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Papa Concursos – GE TRT, TRE e TRF Brasil 2017/2018 – Direito Administrativo – Aula 10 (12.10.

2017)

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Direito Administrativo - Teórico


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Professor Marcelo Sobral


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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle Administrativo. Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a

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Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade

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e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação. Abrange os órgãos da Administração direta ou

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centralizada e as pessoas jurídicas que integram a Administração indireta ou descentralizada.

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Autotutela: fundamenta-se no princípio da legalidade. Súmulas 346 e 473 STF.

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346: Administração Pública - Declaração da Nulidade dos Seus Próprios Atos. A administração
pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

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473: Administração Pública - Anulação ou Revogação dos Seus Próprios Atos. A administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se

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originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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Não confundir autotutela com tutela (ou controle finalístico – ou supervisão ministerial), que é
o controle realizado pela Administração Direta em relação às entidades da Administração Indireta!
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Recursos Administrativos. São todos os meios que podem utilizar os administrados para
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provocar o reexame do ato pela Administração Pública. Temos como espécies de recursos
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administrativos a representação, a reclamação administrativa, o pedido de reconsideração, os recursos


hierárquicos próprios e impróprios e a revisão. Ou seja, não confundir o gênero (recurso administrativo)
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com a espécie (recurso hierárquico).


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a) Recursos Hierárquicos. Eles podem ter efeito suspensivo ou devolutivo; este último é
o efeito normal de todos os recursos, independendo de norma legal; ele devolve o exame da matéria à
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autoridade competente para decidir. O efeito suspensivo, como o próprio nome diz, suspende os efeitos
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do ato até a decisão do recurso; ele só existe quando a lei o preveja expressamente. Por outras palavras,
no silêncio da lei, o recurso tem apenas efeito devolutivo.
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Segundo Hely Lopes Meirelles (1996:582), o recurso administrativo com efeito


suspensivo produz de imediato duas consequências fundamentais: o impedimento da fluência do prazo
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prescricional e a impossibilidade jurídica de utilização das vias judiciárias para ataque ao ato pendente
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de decisão administrativa.
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Recurso Hierárquico Próprio - ou simplesmente recurso hierárquico, ou ainda, apenas


recurso, em sentido estrito, é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior
à que proferiu o ato. É a regra quanto à análise de recursos, em função do poder hierárquico na
PE

Administração, ou seja, ainda que não haja previsão legal para recurso em determinada situação, deverá ser
aceito o recurso hierárquico, uma vez que a Administração deve obediência ao princípio da hierarquia, além
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do que são inadmissíveis no direito brasileiro as decisões únicas e definitivas. No nível Federal, a Lei nº
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9.784/99 dispõe que os recursos devem tramitar até três instâncias, salvo lei específica em contrário.

Recurso Hierárquico Impróprio - é aquele dirigido a autoridade que não se insere na mesma
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estrutura hierárquica do agente que proferiu o ato. Nesse caso não há nenhuma relação hierárquica entre
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os dois agentes, razão pela qual só poderá haver recurso hierárquico impróprio quando expressamente
previsto em lei, em casos excepcionais; é chamado de impróprio justamente por não se adequar aos
princípios de hierarquia administrativa. São exemplos os recursos contra atos de dirigentes de autarquias

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perante o Ministério a que se acha vinculada (não subordinada), e os recursos a tribunais administrativos,

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que são autônomos, como o Conselho de Contribuintes.

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b) Representação. A representação é a denúncia de irregularidades feita perante a própria
Administração Pública ou a entes de controle, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas ou outros
órgãos que funcionem como ouvidoria.

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A representação é um termo genérico. A Constituição Federal de 1988 traz uma hipótese

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específica, prevista no art. 74, §2º:

Art.74.

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§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para,
na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

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c) Reclamação Administrativa. É a oposição expressa a atos da Administração, que afetem

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direitos ou interesses legítimos do administrado. O direito de reclamar é amplo, e se estende a toda pessoa
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física ou jurídica que se sentir lesada ou ameaçada de lesão pessoal ou patrimonial por atos ou fatos
administrativos. Tal direito, se não tiver outro prazo fixado em lei, extingue-se em um ano, a contar da data
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do ato ou fato lesivo , que rende ensejo à reclamação (Decreto 20.910, de 6.1.1932, art. 6º).
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Decreto. 20.910/32
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Art. 6º. O direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em disposição de
lei para ser formulado, prescreve em um ano a contar da data ou do fato do qual a mesma se originar.
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d) Pedido de Reconsideração. é aquele pelo qual o interessado requer o reexame do ato à


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própria autoridade que o emitiu. Está previsto no artigo 106 da Lei nº 8.112/90 e no artigo 56, §1º, Lei
9.784/99. Vejamos:
NU

Lei 8.112/90
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Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou
TR

proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

Lei 9.784/99
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Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
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§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar
LI

no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.


