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Contabilidade

Contabilidade é um sistema de informação, um subsistema de informação que


trata, armazena, gere e divulga os dados respeitantes a uma organização e
dispõe de método próprio, cujo o objetivo principal é a apresentação da variação
do património de uma organização.

Nas empresas o capital humano, o valor das marcas ou o seu valor futuro não
determinados na contabilidade e podem revelar-se aspetos determinantes na sua
existência, valor e seu sucesso.

Rege-se pelo sistema de normalização contabilística – SNC.

O SNC resulta da necessidade de harmonização das norma contabilistas


internacionais considerando a internacionalização das atividades comerciais e
globalização da economia.

Quanto aos seus destinatários a contabilidade constitui um sistema restrito e


operacional. Só faz sentido se existir uma organização e esta tiver património.
É uma fonte de informação para terceiros e para os que fazem parte da
organização.

A tributação deve ser feita sobre o rendimento real das empresas.

Principio da continuidade segundo o qual a organização tem duração ilimitada.


Princípio da consistência segundo o qual as politicas contabilísticas da
organização são inalteradas ao longo da sua existência.
Princípio da especialização do exercício segundo o qual os proveitos e os custos
são imputados ao período em que são obtidos independentemente do seu
recebimento ou pagamento.
Princípio da prudência segundo o qual devem ser criadas provisões sempre que
as circunstâncias assim o aconselhem.
Princípio da custo histórico segundo o qual os registos devem basear-se nos
custos de aquisição ou de produção.
Princípio da prevalência da substancia sob a forma segundo o qual as operações
devem ser registadas em atenção à sua substancia e à sua verdade financeira e
não apenas à sua forma legal.
Princípio da Materialidade segundo o qual as demonstrações financeiras devem
evidenciar todos os elementos que sejam relevante e possam afetar avaliações
ou decisões dos seus utentes.

O métodos contabilístico carateriza-se pelo facto de que quanto mais detalhado


maior carga de informação permite oferecer. O maior detalhe implica sempre
maiores custos.
Ao falarmos de informação impõe-se referir que esta informação está sujeita ao
método das partidas dobradas: a carga de informação que se afeta a um valor
de património, seja ele qual for, impõe um registo duplo em termos de valor, ou
seja, registam-se os factos bem como a origem ou a causa que conduziu
àqueles factos.

Imaginemos que se regista uma compra, tanto se regista a realidade adquirida,


seja ela um bem ou um serviços, como se regista a proveniência dos meios com
que aquela realidade foi adquirida.

Imaginemos a constituição de uma sociedade com o capital de 100.000€.


A sociedade constitui-se pela realização do capital social.
E começamos por registar os capitais próprios no passivo, que constituem uma
proveniência de fundos dos sócios, e no lado do ativo, por contrapartida,
registamos aplicação desse valor – aplicado em depósitos bancários.

De seguida a organização vai adquirir um determinado bem por € 1.000.000. e


neste caso aqui teve de recorrer a financiamento bancário, já que os capitais
próprios não eram suficientes para fazer aquela aquisição. E o capital obtido
junto da banca foi de € 1.000.000. vamos neste caso, no lado do passivo,
registar as obrigações d empresa e a origem de fundos: € 1.000.000: passivo –
financiamentos obtidos - € 1.000.000
Em contrapartida, aparece no ativo corrente, nos inventários, € 1.000.000.

Até aqui tudo simples: temos sempre do lado direito os capitais próprios e o
passivo (as origens dos recursos )registados a credito e, do lado esquerdo, o
registo do ativo (disponibilidades da organização).

€ 1.000.000 de inventários, ou seja, € 1.000.000 de existências, de mercadorias


e € 100.000 de depósitos bancários, e € 100.000 de capitais próprios e €
1.000.000 de financiamento.
De acordo com o método das partidas dobras, o passivo e o ativo, estão iguais e
terão sempre de estar iguais.

