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MARATONA INSPETOR E INVESTIGADOR DE POLÍCIA

PC/RJ
Disciplina: Direito Administrativo
Cargos: Inspetor de Polícia e Investigador de Polícia

01. (ADAF/AM – 2018 – Instituto AOCP – Motorista)


O princípio da moralidade refere-se à
a) teoria do órgão, enquanto fundamento da atuação estatal.
b) atuação eficiente do administrador público, no tocante à inclusão social de indivíduo
portador de deficiência.
c) atuação íntegra e proba do administrador público.
d) atuação transparente do administrador público.
e) atuação de acordo com a lei.
Gabarito: Alternativa C!
Comentários:
O princípio da moralidade, previsto no art. 37, caput, da CF, refere-se a atuação
íntegra e proba do administrador público.
De acordo com Rafael Carvalho Rezende Oliveira:
“O princípio da moralidade, inserido no art. 37 da CRFB, exige que a
atuação administrativa, além de respeitar a lei, seja ética, leal e séria. Nesse
sentido, o art. 2.º, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 impõe ao
administrador, mormente nos processos administrativos, a “atuação
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Ex.: vedação do
nepotismo constante da Súmula Vinculante 13 do STF.” 1

A alternativa A, que tratou da teoria do órgão, pela qual a atuação dos


agentes públicos, que ocupam os órgãos públicos, deve ser imputada à respectiva
pessoa estatal, guarda pertinência com o princípio da impessoalidade.
A alternativa B guarda maior pertinência com o princípio da eficiência.
A alternativa D versa sobre o princípio da publicidade.
A alternativa E versa sobre o princípio da legalidade.

02. (Prefeitura de São Bento do Sul/SC – 2019 – Instituto AOCP – Fiscal de Posturas)

1
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2018.
Em se tratando da organização da Administração Pública, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Concentração é a técnica de cumprimento de competências administrativas por
meio de órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas.
b) Órgão público é uma pessoa jurídica de direito público interno, pertencente à
Administração Pública indireta, criada por lei específica para o exercício de atividades
típicas da Administração Pública.
c) Na desconcentração, as atribuições são repartidas entre órgãos públicos
pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica.
d) Na descentralização administrativa, as competências administrativas são
distribuídas a pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade.
Gabarito: Alternativa B!
Comentários:
Somente a alternativa B está INCORRETA!
Órgãos públicos, fruto do processo de desconcentração administrativa, podem estar
presentes na Administração Pública direta e indireta e não possuem personalidade
jurídica, sendo “um compartimento ou centro de atribuições que se encontra inserido
em determinada pessoa”2, esta sim dotada de personalidade jurídica.
Ademais, não são criados para o exercício de atividades típicas da Administração
Pública.
Conforme explica Rafael Carvalho Rezende Oliveira:
“A criação dos órgãos públicos é justificada pela necessidade de
especialização de funções administrativas, com o intuito de tornar a
atuação estatal mais eficiente (ex.: em âmbito federal, os Ministérios,
ligados à Presidência da República, são responsáveis por atividades
específicas. O Ministério da Saúde, por exemplo, é o órgão responsável
pela gestão e execução de atividades relacionadas com a saúde)” 3

03. (ADAF/AM – 2018 – Instituto AOCP – Agente de Fiscalização Agropecuária)


Qual, dos citados a seguir, integra a Administração Pública Direta da União?
a) Caixa Econômica Federal.
b) Banco do Brasil.

2
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2018.
3
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2018.
c) Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
d) Banco Central.
e) Ministério da Educação.
Gabarito: Alternativa D!
Comentários:
A Administração Direta compreende os Entes federativos (União, Estados, DF e
Municípios) e seus respectivos órgãos, a exemplo do Ministério da Educação, órgão
vinculado a União.
A Caixa Econômica Federal é uma empresa pública integrante da Administração
Indireta.
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista integrante da Administração
Indireta
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Banco Central são autarquias
integrantes da Administração Indireta.