FE

e) Revisão. É o recurso de que se utiliza o servidor público, punido pela Administração, para
reexame da decisão, em caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua inocência. Está
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prevista nos artigos 174 a 182 da Lei nº 8.112/90 e no artigo 65 da Lei nº 9.784/99. Vejamos:
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Lei 8.112/90

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de

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ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido

P
ou a inadequação da penalidade aplicada.

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Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,

FE
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão,
que será convertida em exoneração.

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Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de
penalidade.

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Lei 9.784/99

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Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes

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suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

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Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
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Coisa julgada Administrativa. A expressão coisa julgada, no direito administrativo, não
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tem o mesmo sentido que no direito judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou
irretratável pela própria Administração.
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Prescrição Administrativa. Três hipóteses:


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a) Perda do prazo para recorrer (sentido amplo) de decisão administrativa.


S

Lei 8.112/90.
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Art. 110. O direito de requerer prescreve:


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I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou


disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
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II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
TR

b) Perda do prazo para que a Administração reveja os próprios atos.


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Lei 9.784/99

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
PE

favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
LI

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da


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percepção do primeiro pagamento.


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c) Perda do prazo para aplicação de penalidades administrativas.


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Lei 8.112/90

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

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I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

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II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.

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§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

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§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.

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§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

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§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que
cessar a interrupção.
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Controle Legislativo.
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Alcance. O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública tem que
se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica interferência de um Poder
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nas atribuições dos outros dois; alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração indireta
e o próprio Poder Judiciário, quando executa função administrativa. Não podem as legislações complementar
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ou ordinária e as Constituições estaduais prever outras modalidades de controle que não as constantes da
Constituição Federal, sob pena de ofensa ao princípio da separação de Poderes; o controle constitui exceção
S

a esse princípio, não podendo ser ampliado fora do âmbito constitucional.


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Controle Político. Abrange aspectos de legalidade e de mérito. Por isso é chamado


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político, já que vai apreciar as decisões administrativas sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou
seja, da oportunidade e conveniência diante do interesse público.
A

Temos as seguintes hipóteses.


TR

a) Competência exclusiva do Congresso Nacional e do Senado para apreciar a priori ou a


posteriori os atos do Poder Executivo (arts.49, incisos I, II, III, IV XII, XIV XVI, XVII, e 52, incisos III, IV, V e
DU

XI): a decisão, nesses casos, expressa-se por meio de autorização ou aprovação contida em decreto-
legislativo ou resolução. Por exemplo:
PE

CRFB/88
LI

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


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III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
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a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;


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b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

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d) Presidente e diretores do banco central;

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e) Procurador-Geral da República;

FE
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

NO
b) Convocação de Ministro de Estado, pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, bem
como por qualquer de suas comissões, para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto

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previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência, sem justificação
adequada (art.50).

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CRFB/88

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Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à

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Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
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c) Encaminhamento de pedidos escritos de informação, pelas Mesas da Câmara dos
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Deputados e do Senado, dirigidos aos Ministros de Estado, que deverão responder no prazo de trinta
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dias, sob pena de crime de responsabilidade (art.50, § 2º).

CRFB/88
-0

Art. 50.
S
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§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar


pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput
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deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de


trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
A

d) Apuração de irregularidades pelas Comissões Parlamentares de Inquérito, as quais


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têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
Regimentos das Casas do Congresso; as suas conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério
DU

Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58, § 3º); as Comissões
não têm poder sancionatório; elas se limitam a investigar a irregularidade e a encaminhar as suas
conclusões, acompanhadas dos elementos comprobatórios, ao Ministério Público.
PE

CRFB/88
LI

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
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constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar
sua criação.
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§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante

E
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,

P
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a

LI
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

FE
OBS: O que pode fazer uma CPI? a) convocar investigados e testemunhas a depor,
incluindo autoridades públicas federais, estaduais e municipais. b) determinar as diligências que entender

NO
necessárias (é muito comum a solicitação de diligências ao Tribunal de Contas da União, à Secretaria da
Receita Federal e à Polícia Federal, nas respectivas áreas de competência);c) requisitar de repartições

RU
públicas informações e documentos de seu interesse; d) determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e
telefônico das pessoas por ela investigadas; e) convocar juízes para depor, desde que a respeito de sua

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atuação como administrador público (função não-jurisdicional); f) determinar a condução coercitiva de
testemunhas.

