos deputados, em seu art. 54, I, afirma
que será terminativo o parecer da CCJ, quanto a constitucionalidade da matéria. No entanto,
há previsão de recurso para o plenário da casa contra referida deliberação (arts. 132, §2º,
137, §2º, e 164, §2º).
Além disso, o poder judiciário atua no controle preventivo de maneira indireta,
incidental. É apenas para garantir ao parlamentar o seu direito público subjetivo ao devido
processo legislativo, vedando a sua participação em procedimento desconforme com as
regras da CF.
Enfim, lembrando as considerações a cima no tópico também sobre controle preventivo,
o veto presidencial é o controle preventivo exercido pelo executivo.
CONTROLE REPRESSIVO: será realizado sobre a lei, e não mais sobre o projeto de
lei, como ocorre no controle preventivo. Os órgãos de controle verificarão se a lei possui
vício formal (produzido durante o processo de sua formação), ou material. O Brasil adotou
o controle jurisdicional, ou seja, via de regra, o controle repressivo é exercido pelo poder
judiciário, tanto concentrado (através de um único órgão), quanto difuso (qualquer juiz ou
tribunal). Por haver o controle difuso e concentrado, o sistema brasileiro é chamado de
jurisdicional misto.
Porém, existem exceções ao controle jurisdicional misto, a primeira delas é o controle
de constitucionalidade repressivo difuso exercido pelo legislativo. As hipóteses em que
isso ocorre estão previstas nos arts. 49, V (84, IV e 68) e 62.
Controle difuso exercido pelo legislativo: Art. 49, V: compete exclusivamente ao
congresso nacional sustar os atos do executivo que: 1) exorbitem do poder regulamentar, 2)
exorbitem os limites de delegação legislativa. No primeiro caso, é fato que compete ao
Presidente expedir decretos e regulamentos para a fiel execução da lei (art. 84, IV), em
outras palavras, ele regulamenta uma lei expedida pelo legislativo, através de decreto
presidencial. Se, no momento de regulamentá-la, o presidente extrapolá-la, o “a mais”
colocado poderá ser afastado pelo legislativo, através de decreto legislativo.
No segundo caso, a CF atribui ao presidente a competência de elaborar lei delegada,
mediante delegação do Congresso Nacional, que decretará o conteúdo e os termos de seu
exercício (art. 68). No caso de elaboração de lei delegada pelo presidente, extrapolando os
limites da aludida resolução, poderá o Congresso, através de decreto legislativo, sustar o
referido ato que exorbitou os limites da delegação legislativa.
O artigo 62 da CF, por sua vez, preconiza que em caso de relevância e urgência, o
presidente poderá adotar medidas provisórias com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao congresso nacional. Esse, entendendo-a inconstitucional, estará realizando
controle de constitucionalidade repressivo, vez que a MP tem força de lei desde de sua
adoção. São essas as exceções ao sistema jurisdicional misto, já que, nessas hipóteses, o
controle repressivo não é realizado pelo judiciário, mas sim pelo legislativo.
Controle repressivo exercido pelo executivo: antes da CF/88, os chefes do executivo
(presidente, governador, prefeito) não tinham competência para ajuizar ação buscando, em
controle concentrado, discutir a constitucionalidade da lei (competência que era exclusiva
do PGR). Logo, era aceito pela doutrina e pela jurisprudência que os chefes do executivo
podiam deixar de aplicar lei que entendessem inconstitucional. Porém, após a CF/88, tal
competência foi ampliada (art. 103), não mais de admitindo o descumprimento de lei
inconstitucional pelo chefe do executivo.
ADI GENÉRICA
• Fundamento legal: art. 102, I, a, CF e lei 9868
• Objetivo: declaração de inconstitucionalidade
• Objeto: lei ou ato normativo (federal ou estadual) que afronte a CF. O
• Pode haver controle estadual, de acordo com a constituição de cada estado, que
será realizada pelo TJ.
