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ASSINATURAS | CEI 30/04/2022

QUESTÕES INÉDITAS
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Elaborado por Anna Normanton | Aprovada no LVIII Concurso para


Promotor de Justiça do MPMG. Professora universitária. Mestra em
Direitos Humanos (Faculdade de Direito da USP). Mestra em Direito
Constitucional (Faculdade de Direito da PUC/SP). Doutoranda em Teoria
Geral do Estado (Faculdade de Direito da USP).

QUESTÕES SEM GABARITO

1. Assinale a alternativa correta:


A) Por decisão de maioria absoluta de seus membros, pode o STF deferir pedido de
medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
B) O controle de constitucionalidade por omissão não encontra na arguição de
instrumento eficaz.
C) No procedimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, uma
vez apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridade s
responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de 15 dias.
D) As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal não são passíveis de
questionamento por arguição de descumprimento de preceito fundamental
E) Cabe ação rescisória para questionar a decisão que julgar procedente ou
improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito.

2. Assinale a alternativa INCORRETA:


A) Não há ofensa à cláusula de reserva de plenário e ao enunciado 10 da Súmula
vinculante do STF quando não haja declaração de inconstitucionalidade dos
dispositivos legais tidos por violados.
B) Os Estados não podem afastar a legitimidade ativa do Chefe do Ministério
Público estadual para propositura de ação direta de inconstitucionalidade estadual.
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C) É inconstitucional o dispositivo de constituição estadual que confere ao tribunal


de justiça local a prerrogativa de processar e julgar ação direta de
inconstitucionalidade contra leis e atos normativos municipais tendo como
parâmetro a Constituição Federal, ainda que se trate de normas de reprodução
obrigatória pelos estados.
D) Ação de controle concentrado de constitucionalidade não pode ser utilizada como
sucedâneo das vias processuais ordinárias.
E) Não compete ao Poder Legislativo suspender a eficácia de lei ou ato normativo
declarado inconstitucional em controle concentrado de constitucionalidade .

3. Assinale a alternativa INCORRETA:


A) O efeito backlash é exclusivo do Poder Judiciário.
B) Para a teoria do constitucionalismo democrático, o efeito backlash não é
indesejado, podendo ser necessário para o bom desenvolvimento da democracia e o
amadurecimento da sociedade.
C) Para a doutrina majoritária o efeito backlash é visto como uma ameaça à
autoridade do Judiciário e das Cortes e que deve ser evitado.
D) O constitucionalismo abusivo é a prática que promove a interpretação ou a
alteração do ordenamento jurídico, de forma a concentrar poderes no Chefe do
Executivo e a desabilitar agentes que exercem controle sobre a sua atuação, sendo
associado, na ordem internacional, ao retrocesso democrático e à violação a direitos
fundamentais.
E) Para a doutrina majoritária o efeito backlash é visto como a preservação à
autoridade do Judiciário e das Cortes e que deve ser almejado.

4. Assinale a alternativa correta:


A) A omissão inconstitucional pode ser total ou parcial exclusivamente quanto ao
cumprimento de dever constitucional de legislar.
B) A petição inicial da ação de inconstitucionalidade por omissão inepta, não
fundamentada, e a manifestamente improcedente será liminarmente indeferida em
sede de plenário.
C) Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá
desistência.
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D) O Procurador-Geral da República, ainda nas ações em que for autor, terá vista
do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações.
E) A decisão que indeferir a petição inicial é irrecorrível.

5. Assinale a alternativa correta:


A) Da petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade inepta, não
fundamentada e a manifestamente improcedente, liminarmente indeferidas pelo
relator, é cabível recurso de agravo.
B) É concedido efeito ex tunc a medida cautelar deferida em ação direta de
inconstitucionalidade.
C) Proposta a ação direta de inconstitucionalidade, será admitida a desistência até
o trânsito em julgado do acórdão decisório.
D) Nos termos da Lei nº 9.868/99, admite-se intervenção de terceiros no processo de
ação direta de inconstitucionalidade, na forma de amicus curie.
E) As informações, perícias e audiências públicas no andamento da ação direta de
inconstitucionalidade serão realizadas no prazo de quinze dias, contado da
solicitação do relator.

