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1. SOCIEDADE INTERNACIONAL.....................................................................................................3
1.1 Características (e tendências) da sociedade internacional:....................................................................4
2. CONCEITO DE DIP:.....................................................................................................................5
2.1. Objeto do DIP:......................................................................................................................................5
2.2. Fundamento do DIP..............................................................................................................................6
2.3. Ordenamento Jurídico Internacional:...................................................................................................7
2.4. Cooperação internacional entre Estados:.............................................................................................7
2.5. Jurisdição internacional:.......................................................................................................................8
8. Sanção:....................................................................................................................................................8
9. Diferenças entre direito internacional público e privado:.......................................................................8
10. Conflitos entre Direito Internacional Público e Direito Interno..............................................................9
3. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO..........................................................................14
4. BIBLIOGRAFIA INDICADA.........................................................................................................14
ATUALIZADO EM 04/10/20161
1. SOCIEDADE INTERNACIONAL
A sociedade internacional é formada por Estados (os únicos, para a percepção tradicional),
organizações internacionais, ONGs, empresas e indivíduos. No entanto, não se pode confundir essa
sociedade com a denominada comunidade internacional. Vejamos a diferença:
Para alguns, ainda não há uma comunidade internacional, pois o que une os Estados são os seus
interesses. Na realidade, os Estados se unem mais por necessidade do que por afetividade. A diferença
entre os povos também dificulta uma identidade comum.
Pode-se conceituar sociedade internacional como um conjunto de vínculos entre diversas pessoas
e entidades interdependentes entre si, que coexistem por diversos motivos e que estabelecem relações
que reclamam a devida disciplina.
#OUSESABER:
O DIP compartilha uma similaridade essencial com o DIREITO CIVIL (igualdade entre as partes). O Brasil se
pautará, nas suas relações internacionais, pelo REPÚDIO AO RACISMO E AO TERRORISMO.
1
As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título
do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar
dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe
quaisquer dos eventos anteriormente citados.
a) Universal: abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de seus membros às suas dinâmicas
não seja tão profunda.
c) Interestatal: para parte da doutrina, é formada apenas por Estados e, nesse sentido, seria também
paritária (igualdade jurídica entre os Estados). A doutrina moderna rechaça esse entendimento.
g) Regionalização: Criação de espaços regionais de cooperação, como União Europeia, Mercosul e UNASUL.
h) Institucionalização: Não é mais um direito que regula apenas relações entre Estados, mas também entre
os organismos internacionais, de âmbito territorial (universais e regionais), fins e meios (de integração e
cooperação) variados. Também tem levado à criação de direitos institucionais, próprios dessas
organizações, tal como é o direito comunitário europeu.
i) Funcionalização: Por um lado, o direito internacional, extravasando cada vez mais o âmbito das meras
relações externas entre os Estados e penetrando cada vez mais em quaisquer matérias a nível interno,
assume tarefas de regulamentação e de solução de problemas (como saúde, trabalho, ambiente, etc.). Por
outro lado, a funcionalização tem se traduzido na multiplicação de organizações internacionais de âmbito
setorial, em particular as da chamada família das Nações Unidas.
2. CONCEITO DE DIP:
O termo “Direito Internacional” foi empregado pela primeira vez em 1780, pelo inglês Jeremy
Bentham. “Público” foi incluído posteriormente por influência francesa, para diferenciar do privado. Ainda
há autores que se referem a “Direitos das Gentes” (jus gentium).
- Foi criada a expressão “direito transnacional” para superar a dicotomia entre os termos direito
internacional público e privado.
CLÁSSICO MODERNO
Sistema jurídico autônomo, onde se ordenam as Conjunto de normas que regula as relações externas
relações entre os ESTADOS soberanos (Rezek). dos atores que compõem a sociedade internacional:
Essa concepção remonta à Paz de Vestfália, que ESTADOS, ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS,
consolidou o sistema moderno dos Estados. EMPRESAS e INDIVÍDUOS (Celso de Albuquerque
Definição estreita: não contempla a pessoa Mello).
humana (destinatário), nem outros sujeitos de
direito internacional.
Definição de Portela: DIP é o ramo do direito que visa a regular as relações internacionais e a tutelar temas
de interesse internacional, norteando a convivência entre os membros da sociedade internacional, que não
incluem só os Estados e as organizações internacionais, mas também outras pessoas e entes como os
indivíduos, as empresas e as ONGs, dentre outros.
a) Redução da anarquia nas relações internacionais e delimitação das competências de seus membros;
b) Regulação da cooperação internacional;
c) Tutela adicional a bens jurídicos aos quais a sociedade internacional decidiu atribuir importância;
d) Satisfação de interesses comuns entre os Estados.