É fundamental ter presente, sempre presente, que as pessoas coletivas são


pessoas coletivas destinadas a satisfazer os interesses das pessoas singulares –
sócios ou acionistas, benficiários efetivos, logo para que a pessoa coletiva
disponha de meios de meios para exercer a sua atividade é forçosamente
necessário que seja dotada de meios para a exercer, assim, na contabilidade
como registo de informação torna-se necessário o registo da origem e da
aplicação: regista-se a crédito, a origem, regista-se a débito a aplicação.

A expressões de débito e crédito na contabilidade não se confundem com os


sentidos jurídicos, uma vez que no lado do débito é o registo efetuado no lado
do deve e o crédito é o registo efetuado no lado do haver.

Segundo o principio contabilístico de debitar todos os registos de palicações de


recursos e de creditar todos os registo de origens de recursos temos que nas
contas do ativo refletida uma aplicação de resultados e o seu registo inicial é
sempre feito a débito, nas contas do passivo, o capital próprio, a origem dos
recursos é sempre feito a crédito.

Se a conta possuir mais débitos do que créditos terá saldo devedor, se pelo
contrario possuir mais créditos que débitos, terá saldo credor.

O crédito é a fonte do débito. P. ex.: A entrega x a B, diz-se que o A tem um


crédito sobre B, ou é credor do B. e este B, por contrapartida, tem um débito, ou
é devedor, para com o A. de acordo com esta explicação parece agora percetível
que o ativo, o ter, é representado pelo débito, e a origem dos fundos é
representada pelo crédito. Mais simples se torna esta explicação se seguirmos a
lógica da conta bancária de que somos titulares, na ótica do banco: se
depositarmos um valor, entregamos o banco e o banco regista essa entrada
como passivo porque constitui-se devedor desse valor para com o depositante.
O facto de se identificarem as origens dos recursos, credores, e o destino dos
recursos, devedores, leva a que os conceitos de débito e crédito sejam difíceis
de ompreender à primeira vista já que são erradamente associados a reduções e
aumentos de património. Erradamente porque por si só a aplicação de recurso
não deverá resultar um aumento ou diminuição do património, mas tão somente
a alteração da natureza patrimonial. P ex.: quando entregamos a alguém um
objeto e recebemos o seu preço não existe um aumento ou diminuição de
património, uma vez que o valor pago há-de ter correspondência ao valor do
bem adqueirido.

O principio contabilístico de debitar todos os registos de aplicações de recursos


e de creditar todos os registo de origens de recursos é também aplicável aos
resultados, ou seja, ao conjunto de variações patrimoniais obtidas no exercício,
as quais se designam por custos ou encargos de um lado e proveitos do outro, o
que analisados em conjunto de forma agregada se designa por lucros ou
prejuízos. Desta forma, encargos u custos não são mais do que as despesas
consideradas num certo período e representama a palicação de recursos, o
mesmo se passa com as receitas que se deignam por provitos e, naturalmente,
se constituem origem a recursos. Assim, quando falamos de balanço, as receitas
constituem uma origem de recurso e as despesas constituiem uma aplicação de
recursos. Quan do falamos no apuramento de resultados do exercício, os lucros
constituem uma orgem de recursos e os prejuízos constituiem uma aplicação de
recursos.

Receita – corresponde a um direito perante terceiros decorrente de um vinculo


obrigacional. P. Ex. numa padaria a receita resulta da venda do pão. A partir
domomento em que fi entregue ao comprador o pão, o seu preço
correspondente constitui a receita, independentemente de ter sido ou não
recebido o preço.

Proveito – representa a atribuição do valor de uma receita num determinado


período e tributação, que de acordo com a lei e por via de regra, coincide com o
ano civil – art.º 8º do CIRC. P. ex.: na padaria o proveito será o ttal da mercadoia
vendida ao longo de determinado exercício.

Ganhos, mais-valias, diferente de proveito, porque são pontuais ou


extraordinário, ou seja, não decorre da atividade normal da organização. P. Ex.
na padaria verificar-se-á um ganho no caso da padaria vender o forno a um
valor superior ao adquirido, ou se vendesse a sua marca a um terceiro.

