Trouxe um breve resumo da origem histórica, as práticas punitivas, a
princípio, não estabeleciam limite da pena, como o código de Hamurabi (lei de talião) que tinha o propósito de proteger os mais fracos de uma ação desmedida dos mais fortes, sem sistema de justiça ou preocupação com a verdade. Já na Inglaterra foi editada a Carta Magna 1215, a qual preceituava no artigo 48 que a prisão só deve ocorrer em virtude de julgamento de seus pares, dividindo o júri em grande júri e pequeno júri: O primeiro, com debates entre os jurados, decidia se procedia a acusação contra o réu, em caso de afirmação, o réu seria submetido a julgamento perante o pequeno júri. Tratando-se do Tribunal do júri no Brasil, a Lei de 18 de julho de 1822 trouxe o júri apenas para os crimes de imprensa, enquanto na atualidade a Constituição de 1988 trouxe no artigo 5°, XXXVIII, o tribunal do júri como uma cláusula pétrea com as seguintes características: plenitude de defesa, sigilo das votações, soberana do veredito e competência para julgar crimes dolosos contra a vida. Na fase pré-processual tudo pode ser considerado prova, uma vez que qualquer coisa pode contribuir para a opinião dos jurados, em razão disso, deve ser feita todas as diligências necessárias: perícias em geral pode afastar uma análise subjetiva; perinecroscopia contribui para analisar vestígios de luta, posição do cadáver, impressões digitais; necropsia, consiste no exame do cadáver, mostrando a causa da morte, distância e instrumento utilizado. Outros exemplos são a perícia da arma de fogo, a reprodução simulada dos fatos, interrogatório, testemunhas, reconhecimento e prova indiciária. Iniciando o processo, o procedimento do júri é bifásico, dividindo-se em judicium accusationis e judicium causae. O primeiro vai do oferecimento da denúncia até a sentença, a qual pode ser pronúncia, levando o réu a julgamento; impronúncia, quando não há convencimento da materialidade do fato; absolvição sumária se provada a inexistência de materialidade e autoria ou demonstrada a causa de isenção de pena; desclassificação para outros crimes que não são de competência do tribunal do júri. Com a sentença de pronúncia começa a Judicium causae, o presidente do Tribunal do Júri recebe os autos e determina a intimação das partes para juntada de provas. No alistamento dos jurados a seleção é abstrata e será de acordo com cada comarca, compreenderá cidadãos maiores de 18 anos de notória idoneidade. Durante a organização da pauta, haverá uma ordem de preferência: acusados presos, dentre eles o que estiver há mais tempo e, em caso de igualdade de condições, os que foram pronunciados há mais tempo. Em seguida, haverá intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem o sorteio dos 25 jurados. Dessa forma, o tribunal de júri é composto por 1 juiz togado, 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados e 7 dos quais constituirão o Conselho de Sentença. Após os jurados prestarem compromisso, a instrução inicia com a sequência do juiz presidente, o MP, o assistente, o querelante e o defensor do acusado que tomarão as declarações do ofendido e, caso possível das testemunhas e, por fim, o acusado será interrogado. Encerrada a instrução, inicia-se os debates com a palavra do MP, fala da defesa, réplica do MP e tréplica da defesa. Concluídos os debates, o presidente indagará os jurados se estão habilitados a julgar. Em caso positivo, serão redigidos os quesitos e o juiz proferirá a sentença para condenar ou absolver o réu.