04. (Prefeitura de São Bento do Sul/SC – 2019 – Instituto AOCP – Fiscal de Tributos)
Sobre o poder de polícia atribuído à administração pública, assinale a definição
correta.
a) O poder de polícia consiste na possibilidade de os chefes do Poder Executivo
editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para
dar fiel execução à lei.
b) O poder de polícia consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições aos
agentes públicos que cometam infrações funcionais.
c) O poder de polícia é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as
funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes.
d) O poder de polícia representa uma atividade estatal restritiva dos interesses
privados, limitando a liberdade e a propriedade individual em favor do interesse
público.
Gabarito: Alternativa D!
Comentários:
Alternativa A: errada! Trata-se do poder regulamentar ou normativo.
Alternativa B: errada! Trata-se do poder disciplinar.
Alternativa C: errada! Trata-se do poder hierárquico.
Alternativa D: CERTA! Narrou corretamente o conceito de poder de polícia.
05. (UNIR – 2018 – Instituto AOCP – Técnico de Laboratório)
Princípio vem do latim principium e quer dizer base inicial, fonte, nascedouro, alicerce,
começo, início, origem, ponto de partida. Nesse sentido, em relação à Administração
Pública e seus Poderes Administrativos em respeito à base hierárquica e disciplinar,
julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, os itens a seguir.
O poder disciplinar é aquele que confere à Administração Pública a capacidade de
ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito
interno da Administração. Está em consonância com a ordem disciplinar constante dos
órgãos da Administração Pública, pois estes devem ser estruturados de tal forma que
se cria uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros, cada qual com
atribuições definidas em lei.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado!
Comentários:
É o PODER HIERÁRQUICO (e não o de poder disciplinar!) que confere à Administração
Pública a capacidade de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas no âmbito interno da Administração.
O poder disciplinar deriva do poder hierárquico, sendo “a prerrogativa reconhecida à
Administração para investigar e punir, após o contraditório e a ampla defesa, os
agentes públicos, na hipótese de infração funcional, e os demais administrados
sujeitos à disciplina especial administrativa.” 4

06. (TCM/RJ – 2016 – IBFC – Técnico de Controle Externo)


Da hierarquia decorrem os seguintes poderes, exceto:
a) ordenar ao subordinado atividades ou atos a praticar e a conduta a seguir em cada
caso
b) condicionar e restringir o exercício dos direitos individuais, tais como a propriedade
e a liberdade, em benefício do interesse público
c) fiscalizar as atividades dos órgãos ou agentes que lhes são subordinados, para zelar
pela legitimidade dos atos praticados
d) rever as decisões dos inferiores, o que exprime a capacidade da administração de
reapreciar os próprios atos

4
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2018.
Gabarito: B
Comentários:
Dentre as alternativas, a única que não contempla poderes decorrentes da hierarquia
é a letra “B”, cujo conteúdo refere-se ao poder de polícia administrativa. Em conceito
moderno, adotado no direito brasileiro, o poder de polícia pode ser definido como “a
atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público.” ((DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito
Administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019)
Quanto ao poder hierárquico, através dele é conferida uma série de prerrogativas aos
agentes públicos hierarquicamente superiores em relação aos agentes a eles
subordinados, a saber:
a) Dar ordens;
b) Controle e fiscalização;
c) Alterar competências, por meio da delegação e da avocação;
d) Revisar os atos praticados pelos subordinados, podendo anula-los quando
ilegais ou revoga-los por razões de conveniência e oportunidade;
e) Solucionar conflitos positivos ou negativos de atribuições, na esfera
administrativa, entre órgãos e agentes subordinados;
f) Poder disciplinar, para investigar e punir os agentes públicos que incorrerem
em infrações funcionais e os demais administrados sujeitos à disciplina especial
administrativa

07. (TRE/PE – 2017 – CESPE – Técnico Judiciário – Área Administrativa)


O atributo que consiste na possibilidade de certos atos administrativos serem
decididos e executados diretamente pela própria administração, independentemente
de ordem judicial, denomina-se
a) presunção de legitimidade.
b) autoexecutoriedade.
c) motivação.
d) tipicidade.
e) imperatividade.
Gabarito: B
Comentários:
Está correta a alternativa “B”!
A questão retratou o atributo da autoexecutoriedade.
Na lição da professora Di Pietro: “Consiste a autoexecutoriedade em atributo pelo qual
o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública,
sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.
Direito Administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019)
A autora pontua, ainda, que nem todos os atos administrativos gozarão do respectivo
atributo, que somente será admissível:
1) Quanto expressamente previsto em lei;
2) Quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa
ocasionar prejuízo maior para o interesse público;

08. (Prefeitura de Viana/ES – 2019 – CONSULPAM – Guarda Municipal)


É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela Administração,
por não mais lhe convir a sua existência. Pressupõe, portanto, um ato legal e perfeito,
mas inconveniente ao interesse público. Em relação ao ato administrativo aqui
descrevemos a:
a) Convalidação.
b) Invalidação.
c) Revogação.
d) Anulação.
Gabarito: C
Comentários:
A questão versa sobre a extinção dos atos administrativos, narrando o conceito de
revogação. Assim, um ato será revogado quando apesar de ter sido editado em
conformidade com a lei e permanecer válido, passou a ser considerado inoportuno e
inconveniente ao interesse público.
Segundo DI PIETRO: “Revogação é o ato administrativo discricionário pelo qual a
Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.” 5
Não se confunde com a anulação (alguns autores preferem chamar de invalidação),
que é a extinção do ato administrativo por razões de ilegalidade, isto é, trata-se da
invalidação do ato administrativo que foi editado em desconformidade com a ordem
jurídica.

