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Como anotado por José dos Santos Carvalho Filho, a forma e pro- Abaixo jurisprudência do STJ, sobre vício de finalidade, ou seja, des-
cedimento se distinguem, a forma indica apenas a exteriorização da vio de finalidade de ato administrativo, verbis:
vontade e o procedimento uma sequência ordenada de atos e vontades,
porém, a doutrina costuma caracterizar o defeito em ambos como vício de DESAPROPRIAÇÃO. UTILIDADE PÚBLICA.
forma. Ex: portaria de demissão de servidor estável sem a observância do Cuida-se de mandado de segurança no qual o impetrante pretende in-
processo administrativo prévio (art. 41, § 1º, II, da CF); ou, contratação validar ato de autoridade judicial que imitiu o Estado do Rio de Janeiro na
direta de empresa para realização de obra pública em hipótese na qual a lei posse de imóvel objeto de processo expropriatório. Visa, ainda, à
exija o procedimento licitatório. anulação do Dec. Expropriatório n. 9.742/1987. A segurança foi concedi-
da pelo TJ-RJ ao entendimento de que haveria ocorrido manifesto desvio
A forma é uma garantia jurídica para o administrado e para a admi- de finalidade no ato expropriatório, pois, além de o Decreto omitir qual
nistração, é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do ato a utilidade pública na forma do DL n. 3.365/1941, os imóveis desapropri-
Apostila – São atos enunciativos ou declaratórios de uma situação Extinção subjetiva ou objetiva – Ocorre quando do desaparecimento
anterior criada por lei. Ao apostilar um título a Administração não cria do sujeito ou do objeto. Ex: a morte do permissionário extingue o ato de
um direito, porquanto apenas declara o reconhecimento da existência de permissão por ausência do elemento subjetivo. Vejamos agora, outro
um direito criado por norma legal. Segundo Hely Lopes Meirelles equiva- exemplo, agora de extinção objetiva. Sendo o objeto um dos seus elemen-
le a uma averbação. tos essenciais do ato administrativo, se depois de praticado o ato desapa-
rece o objeto ocorre a chamada extinção objetiva, ex: interdição de esta-
ATOS PUNITIVOS – São aqueles que contêm uma sanção imposta belecimento, e após o estabelecimento é definitivamente desativado pelo
pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações admi- proprietário.
nistrativas ou conduta irregulares de servidores ou de particulares
perante a Administração. Retirada – Que pode se realizar mediante REVOGAÇÃO quando se
dá por razões de conveniência e oportunidade ou por razões de INVA-
Multa – imposição pecuniária por descumprimento de preceito admi- LIDAÇÃO (ANULAÇÃO), que compreende as ideias de vícios dos atos
nistrativo, geralmente, é de natureza objetiva, independente da ocorrência administrativos, convalidação e as modalidades de cassação e caduci-
de dolo ou culpa. dade.
Interdição de atividades – Ato pelo qual a Administração veda a prá- Revogação – É ato administrativo discricionário (não se aplica ao ato
tica de atividades sujeitas ao seu controle ou que incidam sobre seus vinculado, porque nestes não há conveniência e oportunidade) pelo qual a
bens. Funda-se na lei e no poder de polícia administrativa, e pressupõe Administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e
a existência de um prévio e devido processo administrativo (Art. 5º, LV oportunidade. a)- Não retroage pois pressupõe um ato editado em confor-
da CF), sob pena de nulidade. midade com a lei; b)- seus efeitos se produzem a partir da própria revoga-
ção (ex nunc); c)- é ato privativo da administração; d)- não podem ser
Destruição de coisas – Ato sumário da Administração pelo qual se revogados os atos que já exauriram os seus efeitos, uma vez que a revo-
inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestá- gação não retroagem mais apenas impede que o ato continue a produzir
veis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Típico ato de efeitos, ex: a administração concede dois meses de afastamento ao servi-
polícia administrativa, de caráter urgente que dispensa prévio processo, dor e após este prazo os efeitos já estarão exauridos; e)- pressupõe ato
contudo, exige sempre auto de apreensão e de destruição em forma que ainda esteja produzindo efeitos, ex: autorização para porte de arma ou
regular (descritivo e circunstanciado), nos quais se fixam os motivos da de qualquer atividade sem prazo estabelecido; f)- não podem ser revoga-
medida drástica, se identifiquem as coisas destruídas, para oportuna dos atos que integram um procedimento, pois a cada novo ato ocorre a
avaliação da legalidade do ato. ( preclusão em relação ao ato anterior, ex: não pode ser revogado o ato de
adjudicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato; g)- não
Demolição administrativa – Ato executório, praticado para remover podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos, conforme
perigo público iminente, exigindo, também, auto descritivo e circuns- Súmula nº 473 do STF - (A administração pode anular seus próprios atos,
tanciado sobre o estado da edificação a ser destruída, e quando possível, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
prévio e devido processo legal (art. 5º, LV, CF). originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunida-
de, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
8. EXISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. apreciação judicial); g)- só quem pratica o ato ou quem tenha poderes
