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Direito Internacional Público

Terminologia

D. I. é expressão cunhada por Jeremy Bentham em substituição à expressão “Direito das


gentes”, utilizada para designar o Direito que regulava as relações internacionais (1780).

Direito Internacional Público e Direito Internacional são comumente utilizados como


sinônimos.- quando for privado acrescenta que é privado expressamente.

O adjetivo “público” foi introduzido para destacar que os principais sujeitos desse ramo
são os Estados e para diferenciá-lo do D. I. Privado (que se ocupa das leis no espaço, do
conflito de jurisdição, da nacionalidade e da condição jurídica do estrangeiro).- Estados
são sujeitos de direitos internacionais, mas não são os únicos.

A preponderância do Estado está na própria palavra internacional (inter = entre + nações


= Estados).

Nação não é sinônimo de Estado.

Um estado pode abrigar muitas nações. Uma nação pode estar espalhada em vários
estados.

Relação entre estados e outros sujeitos de direito internacional.

Direito internacional publico remete erroneamente a direitos entre nações. Mas a relação
é entre estados e outros sujeitos de direito internacional.

O que é nação?

Não é correto assemelhar Estado a nação.

Estados decorrem de um vínculo objetivo; nação, de um vínculo subjetivo entre seus


membros. Não é um vinculo só, mas vários que constitui uma nação. Ex: Nação judaica
ligados a algo, fatores que falam que é uma nação, estereótipo, religião etc. nação
critério subjetivo e são vários fatores que permite falar que é uma nação.

Estado- vinculo objetivo. Instituições (MP, juizses, poderes).

Ex: nação cigana.

Nações é diversidade.
Nações são fundadas em critérios sociológicos e não devem ser confundidas com um
dos elementos do Estado (população).

Em um Estado pode haver mais de uma nação! Uma nação pode espalhar-se por vários
Estados (nações judaicas, árabe, curda, cigana) e há estados multinacionais (ex-
Iugoslávia, Espanha e Sudão)

Multinacionais- brasil não é.

Estados multinacionais- criação território politico para abrigar essas nações. Nações que
querem estados políticos para abrigar essas nações. Criação de um estado para abrigar
uma nação especifica. Várias nações em um estado e nações que reivindicam criação de
estados independentes.

A Espanha é um exemplo clássico de Estado multinacional, ou seja, com um grande


número de nações vivendo em seu território. Existem os espanhóis, mas também
existem os catalães, uma nação atualmente sem um Estado soberano e, portanto, sem
um território político definido, além dos bascos, navarros e alguns outros. A maior parte
dessas nações reivindica, inclusive, a criação de seus Estados independentes, com a
delimitação de seus respectivos territórios.

País/Estado brasileiro/nações

País: designação geográfica que normalmente coincide com o Estado. (Brasil)

Estado: um conjunto de instituições públicas que administra um território, procurando


atender os anseios e interesses de sua população. (República Federativa do Brasil)-
temos leis, instituições etc. um estado pode ter diferentes nações que tem pretensão de
se emancipar politicamente ou não. Pode ter estado constituído de varias nações.

As nações indígenas, com uma cultura muito diferente do que chamamos de “cultura
brasileira”, estão inseridas dentro do Estado brasileiro. Um caso interessante são as
dezenas de tribos não contatadas no Brasil, que nunca tiveram interação com a
civilização do “homem branco”: elas estão no país Brasil, mas fora do Estado
brasileiro, pois nossas leis e instituições não chegam até elas.

Nação- critério sociológico


País- critério geográfico. Delimitação geográfica.

Estado- critério objetivo. Instituições, leis, MP, magistratura. Abriga diferentes nações.

Nação- critério sociológico.

Tem nação que não são alcançadas por um Estado. Vive fora das leis, instituições do
Estado. Estado não chega ali.

O que significa “internacional”?

Internacional pode conduzir à ideia de que somente os Estados são sujeitos do D. I., que
são a única preocupação do D. I.

Direito internacional- um dos sujeitos é o Estado, mas não é o único. Mas temos
organizações internacionais com fins ou não lucrativos. Ex: Onu.