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CPI não pode por autoridade própria: a) decretar a busca e apreensão domiciliar de
documentos; b) determinar a indisponibilidade de bens do investigado; c) decretar a prisão de qualquer
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pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância; d) determinar a interceptação telefônica (não confundir com a
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quebra do sigilo dos registros telefônicos); e) impedir a presença de advogados dos investigados nas Sessões
da CPI; f) convocar magistrados para depor a respeito de sua atuação típica, na função jurisdicional.
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e) Competência do Senado Federal, para processar e julgar o Presidente e o Vice-


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Presidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma
natureza; a competência para processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o
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Procurador-geral da República e o Advogado Geral da União nos crimes de responsabilidade (art. 52,
incisos I e II); nesses casos, funciona como Presidente o do STF, limitando-se a condenação, que somente
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poderá ser proferida por 2/3 dos votos do Senado, à perda do cargo, com inabilitação, por 8 anos, para
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o exercício da função pública, sem prejuízo das sanções judiciais cabíveis (art. 52, parágrafo único).
NU

CRFB/88

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


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I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


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responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
DU

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


PE

Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o


Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
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Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
FE

Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos
votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
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pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.


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f) Competência do Senado para fixar, por proposta do Presidente da República, limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; para dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno

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da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades

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controladas pelo Poder Público Federal; para dispor sobre limites e condições para a concessão de

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garantia da União em operações de crédito externo e interno (art. 52, incisos VI, VII e VIII).

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g) Competência do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

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CRFB/88

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Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa.

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5.2.3 Controle Financeiro.

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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União
e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
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aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
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externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.


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Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
S
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União (...).
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Podemos extrair os seguintes aspectos do art. 70:

a) quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange a contábil, a financeira, a


A

orçamentária, a operacional e a patrimonial; isto permite a verificação da contabilidade, das receitas e


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despesas, da execução do orçamento, dos resultados e dos acréscimos e diminuições patrimoniais;


DU

b) quanto aos aspectos controlados, compreende:

I - controle de legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização


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da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;


LI

II - controle de legitimidade, que a Constituição tem como diverso da legalidade, de sorte que
parece assim admitir exame de mérito a fim de verificar se determinada despesa, embora não ilegal, fora
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legítima, tal como atender a ordem de prioridade, estabelecida no plano plurianual;


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III - controle de economicidade, que envolve também questão de mérito, para verificar se o
órgão procedeu, na aplicação da despesa pública, de modo mais econômico, atendendo, por exemplo, uma
adequada relação custo-beneficio;

P E
IV - controle de fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e

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valores públicos;

FE
V - controle de resultados de cumprimento de programas de trabalho e de metas, expresso
em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

NO
Controle Judicial.

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5.3.1. Limites. O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de
qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas

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sempre sob o aspecto da legalidade e, agora, pela Constituição, também sob o aspecto da moralidade (arts.
5º, inciso L,XXIII, e 37).

99
Quanto aos atos discricionários, sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não se invadam
os aspectos reservados à apreciação subjetiva da Administração Pública, conhecidos sob a denominação de
“mérito” (oportunidade e conveniência).
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64
Não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que
precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de
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invalidação pelo Poder Judiciário.


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Importante ressaltar acerca dos atos políticos e dos atos interna corporis. Os atos políticos
podem ser apreciados pelo Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos. Os atos
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interna corporis (regimentos dos órgãos colegiados) em regra não são apreciados pelo poder judiciário,
porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos; no entanto, se
S

exorbitarem o seu conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão também ser apreciados.
NE

Meios de Controle.
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a) Habeas Corpus.

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Art. 5°.

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de


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sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Ou seja, protege o direito de locomoção. Importante ressaltar que ele é gratuito (art. 5°,
PE

LXXVII) e pode ser impetrado por qualquer pessoa, nacional ou estrangeira, em benefício próprio ou de
terceiro.
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b) Habeas Data.

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Art. 5°.
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LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,

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constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

P
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou

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administrativo;

FE
A lei nº 9.507 traz uma terceira hipótese de cabimento de Habeas Data:

NO
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:

III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre

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dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.

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Importante!!! Se o que se busca assegurar é informação relativa a interesse particular ou
coletivo (art. 5º, XXXIII), o remédio é o Mandado de Segurança! A proteção do Habeas Data é relativa à
pessoa do impetrante, com a particularidade de constar de banco ou registro de dados.

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O Habeas data também é gratuito (art. 5º, LXXVII).

c) Mandado de Injunção. 26
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Art. 5°.
18

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


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torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
S

A norma regulamentadora acima mencionada pode ser de natureza regulamentar ou legal e


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ser de competência de qualquer das autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três Poderes
do Estado, inclusive da administração indireta.
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d) Mandado de Segurança Individual.


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Art. 5°.
DU

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
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e) Mandado de Segurança Coletivo.


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Art. 5°.
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LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


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a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em

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funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

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f) Ação Popular.

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CRFB/88

Art. 5°.

NO
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio

RU
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

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g) Ação Civil Pública.

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CRFB/88

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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
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III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
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Lei 7.347/85
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Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
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responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:

l - ao meio-ambiente;
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ll - ao consumidor;
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III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.


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V - por infração da ordem econômica e da economia popular;


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VI - à ordem urbanística.
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Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de
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natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.


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