Noções iniciais – Antes de falarmos da extinção do ato administrativo, explícitos ou implícitos para dele conhecer de ofício ou por via de recurso,
vamos falar de sua formação. Sob a perspectiva de sua existência (perfei- pode revogá-lo, trata-se de competência intransferível a não ser por força
ção) no mundo jurídico o ato administrativo pode ser visto sob três planos de lei; h)- pressupõe o contraditório no caso de desfazimento de processo
de investigação científica quais sejam: vigência, validade e eficácia. licitatório, art. 49, § 3º da Lei de Licitações (8.666/93)
Um ato administrativo quando editado e publicado passa a ter vigên- Invalidade ou anulação – É o desfazimento do ato por razões de ile-
cia, logo, possui existência jurídica (perfeição). Um ato administrativo galidade. a)- atinge o ato em sua origem, produzindo efeitos retroativos à
existe quando contiver: motivo, conteúdo, finalidade, forma, e assinatura de data em que foi emitido (ex tunc); b)- pode ser feita pela própria administra-
autoridade competente. O ato administrativo que entrou no plano da exis- ção ou pelo judiciário; c)- deve observar o princípio do contraditório quando
tência "é". Existindo, pode ser válido se obedecidas as condições formais afetar interesses de terceiros; d)- A doutrina não é unânime quanto ao
Em consequência disso, o ato vinculado só é examinado sob o aspecto Quanto aos destinatários:
da legalidade, isto é, apenas é contrastado com a previsão legal. O ato
discricionário, por sua vez, pode ser analisado sob aspecto da legalidade e Atos gerais: São aqueles editados sem um destinatário específico. Ex:
do mérito (oportunidade e conveniência diante do interesse público a atin- Concurso público.
gir). O mérito do ato administrativo representa a escolha feita pelo adminis-
trador público quanto à conveniência e oportunidade na expedição de um Atos individuais: São aqueles editados com um destinatário específi-
ato discricionário. Não há mérito nos atos vinculados, pois não há decisão a co. Ex: Permissão para uso de bem público.
ser tomada pelo agente público. O legislador já decidiu previamente qual é
a solução adotada para determinada hipótese nos atos vinculados. Quanto à esfera jurídica de seus destinatários:
Como bem observa Gustavo Binenbojm, a constitucionalização do di- Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerrogativas ao destinatá-
reito administrativo permitiu uma incidência direta dos princípios constitu- rio, alargam sua esfera jurídica. Ex: Nomeação de um funcionário; Outorga
cionais sobre os atos administrativos. Dessa forma, não há decisão admi- de permissão.
nistrativa que seja imune ao direito ou aos princípios constitucionais, pois
haverá diferentes “graus de vinculação à juridicidade”. Segundo Gustavo Atos restritivos: São aqueles que restringem a esfera jurídica do des-
Binenbojm, “conforme a densidade administrativa incidente ao caso, pode- tinatário, retiram direitos seus. Ex: Demissão; Revogação da permissão.
se dizer, assim, que os atos administrativos serão: (i) vinculados por regras
(constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo alto grau de vincula- Quanto às prerrogativas da Administração para praticá-los:
ção à juridicidade; (ii) vinculados por conceitos jurídicos indeterminados
(constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo grau intermediário de Atos de império: São aqueles praticados sob o regime de prerrogati-
vinculação à juridicidade; e (iii) vinculados diretamente por princípios (cons- vas públicas. A administração de forma unilateral impõe sua vontade sobre
titucionais, legais ou regulamentares) , exibindo baixo grau de vinculação à os administrados (princípio da supremacia dos interesses públicos). Ex:
juridicidade”. Interdição de estabelecimento comercial por irregularidades.
Classificação dos atos administrativos Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos
processos e papéis que tramitam no interior das repartições.
Classificação:
Os autores divergem na classificação em razão dos conceitos diferen- Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado. Ex: con-
tes. Um ato administrativo pode estar enquadrado em várias classificações tratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos admi-
ao mesmo tempo. Ex: Ato de permissão de uso é ato individual, externo, de nistrativos, mas são atos da Administração. Para os autores que conside-
império, discricionário e simples. ram o ato administrativo de forma ampla, os atos de gestão são atos admi-
nistrativos.
Quanto ao alcance ou efeitos sob terceiros:
Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador:
Atos internos: São aqueles que geram efeitos dentro da Administra-
ção Pública. Ex: Edição de pareceres. Atos vinculados: São aqueles praticados sem liberdade subjetiva, isto
é, sem espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportuni-
Atos externos: São aqueles que geram efeitos fora da Administração dade. O administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que
Pública, atingindo terceiros. Ex: Permissão de uso; Desapropriação. estabelece previamente um único comportamento possível a ser adotado
em situações concretas. Ex: Pedido de aposentadoria por idade em que o
Quanto à composição interna: servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela Constituição Federal.