Sobretudo após a 2ª Guerra Mundial, o relacionamento entre os Estados passou a ser


apenas um dos vários objetos desse ramo. - Surgimento da ONU. Dignidade pessoa
humana e direitos humanos.

Estado sujeito de DI.

Atualmente, acresce a ele a preocupação com os temas (ex: proteção do meio ambiente,
manutenção da paz) e com os valores globais (ex: proteção dos direitos humanos,
segurança internacional).

O que significa “internacional”?

Direito Internacional se ocupa do relacionamento entre os Estados, das organizações


internacionais intergovernamentais e não governamentais, com os temas e valores
globais, com os costumes internacionais e, inclusive, com os indivíduos (sem excluir
outros objetos materiais)-

Conceito de D.I.P.
A maneira mais tradicional de se definir o conceito de D. I. é a partir dos sujeitos desse
ramo.

4 teorias mais usuais:

Apenas os estados são sujeitos de D. I. Daí: sistema que ordena, a partir de normas
jurídicas, as relações entre os Estados;- NÃO É MTO ACEITA.

Segunda teoria que acresce aos Estados as Organizações Internacionais, ampliando o


conceito para incluí-las; não é majoritária.

Terceira teoria salienta que tanto os Estados quanto as Organizações Internacionais são
ficções criadas pelos seres humanos e que, em última instância, somente esses seriam
sujeitos de qualquer ramo do Direito;- somente as pessoas são sujeitos.

Quarta teoria enxerga nos Estados, nas Organizações Internacionais e nos seres
humanos, os sujeitos do D. I. e o define como esse conjunto alargado de entes
submetidos à regulamentação. Daí: D. I. seria “o conjunto de regras e princípios
destinados a reger os direitos e deveres internacionais dos Estados, de certos organismos
internacionais e dos indivíduos” (Accioly; Nascimento e Silva, 1996).- majoritária.

Fundamentos do DIP

Ordem interna x anarquia internacional?

Tradição Hobbesiana ou realista: vida internacional como estado de natureza?

Hobbes- egoísta de natureza. É necessário um poder mais forte para colocar limite as
vontades do homem. No estado de natureza vivia na luta de todos contra todos e
iminência de guerra, devido a paridade de armas entre os indivíduos. A igualdade
contribui com o estado de guerra de todos contra todos. Por isso é preciso o poder do
Estado.

Ausência de poder capaz de obrigar os Estados a cumprir regras;- poder econômico (os
estados querem estabelecer boas relações internamente e exteriormente. Coloca pressões
sobre os estados).

Relações internacionais: estado de guerra de todos contra todos;

Vitória de um implica em derrota dos demais;


Paz é período entre guerras;

Estados podem perseguir qualquer fim (sem restrições morais ou jurídicas – plano
interno);

Comportamento: conveniência e oportunidade. Acordos precários.

Funções do conceito de estado de natureza às relações internacionais:

Fornecer um modelo analítico que considera a guerra como resultado das propriedades
estruturais do sist. Internacional (previsão do comportamento dos Estados)

Estabelecer um modelo teórico de justificação moral para os princípios normativos no


campo das relações internacionais (prescrever a conduta apropriada)

Uso analítico do conceito sugere:- prevê comportamentos.

Estado de guerra existe na cena internacional porque não há poder superior que coloque
limite aos arbítrios;

Estado não está obrigado a respeitar regras de cooperação devido à incerteza de que os
outros Estados atuarão do mesmo modo;

É normal esperar o descumprimento das regras (vantagem)

Para a validade da analogia, 4 proposições devem ser verdadeiras (BEITZ, C., 1979)

Os únicos atores das relações internacionais devem ser os Estados;

Os Estados dispõem de poder relativamente igual;

Os Estados são independentes, ordenando a vida doméstica sem intervenção de


autoridade externa;

Não há expectativa de obediência recíproca das normas internacionais porque não há


poder superior para aplicá-las.

Mundo contemporâneo preenche esses requisitos? NÃO. Não compõe a teoria hobbes.