Voluntaristas – Objetivistas –
Segundo PELLET o voluntarismo jurídico constrói- Teoria surgida no século XIX como reação à corrente
se na afirmação fundamental de que “se o direito voluntarista, apregoa a obrigatoriedade do Direito
se impõe a todos os membros da coletividade, é Internacional pela existência de princípios e normas
porque emana de uma vontade que é superior, superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma
não na essência, mas simplesmente porque é a vez que a sobrevivência da sociedade internacional
vontade de um ser superior, que ocupa a posição depende de valores superiores que devem ter
suprema no seio da sociedade. Este ser superior é prevalência sobre as vontades e os interesses
o Estado”. domésticos.
- Da Autolimitação (GEORG JELLINEK): o Estado, - Teoria Pura do Direito (KELSEN): na ordem
por sua própria vontade, submete-se às normas do internacional, o fundamento da força obrigatória do
DIP e limita sua soberania; direito convencional assenta no princípio da pacta
- Do Direito Estatal Interno (MAX WENZEL): o sunt servanda. Considerando que este é um
fundamento do DIP é encontrado no ordenamento princípio do Direito Internacional Costumeiro,
nacional. admite que o direito convencional, na hierarquia das
- Da Vontade Comum (HEINRICH TRIEPEL): o DIP normas jurídicas internacionais está abaixo do
nasce não da vontade de um ente estatal, mas da direito consuetudinário. Já o fundamento positivo
conjugação das vontades unânimes de vários para o costume internacional é a norma hipotética
Estados, formando uma só vontade coletiva; fundamental, da qual decorrem todas as demais;
- Do Consentimento das Nações (HALL E - Teorias Sociológicas: as normas internacionais têm
OPPENHEIM): o fundamento do DIP é a vontade da origem em um fato social que se impõe aos
maioria dos Estados de um grupo, exercida de indivíduos;
maneira livre, mas sem exigência da unanimidade. - Teorias Jusnaturalistas: as normas internacionais
- Procura por uma norma superior (DIONÍSIO impõem-se naturalmente, por terem fundamento na
ANZILOTTI): afirma a existência de uma norma própria natureza humana;
superior que fundamenta a regra segundo a qual - Direitos Fundamentais dos Estados: o DIP
no domínio internacional o Estado está vinculado fundamenta-se no fato de os Estados possuírem
por sua vontade. Foi buscar no princípio da pacta direitos que lhe são inerentes e que são oponíveis
sunt servanda a norma superior fundamental do em relação a terceiros.
Direito Internacional. PELLET, ao criticar essa Críticas: - Minimiza o papel da vontade.
teoria, aponta que a suposta norma de valor
jurídico absoluto é indemonstrável.
Críticas: - Se o Direito Internacional encontra o seu
fundamento de obrigatoriedade na vontade
coletiva dos Estados, basta que um deles, de um
momento para outro, se retire da coletividade ou
modifique a sua vontade original para que a
validade do Direito Internacional fique
comprometida, o que ocasionaria grave
insegurança às relações internacionais. -
MAZZUOLI afirma que a teoria voluntarista não
explica como um novo Estado, que surge no
cenário internacional, pode estar obrigado por um
tratado internacional, norma costumeira ou
princípio geral do Direito de cuja formação ele não
participou com o produto da sua vontade.
Para Portela, os Estados obrigam-se a cumprir as normas internacionais com as quais consentiram.
Entretanto, o exercício da vontade estatal não pode violar o jus cogens, conjunto de preceitos entendidos
como imperativos e que, por sua importância, limitam essa vontade. É nulo um tratado que, no momento
de sua conclusão, conflite com uma norma de DIP aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados (art. 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados).
É uma das mais evidentes vertentes do DIP na atualidade. Na concepção tradicional, os Estados
soberanos teriam poderes para tratar de todos os problemas que ocorram em seu território de forma
independente de outros entes. Não é verdade. Ex.: a poluição emitida em um país pode gerar efeitos
nocivos em todo o mundo; um conflito armado interno pode gerar fluxos de refugiados. A cooperação
internacional não é um meio apenas para combater problemas, mas também constitui instrumento
adicional, pelo qual os Estados podem promover seu desenvolvimento econômico e social (ex.:
mecanismos de integração social).
- Um bom exemplo do fundamento da cooperação internacional diz respeito à energia atômica, com a
celebração do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e a criação da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA).
Os entes que a exercem normalmente são criados por tratados, que definem as respectivas
competências e modo de funcionamento. Podem ser judiciais, arbitrais ou administrativos.