GABARITO
1. A
2. C
3. E
4. C
5. A
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QUESTÕES COM GABARITO COMENTADO


1. Assinale a alternativa correta:
A) Por decisão de maioria absoluta de seus membros, pode o STF deferir pedido de
medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
B) O controle de constitucionalidade por omissão não encontra na arguição de
instrumento eficaz.
C) No procedimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, uma
vez apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridade s
responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de 15 dias.
D) As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal não são passíveis de
questionamento por arguição de descumprimento de preceito fundamental
E) Cabe ação rescisória para questionar a decisão que julgar procedente ou
improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito.
A) CORRETA.
O art. 5º da Lei 9.882/99 afirma que o STF, por decisão da maioria absoluta de seus
membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
B) INCORRETA.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é instrumento eficaz de
controle da inconstitucionalidade por omissão. A ADPF pode ter por objeto as omissões
do poder público, quer totais ou parciais, normativas ou não normativas, nas mesmas
circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público, desde que
essas omissões se afigurem lesivas a preceito fundamental, a ponto de obstar a efetividade
de norma constitucional que o consagra1 .
C) INCORRETA.
De acordo com o art. 6º da Lei 9.882/99, uma vez apreciado o pedido de liminar, o relator
solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no
prazo de dez dias e não quinze dias, como afirma a alternativa.
D) INCORRETA.
Na realidade, o art. 13 da Lei 9.882/99 prevê expressamente o cabimento de reclamação
contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
E)INCORRETA.

1 STF. Plenário ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).
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O art. 12 da Lei 9.882/99 dispõe que a decisão que julgar procedente ou improcedente o
pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental na verdade é
irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
GABARITO: A

2. Assinale a alternativa INCORRETA:


A) Não há ofensa à cláusula de reserva de plenário e ao enunciado 10 da Súmula
vinculante do STF quando não haja declaração de inconstitucionalidade dos
dispositivos legais tidos por violados.
B) Os Estados não podem afastar a legitimidade ativa do Chefe do Ministério
Público estadual para propositura de ação direta de inconstitucionalidade estadual.
C) É inconstitucional o dispositivo de constituição estadual que confere ao tribunal
de justiça local a prerrogativa de processar e julgar ação direta de
inconstitucionalidade contra leis e atos normativos municipais tendo como
parâmetro a Constituição Federal, ainda que se trate de normas de reprodução
obrigatória pelos estados.
D) Ação de controle concentrado de constitucionalidade não pode ser utilizada como
sucedâneo das vias processuais ordinárias.
E) Não compete ao Poder Legislativo suspender a eficácia de lei ou ato normativo
declarado inconstitucional em controle concentrado de constitucionalidade .
A) CORRETA.
A alternativa está de acordo com jurisprudência recente do STJ2 , que afirma que não há
de se falar em ofensa à cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da CRFB e ao
enunciado 10 da Súmula vinculante do STF quando não haja declaração de
inconstitucionalidade dos dispositivos legais tidos por violados, tampouco afastamento
desses, mas tão somente a interpretação do direito infraconstitucional aplicável ao caso,
com base na jurisprudência do STJ.
B) CORRETA.
O STF3 entende que os Estados-membros da Federação, no exercício da competência
outorgada pela Constituição, não podem afastar a legitimidade ativa do Chefe do