Atos simples: São aqueles que decorrem da manifestação de vontade Atos Discricionários: São aqueles praticados com liberdade de op-
de um único órgão (singular, impessoal ou colegiado). Ex: Demissão de um ção, mas dentro dos limites da lei. O administrador também fica preso ao
funcionário. enunciado da lei, mas ela não estabelece um único comportamento possí-
vel a ser adotado em situações concretas, existindo assim espaço para a
Atos compostos: São aqueles que decorrem da manifestação de von- realização de um juízo de conveniência e oportunidade. Ex: A concessão
tade de um único órgão em situação sequencial. Ex: Nomeação do Procu- de uso de bem público depende das características de cada caso concreto;
rador-Geral de Justiça. Pedido de moradores exigindo o fechamento de uma rua para festas Juni-
nas.
Atos complexos: São aqueles que decorrem da conjugação de vonta-
des de mais de um órgão no interior de uma mesmo pessoa jurídica. Ex: A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da lei. Já a arbi-
Ato de investidura; portaria intersecretarial. trariedade é a escolha de alternativas fora do campo de opções, levando à
invalidade do ato.
Quanto à sua formação:
O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o aspecto da le-
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade galidade, mas não pode analisar o mérito do ato administrativo (conjunto de
de uma única pessoa. Ex: Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só exis- alternativas válidas), salvo quando inválido. Assim, pode analisar o ato sob
tem os atos administrativos unilaterais. a ótica da eficiência, da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administra-
tivo que contrariar estes princípios não se encontra dentro das opções
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade válidas.
de mais de uma pessoa. Ex: Contrato administrativo.
Alguns autores alemães afirmam que não há discricionariedade, pois o
Quanto à sua estrutura: administrador tem sempre que escolher a melhor alternativa ao interesse
público, assim toda atividade seria vinculada.
Atos concretos: São aqueles que se exaurem em uma aplicação. Ex:
Apreensão. Aspectos do ato administrativo que são vinculados: Para Hely Lopes
Meirelles, são vinculados a competência, a finalidade e a forma (vem defi-
nida na lei). Para maior parte dos autores, apenas a competência e a
Classificação dos atos administrativos quanto ao conteúdo Contrato de obra pública: É o contrato por meio do qual delega-se a
realização da obra pública. A obra será paga pelos cofres públicos.
Admissão:
Admissão é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Admi- Concessão de obra pública ou Concessão de serviço público pre-
nistração faculta à alguém o ingresso em um estabelecimento governamen- cedida da execução de obra pública: É o contrato por meio do qual
tal para o recebimento de um serviço público. Ex: Matrícula em escola. delega-se a realização da obra pública e o direito de explorá-la. A obra
pública será paga por meio de tarifas.
É preciso não confundir com a admissão que se refere à contratação
de servidores por prazo determinado sem concurso público. Concessão para delegação de serviço público: É o contrato por
meio do qual delega-se a prestação de um serviço público, sem lhe conferir
Licença: a titularidade, atuando assim em nome do Estado (Lei 8987/95 e Lei
Licença é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Adminis- 9074/95).
tração faculta à alguém o exercício de uma atividade material. Ex: Licença
para edificar ou construir. Diferente da autorização, que é discricionária. “Incumbe ao Poder Público na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
Homologação: serviços públicos” (art. 175 da CF).
Homologação é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a
Administração manifesta a sua concordância com a legalidade de ato “A lei disporá sobre o regime das empresas concessionárias e permis-
jurídico já praticado. sionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e resci-
Aprovação: são da concessão ou permissão; os direitos dos usuários, política tarifária,
Aprovação é o ato administrativo unilateral discricionário, pelo qual a a obrigação de manter serviço adequado” (art. 175, parágrafo único da CF).
Administração manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado ou
que ainda deva ser praticado. É um ato jurídico que controla outro ato Permissão:
jurídico. Permissão é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o
Poder Público (Permitente), em caráter precário, faculta a alguém (Permis-
Aprovação prévia ou “a priori”: Ocorre antes da prática do ato e é sionário) o uso de um bem público ou a responsabilidade pela prestação de
um requisito necessário à validade do ato. um serviço público. Há autores que afirmam que permissão é contrato e
não ato unilateral (art. 175, parágrafo único da CF).
Aprovação posterior ou “a posteriore”: Ocorre após a pratica do ato
e é uma condição indispensável para sua eficácia. Ex: Ato que depende de Tendo em vista que a permissão tem prazo indeterminado, o Promiten-
aprovação do governador. te pode revogá-lo a qualquer momento, por motivos de conveniência e
oportunidade, sem que haja qualquer direito à indenização.
Na aprovação, o ato é discricionário e pode ser prévia ou posterior. Na
homologação, o ato é vinculado e só pode ser posterior à prática do ato. Quando excepcionalmente confere-se prazo certo às permissões são
Para outros autores a homologação é o ato administrativo unilateral pelo denominadas pela doutrina de permissões qualificadas (aquelas que tra-
qual o Poder Público manifesta a sua concordância com legalidade ou a zem cláusulas limitadoras da discricionariedade). Segundo Hely Lopes
conveniência de ato jurídico já praticado, diferindo da aprovação apenas Meirelles, a Administração pode fixar prazo se a lei não vedar, e cláusula
pelo fato de ser posterior. para indeniza,r no caso de revogar a permissão. Já para a maioria da
doutrina não é possível, pois a permissão tem caráter precário, sendo esta
Concessão: uma concessão simulada.