Como está agora:

Proliferação de organizações internacionais (não governamentais, com ou sem fins


lucrativos: ex. Cruz Vermelha, médicos sem fronteiras e intergovernamentais: ex. ONU
e OMC);
Empresas globais (investimento estrangeiro/políticas econômicas internas);

Indivíduos;

Igualdade de poder entre os Estados?

Políticas internas em relação com as circunstâncias globais e regionais. Economia


globalizada/ desafios transnacionais/cooperação.

Falta de aparato coativo não priva a comunidade internacional dos meios de promover o
cumprimento das regras de D.I. (condenação moral, embargos econômicos, exclusão
compulsória dos quadros da organização internacional a que pertence, suspensão de
concessões tarifárias na OMC etc)

O QUE É AGORA: Hobbes não funciona.

Na maior parte dos casos, o D. I. é obedecido voluntariamente sem o recurso a qualquer


sanção. A guerra é uma exceção.

Tratados, convenções e costumes merecem acatamento porque produzem benefícios


coletivos.- se por um lado limite, ele protege também.

Expectativa de obediência recíproca manifesta-se, com grande intensidade, na esfera


econômica internacional.

Modelo do estado de natureza, que elege a guerra como tema principal, não abarca a
complexidade das relações internacionais no presente. Necessário paradigma com maior
capacidade analítica!

Uso prescritivo do conceito de estado de natureza. Busca justificar, sob o ponto de vista
moral, os princípios reguladores da vida política nacional e internacional.

Justificação repousa na noção de autointeresse ou seja, as regras morais obrigam


somente se corresponderem aos interesses dos Estados.

Autointeresse para justificar a preponderância dos interesses nacionais sobre os


princípios morais?

Certos princípios morais impõem restrições às ações humanas, independentemente de


benefícios atuais ou futuros.
“Princípio de não causar dano a terceiro ou de salvar a vida de outrem quando esse ato
não importar em risco aceitável para o agente”

Participação em instituições é moralmente obrigatória (além do medo da coerção e da


expectativa de vantagem), ainda que a obediência às regras em algum caso particular
não promova o interesse do Estado. Principais razões morais (Buchanan): valores
democráticos e proteção dos direitos humanos.

Equidade e justiça são valores que influenciam a formação das instituições.

Mitigação da tônica no interesse.

Modelo hobbesiano:

Empiricamente falso porque não se apoia em fatos que autorizem as conclusões


propostas;

Moralmente inadequado porque justifica de maneira insatisfatória os princípios


normativos que governam a vida internacional.

O que justifica a imperatividade do D. I.?

Correntes voluntarista, objetivista, jusnaturalista e eclética

Voluntarista: Consentimento justifica a sua imperatividade. Porém, a Declaração


universal dos direitos do homem- ius congen- independe da adesão do Estado. É
cogente. Costumes surge da pratica.

Vontade dos Estados (individual ou coletivamente): obrigatoriedade.

Mas como explicar normas que existem independentemente da vontade dos Estados?

Direitos Humanos, por exemplo.

Corrente Objetivista

Existem princípios e valores superiores ao ordenamento interno, partilhados pela


sociedade internacional, que se impõem a par da vontade dos Estados.
Retomada do Direito natural? Quais valores superiores? Haveriam princípios acessíveis
a ré a razão de direitos naturais.

Não podemos falar em comunidade internacional, pois não há uma aderência grande
desses valores. Mas é possível que alguns valores sejam compartilhados na sociedade
internacional.

São só os princípios e valores que definem a imperatividade? Mas não tem também
razão?

Normas de Jus cogens (que se aplicam independentemente da vontade dos Estados e são
inderrogáveis pela vontade das partes). Art. 53 e 64 da Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados. Ex: Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).

Corrente jusnaturalista

As teorias jusnaturalistas encontram, na busca da Justiça, o fundamento do D. I.

Todo ramo do direito o que justifica é a JUSTIÇA e a busca por ela.