#ATENÇÃO:
Somente a aquiescência de um estado soberano convalida a autoridade de um foro judiciário ou arbitral, já
que o mesmo não é originalmente jurisdicionável perante nenhuma corte quanto a seus atos de império.
A maioria dos órgãos internacionais ainda não permite que sujeitos que não sejam Estados ou OIs
participem de seus procedimentos. Exceções: A CORTE EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS PERMITE QUE
UM INDIVÍDUO PROCESSE UM ESTADO EUROPEU; O TPI JULGA PESSOAS NATURAIS ACUSADAS DE CRIMES
CONTRA A HUMANIDADE.
8. Sanção:
As dificuldades para impor sanções do DIP podem estar relacionadas à ausência de órgãos
internacionais centrais encarregados da tarefa, assim como ao fato de que a aplicação dessas sanções
normalmente depende de articulação dos Estados, o que pode não ocorrer em determinado contexto. Em
todo caso, o DIP dispõe de instrumentos de sanções. Ex.: envio de tropas da ONU para regiões em que
esteja sendo violada a proibição do uso da força armada, reparações financeiras, retaliações comerciais.
Existe afinidade entre as disciplinas, visto que ambas estão voltadas à regulamentação de dimensões
específicas da sociedade internacional.
A relação entre o DIP e o direito interno geralmente é feita dentro da Constituição de cada Estado.
Duas teorias examinam essa relação:
DUALISMO MONISMO
- HÁ DUAS ORDENS JURÍDICAS DISTINTAS E - EXISTE APENAS UMA ORDEM JURÍDICA, PASSANDO
INCONFUNDÍVEIS (DIREITO INTERNACIONAL E A NORMA INTERNACIONAL A COMPOR A ORDEM
DIREITO INTERNO). ASSIM, PARA A APLICAÇÃO JURÍDICA NACIONAL IMEDIATAMENTE, SEM
INTERNA DE UMA NORMA INTERNACIONAL, NECESSIDADE DE INCORPORAÇÃO.
DEVE HAVER SUA INCORPORAÇÃO AO - Em caso de CONFLITO entre as normas, há 2
ORDENAMENTO INTERNO (TEORIA DA correntes:
INCORPORAÇÃO). - Monismo internacionalista primazia do DIP.
- Os tratados são apenas compromissos - Radical para Kelsen, o OJ é uno, e o DIP é a
assumidos na esfera externa, sem capacidade de ordem hierarquicamente superior, da qual deriva
gerar efeitos no interior dos Estados. direito interno e a este é subordinado.
- Se houver a incorporação, os eventuais - Moderado tanto o DIP como o nacional podem
conflitos envolverão apenas normas internas. ser aplicados, entretanto, o eventual
- Dualismo moderado não é necessário que o descumprimento da norma internacional poderia
conteúdo das normas internacionais seja inserido ensejar a responsabilidade internacional do Estado.
em um projeto de lei interna, bastando a - É A TEORIA ADOTADA PELO DIP: uma parte não
incorporação dos tratados ao OJ interno por pode invocar as disposições de seu direito interno
meio de procedimento específico, distinto do para justificar o inadimplemento de um tratado (art.
processo legislativo comum, que normalmente 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos
inclui apenas a aprovação do parlamento e, Tratados).
posteriormente, a ratificação do Chefe de - Monismo nacionalista primazia do direito interno
Estado, bem como, no caso do Brasil, um (soberania estatal absoluta). Os Estados só se
decreto de promulgação do Presidente da vinculariam às normas com as quais consentirem.
República, que inclui o ato internacional na
ordem jurídica nacional.
#PARAENTENDER: #VAICAIRNAPROVA:
Para resolução da questão foram desenvolvidas várias teorias buscando equacionar o problema,
dentre as quais se destacam a dualista e a monista. PORTELA ressalva, entretanto, que, com a emergência
de certos ramos do Direito das Gentes com suas particularidades, foram formulados outros critérios de
solução desses conflitos, como a primazia da norma mais favorável ao indivíduo no campo dos Direitos
Humanos (prevalência do imperativo da proteção da pessoa humana).
DUALISMO: A teoria dualista parte da premissa de que o DIP e o Direito interno são dois ordenamentos
jurídicos distintos e totalmente independentes. Como há completa separação entre Direito Interno e
Internacional, suas normas não entram em conflito. Para o dualismo, o direito internacional dirige a
convivência entre os Estados, enquanto o Direito interno disciplina as relações entre os indivíduos e entre
estes e o ente estatal. Com isso, os tratados seriam apenas compromissos assumidos na esfera externa, sem
efeitos no interior dos Estados. Além disso, a eficácia das normas internacionais não depende da
compatibilidade com a norma interna. Para que um compromisso internacionalmente assumido passe a ter
valor jurídico no âmbito do Direito interno do Estado, é necessário que o Direito Internacional seja
transformado em norma de Direito Interno, pelo processo conhecido como adoção ou transformação.