Concessão é o contrato administrativo pelo qual a Administração (Po-
der Concedente), em caráter não precário, faculta a alguém (Concessioná- Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e
rio) o uso de um bem público, a responsabilidade pela prestação de um precário através do qual transfere-se o uso do bem público para particula-
serviço público ou a realização de uma obra pública, mediante o deferimen- res por um período maior que o previsto para a autorização. Ex: Instalação
to da sua exploração econômica. – Este contrato está submetido ao regime de barracas em feiras livres; instalação de Bancas de jornal; Box em mer-
de direito público. cados públicos; Colocação de mesas e cadeiras em calçadas.
Tendo em vista que o contrato tem prazo determinado, se o Poder Permissão de serviço público: É o ato administrativo unilateral, dis-
Concedente extingui-lo antes do término por questões de conveniência e cricionário e precário pelo qual transfere-se a prestação do serviço público
oportunidade, deverá indenizar, pois o particular tem direito à manutenção à particulares.
do vínculo.
Autorização:
Concessão para uso de bem público: Autorização é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o
Poder Público faculta a alguém, em caráter precário, o exercício de uma
Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso: É dada atividade material (não jurídica).
o contrato administrativo por meio do qual delega-se o uso de um bem
público ao concessionário, por prazo certo e determinado. Por ser direito Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e
pessoal não pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”, à terceiros. precaríssimo através do qual transfere-se o uso do bem público para parti-
Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em Aeroportos. culares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercício de
uma atividade material sobre um bem público. Ex: Empreiteira que está
Concessão de direito real de uso: É o contrato administrativo por construindo uma obra pede para usar uma área pública, em que irá instalar
meio do qual delega-se o uso em imóvel não edificado para fins de edifica- provisoriamente o seu canteiro de obra; Fechamento de ruas por um final
ção; urbanização; industrialização; cultivo da terra (Decreto-lei 271/67). de semana; Fechamento de ruas do Município para transportar determina-
Delega-se o direito real de uso do bem. da carga.
Atos enunciativos: São todos aqueles em que a administração limita- Pouca ou nenhuma liberdade sobra ao administrador público para deixar de
se a atestar ou certificar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado praticar atos de sua competência legal. Dai por que a omissão da autorida-
assunto, sem vincular-se a seu enunciado. de ou o silêncio da Administração, quando deva agir ou manifestar-se, gera
responsabilidade para o agente omisso e autoriza a obtenção do ato omiti-
Exemplos: parecer. do por via judicial, notadamente por mandado de segurança, se lesivo de
Atos de assentamento: São aqueles que se destinam a registro. São direito liquido e certo do interessado.
documentos que contém assentamentos sobre fatos ou ocorrências. Na lição do Professor Hely Lopes Meirelles, “se para o particular o poder de
Exemplos: atas. agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de
atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da
Atos negociais: São declarações de vontade da autoridade adminis- coletividade”.
trativa, destinadas a produzir efeitos específicos e individuais para o parti-
cular interessado. Para ilustrar a importância desse poder-dever da Administração Pública,
podemos citar duas significativas decorrências:
Exemplos: licença, autorização, permissão, homologação, dispensa,
renúncia. 1ª) os poderes administrativos são irrenunciáveis, devendo ser obrigatoria-
mente exercidos pelos titulares;
Atos ordinatórios: Visam a disciplinar o funcionamento da Administra-
ção Pública e a conduta funcional de seus agentes. 2ª) a omissão do agente, diante de situações que exigem sua atuação
caracteriza abuso de poder, que poderá ensejar, até mesmo responsabili-
Exemplos: avisos dade civil da Administração.
A atuação administrativa é dotada, por vezes, de atributos que buscam Professor Alessandro Dantas Coutinho
garantir certeza de sua execução e verdadeira prevalência do interesse 1 – Introdução
público. Podem ou não estar presentes, tudo dependerá da modelagem
ofertada pela lei à atuação administrativa. São três: A Administração Pública atua por meio de seus órgãos e seus agen-
tes, os quais são incumbidos do exercício das funções públicas, ou seja,
1) discricionariedade: a lei concede ao administrador a possibilidade de da atividade administrativa.
decidir o momento e as circunstâncias para o exercício da atividade -
concede-lhe oportunidade e conveniência a seu juízo; A função administrativa existe nos três poderes, sendo que é exercida
tipicamente pelo Poder Executivo e atipicamente pelos demais poderes
2) auto-executoriedade: o ato será executado diretamente pela Adminis- (Poder Legislativo e Poder Judiciário).