Recebimento – tem lugar quando se verifica a entrada de valor monetários, em


moeda corrente, independentemente da forma de pagamento. P Ex. na padaria,
quando alguém paga em dinheiro ou qualquer outro meio.

Despesa – corresponde a assunção de uma obrigação perante terceiro.


Constituiem despesas no exemplo a compra da farinha, do fermento, do sal
necessário à produção do pão, assim como os salários dos empregados, as
contribuições, os combustíveis, etc.

Encaro ou custo – representa a tribuição do valor de uma depesa num


determinado período de tributação.

Os encargos ou custos serão os valores totais dispendidos pela padaria: farinha,


fermento, sal para a produção do pão. Assim como os salários, contribuições,
seguros, combustíveis, renda de loja, ao longo de determinado exercício.
Encargo difere de despesa, já que encargo ao significar a afetação de
determinada despesa a determinado período, seja a representação de despesas
e custos, inclui também as amortizações que por sua vez que constituem uma
despesa distribuída no tempo, ao longo de vários períodos. Amortizações são
por exemplo, o imobilizado de um determinada empresa (cadeiras), o custo não
é deduzido no exercício primeiro, mas nos exercícios que a lei prevê,
normalmente 5.

Perdas são custos extraoridn´rios à atividade normal. Ao contrário do exemplo do


ganho, imagine-se que a padaria vende o forno ou a marcar por valor inferior ao
adquirido. Aqui verifica-se uma perda.

Pagamento tem lugar quando se verifica a saída de valores monetários em


moeda corrente. Quando a empresa paga qualquer quantia aos seus
fornecedores. No exemplo da padaria: o fornecedores da farinha e do fermento,
da renda do espaço, dos combustíveis, das mesas, das cadeiras, etc.

Por isso, na aceção económica, dignifica uma menos valia resultando da


diferença negativa entre o preço de venda e custo de produção ou de obtenção,
ou seja, corresponde ao resultado de uma exploração deficitária, no caos da
padaria, quando o pão é vendido a um preço que não cobre a totalidade dos
custos de produção.
Se a soma dos custos variáveis (farinha, fermento, sal) e os custos fixos
(trabalhadores, renda) for superior ao valor da venda do produto acabado,
verifica-se prejuízo.

O lucro tem como significado restrito o proveito resultante de uma atividade ou


operação deduzidas as respetivas despesas. Ao invés da situação do exemplo
anterior, o lucro tem lugar quando o pão é vendido a um preço superior à
totalidade dos custos necessários à sua produção. Se a soma dos custos
variáveis (farinha, sal) e os custos fixos (rendas, eletricidade, trabalhadores) for
inferior ao valor da venda do produto acabado, há lucro, resultando diferença
positiva entre o valor da venda e o custo da produção ou aquisição.

Lucro em lato sensu, significa resultado contabilístico.

Como atrás afirmado a contabilidade constitui um dos sistemas de informação


disponíveis para apresentação e consequente interpretação da variação de um
património. Isto é, o conjunto de todos os direitos e obrigações de que cada
pessoa é titular passiveis de avaliação pecuniária. Atendendo a que o património
não constitui, por norma, realidade estática, assiste-se a situações que o
alteram quer em espécie quer em valor. Estas situações designação por factos
patrimoniais. Aos factos que alteram o valor do património apelidam-se de fatos
patrimoniais modificativos. Àqueles que alteram apenas a espécie de património
atribui-se o nome de fatos patrimoniais permutativos.

No sistema contabilístico todos os registos se reportam e assentam num


documento, o documento de suporte sustentando-se esses registos numa
classificação de acordo com o SNC.

Essa classificação dos registos de acordo com o SNC intitula-se razão ou conta.
Desta forma, temos que conta significa o suporte classificado relativamente aos
factos patrimoniais. Na contabilidade existem contas do ativo, do passivo e ainda
contas mistas.
Como já vimos as contas do ativo, reportam as aplicações e as contas do
passivo reportam-se aos recursos que tiveram origem das aplicações. As contas
mistas representam as contas do ativo e passivo e são ou podem ser
representadas nos dois lados do balanço. É o caso das contas Estado e entes
públicos: no lado do passivo registamos as dividas ao Estado, e no lado do ativo
o crédito sobre o Estado. P. Ex. pagamento por conta, que é um adiantamento
de pagamento ed imposto que será acertado no final do exercício.