5
PIETRO. Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2019.
Convalidação, por seu turno, “é o salvamento do ato administrativo que apresenta
vícios sanáveis.”6 É a correção do ato administrativo ilegal com o objetivo de mantê-lo
no mundo jurídico produzindo os seus efeitos regulares.
De acordo com o art. 55, da Lei n° 9.784/1999:
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

09. (Prefeitura de Viana/ES – 2019 – CONSULPAM – Guarda Municipal)


Os atos administrativos são atos jurídicos praticados, segundo o Direito Administrativo,
pelas pessoas administrativas, por intermédio de seus agentes, no exercício de suas
competências funcionais, capaz de produzir efeitos com fim público. O exame do ato
administrativo revela nitidamente a existência de requisitos necessários à sua
formação. Tais componentes, pode-se dizer, constituem a infraestrutura do ato
administrativo, seja ele vinculado ou discricionário, simples ou complexo, de império
ou de gestão. São todos elementos indispensáveis à sua validade:
a) Legalidade, finalidade, forma, motivo e executoriedade.
b) Competência, finalidade, forma, objeto e motivo.
c) Legalidade, competência, finalidade, objeto e discricionariedade.
d) Finalidade, forma, objeto, discricionariedade e motivo.
Gabarito: B
Comentários:
Está correta a ALTERNATIVA B!
Muito embora não existe consenso na doutrina sobre os elementos (ou requisitos) dos
atos administrativos, tem prevalecido que estes seriam:
 Competência (agente competente);
 Finalidade;
 Forma;
 Motivo; e
 Objeto.
Os elementos do ato administrativo podem ser decorados a partir do seguinte
mnemônico: CO FI FO MO-OB
CO Competência
FI Finalidade

6
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2018.
FO Forma
MO motivo
OB objeto

10. (TRT/1ª Região – 2018 – Instituto AOCP – Analista Judiciário – Área


Administrativa)
Nos termos da Lei nº 8.112/1990, que dispõe acerca do regime jurídico dos servidores
públicos federais, o servidor que procede de forma desidiosa, omitindo-se quanto a
atos de fiscalização e de supervisão que deveria praticar de ofício, de forma reiterada,
está sujeito a penalidade disciplinar de
a) advertência.
b) suspensão de até 30 (trinta) dias.
c) suspensão de até 90 (noventa) dias.
d) demissão.
e) remoção.
Gabarito: Alternativa D!
Comentários:
A Lei n° 8.112/1990 fixa que ao servidor público é proibido atuar de maneira desidiosa
(art. 117, XV), sendo esta uma conduta passível de ser punida com a pena de demissão
(art. 132, XIII).
Observe:
Art. 117.  Ao servidor é proibido:
XV - proceder de forma desidiosa;
Art. 132.  A demissão será aplicada nos seguintes casos:
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Logo, o servidor que procede de forma desidiosa, omitindo-se quanto a atos de


fiscalização e de supervisão que deveria praticar de ofício, de forma reiterada, está
sujeito a penalidade disciplinar de demissão.

11. (IFOB – 2018 – Instituto AOCP – Analista de Tecnologia da Informação)


O servidor público federal possui deveres perante a Administração e o administrado.
Em relação aos deveres previstos na Lei 8.112/90, julgue o item a seguir.
O servidor deve cumprir as ordens superiores, não podendo, em qualquer hipótese,
cogitar sua legalidade.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: Errado!
Comentários:
O servidor é obrigado a cumprir apenas as ordens que tenham, no mínimo, aparência
de legalidade, não estando obrigado a realizar aquelas manifestamente ilegais.
Nesse sentido, art. 116, IV, da Lei n° 8.112/1990:
Art. 116.  São deveres do servidor:

(...)