Corrente eclética- a mais aceita

Estados continuam dotados de soberania (vontade dos estados justifica a


imperatividade) + busca pela Justiça é o objetivo do Direito lato sensu + há valores
internacionais de forte densidade...- princípios e valores internacionais de forte
densidade.

Ela leva em consideração as 3 teorias tradicionais e as combina para entender que o


fundamento do D. I. é o consenso sobre a necessidade de segurança jurídica a fim de
que se atinjam os valores internacionais.

Segurança jurídica (por meio das normas jurídicas): destaca a importância do D. I.

Valores internacionais: traz as ideias jusnaturalistas (justiça) e objetivistas (há uma ideia
de que existe valores e princípios internacionais).
Existência do D. I.

Temos uma sociedade internacional. Utilizar o termo sociedade e não comunidade. Pois
existe busca pela justiça, princípios e valores internacionais de forte densidade, mas não
tem tanta coesão com esses princípios e valores que permite falar de comunidade.

Fala-se de comunidade quando há uma certa identidade. Ex: comunidade europeia. Tem
princípios e valores que atravessam aquele estado que permite falar da unidade. Maior
integração.

Essa sociedade internacional se contribuiu como uma ordem descentralizada e sem


hierarquia.

Ordem descentralizada e sem hierarquia.

Há normas de vários gêneros: costumes, tratados internacionais etc. codificação


internacional.

Há normas internacionais: movimento de codificação do D. I. após 1945 (pós 2°


guerra). Não se deve confundir lei com norma. – Costumes, princípios gerais de direito
etc.

Após a segunda guerra mundial: Há tribunais internacionais: Há uma série de


tribunais, dentre os quais: Corte Internacional de Justiça (CIJ), Tribunal Internacional de
Direito do Mar, Corte Europeia de Justiça, Corte Europeia de D. H., Corte
Interamericana de D. H., Corte Africana de D. H., Tribunal Penal Internacional,
Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e o Tribunal Penal Internacional para
Ruanda. Tribunais históricos de Nuremberg e Tóquio e da Corte Permanente de Justiça
Internacional (já extintos).- criação desses tribunais para evitar que isso ocorra em
outros lugares.

Somam-se órgãos jurisdicionais e cortes arbitrais (resolução de conflitos célere e feita


por espertes) -

Adensamento da juridicidade no cenário internacional.- dessas normas, dessa jurisdição


internacional, cortes arbitrais, jurisprudências desses tribunais.

Há sanção em D. I.: Art. 41 da Carta da ONU (lista de possíveis sanções). Sistema de


solução de controvérsias na Organização Mundial do Comércio (esses sistema é antes
de ter a sanção) – retaliação.
Não se deve, portanto, analisar o D.I. a partir das premissas do Direito interno.
Realidades diferentes.-

O fato de ser difícil, às vezes, impor sanções, não se dá pela inexistência de normas,
tribunais ou sanções. - Temos tribunais permanentes, normas que se intensifica de
codificação de direito internacional público, sanções etc. A dificuldade é de impor essas
sanções.

Marcos históricos do D. I.

1648: Marco inicial do D. I. Tratado de paz de Westphalia que põe fim à guerra de 30
anos traz os elementos basilares desse ramo (direito internacional publico).

Princípio da soberania estatal;

Igualdade jurídica entre os Estados;

Territorialidade;

Regra de não intervenção em assuntos internos dos demais Estados.

Ordem Internacional de Westphalia se mantém, sem questionamentos, até 2ª guerra


mundial. Hoje, crise de paradigmas mas não houve exclusão total de nenhum dos
princípios criados em 1648.

1815: Após as guerras napoleônicas, quando a França ignorou a regra de não


intervenção, as potências da época (Áustria, França, Prússia, Reino Unido e Rússia) se
reuniram no Congresso de Viena e determinaram novas regras no cenário internacional.