Quanto ao registo de elementos contabilísticos.


Balacente – os registos a crédito e a débito das contas e respetivos saldos são
apresentados neste instrumento. O balancete tem como objetivo fazer uma
primeira sitese das contas, é um resumo da razão que constitui os registos
constabilisticos do período, que acumula os movimentos deste ultimo.
Os balanetces diviem-se em 3 tipo: geral u de primeiro grau, analítico e parcial.
O primeiro constitui instrumento que apresenta as contas sem as subdividir. É
vulgarmente conhecido como balancete sintético. O segundo, é um instrumento
que subdivide as contas carreando assim uma maior carga informativa permitindo
assim desta forma uma análise mais detalhada. O terceiro, o balancete parcial,
se utiliza somente quando se pretende a consulta de algumas contas, como por
exemplo, a conta de fornecedores, de clientes, etc., ou seja, quando apenas se
pretende apreciar alguns aspetos da organização, procedendo-se
exclusivamente à subdivisão das contas que se pretende consultar.

Pelo facto de se limitar a algumas contas é comumente designado por balancete


da razão especializada. Tendo em conta o principio da partidas dobradas, o total
dos saldos a débito e a crédito terão de necessariamente ser iguais, com
exceção de quando se tratar do balancete especializado, porque como só
apresenta algumas contas, os saldos não podem ser iguais.

Balanço – o balanço tem como função permitir a leitura rápida e global da


situação patrimonial, exibindo apenas os saldos. É um instrumento de natureza
financeira que mostra a situação patrimonial da organização através dos fluxos
financeiros. No balanço não mostra os movimentos a débito e a crédito, mas tão
somente os saldos, faz apenas uma referência sintética já com os saldos. É pois
uma ferramentas contabilista e de gestão que evidencia toda a situação
financeira, relativa à organização ou ao seu conjunto se de empresas coligadas
se se tratarem, cujo nome se dá de balanço consolidado.
Através do balanço é possível analisar a situação da empresa e compará-la com
exercícios anteriores. P ex. o ano N (2019) e o ano N-1 (2018).

Do lado esquerdo temos o ativo, do lado direito temos o capital próprio e o


passivo, a relação entre estes créditos na equação ativo = capital próprio +
passivo.
Para melhor compreensão vamos ver a definição de cada conceito:

Ativo – vincula tudo o que a empresa tem e que pode ser convertido em dinheiro
e que está divido em ativo não circulante e em ativo circulante. O primeiro,
chamado ativo não corrente, é constituído por tudo o que pertence ao
imobilizado, ou seja, os bens que não constituem atividade da empresa, não
constituem a sua mercadoria e estes classificam-se segundo a sua categoria em
ativo intangível (patentes, marcas, projetos) e ativo tangível (terrenos, edifícios,
maquinaria, instalações, mobiliário, automóveis, investimentos financeiros,
participações e empréstimos realizados pela empresa a outras entidades
coligadas) e créditos a receber; o segundo, ativo corrente, este é constituído por
4 categorias, cada uma formada por contas próprias: existências (mercadorias,
matérias primas e os produtos destinados ao exercício da atividade da empresa),
dividas a terceiros (medio, longo ou curto prazo, clientes, Estado ou outros
devedores), disponibilidades (contas bancárias, aplicações financeiras de curto
prazo facilmente convertidos em dinheiro e valores em caixa) e diferimento
(conjunto de contas que tem por objetivo concretizar um do principio da
contabilidade: o principio da especialização dos exercícios que já atrás
referimos.

