Você está na página 1de 4

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Turma: CPI B 12023


Disciplina/Matéria: DIREITO CONSTITUCIONAL
Sessão: 11 - Dia 30/01/2023 - 08:00 às 09:50
Professor: MARCIO AYALA PEREIRA FILHO

11 Tema: Argüição de descumprimento de preceito fundamental. Lei 9.882/99. Evolução histórica.

1ª QUESTÃO:
Diretório Municipal de determinado partido político com representação no Congresso Nacional
propõe arguição de descumprimento de direito fundamental, com pedido liminar, em face de ato do
Desembargador do Tribunal de Justiça que afastou o Prefeito da Capital, em sede de medida cautelar
inominada.
O autor sustenta que o ato impugnado violou o livre exercício do trabalho, preceito fundamental
disposto no art. 5º, XIII, da Constituição. Assinala que o afastamento do cargo teria ocorrido por
decisão do Tribunal de Justiça, sem a devida comprovação de obstrução na produção de provas nos
autos da ação civil pública em que o prefeito responde por supostos atos de improbidade
administrativa.
O arguente aduz também que, não obstante a presente demanda, já teve seu recurso contra a referida
decisão recebido nas instâncias superiores.
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se a ADPF merece trânsito.

RESPOSTA:
ADPF 340 AgR / SP - Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 05/04/2019 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-108 DIVULG 22-05-2019 PUBLIC 23-05-2019
Parte(s)
AGTE.(S) : PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT
ADV.(A/S) : NELSON FARID CASSEB
AGDO.(A/S) : RELATOR DA CAUTELAR INONIMADA Nº 2117559-56.2014.8.26.0000 DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. AGRAVO EM ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DE PRECEITO FUNDAMENTAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. NÃO ATENDIMENTO DO
REQUISITO DA SUBSIDIARIEDADE. 1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que,
nas ações de controle concentrado, a legitimidade ativa se circunscreve ao diretório nacional do
partido político, o que afasta a legitimidade ativa ad causam do órgão municipal da agremiação
partidária. Precedentes 2. É inadmissível a ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar
a suposta lesividade a preceito fundamental, em razão da subsidiariedade pela qual se rege este meio
processual. Precedentes. 3. Agravo que se nega provimento.

2ª QUESTÃO:
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se é cabível ADPF que impugna
Decreto estadual pré-constitucional, com o escopo de modificar títulos judiciais já transitados em
julgado.

DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 01 - CPI - 1º PERÍODO 2023 24/01/2023 - Página 1 de 4


ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RESPOSTA:
ADPF 369
Relator(a): Min. LUIZ FUX
Redator(a) do acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES
Julgamento: 27/04/2020
Publicação: 13/10/2020
Ementa
Ementa: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. DECRETO
ESTADUAL ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO DE 1988. COMPATIBILIDADE DE DIREITO
PRÉ-CONSTITUCIONAL COM CONSTITUIÇÃO PRETÉRITA. IMPOSSIBILIDADE. JUÍZO DE
RECEPÇÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 1º, CAPUT, 5º, CAPUT, E 37, CAPUT E INC. II, DA
CONSTITUIÇÃO. ESCOPO DE DESCONSTITUIR TÍTULOS JUDICIAIS TRANSITADOS EM
JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ARGUIÇÃO NÃO CONHECIDA. 1. Análise
de normas pré constitucionais, em sede de controle concentrado, somente é admitida para verificação
de sua compatibilidade com a atual ordem constitucional. Precedente: ADPF 33, de relatoria do
Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJ 27.10.2006. 2. Arguição que impugna decreto estadual
pré-constitucional com escopo de modificar títulos judiciais transitados em julgado, em contrariedade
à Jurisprudência da CORTE que assenta o não cabimento de ADPF com esse propósito. Precedentes:
ADPF 97, Rel. Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 21/08/2014, DJe de 30/10/2014;
ADPF 249-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 13/08/2014, DJe de
1/9/2014. 3. Arguição não conhecida.

DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 01 - CPI - 1º PERÍODO 2023 24/01/2023 - Página 2 de 4


ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Turma: CPI B 12023


Disciplina/Matéria: DIREITO CONSTITUCIONAL
Sessão: 12 - Dia 30/01/2023 - 10:10 às 12:00
Professor: MARCIO AYALA PEREIRA FILHO

12 Tema: Controle de constitucionalidade nos Tribunais estaduais. Controles concentrado e difuso


no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

1ª QUESTÃO:
No âmbito do controle de constitucionalidade nos Estados, responda, fundamentadamente, em no
máximo 15 (quinze) linhas:
1) se cabe recurso contra decisão que julga representação de inconstitucionalidade;
2) em caso positivo, quais seriam os requisitos para o conhecimento do respectivo recurso;
3) se a legitimidade para a demanda deve apresentar simetria com os legitimados positivados na
Constituição da República.

RESPOSTA:
RE 720809 AgR / SC - SANTA CATARINA , Relator(a): Min. LUIZ FUX
Julgamento: 31/05/2019 Órgão Julgador: Primeira Turma
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-122 DIVULG 06-06-2019 PUBLIC 07-06-2019
Parte(s)
AGTE.(S) : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Ementa
Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.
LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE EM
ÂMBITO ESTADUAL. AUSÊNCIA DE NORMAS DE REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA.
SÚMULA 280 DO STF. INCIDÊNCIA. EXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO NA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL PARA POSSE NO CARGO DE ASSISTENTE JURÍDICO DE
PROCURADORIA. AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FUNDAMENTADA DE REPERCUSSÃO
GERAL. ARTIGO 327, § 1º, DO RISTF. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS NO JUÍZO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO NESTA
SEDE RECURSAL. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

2ª QUESTÃO:
Analise, fundamentadamente, se uma Constituição Estadual pode prever ação direta de
inconstitucionalidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado, contra norma municipal, tendo como
parâmetro a Lei Orgânica do respectivo município, bem como se é constitucional dispositivo que
submete à Casa Legislativa estadual ou às municipais a atribuição de suspender a eficácia de lei já
declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça.

DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 01 - CPI - 1º PERÍODO 2023 24/01/2023 - Página 3 de 4


ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RESPOSTA:
STF invalida regras da Constituição de Pernambuco sobre controle de constitucionalidade no TJ
estadual
Relator do processo, o ministro Ricardo Lewandowski destacou que a Constituição estadual não pode
disciplinar a matéria de maneira diversa do que previsto pela Constituição Federal.
O Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou regra da Constituição do Estado de Pernambuco que
previa a possibilidade de ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, perante o Tribunal de
Justiça (TJ-PE), contra norma municipal tendo como parâmetro a Lei Orgânica do respectivo
município.
Na decisão, tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5548, na sessão
virtual finalizada em 16/8, a Corte também derrubou dispositivo que submetia às Casas Legislativas
estaduais ou municipais a atribuição de suspender a eficácia de lei já declarada inconstitucional pelo
Tribunal de Justiça.
Por unanimidade, o colegiado acompanhou o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski, e
julgou procedente a ADI ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Lei Orgânica
Em seu voto, o ministro Lewandowski explicou que o artigo 125, parágrafo 2º, da Constituição
Federal prevê que cabe aos estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. Segundo o relator, a
literalidade desse dispositivo não permite extrair o cabimento de controle concentrado de
constitucionalidade de leis ou atos normativos municipais contra a Lei Orgânica respectiva. Ele
ressaltou que o STF tem entendimento de que é incabível o controle concentrado nessa hipótese, por
ausência de previsão constitucional.

Poder Legislativo
Com relação ao dispositivo que prevê a comunicação da Assembleia Legislativa ou da Câmara
Municipal para suspender a eficácia da lei declarada inconstitucional pelo TJ-PE, o relator explicou
que o inciso X do artigo 52 da Constituição Federal prevê que compete ao Senado Federal suspender
a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Mas
essa norma, ressaltou, aplica-se apenas ao controle difuso de constitucionalidade, ou seja, nos casos
em que a decisão vincula apenas as partes envolvidas. A finalidade do procedimento seria atribuir
eficácia geral à decisão proferida somente para as partes.
Para o ministro, portanto, a Constituição estadual não poderia disciplinar a matéria de maneira
diversa, submetendo às Casas Legislativas estaduais ou municipais a atribuição de suspender a
eficácia de lei já declarada inconstitucional pelo TJ local. "Não compete ao Poder Legislativo, de
qualquer das esferas federativas, suspender a eficácia de ato normativo declarado inconstitucional em
controle concentrado de constitucionalidade", concluiu.
Processo relacionado: ADI 5548

DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 01 - CPI - 1º PERÍODO 2023 24/01/2023 - Página 4 de 4

Você também pode gostar