tração, não carecendo de provimento judicial para tornar-se apto; e
Cabe ao Poder Executivo, como função típica, administrar o Estado,
3) coercibilidade: ao particular a decisão administrativa sempre será cuja forma de governo é uma República (art. 1º da CF). República quer
cogente, obrigatória, admitindo o emprego de força para seu cumprimento. dizer coisa pública, ou seja, a “administração pública – sentido operacional”
A fiscalização exercida pela Prefeitura Municipal em bares e restaurantes, feita pelo Poder Executivo nada mais é do que administrar algo alheio, de
por exemplo, decorre do exercício do poder de polícia. Fácil conhecer os toda a sociedade, por isso a Constituição Federal expressamente enunciar
atributos mencionados: a autoridade decide a ocasião, a oportunidade para que “todo poder emana do povo”.
a fiscalização, não havendo previsão legal para que ocorra naquela data e Todavia, em nosso sistema não é o povo que diretamente administra o
horário (há discricionariedade). Da fiscalização poderá resultar a apreensão Estado, razão pela qual escolhe seus representantes, que irão representá-
de mercadorias impróprias para o consumo humano, e ela será executada lo no parlamento e editar as normas que os agentes públicos, como admi-
pela Administração (auto-executoriedade), sendo obrigatória para o particu- nistradores, deverão aplicar para alcançar o pretendido e inafastável inte-
lar (coercibilidade). Nem se concebe tenha o fiscal de buscar mandado resse da coletividade, interesse público.
judicial para apreender o produto impróprio para o consumo ou permitir ao
particular que continue a comerciá-lo até que obtida a ordem judicial (são Todavia, no manejo dos instrumentos à busca do interesse público, no
os atributos da auto-executoriedade e da coercibilidade que garantem a gozo e uso dos poderes que são atribuídos aos agentes públicos para
certeza de cumprimento da decisão). Mas o particular poderá a qualquer alcançar esses fins, podem os mesmos ultrapassar os limites legais e se
tempo questionar a atuação da Administração, normalmente o fazendo por acometer em abusos e ilegalidades. Por tal razão, tornam-se necessários
mandado de segurança com pedido liminar. fiscalização (preventiva) e controle dos atos da Administração Pública.
2.7.2. Sanções Neste passo, podemos conceituar controle como o conjunto de me-
canismos jurídicos para a correção e fiscalização das atividades da
As sanções são, exemplificativamente, a multa (dependente do Judiciário Administração Pública.
para a sua execução), a apreensão de bens, de mercadorias, o fechamento
de estabelecimento, a proibição de fabricação, a inutilização de gêneros 2 - Classificação do controle
etc. 2.1 - Quanto aos órgãos incumbidos do controle: (é uma tripartição
2.7.3. Alvarás de licença e Autorização de controle)
O alvará constitui gênero do qual são espécies o alvará de licença e o a) Controle Legislativo – Feito pelo Poder Legislativo com o auxílio do
alvará de autorização. A licença é definitiva, não pode ser negada ou Tribunal de Contas.
recusada pela Administração sempre que o particular preencher todos os b) Controle Administrativo – Feito no próprio âmbito administrativo,
requisitos para a sua obtenção, como ocorre para a licença de funciona- pode ser tutelar ou hierárquico.
mento de bares e restaurantes; licença para construir; ou para a licença
para o exercício de atividade profissional. O particular, ante a recusa ou c) Controle Judicial - Feito pelo Poder Judiciário, o qual deve ser ne-
omissão da Administração, pode valer-se do mandado de segurança para cessariamente invocado (Princípio da Inércia – art. 2º do Código de Pro-
assegurar respeito a seu direito líquido e certo. A autorização é precária, cesso Civil; Princípio do Amplo Acesso à Justiça – artigo 5º, inciso XXXV,
porém, é discricionária e por isso pode ser negada ou recusada, assim da CF).
como invalidada a qualquer tempo pela Administração, como ocorre na
2.2 – Quanto ao âmbito:
autorização para portar arma de fogo deferida ao particular ou para pesca
amadora. O alvará pode ser anulado (por ilegalidade na sua concessão), a) Controle interno - É aquele feito por órgãos da própria Administra-
revogado (por conveniência e oportunidade) ou cassado (por ilegalidade na ção Pública, podendo ser hierárquico ou tutelar.
sua execução). Assim, será invalidado por culpa do particular (cassação),
em razão do interesse da Administração (revogação) e por ilegalidade a.1) O controle hierárquico é feito dentro de uma estrutura adminis-
(anulação). trativa hierarquizada, portanto, pressupõe, via de regra, desconcentração
administrativa. Ex.: controle de ato de um departamento por uma secretaria.
2.7.4. Limites do Poder de Polícia
1.1. A Teoria da Irresponsabilidade e o Direito Brasileiro. No entanto, essa dificuldade para se acionar o Poder Público não de
coadunava com os ideais do racionalismo iluminista, que pregavam a
O Brasil, desde seu alvorecer enquanto Estado soberano, jamais espo- limitação dos poderes do Estado, principalmente através da doutrina dos
sou a tese da irresponsabilidade do Estado no que concerne a atos decor- direitos naturais. A solução acima exposta, ademais, não preenchia os
rentes da Administração Pública. anseios dos cidadãos, que desejavam ver seus direitos protegidos contra a
indevida ingerência estatal da forma mais ampla possível.