A classificação de ativos, quer como não circulante quer como circulante, tem
repercussões da maior relevância, bem maiores que aquelas que à partida se
imaginam. E porquê? Porque a diferente classificação dos ativos tem
consequências diretas na atuação dos gestores da empresa e na tributação da
empresa.
Quanto à atuação dos gestores e à limitação das competencias – nos termo do
CSC, art.º 259º, os gerentes devem praticar os atos que forem necessários ou
convenientes para a realização do objeto social e o art.º 405 CSC determina que
é da copetencia da administração gerir as atividades da sociedade. De acordo
com stas normas a legitimidade para aprática de negócios jurídicos peos
gestores etsá limitada pelo seu objeto social. Ora, imaginemos uma empresa que
vende imóveis ou automóveis, à partida os seus gestores têm legitimidade para
os vender desde que aqueles integrem o ativo circulante, ou seja, as existências,
as mercadorias da empresa. Quer isto dizer que se lgum daqueles bens tiver sido
comprado para revenda, e como tal estiver registado como mercadoria, os
gestores da empresa podem vendê-los pois é esse o objeto da empresa.
Contudo, já é assim se imóvel ou o automóvel estiver classificado como
imobilizado, chamado ativo não circulante da emrpesa. Nesse caso o bem não
constitui mercadoria da empresa e, para que possa ser vendido, a gerência ou a
administração da empresa, tem de ter autorização da sociedade a obter por meio
de assembleia geral, caso contrário estaria perante uma venda sem que os
gerentes da empresa tivesse legitimidade pra a concretizar e consequentemente
um venda ferida de nulidade.

Deste modo, quando nos deparamos com um cenário de venda de bens que não
integrem a atividade da empresa ou que, integrando o ativo da empresa podem
constituir bens do seu imobilizado, num primeiro passo, é essencial olhar para o
balanço da empresa e analisar como o bem está ou estava contabilisticamente
classificado. No segundo passo, na eventualidade do bem estar ou ter estado
classificado como imobilizado, conferir se foi ou não concedida autorização pela
assembleia para o vender.

Já quanto á classificação dos activos e tributação. A classificação dos ativos de


empresa pode ser um facto influente, muito influente, nos resultados da empresa
e em conseuqencia, na tributação de determinado exercício. E porquê? Porque
se o bem integra o ativo circulante e como tal constitui mercadoria da empresa, o
proveito há-de resultar da diferença entre o valor da venda e o valor de
aquisição ou produção. Imaginemos que uma empresa de cuja atividade faz
parte do comércio imobiliário e tem no seu ativo um imóvel contabilizado pelo
valor de € 5.000.000, valor este resulta do preço de aquisição e dos custos de
aquisição que teve de há cerca de 20 anos. imaginemos que a empresa vai
vender esse imóvel por valor superior, por exemplo or € 8.000.000. se o imóvel
estiver contabilizado como ativo circulante (mercadorias), o proveito será o saldo
positivo entre o valor da venda e o valor da compra: € 3.000.000. admitindo a
inexistência de outros proveitos e de outros custos no exercício, são o resultado
os € 3.000.000, ou seja, IRC à taxa de 21% no valor € 630.000.
Agora veja-se a diferença no caso do imóvel estar contabilizado como ativo não
circulante (imobilizado da empresa). Neste caso o valor de aquisição está sujeito
à atualização mediante à aplicação dos coeficientes da desvalorização da moeda
que são publicados anualmente por portaria, assim o resultado vai ser bem
diferente. Vejamos, considerando que o imóvel foi adquirido há 20 anos pelo
valor de aquisição de € 5.000.000 e é aplicável o coeficiente de desvalorização é
de 42%. Neste caso o valor de aquisição é de € 5.000.000 X 1.42 = € 7.100,00,
e o resultado da diferença será de € 2.100.000, coma consequente poupança
na fatura fiscal e € 441.000.

Acresce que ainda dentro dos limites previstos do art.º 48º do CIRC, este ultimo
cenário em caso de reinvestimento, o ganho (mais-valia) é apenas considerada
diferença do valor, ou seja, os € 450.000 são neste caso o valor da fatura fiscal
de € 94.500.

Um outro exemplo prende-se com o incentivo fiscal de isenção de IMT pela


aquisição de imóveis para revenda.