• Legitimidade: (i) ativa: art. 103, CF e art.2º lei 9868; (ii) passiva: AGU, órgão
que produziu o ato.
• Outras participações: PGR, amicus curiae, etc.
15/04
Mandado de Segurança
Lei 12016/09 – CF, art. 5º, LXIX – CPC (subsidiariamente)
Objeto: proteger direito líquido e certo, desde que não amparado por HC ou HD contra
ato do poder público ilegal ou abusivo. Ao se referir a ilegalidade a CF se refere aos atos
vinculados, enquanto a abusividade diz respeito aos discricionários (conveniência e
oportunidade).
É o direito que pode ser demonstrado de plano, por prova pré-constituída, já que não há
fase probatória em MS. O juiz analisará a liquidez do direito e da lesão, e se o fato é ilegal.
OBS: todo direito por si só é líquido e certo, o que deve possuir tais características é o fato
(ameaça ou lesão ao direito). Deve haver prova líquida e certa do fato e do direito.
• Caráter subsidiário do MS – só é cabível nas hipóteses em que não for possível
Habeas Corpus ou Habeas Data.
• O MS é concedido ou negado.
• Tipos: a) preventivo (quando houver justo receio de sofrer violação; b)
repressivo (repara lesão que já ocorreu ou está ocorrendo).
• Legitimidade ativa: titular do direito líquido e certo ameaçado ou violado (ação
personalíssima). Exceção: art. 3º da lei 12.016 – direito líquido e certo
pertencente à várias pessoas (não é litisconsórcio ativo necessário, qualquer um
dos titulares pode impetrar MS).
• Legitimidade passiva: é o servidor público (membro da adm. Pública direta ou
indireta) com poder de decisão (poder hierárquico), nem sempre é o servidor que
expediu o ato, mas aquele capaz de anulá-lo.
Em caso de ser colocada autoridade errada na inicial, a autoridade indicada
erroneamente poderá indicar a correta, desde que pertençam ao mesmo ente
administrativo.
Teoria da Encampação (súmula 628, STJ) - consiste na hipótese em que o
mandado de segurança aponta como autoridade coatora, por equívoco, não
aquela que realmente praticou o ato impugnado, mas uma autoridade de nível
hierárquico superior, a qual, embora inicialmente sem legitimidade passiva,
passa a ter essa legitimidade se ao prestar informações não se limita apenas a
se insurgir contra a sua falta de legitimidade, mas também adentra ao mérito
da demanda, defendendo o ato impugnado. O STJ, inclusive, não aceita a
incidência dessa teoria no caso de a autoridade hierarquicamente superior
apontada erroneamente como autoridade coatora provocar a modificação da
competência para julgamento do MS.
No caso de: pessoas físicas, pessoas jurídicas de direito privado, sociedades de
economia mista ou empresa pública, poderão essas ser alvo de MS, desde que,
estejam prestando serviço público e não apenas realizando atos de gestão.
Somente se os atos forem ilegais, pois abusividade pressupõe cargo público.
• Não há contestação no MS, o instituto se chama “prestar informações em sede
de MS”.
• Resposta do impetrado: o impetrado deverá provar que o ato é legal e não
abusivo, e nunca falar sobre titularidade e lesão, já que foram provadas
cabalmente na inicial.
• Liminar: é cabível – deve ser demonstrado fumus e periculum além de dano
irreparável ou de difícil retorno ao status quo. A autoridade coatora pode recorrer
da liminar demonstrando que não há lesão.
• Sentença: denegatória: ou o impetrante apela ou impetra novo MS (não houve
julgamento do mérito – no mesmo prazo decadencial de 120 dias). Concessiva:
anula o ato e determina providências para evitar ou reparar a lesão, há reexame
necessário.
• Prazo: decadencial (perde o direito de impetrar MS, podendo utilizar outra ação)
de 120 dias a contar da data da ciência da lesão (varia o método de obtenção de
ciência dependendo do ato).