Já a Constituição de 1824, outorgada dois anos após a declaração de
independência, proclamava em seu artigo 178, n. 29: Além disso, a evolução do princípio da legalidade permitira deduzir a
noção de que se o particular está limitado no seu agir pelas leis emanadas
"Os empregados públicos são estritamente responsáveis pelos abusos do poder legislativo, não era razoável que o próprio Estado, ao executá-las,
e omissões praticados no exercício de suas funções, e por não fazerem não estivesse subsumido às mesmas. Desta forma, paulatinamente a
efetivamente responsáveis aos seus subalternos". doutrina constrói a tese de que o Estado é responsável pelos atos ilegais
Ao contrário do que uma primeira leitura possa sugerir, doutrina e juris- praticados pelos agentes administrativos que causem danos ao cidadão,
prudência jamais interpretaram este dispositivo como consagrando apenas salvo nos casos em que provasse a sua não culpa.. A jurisprudência cons-
a responsabilidade pessoal do funcionário, ao mesmo tempo em que decla- truía, desta forma, a teoria da culpa presumida da Administração, que
rava a irresponsabilidade estatal. Na verdade, desde sempre se entendeu invertia o ônus da prova, em benefício da vítima.
que a norma traduzia uma responsabilidade solidária entre o Estado e seus Brilhante é a síntese desta passagem fornecida por CANOTILHO:
agentes. Esta, todavia, baseava-se ainda na concepção de responsabilida-
de aquiliana, posto exigisse a prova da culpa do funcionário para a sua "O princípio da legalidade que no Estado de Polícia foi interpretado no
caracterização. sentido de só atos lícitos serem imputados ao Estado, evolui no sentido
contrário, entendendo-se ser o próprio princípio da legalidade que impele o
No mesmo sentido, seguiram-se as Constituições de 1891 e 1934, que, Estado a garantir a regularidade da atuação administrativa."
com redações símiles no que se refere ao objeto do atual trabalho, consa-
graram a responsabilidade do Estado por ato do administrador nos mesmos A responsabilização do Estado pelo ato do agente foi possível, desta
moldes. Abordaremos, pois, a seguir, a teoria da responsabilidade subjetiva forma, a partir da evolução do entendimento da natureza da relação exis-
do Estado, com vistas a dar prosseguimento à análise histórica do instituto. tente entre eles. Quando se passou a admitir que o funcionário público não
é um mero particular, mas sim um órgão do Estado, foi elaborada a teoria
1.2. A Teoria da Responsabilidade Subjetiva do Estado. da responsabilidade do Estado pelo ato culposo de seu agente. Consoante
Foi lenta a evolução da teoria da responsabilidade do Estado, tendo a teoria do órgão, "a atividade do funcionário configura-se como atividade
tardado muito a permissão para o indivíduo proceder contra o Estado de da própria pessoa jurídica, e, por conseguinte, devem ser atribuídas a esta
forma semelhante a que se acionava um particular. todas as consequências danosas ou não dessa atividade"
O período de responsabilidade civilística, em que o Estado se encon- Conforme se pode observar, aos poucos a teoria da responsabilidade
trava em posição de igualdade face ao particular, pode ser dividido em dois civil do Estado evoluiu de uma concepção individual para a da culpa anô-
principais momentos: o da culpa provada e o da culpa presumida. Em um nima ou impessoal. Desta forma, pouco a pouco, foi-se dando prevalência à
primeiro momento, a responsabilidade estatal assemelhou-se à do prepo- constatação do dano sobre a prova da culpa, sendo os primeiros passos
nente pelo ato do preposto, sendo indispensável a demonstração da culpa- neste sentido mérito da jurisprudência francesa, através do Conseil d’État.
bilidade do funcionário público para deduzir-se a responsabilidade da A esta coube a elaboração da noção de "falta de serviço", que mostrar-se-ia
entidade pública. Os danos causados por agente administrativo enquadra- o alvorecer da responsabilidade objetiva do Estado, calcada nos princípios
vam-se, portanto, dentro da teoria clássica do delito civil, donde a imperio- da igualdade e do risco. Consoante a ideia de "falta do serviço", o Estado
sidade de se restar comprovado "o dolo ou a negligência grave". seria responsável, independentemente de culpa de seu agente, pelo prejuí-
zo sofrido por um particular devido à inexistência do serviço público, a seu
Necessário se faz observar que os alicerces da responsabilidade civil mau funcionamento ou retardamento. Passou-se, portanto, a serem utiliza-
do Estado são lançados ao final do século XIX, fruto da Revolução Industri- dos os termos "culpa do serviço" ou "falha do serviço", e a ser necessário
al, que fizera surgir a figura do Estado empresário. Separou-se, então, a apenas comprovar a ausência do serviço devido ou que seu funcionamento
atividade do Estado em atos de império e atos de gestão, para obrigá-lo a deu-se de forma inadequada, ou, ainda, que tardou mais do que deveria
reparar os danos causados no desempenho destes últimos em relação aos (morosidade), para configurar a responsabilidade do Estado pelos danos
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada CAPÍTULO III
utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial Das Penas
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrati-
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; vas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonali- improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
zado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação
ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicita-
aplicáveis à espécie; mente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte- da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
mercado; incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou dez anos;
serviço por preço superior ao de mercado;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevida- intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
mente; cinco anos;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
lei ou regulamento; perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco
anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas perti- mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
nentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; majoritário, pelo prazo de três anos.