2 STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 64.859/ES, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
21/03/2022.
3 STF. Plenário. ADI 5.693/CE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2021.
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Ministério Público estadual para propositura de ação direta de inconstitucionalidade


perante o Tribunal de Justiça local.
C) INCORRETA.
Na verdade é constitucional o dispositivo de constituição estadual que confere ao tribuna l
de justiça local a prerrogativa de processar e julgar ação direta de inconstitucionalidade
contra leis e atos normativos municipais tendo como parâmetro a Constituição Federal,
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.
Nesse sentido o STF4 admite o controle abstrato de constitucionalidade, pelo Tribunal de
Justiça, de leis e atos normativos estaduais e municipais em face da Constituição da
República, apenas quando o parâmetro de controle invocado for norma de reprodução
obrigatória ou exista, no âmbito da Constituição estadual, regra de caráter remissivo à
CRFB.
D) CORRETA.
Ação de controle concentrado de constitucionalidade de fato não pode ser utilizada como
sucedâneo das vias processuais ordinárias5 .
E) CORRETA
Não compete ao Poder Legislativo, seja de qualquer uma das esferas federativas,
suspender a eficácia de lei ou ato normativo declarado inconstitucional em controle
concentrado de constitucionalidade6 .
GABARITO: C

3. Assinale a alternativa INCORRETA:


A) O efeito backlash não é exclusivo do Poder Judiciário.
B) Para a teoria do constitucionalismo democrático, o efeito backlash não é
indesejado, podendo ser necessário para o bom desenvolvimento da democracia e o
amadurecimento da sociedade.
C) Para a doutrina majoritária o efeito backlash é visto como uma ameaça à
autoridade do Judiciário e das Cortes e que deve ser evitado.
D) O constitucionalismo abusivo é a prática que promove a interpretação ou a
alteração do ordenamento jurídico, de forma a concentrar poderes no Chefe do
Executivo e a desabilitar agentes que exercem controle sobre a sua atuação, sendo

4 STF. Plenário. ADI5647/AP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
5 STF. Plenário. ADPF 686/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/10/2021 (Info 1034).
6 STF. Plenário. ADI 5548/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).
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associado, na ordem internacional, ao retrocesso democrático e à violação a direitos


fundamentais.
E) Para a doutrina majoritária o efeito backlash é visto como a preservação à
autoridade do Judiciário e das Cortes e que deve ser almejado.
No emblemático caso norte-americano - Furman vs Georgia - a Suprema Corte dos EUA
decidiu, que a pena de morte seria incompatível com a oitava emenda da Constituição do
País. Diante de tal decisão, se observou intensa reação da sociedade nas eleições para o
Parlamento, com votação expressiva dos candidatos que defendiam a volta da pena de
morte, com endurecimento da legislação penal em diversos Estados, culminando com a
reavaliação da Suprema Corte, em 1976, observadas algumas condições, a pena de morte
passaria a ser compatível com a oitava emenda. O que se verificou foi uma reação com
efeito inverso da opinião pública e, consequentemente, do parlamento frente àquele
pretendido pela Suprema Corte, essa reação passou a ser conhecida como efeito backlash.
A) CORRETA.
O referido efeito é exclusivo do Poder Judiciário, é possível falar em backlash em relação
aos outros poderes, a exemplo de uma Medida Provisória editada pelo Poder Executivo.
B) CORRETA.
O constitucionalismo democrático compreende que o significado de uma Constituição
não é ditado unicamente por uma Corte Constitucional, sendo o povo também intérprete
da Carta, assim a alternativa está de acordo com o entendimento de tal teoria.
C) CORRETA.
A doutrina majoritária, de abordagem juristocêntrica, entende o Poder Judiciário como a
fonte mais apta a tratar de desacordo morais razoáveis, de forma que o efeito backlash é
indesejável..
D) CORRETA.
Conforme já destacou o Ministro Roberto Barroso, o constitucionalismo e as democracias
ocidentais têm se deparado com um fenômeno razoavelmente novo em decorrência dos
retrocessos democráticos, que no mundo atual, não decorrem mais de golpes de estado
com o uso das armas, mas sim, as maiores ameaças à democracia e ao constitucionalis mo
são resultado de alterações normativas pontuais, aparentemente válidas do ponto de vista
formal, que, se examinadas isoladamente, deixam dúvidas quanto à sua
inconstitucionalidade. Porém, em seu conjunto, expressam a adoção de medidas que vão
progressivamente corroendo a tutela de direitos e o regime democrático. Esse fenômeno
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tem recebido, na ordem internacional, diversas denominações, entre as quais:


“constitucionalismo abusivo”, “legalismo autocrático” e “democracia iliberal”.
E) INCORRETA
Nos termos do explicado na alternativa C.
GABARITO: E

4. Assinale a alternativa correta:


A) A omissão inconstitucional pode ser total ou parcial exclusivamente quanto ao
cumprimento de dever constitucional de legislar.
B) A petição inicial da ação de inconstitucionalidade por omissão inepta, não
fundamentada, e a manifestamente improcedente será liminarmente indeferida em
sede de plenário.
C) Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá
desistência.
D) O Procurador-Geral da República, ainda nas ações em que for autor, terá vista
do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações.
E) A decisão que indeferir a petição inicial é irrecorrível.
A) INCORRETA.
Na verdade, nos termos do Art. 12-B, I da Lei nº 9.868/99 a omissão inconstitucional total
ou parcial poderá ser tanto quanto ao cumprimento de dever constitucional de legis lar
como quanto à adoção de providência de índole administrativa.
B) INCORRETA.
O Art. 12-C da Lei nº 9.868/99 afirma que a petição inicial inepta, não fundamentada, e
a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator e não em
plenário.
C) CORRETA.
A alternativa replica especificamente o disposto no Art. 12-D da Lei nº 9.868/99.
D) INCORRETA.
O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo,
por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações, conforme §3º do art. 12-
E da Lei nº 9.868/99.
E) INCORRETA.
Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial, nos termos do parágrafo único do
Art. 12-C da Lei nº 9.868/99.
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GABARITO: C

5. Assinale a alternativa correta:


A) Da petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade inepta, não
fundamentada e a manifestamente improcedente, liminarmente indeferidas pelo
relator, é cabível recurso de agravo.
B) É concedido efeito ex tunc a medida cautelar deferida em ação direta de
inconstitucionalidade.
C) Proposta a ação direta de inconstitucionalidade, será admitida a desistência até
o trânsito em julgado do acórdão decisório.
D) Nos termos da Lei nº 9.868/99, admite-se intervenção de terceiros no processo de
ação direta de inconstitucionalidade, na forma de amicus curie.
E) As informações, perícias e audiências públicas no andamento da ação direta de
inconstitucionalidade serão realizadas no prazo de quinze dias, contado da
solicitação do relator.
A) CORRETA.
Trata-se de disposição expressa do art. 4º da Lei nº 9.868/99.
B) INCORRETA.
Na verdade, em regra, a medida cautelar em ADIN possui efeito ex nunc7 , isto é não
retroage, e não ex tunc como afirma a alternativa. Muito cuidado com essa pegadinha,
pois ela é recorrente em provas objetivas!
C) INCORRETA.
Na verdade, nos termos do Art. 5º da Lei nº 9.868/99, proposta a ação direta, não se
admitirá desistência.
D) INCORRETA.
Pela disposição literal do art. 7º da Lei nº 9.868/99, em ADIN, não se admite intervenção
de terceiros. O NCPC passou a prever a intervenção do amicus curiae como intervenção
de terceiros, sendo que é plenamente possível a intervenção do amicus em ADIN.
Todavia, atente-se, pois a assertiva mencionava expressamente a disposição da Lei
9.868/99 em específico.
E) INCORRETA.

7Art. 11, §1º da Lei nº 9.868/99. A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida
com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder -lhe eficácia retroativa.
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Alternativa está em discordância com o § 3º do art.9º da Lei nº 9.868/99, as informações,


perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo
de trinta dias, contado da solicitação do relator.

GABARITO: A

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