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

12. (MPE/BA – 2017 – FGV – Assistente Técnico)


A Lei nº 8.987/95 regulamenta a prestação de serviços públicos, bem como a
concessão e a permissão feitas a particulares.
Tal diploma normativo estabeleceu alguns princípios específicos do serviço público,
como o da:
a) modicidade das tarifas, segundo o qual os preços públicos cobrados para os usuários
deve ser em patamar que garanta o maior lucro possível ao particular delegatário
investidor;
b) atualidade, que compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações; e a sua conservação, bem como a melhoria e a expansão do serviço;
c) cortesia, segundo o qual o poder público delegatário e o particular contratado
devem viabilizar, com custos subsidiados compartilhados, o serviço gratuito para os
hipossuficientes;
d) singularidade, pelo que o serviço deverá ser prestado de forma setorizada àquelas
pessoas que possam contribuir para sua manutenção, aprimoramento e eficiência;
e) continuidade, que traduz-se na ideia de prestação ininterrupta, razão pela qual
qualquer descontinuidade do serviço é ilícita, inclusive a decorrente de
inadimplemento do usuário.
Gabarito: Alternativa B!
Comentários:
Alternativa A: errada! De fato, a modicidade é um dos princípios específicos do serviço
público. Contudo, não se presta a garantir o maior lucro possível ao particular
delegatário investidor. Ao contrário, “significa que o valor cobrado do usuário deve ser
proporcional ao custo do respectivo serviço, com o objetivo de viabilizar o acesso pelo
maior número possível de pessoas, o que demonstra a sua íntima vinculação com o
princípio da universalidade.” (OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito
Administrativo. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método,
2018).
O princípio da universalidade, por seu turno, também rege os serviços públicos,
impondo que estes devem ser fornecidos de modo a alcançar a maior quantidade
possível de beneficiários.
Alternativa B: CERTA! É o que estabelece o art. 6º, §2º, da Lei n° 8.987/1995:
Art. 6º. (...)
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do
equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria
e expansão do serviço.

Alternativa C: errada! O princípio da cortesia impõe o dever de o serviço público ser


prestado ao usuário com urbanidade, polidez e educação.
Alternativa D: errada! Como visto na explicação da alternativa “A”, o serviço público é
regido pelo princípio da generalidade ou universalidade, que é o oposto da ideia de
singularidade. Assim, o serviço público deve ser empreendido de modo a beneficiar o
maior número possível de pessoas.
Alternativa E: errada! Apesar a Lei n° 8.987/1995 fixar a continuidade como um dos
princípios aplicáveis à prestação dos serviços públicos, o próprio diploma legal
consagra hipóteses aonde será possível a sua interrupção, como é o caso da
paralisação em decorrência de inadimplemento do usuário nos termos do art. 6º, §3º,
II.
 Art. 6º. (...)
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;
e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

13. (TJ/SC – 2018 – FGV – Analista Administrativo)


O Governador do Estado de Santa Catarina determinou à Secretaria Estadual de
Cultura que, no âmbito de sua competência, fomentasse ações tendentes à valorização
do patrimônio imaterial cultural da região. Inconformado com a política pública
adotada e a situação de precariedade na saúde pública estadual, o cidadão João
propôs ação popular requerendo ao Judiciário que transfira toda a verba pública que
seria utilizada naquele ano na área de cultura para os hospitais estaduais, inclusive
anulando todos os empenhos já realizados.
No caso em tela, em regra, ao Poder Judiciário Estadual:
a) não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas aferir a legalidade
dos atos administrativos praticados e não revogá-los por motivo de oportunidade ou
conveniência;
b) não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas valorar a
discricionariedade dos atos administrativos praticados e revogá-los por motivo de
oportunidade ou conveniência;
c) cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo anular os atos administrativos
que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzidas
no curso da instrução processual;
d) cabe se imiscuir na legalidade de cada ato administrativo, devendo revogar aqueles
que se revelem inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzidas no curso
da instrução processual;
e) cabe se imiscuir na legalidade e mérito de cada ato administrativo, devendo anular
aqueles que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas
produzidas no curso da instrução processual.
Gabarito: A
Comentários:
Está correta a alternativa “A”!
A questão diz respeito as formas de controle da Administração Pública, mais
especificamente sobre o controle externo exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos
administrativos.
Prevalece que aos magistrados não é dado se imiscuir no mérito administrativo,
limitando-se a apreciar os aspectos de legalidade a ele concernentes. Isto é, o Poder
Judiciário diante de um ato administrativo deverá verificar se ele está em
conformidade com o ordenamento jurídico, porém não poderá substituir o
administrador para definir qual decisão mais conveniente ou oportuna para a
satisfação do interesse público, sob pena de violar o princípio da separação de
poderes.
Com isso, cabe aos juízes invalidar os atos ilegais da Administração, mas não poderá
revogá-los por razões de conveniência e oportunidade.
Apenas a Administração Pública, no exercício da autotutela, pode revogar os atos
administrativos que se tornaram inoportunos ou inconvenientes ao interesse público.
Nesse sentido, estabelece o art. 53, da Lei n° 9.784/1999, que: “A Administração deve
anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.”
No caso narrado, portanto, é competência do administrador (Governador do Estado de
Santa Catarina) decidir, no âmbito de sua competência, as políticas públicas que
compreende serem as mais eficazes à valorização do patrimônio imaterial cultural da
região, limitando-se o Poder Judiciário a examinar se a estratégia do governo está
em conformidade com os preceitos legais e constitucionais, não podendo obrigar o
Governador a modificar os seus planos, porque tal opção encontra-se no âmbito de
discricionariedade que caracteriza o mérito administrativo.