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
ilicitamente; em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial
obtido pelo agente.
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade CAPÍTULO IV
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta Da Declaração de Bens
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
contratados por essas entidades. apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patri-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a mônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competen-
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar te. (Regulamento) (Regulamento)
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, di-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e nheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimo-
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na niais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante,
Seção III excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios
da Administração Pública § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em
que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra função.
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às insti- § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público,
tuições, e notadamente: sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
13. Com relação aos poderes administrativos, é INCORRETO afirmar que o 21. Poder Discricionário - No poder discricionário a lei deixa uma
poder certa margem para que o agente público possa agir. Nele o agente
(A) disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e visando o interesse público, aplica a conveniência e oportunidade na
aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à execução do ato administrativo. O agente público escolhe a melhor
disciplina administrativa. possibilidade que se aplica ao caso concreto. Como esse poder segue
(B) regulamentar é inerente ao chefe do Executivo para, mediante decreto, os ditames da lei, ele poderá ser revisado no âmbito da própria
expedir atos normativos compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la. administração ou mesmo na via judicial. O Judiciário não avalia o
(C)) discricionário vincula o administrador público à competência, forma e mérito (conveniência e oportunidade), mas apenas os aspectos de
objeto do ato, deixando livre a opção quanto ao juízo de mérito. legalidade. Entretanto, há na doutrina e jurisprudência entendimento
(D) hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as (não consolidado) de que o Poder Judiciário pode, sim, examinar os
atividades administrativas, no âmbito da Administração Pública. motivos do ato, e declarar sua nulidade. Outros entendem que o juiz
(E) Legislativo, no exercício do poder de polícia que compete ao Estado, não pode substituir o administrador público. Não se pode confundir
cria, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liber- discricionariedade com arbitrariedade. Na arbitrariedade o agente atua
dades públicas. fora dos limites da lei (ato ilegal) e na discricionariedade sua conduta
é legal, ele utiliza apenas os critérios da conveniência e oportunidade.
14. O leilão é uma modalidade de licitação
(A) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-
22. Poder Vinculado - No poder vinculado a lei ao conferir determinada
ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem ofere-
atribuição ao administrador público, faz de forma que não lhe deixa
cer o maior lance, independentemente do valor da avaliação.
margem para escolha. Não deixa espaço para liberdade de atuação da
(B) adequada somente para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer
administração. Não há interpretação subjetiva do agente público.
o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Importante lembrar que todos os atos administrativos são vinculados
(C) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de qualquer
quanto à competência, forma e objeto. Esses elementos, no momento
bem imóvel, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
de sua aplicação, não podem ser valorados. Cabe ao agente apenas a
avaliação.
sua aplicação.
(D) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de bem
imóvel, a quem oferecer o maior lance, independentemente do valor da
avaliação. 23. Poder Regulamentar - No poder regulamentar o Estado tem a
(E) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra- prerrogativa de editar atos gerais para completar e dar aplicabilidade
ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem ofere- às leis. Ele não tem o poder de alterar ou revogar a lei que é uma
cer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. função legislativa. Caso cometa esse abuso o Congresso Nacional
poderá sustar o ato regulamentar (art. 49, V, CF/88). Na doutrina há
Nas questões que se seguem, assinale: dois entendimentos sobre o poder regulamentar – um amplo e outro
C – se a proposição estiver correta restrito. No restrito, entende que é a prerrogativa do chefe do Poder
E – se a mesma estiver incorreta Executivo, prevista no artigo 84, V, da Constituição Federal. Poder de
editar regulamentos e decretos. Já no sentido amplo, são os atos
15. Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas no Brasil,
expedidos pelas autoridades administrativas de editar atos normativos
considerada como um aperfeiçoamento do regime de licitações para a
que explicam e auxiliam na aplicação de normas gerais e abstratas.
Administração Pública Federal. Esta modalidade possibilita o incremento da
Dentre esses atos destaca-se: as instruções normativas, resoluções e
competitividade e ampliação das oportunidades de participação nas
portarias. Importante destacar que o poder regulamentar não pode
licitações, por parte dos licitantes que são Pessoas Jurídicas ou Pessoas
existir sem lei e, além disso, ato normativo não pode contrariar a lei.
