Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Regime atual - Art.º 1106 CC – contratos celebrados na vigência do NRAU – Lei 6/2006
Regime Transitório I – 26 NRAU que remete para o 57 – contratos celebrados na vigência do
RAU (DL 321-B/90)
Regime transitório II – art.º 57 NRAU - contratos celebrados antes da vigência do RAU (DL
321B/90)
O regime é complexo porque desde logo temos mais do que 1 regime em vigor: o CC e o
NRAU
O contrato de arrendamento não irá caducar por morte do arrendatário porque há uma série de
pessoas que terão direito à transmissão dessa posição.
Morte do arrendatário antes da vigência do RAU (DL 321B/90) – art.º 1111 CC (redação
anterior ao RAU)
Morte do Arrendatário na vigência do RAU (DL 321-B/90) art.º 85 RAU
Morte do arrendatário na vigência do NRAU (lei 6/2006) – 1106 CC/ 26/57 NRAU
Lei 31/2012 de 14.08
Lei 79/2014 de 19.12
Lei 13/2019, de 12.02
Cônjuge – com residência no locado. A lei não diz mais nada, não diz se à data da morte tinha
de conviver com o arrendatário. Se separados de facto ou de pessoas e bens, coabitando? O
legislador não diz nada, ao contraio do 85 do RAU que salvaguardava, mas se o legislador não
distingue, basta ter residência no locado. Hoje esta regras tem de ser compatibilizada com a
regra da comunicabilidade do arrendamento – 1068 CC.
Unido de facto - Para além do cônjuge, tem direito à transmissão o unido de facto há mais de 1
ano. Este regime tem sofrido várias alterações, a última introduzida em 2019 quando se revogou
a parte do artigo que exigia um período mínimo de residência no locado. Hoje não se exige, nem
sequer se exige residência no locado. ´
Por outro lado, o que a lei exige no 1106 ara a relevância desta união de facto, é uma união de
facto há mais de 1 ano. O legislador afastou-se claramente dos requisitos para a relevância da
união de facto da lei 7/2001.
Economia comum – as pessoas que viviam com o arrendatário em economia comum há mais de
1 ano. Não exige período mínimo de residência no locado, prefere o parente ou afim mais
próximo e, entre estes, o mais velho. Esta economia comum não é a economia comum da lei
6/2001, não faz sentido apelarmos à definição de economia comum do 1093/2? O legislador
nada diz.
A lei prevê apenas a transmissão por morte do primitivo arrendatário e não dos sucessivos
arrendatários. O legislador pretende aqui diminuir a transmissão por morte.
Cônjuge – com residência no locado. Articulação com o 1068? A aplicação do 1068 não faz
sentido a aplicação a contratos celebrados anterior \á lei de 2006. Não havia comunicabilidade
de arrendamento ao cônjuge e, com a morte do arrendatário, o que vai acontecer é que o cônjuge
terá o direito a ingressar na posição de arrendatário.
Unido de facto – há mais de dois anos; com residência no locado há mais de um ano; 2+1=3/2(1
no locado)=2? Diferentemente do que acontece com o disposto no art.º 1106, no art 57 o
legislador já vem exigir que a união de facto se mantenha há mais de 2 anos, e residência no
locado há mais de um ano. Este ano pode-se consumir dentro dos dois anos da união de facto,
não se somam estes anos.
O direito à transmissão não se verifica se o titular desse direito tiver outra casa, própria ou
arrendada na área dos concelhos de Lisboa ou Porto e seus limítrofes, ou no respetivo concelho
quanto ao resto do País, à data da morte do arrendatário. – art 1106/4 e 57/3 NRAU
O legislador refere-se a casa própria ou arrendada mas não resolve a questão de sabermos o que
acontece se o transmissário tiver casa própria estiver arrendada, ou tiver sido dada em usufruto,
ou se a casa própria estiver em ruinas sem condições de habitabilidade. O legislador não
salvaguardou estas situações. O que se pretendia é que o transmissário tivesse uma alternativa
imediata de alojamento. Como se interpreta? Não é pacifico.
O senhorio tem que ser proprietário, comproprietário ou usufrutuário do prédio há mais de dois
anos ou ter adquirido o prédio por sucessão;
Não pode ter casa própria, há mais de um ano, que satisfaça as suas necessidades de habitação;
Pagamento do montante equivalente a um ano de renda;
Pré-aviso mínimo de 6 meses;
Deverá habitar no prazo de 3 meses e pelo período de 2 anos;
O contrato de arrendamento não pode ter uma duração total inferior a 2 anos.
Regime transitório (contratos celebrados antes de 2006): 26/1 e 4, 27, 28/1 + 35/2, a) e b) o
NRAU
O legislador repristinou o limite do art.º 107/1, a) RAU: (não) ter o arrendatário 65 ou mais anos
de idade ou, independentemente desta, se encontre na situação de reforma por invalides absoluta
ou, não beneficiando de pensão de invalidez, sofra de incapacidade total para o trabalho.
A indemnização é calculada com base no valor anual da renda = a 1 1/15 do valor do locado
resultante da sua avaliação.
Denúncia para habitação do senhorio e descendentes em 1º grau (contratos com prazo
certo) – 1097/3 e 4 CC + 1102, 1103/1/5/9 CC
Em 2019 veio a ser introduzia uma alteração à lei, dando a possibilidade de estender a denúncia
aos contratos de arrendamento com prazo certo.
Esta possibilidade veio a ser introduzida como contra polo às dificuldades acrescidas
relativamente á caducidade dos contratos com prazo certo. Ou seja, o legislador teve de
compensar as limitações impostas.
O legislador terá que dar cumprimento a estes normativos, nomeadamente, através de politicas
de apoio à habitação, e através de medidas legislativas como estas que versam sobre o
arrendamento, mas na verdade, a proteção que tem vindo a ser conferida ao arrendatário em
sede de contrato de arrendamento, tem vindo a ser feita à custa da autonomia privada, à custa
dos privados, do senhorio.