14. (MPC/PA – 2019 – CESPE – Assistente Ministerial de Informática)


Constitui espécie de controle da administração pública prevista na organização
administrativa brasileira
a) o julgamento das contas do presidente da República pelo Tribunal de Contas da
União.
b) o poder de autotutela, que, observados os requisitos legais, permite à
administração rever de ofício um ato ilegal, ainda que o respectivo recurso
administrativo interposto não seja conhecido.
c) a competência das comissões parlamentares de inquérito para investigar e aplicar
sanções judiciais nos casos sob a sua análise.
d) o controle das entidades da administração indireta pelos órgãos da administração
direta aos quais elas se subordinam.
e) a revogação judicial de atos administrativos submetidos à apreciação da
administração pública, com base em critérios de conveniência e oportunidade.
Gabarito: Alternativa B!
Comentários:
Alternativa A: errada! Realmente, o Tribunal de Contas da União auxilia o Congresso
Nacional no exercício do controle legislativo e externo da Administração Pública.
A alternativa, contudo, está errada quando afirma que o TCU teria competência para
julgar as contas do Presidente da República. Em verdade, a sua atribuição é consultiva,
limitando-se a elaborar parecer prévio sobre as contas e encaminhá-lo ao Congresso
Nacional, que é o órgão competente para realizar o julgamento, na forma dos arts. 71,
I e 49, IX, da CF.
Alternativa B: CORRETA! O exercício do poder de autotutela é exemplo de controle
administrativo interno, pois exercido por determinada entidade administrativa sobre
seus próprios órgãos.
Corresponde a autotutela ao dever imposto a entidade administrativa de anular seus
próprios atos, quando constatada ilegalidade, bem como a faculdade de revogá-los por
razões de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (art. 53 da
Lei 9.784/1999 e Súmulas 346 e 473 do STF)
Alternativa C: errada! O controle exercido pelas comissões parlamentares de inquérito
é exemplo de controle parlamentar ou legislativo e externo dos atos administrativos.
A alternativa está errada, contudo, pois a estas comissões não foi dado o poder de
aplicar sanções judiciais nos casos sob a sua análise.
Alternativa D: errada! O erro está na parte final da alternativa, uma vez que entre a
Administração Direta e a Administração Indireta não existe subordinação ou
hierarquia.
Alternativa E: errada! O controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos
administrativos praticados por outros órgãos limita-se a um exame de legalidade, não
podendo o magistrado adentrar no mérito administrativo para revogar determinado
ato por razões de oportunidade e conveniência.
Logo, está errado falar em revogação JUDICIAL de atos administrativos.
Ao Judiciário compete anular os atos ilegais da Administração, não podendo, porém,
revogá-los por razões de conveniência e oportunidade.

15. (UFPB – 2019 – Instituto AOCP – Administrador)


A Lei nº 8.429/92 rege os atos considerados de improbidade administrativa. Tais atos
representam uma lesão à administração pública e, embora não sejam tipificados como
crime, são atos ilícitos civis sujeitos a sanções. Quem está sujeito a cometer
Improbidade Administrativa e sofrer as penalidades da referida Lei?
a) Funcionários Públicos, desde que sejam concursados.
b) Qualquer prestador de serviço, desde que oneroso à Administração Pública.
c) Apenas aqueles que prestam serviço voluntário à Administração Pública.
d) Apenas aqueles que exercem cargo de chefia.
e) Qualquer pessoa, servidor ou não.
Gabarito: Alternativa E!
Comentários:
Está correta a alternativa “E”!
Segundo o art. 1º, da Lei n° 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem
ser cometidos por “qualquer agente público, servidor ou não”
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.
(...)
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

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