Físicas interessadas em vender bens e/ou serviços comuns conforme os
Dessa forma, pode haver controle judicial de legalidade, mas no
editais e contratos que visam o interesse público.
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) não haverá controle
16. Também chamado de Leilão Reverso ou Holandês, o Pregão é de controle de constitucionalidade desses atos pela via da Adin (ação
realizado em lances sucessivos e decrescentes, no chamado "quem dá direta de inconstitucionalidade).
menos" (NBS). Desta forma, a Administração Publica que está comprando,
gera economia significa o bom uso do dinheiro público.
24. Poder Hierárquico - O poder hierárquico é caracterizado pelo poder
17. O pregão pode ser Presencial (onde os licitantes se encontram e de comando de agentes administrativos superiores sobre seus
participam da disputa) ou Eletrônico (onde os licitantes se encontram em subordinados. Nele o superior tem a prerrogativa de ordenar,
sala virtual pela internet, usando sistemas de governo ou particulares). O fiscalizar, rever, delegar e avocar as tarefas de seus subordinados.
designado responsável pelo pregão tem o nome de Pregoeiro. Essa subordinação é de caráter interno e não se confunde com
vinculação que é de caráter externo.
18. O pregão é caracterizado por inverter as fases de um processo A administração pública é toda organizada, em observância ao
licitatório comum regido pela lei 8.666/93. Ou seja, primeiro ocorre a princípio constitucional da legalidade, em uma estrutura hierárquica
abertura das propostas das licitantes e depois é procedido o julgamento da que lhe possibilita executar suas finalidades. Não existe hierarquia
habilitação dos mesmos. O Pregão é regido pela Lei Federal Brasileira entre agentes que exercem funções estritamente jurisdicional (o juiz é
nº10.520/200 livre para decidir) e legislativa ( sua competência é delineada pela
19. Outro grande diferencial do Pregão em relação as demais modalidades Constituição).
de licitação é a sua economicidade, pois, como os licitantes podem baixar
29. E vedado ao servidor público; 32) Sobre a noção de Administração Pública, analise as afirmativas a
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e seguir:
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; I. A função administrativa do Estado será desempenhada por órgãos e
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de agentes de todos os poderes, ainda que predominantemente pelo Poder
cidadãos que deles dependam; Executivo.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou II. No sentido material, considera-se Administração Pública o desempenho
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; da função administrativa, como por exemplo, a gestão de bens e de servi-
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de ços públicos.
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; III. Através da desconcentração administrativa é possível atribuir a particu-
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do lares, por ato administrativo, ou por contrato, a execução de serviços públi-
seu conhecimento para atendimento do seu mister; cos.
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou São verdadeiras somente as afirmativas:
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os a) I e II
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores b) I E III
ou inferiores; c) II e III
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda d) I, II e III
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-
quer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento 33) Analise as frases abaixo:
da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; A- o poder disciplinar é considerado discricionário, uma vez que caberá ao
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para superior hierárquico decidir pela punição ou não do servidor público, bem
providências; como pela instauração ou não da sindicância/processo administrativo.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em Todavia, decidindo pela aplicação da pena não lhe será facultado eleger a
serviços públicos; sanção cabível, uma vez que as leis estatutárias, em geral, são taxativas e
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; inflexíveis a este respeito.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer B- as agências reguladoras detêm poder de inovar a ordem jurídica, criando
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; obrigações para as pessoas físicas e jurídicas submetidas à sua fiscaliza-
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu ção, independente da existência de lei anterior que fixe o referido dever. É
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; o que se chama poder normativo.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; C- os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são fundamentais
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a para o correto exercício do poder de polícia e do poder disciplinar.
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; D-o princípio da motivação, assim como da segurança jurídica, assumem
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendi- importância no processo administrativo.
mentos de cunho duvidoso. a) apenas a alternativa A é falsa
b) apenas a alternativa B é falsa
30. Das Comissões De Ética c) apenas as alternativas A e B são falsas
- Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, d) apenas as alternativas C e D são falsas
indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma 34) Assinale a alternativa incorreta:
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética a) O poder discricionário confere ao administrador certa liberdade
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio para a prática de atos administrativos, no que se refere á escolha se sua
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de oportunidade e conveniência.
procedimento susceptível de censura. b) Os chefes do Executivo pode regulamentar a lei por decreto.
- À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da c) Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a administração
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividade e
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para direitos individuais, em benefício da sociedade ou do Estado.
todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. d) Considerando a natureza e os efeitos da atuação da polícia admi-
- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censu- nistrativa, os atos administrativos praticados nesse esfera são estritamente
ra e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por vinculados.
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
- Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídi-
42. Assinale a alternativa incorreta: 48. Sobre dispensa e inexigibilidade de licitação, considere as hipóteses
abaixo, previstas na Lei de Licitações:
64) O servidor público, nomeado para cargo de provimento efetivo, será 70) Com relação à lei nº8.112/90, pode-se afirmar que:
submetido a estágio probatório, oportunidade em que será avaliado pela
Administração Pública. Quando constatar que o servidor não preenche os