No congresso estabelece-se:

o Concerto Europeu (uma das primeiras tentativas de controle/supervisão coordenadas


do cenário internacional);

Altera-se a regra de igualdade jurídica entre os Estados (potências eram iguais entre si e
diferentes dos demais Estados). Potências poderiam minimizar a regra de não
intervenção relativamente aos demais Estados;- isso não vai prosperar.
1919: Após o término da 1ª guerra mundial, cria-se a Liga das Nações. Surge, a partir de
então, uma nova ordem internacional: a Ordem Internacional de Versailles.

A Liga representa uma tentativa de regulamentar as relações internacionais a partir de


uma instituição multilateral não restrita às potências. Busca-se: ampliar a força das
instituições e das normas internacionais para evitar o ocorrido entre 1914-1919. No
entanto, eclode a 2ª guerra (1939-1945).- regulamentar a sociedade internacional e
valido para todos. Para evitar guerras.

1945: Criação da Organização das Nações Unidas (ONU)

Antes da ONU a palavra de ordem era coexistência. Tinha normas de direito


internacional que visavam a coexistência. Com a ONU a palavra de ordem começa a ser
cooperação (para atingir alguma coisa- ex: garantir direitos humanos, não utilização de
instrumentos para extermínio em massa etc). Cooperação para...

Nova tentativa de regulamentação institucional e jurídica do D. I.

A ONU é um marco relevante pois inicia o processo de consagração do ser humano


como sujeito do D. I. e estimula a cooperação internacional a partir não só de normas de
coexistência, mas de normas de cooperação.

Surgimento da nova ordem internacional: a Ordem Internacional Contemporânea.

As normas de coexistência criavam limites à ação estatal visando uma coexistência


pacífica entre os Estados. Após a criação da ONU, as normas de coexistência se
acrescem as normas de cooperação que impõem obrigações aos Estados sobre temas
relacionados ao fato de partilharmos o mundo.

A partir das normas de cooperação, surgem, p. ex., o Direito Internacional dos Direitos
Humanos, o Direito de Integração, o Direito Internacional do Meio Ambiente e a noção
de patrimônio comum da humanidade.

Isto implica na:

Flexibilização da soberania estatal (↑os temas tratados pelo D. I.); - para melhor cumprir
os valores e princípios internacionais. Para cumprimento dos tratados e normas
internacionais.
Novos critérios de legitimidade internacional (quem viola tais crenças compartilhadas
posiciona-se contra uma criação coletiva e não mais uma criação individual).

Relação entre Direito Interno e D. I.

Duas correntes:

Dualismo

Monismo

Para o Brasil é a teoria dualista moderada. Brasil prevê dois sistemas e como vai se dar
essa incorporação. E vai depender da matéria, do tratado internacional.

A CR/88 preve um procedimento geral e um especial em caso de tratados que versam


sobre direitos humanos. Então não é obrigatório um tratado que versa sobre direitos
humanos passe por esse procedimento especial, mas quando passa ele integra o
ordenamento jurídico interno com status constitucional, com status de emenda
constitucional.

No Brasil existe um procedimento que está previsto na CR/88. Quando se segue o


procedimento geral o tratado internacional entra via de regra como status de lei
ordinária. Dependendo da matéria que o tratado trata entra com status supralegal.

No caso dos tratados que versam sobre DIREITOS HUMANOS, se eles passam por um
procedimento especial, eles vão integrar o ordenamento jurídico interno como status de
emenda constitucional.

DUALISMO- São ordens distintas, a ordem do direito internacional e a ordem do


direito interno, que é o caso do Brasil ou pode se defender uma ordem única que é o
MONISMO.

Se houver conflito os MONISTAS se dividem em duas espécies: nacionalistas (se


houver conflito entre aquele compromisso internacional e o ordenamento jurídico
interno, eles defendem que o que existe primeiro são as leis do ordenamento jurídico
interno que inclusive autorizam que aquele estado compactue na estrutura internacional
e define como que isso vai se dar. Se houver conflito permanece o direito interno) e
internacionalistas (havendo conflito prevalece o que se estabeleceu na esfera
internacional).

DUALISTA- defendem que são dois sistemas distintos. Essa internalização e essa
incorporação do tratado na esfera do direito interno vai depender da observância de um
procedimento previamente estabelecido ou pode-se exigir para além uma LEI.