(i) Teoria da Incorporação ou da Transformação de mediatização e dualismo: Teoria formulada por Paul
Laband, pela qual um tratado poderá regular relações dentro do território de um Estado apenas se for
incorporado ao ordenamento interno, por meio de um procedimento que o transforme em norma nacional .
Não há a aplicação imediata do tratado, exigindo-se uma transformação do Direito Internacional em Direito
Interno, por meio de norma legislativa interna, que incorporaria as normas expostas no instrumento
internacional (“incorporação, “transformação” ou “recepção”). Dessa forma, os dois ordenamentos jurídicos
– o do Estado e o internacional – podem andar pareados sem, entretanto, haver primazia de um sobre o
outro, pois distintas são as esferas de atuações. Assim, não pode um preceito de direito das gentes revogar
outro que lhe seja diverso no ordenamento interno. O Estado pactuante obriga-se a incorporar tais
preceitos no seu ordenamento doméstico, assumindo somente uma obrigação moral, mas se não o fizer,
deverá ser, por isso, responsabilizado no plano internacional. Tal responsabilização, decorrente do princípio
pacta sunt servanda, deriva de um ilícito internacional, consistente na prática de um ato interno, mesmo
que negativo (ex: não incorporação do ato ao ordenamento jurídico nacional).
(ii) Teoria do Dualismo Moderado: PEREIRA e ACCIOLY defendem a existência do dualismo moderado, pelo
qual não é necessário que o conteúdo das normas internacionais seja inserido em um projeto de lei interna,
bastando apenas a ratificação dos tratados por meio de procedimento específico que inclua a aprovação
prévia do Parlamento e a ratificação do chefe de Estado. Para MAZZUOLI, os defensores do dualismo
moderado não chegam ao extremo de adotar a fórmula legislativa para que, só assim, o tratado entre em
vigor no país, mas admitem a necessidade de um ato formal de internalização como um decreto ou um
regulamento.
MONISMO: A teoria monista defende que existe apenas uma ordem jurídica. Logo, as normas
internacionais podem ter eficácia condicionada à harmonia do seu teor com o direito interno e a aplicação
das normas nacionais pode exigir que estas não contrariem os preceitos de Direitos das Gentes. Caracteriza
o monismo a possibilidade de aplicação direta e automática das normas de Direito Internacional pelos
agentes do Poder Estatal, pois para essa corrente direito interno e internacional integraram o mesmo
sistema.
Para MAZZUOLI, nesta concepção o Direito Internacional e o Direito interno convergem para um todo
harmônico, em uma situação de superposição em que o Direito interno integra o Direito Internacional,
retirando deste a sua validade lógica. É dizer, não existem dois círculos contíguos que se interceptam, mas,
ao contrário, dois círculos superpostos (concêntricos) em que o maior representa o Direito Internacional
que abarca, por sua vez, o menor, representado pelo Direito Interno. Nessa ordem de ideias, podem existir
certos assuntos que estejam sob a jurisdição exclusiva do Direito Internacional, o mesmo não ocorrendo
com o Direito interno, que não tem jurisdição exclusiva, vez que tudo o que por ele pode ser regulado
também o pode ser pelo Direito Internacional (de onde retira o seu fundamento último de validade).
Para a doutrina monista, a assinatura e ratificação de um tratado por um Estado significa a assunção
de um compromisso jurídico. Os compromissos exteriores assumidos pelo Estado, dessa forma, passam a
ter aplicação imediata no ordenamento interno do país pactuante, o que reflete a sistemática da
“incorporação automática” adotada, dentre outros, pela Bélgica, França e Holanda.
1ª) Para o monismo nacionalista, em caso de conflito deve prevalecer o direito interno de cada Estado.
Primazia do Direito interno de cada Estado, fundamentado na soberania estatal absoluta, sendo o
ordenamento interno hierarquicamente superior ao internacional. Assim, o arbítrio do Estado só encontra
limitação no arbítrio de um outro Estado, jamais nas regras do Direito Internacional Público.
MAZZUOLI aponta que dois são os argumentos principais dos defensores do monismo com
predomínio do Direito interno: a ausência, no cenário internacional, de uma autoridade supraestatal
capaz de obrigar o estado ao cumprimento de seus mandamentos, sendo cada Estado o competente para
determinar livremente suas obrigações internacionais, sendo, em princípio, juiz único de forma de executá-
las; e o fundamento puramente constitucional dos órgãos competentes para concluir tratados em nome
do Estado, obrigando-o no plano internacional.