Para a concessão deste beneficio fiscal é necessário provar, junto da AT, que do
ativo circulante do sujeito passivo faz parte imóvel adquirido ou vendido no
exercício anterior. A prova é feita por balanço ou balancete, pelo que a incorreta
classificação do ativo determinará a não concessão do beneficio.

Passivo

No passivo são registadas todas as dividas, as obrigações da empresa para com


o exterior. Nelas se registam as obrigações financeiras, ou não, da empresa,
nomeadamente as contas a pagar e os financiamentos obtidos.

Capital próprio - =igual capital social + reservas + resultados transitados. É o


valor liquido do património de uma empresa, ou seja, é a diferença entre os
ativos e os passivos.

Situação liquida de uma organização é positiva quando o valor do ativo é


superior ao valor do passivo e é negativo quando o valor do ativo é inferior ao
valor do passivo. A situação liquida é pois o saldo positivo u negativo entre o
ativo e o passivo duma organização.

Não confundir situação liquida de uma organização com liquidez, que significa
disponibilidades financeiras de curto prazo.

Situação liquida positiva. Na continuação do exemplo inicial da compra de um


bem por parte da empresa por € 1.000.000 e a empresa vendeu por €
1.200.000, desta forma se o ativo passou a contabilizar € 1.300.000 (€ 100.000
do capital + € 1.200.000), enquanto que o passivo apenas regista obrigações no
valor de € 1.000.000 (divida para com o banco financiador). Concluímos então
que a situação liquida desta empresa é positiva de € 300.000.

Situação liquida negativa – aqui comprou-se o imóvel por € 1.000.000, mas


vendeu por € 800.000. Tem uma situação negativa de € 100.000 ( € 100.000 de
capital próprio - € 200.000 de prejuízo na venda). Regista assim € 900.00 (€
800.000 da venda + € 100.000 de depósitos bancários) de ativo e o passivo
regista € 900.000 (financiamento de € 1.000.000 - € 100,00 de
capital/património).

Neste caso a empresa encontra-se numa situação mais gravosa do que a


prevista no art.º 35º do CSC, que é aplicável no caso de perda e metade do
capital social, ou seja, a empresa apresenta um cenário de insolvência.

Capital social – capital subscrito pelos sócios da empresa na sua constituição,


bem como os reforços subsequentes.
Hoje o capital social não tem a relevância que teve no passado, é apenas um
indicador das entradas de capital e tem como finalidade primeira determinar a
quota que cabe a cada sócio na demonstração de resultados. Hoje o que releva
é o valor do ativo da empresa, sendo pouco relevante o endividamento dos
sócios. O mercado valoria mais a dimensão do ativo. É verdade que a sociedade
por quotas são sociedades de pessoas, mas o que garante os compromissos da
empresa é o seu ativo.

Apenas uma nota para recordar que o capita social mínimo para a constituição
de uma sociedade por quotas é de € 1,00 por cada quota – art.º 219º, n.º 3
CSC; e para a constituição de uma sociedade por ações é de € 50.000 – art.
276º, n.º 3 do CSC.

Segunda nota para lembrar que é possível constituir uma sociedade por ações
com apenas € 15.000, ou seja, 30% do capital mínimo desde que seja deferido
os restantes 70% - art.º 277º CSC.

Reservas - reservas são os lucros retidos na empresa por qualquer das


seguintes razões: legais, estatutárias ou por vontade deliberada pelos sócios.

Resultados- reflete o resultado obtido em cada exercício da atividade da


empresa. Os resultados transitados têm, do ponto de vista jurídicos, tem carater
de curto prazo e de disponibilidade.
A conta de resultados, divide-se em resultados líquidos do exercício e em
resultados transitados, sendo estes últimos consequentes dos exercícios
anteriores. Se no caso a quebra de faturação por foçar do COVID 19, tivermos de
fazer demonstração e tal facto, não é nas contas do ativo da empresa que
vamos encontrar resultados, mas sim na rubrica de resultados que integra a
rubrica de capitais próprias.

Última nota relativa ao balanço. O balanço e a demonstração de resultados


constituem a declaração anual de informação contabilista e fiscal cuja entrega e
obrigatória para todas as empresa e empresários.

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