Quando se exige um procedimento e a criação de uma LEI nova, estamos o


DUALISMO RADICAL.

Quando se exige que só observe um procedimento já previsto anteriormente na esfera


do direito interno temos um dualismo moderado, que é o caso do Brasil. Não exige que
uma nova lei seja criada. So exige que o compromisso estabelecido na esfera
internacional, esta norma de direito internacional, passe por um procedimento (a cargo
do congresso nacional) e será incorporada no ordenamento jurídico interno . Nesse
procedimento temos a participação do poder executivo e legislativo.
Tratados, ok! Mas e quanto aos costumes internacionais, aos princípios gerais de direito
e às regras do jus cogens?---- (tratado internacional, carta, acordo internacional- são
sinônimos). – tudo isso é fonte do direito internacional.

Jus congens- independem da vontade dos sujeitos de direito internacional, são cogentes,
tem poder imperativo, se impõe, independentemente da vontade dos sujeito
internacional.

Costume- integração de um costume internacional no âmbito jurídico interno- um


costume internacional está situado na esfera da relação entre os sujeitos de direito
internacional, é uma fonte do direito internacional que estabelece direitos e deveres
entre esses sujeitos de direito internacional. Ele está situado na sociedade internacional
pautando a relação entre os sujeitos de direito internacional.

- Pode ser que um Estado queria explicitar o costume internacional no seio de seu
ordenamento jurídico interno com uma lei. Não é por meio de um procedimento, como é
no tratado, que esse costume vai ser incorporado, mas por meio de uma lei.

Para que um costume não seja considerado fonte de direito internacional para um
Estado, há a possibilidade de opor resistência aquela pratica e o Estado não reconhecer
como costume, que é a figura do OPOSITOR PERSISTENTE. – Isso na esfera do
sistema internacional.

JUS CONGEN- É imperativo, tem poder imperativo, independente da vontade dos


sujeitos internacionais. Ele se impõe aos Estados. Todos os sujeitos de direito
internacional deveria se atentar. Independem da vontade dos Estados. So que os estados
podem internamente incorporar este jus congen. Quando se diz o que está dito na esfera
do jus cogen entende-se como direitos fundamentais- ex: declaração universal do direito
do homem. Jus cogen se impõe e se não está declarado mesmo assim compromete o
Estado. Pode haver também incorporação das regras do jus congen, mas não
necessariamente vai haver incorporação das regras do jus congen. Não há previsão aqui
de nenhum tipo especifico de internalização (por lei ou procedimento) no caso do jus
congen. Se quiser na esfera do direito interno que esse jus congen seja explicitado no
ordenamento jurídico ele pode, mas não prevê que precisa de uma lei ou procedimento.
JUS CONGEN= DIREITO FUNDAMENTAL.
Tanto os costumes como o jus cogen pode se transladar essas normas internacionais
para dentro do direito interno, e vai pressupor uma lei, essa vontade do Estado em
declarar isso internamente. Mas em relação a tratado o Brasil não exige uma lei, mas
sim um procedimento previsto na CF/88.

Brasil é um estado que segue um dualismo moderado.

Dualismo moderado

Dualismo radical

Dualismo moderado---

Necessidade de procedimento formal de recepção para incorporação das normas


internacionais nos ordenamentos internos.

Maioria doutrinária tende a defender que o Brasil adota o dualismo moderado no que se
refere à incorporação de tratados.

Brasil exige procedimento formal de incorporação de tratados ao ordenamento interno,


mas sem a necessidade de promulgação de lei para tal.

Interpretação combinada dos art. 21, I, 49, I e 84, VIII + postura do STF e do
Legislativo e Executivo Federais.

art. 21, I, - quem faz isso é o Itamarati e o chefe das relações internacionais- presidente
(chefe do executivo). Competência no direito interno para assumir compromissos
internacionais é do poder executivo.