2ª) Para o monismo internacionalista, há o primado do direito Internacional, a que se ajustariam as ordens
internas. É a teoria adotada pelo Direito Internacional, conforme teor do artigo 27 da Convenção de Viena
sobre Direito dos Tratados de 1969 (Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para
justificar o inadimplemento de um tratado).
A prática reiterada dos Estados e das Cortes Internacionais é de considerar a norma interna um
“mero fato”, que expressa a vontade do Estado (Ex: o caso “Barcelona traction” na CIJ).
Nesse sentido, o tratado teria total supremacia sobre o Direito nacional, e uma norma interna que
contrariasse uma norma internacional deveria ser declarada inválida. Essa modalidade do monismo
internacionalista é também conhecida como “monismo radical”.
Há, ainda, a vertente do monismo moderado, de Alfred von Verdross, que nega a não-validade da
norma interna cujo teor contraria a norma internacional. Assim, tanto o Direito Internacional como o
nacional poderiam ser aplicados pelas autoridades do Estado, dentro do que determina o ordenamento
estatal. Nesse caso, conforme assevera PORTELA, em caso de aplicação da norma interna, a questão se
resumiria à possibilidade de responsabilização internacional do Estado.
Dualismo Monismo
Duas ordens jurídicas distintas e independentes Uma só ordem jurídica
Impossibilidade de conflito Possibilidade de conflito
Necessidade de incorporação Incorporação automática
a) a) Monismo NACIONALISTA - Prevalece a
b) Dualismo RADICAL - O conteúdo dos norma interna (SOBERANIA ESTATAL);
tratados deve ser incorporado ao ordenamentob) Monismo INTERNACIONAL - Prevalece a
interno por lei interna; norma do DIP. É previsto na Convenção de Viena
c) de 1969.
d) Dualismo MODERADO - A incorporação MONISMO INTERNACIONALISTA RADICAL:
exige mera ratificação, com prévia aprovação do o tratado prevalece inclusive sobre a Constituição.
Parlamento. A norma interna contrária é considerada inválida;
MONISMO INTERNACIONALISTA
MODERADO: o tratado prevalece, com mitigações,
sendo possível eventual aplicação do direito
interno, sem invalidade (sem prejuízo da resp.
internacional).
Mas, afinal, qual a posição brasileira?
No Brasil, o STF entende que é necessária a incorporação interna das normas internacionais através
de um “decreto de execução presidencial”, mas não exige a edição de lei interna para incorporar a norma
internacional. Por isso, parte da doutrina entende que o STF adotou a corrente do “dualismo moderado”
ou “monismo moderado” (Mazzuoli). Outros entendem que essa opção do STF é dualista (Nádia de Araújo,
citada por RAMOS).
O Estado brasileiro recorre a ambas as teorias, pois a Constituição brasileira não possui regra
específica entre dualismo ou monismo. Também não prevê a figura do decreto presidencial para a entrada
em vigor do tratado. A CF/88 prevê apenas a participação do Legislativo e Executivo no processo de
formação do tratado. Internacionalmente, o tratado entra em vigor com a ratificação, salvo previsão diversa
pelo próprio tratado. Por tal razão, a doutrina critica a posição do STF ao exigir o decreto presidencial,
desconsiderando que o tratado já está em vigor internacionalmente em momento anterior.
Para PORTELA, no Brasil, vislumbram-se aspectos do dualismo e do monismo, de modo que não é
possível afirmar que o Brasil adota uma corrente específica, recorrendo a elementos de ambas as teorias.
#JÁCAIU #CESPE:
No que concerne ao direito internacional público, julgue os itens a seguir. De acordo com o dualismo, as
normas de direito internacional e de direito interno existem separadamente e não afetam umas às outras.
No Brasil, a teoria adotada é o monismo, de acordo com a qual há unidade do ordenamento jurídico, ora
prevalecendo as normas de direito internacional sobre as de direito interno, ora prevalecendo estas sobre
aquelas.
(Questão considerada errada)
Segundo André de Carvalho Ramos para assumir o papel de regulador das tensões internacionais,
no pós-guerra fria e em plena era da globalização, o Direito Internacional sofreu uma forte expansão
QUANTITATIVA e, ainda, uma expansão QUALITATIVA.
Não se aplica.
4. BIBLIOGRAFIA INDICADA
Foca no Resumo
Resumo do TRF5
Anotações Pessoais.