49, I- Com relação a incorporação ou a internacionalização (do direito internacional


para o ordenamento jurídico do direito interno) a competência para resolver
definitivamente sobre a internalização é do congresso nacional. Incorporação a
competência definitiva para resolver sobre a matéria é do congresso nacional.
84, VIII- a fiscalização e controle são feitas pelo congresso nacional pelas
responsabilidades e deveres que o Estado assume na esfera internacional. – pois
envolvem intenções de ordem econômica e variadas ordens.

Para que haja a incorporação de um tratado internacional temos a atuação do poder


executivo e congresso nacional (poder legislativo). O poder legislativo tem a
competência de resolver definitivamente sobre o cabimento dessa internalização.

No monismo- é apenas um sistema, e não tem a necessidade de uma incorporação, não


tem um procedimento de incorporação.

Dessa forma, no dualismo moderado não há portanto a exigência da promulgação de


uma lei para além de se seguir um procedimento estabelecido na CR/88.

Dualismo radical

Necessidade de procedimento formal de recepção para incorporação das normas


internacionais nos ordenamentos internos E necessidade de lei que incorpore as normas
internacionais aos ordenamentos internos.
Monismo- NÃO HÁ DUAS ORDENS E SIM UMA ORDEM SÓ. Não há dois
sistemas, ao há duas ordens, mas sim uma só.

Sistema único.

Todos os assuntos do Direito interno podem ser regulados pelo Direito Internacional.,
mas nem todos os assuntos do Direito. Internacional. podem ser regulados pelo Direito
interno. --- nem todos os assuntos do direito internacional poderiam ser previstos pelo
ordenamento jurídico interno devido a especialidade do direito internacional.

Pode haver conflito entre aquilo que se assume na esfera internacional e o direito
interno.

E como se resolve o conflito entre esses dois âmbitos do mesmo ordenamento?

Monismo nacionalista- prepondera o direito interno.

Monismo internacionalista- prepondera o direito internacional.

Monismo nacionalista

Primado do Direito nacional de cada Estado soberano sobre o D. I.

D. I. só tem valor pois é a Constituição que prevê quais os órgãos competentes para a
celebração de tratados. A obrigatoriedade do D. I. decorre do Direito interno.--- só há a
possibilidade do estado pactuar na esfera internacional um tratado, pois há uma
previsão interna anterior que autoriza.

Constituição prevalece sobre os tratados, por ex.

Monismo internacionalista

Primado do D. I. ao qual deveriam ser ajustar todas as ordens jurídicas internas.

D. I. é ordem jurídica hierarquicamente superior a todo o Direito interno do Estado.

Um ato internacional prevalece sempre sobre as disposições normativas internas.

Monismo dialógico
Dentro da área dos Direitos Humanos, diálogo das fontes. Busca-se a norma mais
benéfica, quer seja da ordem do direito interno ou internacional, a ser aplicada.--- não
existe prevalência de um sempre e nem de outro sempre, com relação a direitos
humanos, deveria buscar a norma que mais protege eles.

(CESPE / OAB – 2009.) No âmbito do direito internacional, a soberania, importante


característica do palco internacional, significa a possibilidade de: A) um Estado impor-
se sobre o outro. B) a Organização das Nações Unidas dominar a legislação dos Estados
participantes. C) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do
Tribunal Penal Permanente. D) igualdade entre os países, independentemente de sua
dimensão ou importância econômica mundial.

Comentários: A soberania está intimamente ligada à igualdade formal (igualdade “de


direito”) entre os Estados. Assim, a resposta é a letra D.

(CESPE / OAB – 2009) Em razão de sua natureza descentralizada, o direito


internacional público desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de direito diferentes
daquelas admitidas no direito interno. Que fonte, entre as listadas a seguir, não pode ser
considerada fonte de direito internacional? a) Tratado. B) Decisões de tribunais
constitucionais dos estados. C) Costume. D) Princípios gerais de direito.--- QUESTÃO
B--- tribunais internacionais são fontes, mas tribunais nacionais constitucionais dos
estados não são fontes. Uma decisão de um tribunal interno não é fonte de direito
internacional. É fonte de direito internacional decisões de tribunais internacionais.

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