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Sistema inquisitivo:
O Sistema Inquisitivo é uma das formas de instrumentalidade de aplicação do direito
que se refere a uma inquisição e teve seu início no século XII a partir dos tribunais
eclesiásticos e servia como uma persecução criminal na Idade Média para julgamentos
de delitos contra a fé.
Características:
a) reunião das funções: o juiz julga, acusa e defende;
b) não existem partes – o réu é mero objeto do processo penal e não sujeito de direitos;
c) o processo é sigiloso, isto é, é praticado longe “aos olhos do povo”;
d) inexistem garantias constitucionais, pois se o investigado é objeto, não há que se
falar em contraditório, ampla defesa, devido processo legal etc.;
e) a confissão é a rainha das provas (prova legal e tarifação das provas);
f) existência de presunção de culpa. O réu é culpado até que se prove o contrário.
Sistema acusatório:
Inicialmente podemos verificar que o sistema acusatório esteve presente em dois
momentos distintos na humanidade. Um foi na Roma antiga perante uma democracia
arcaica que visava um procedimento que condenava ou absolvia. Um outro momento
se deu após a idade medieval do século XVIII com uma substancial mudança em seus
procedimentos.
Características:
a) as partes são as gestoras das provas (garantindo a imparcialidade do julgador);
b) há separação das funções de acusar, julgar e defender;
c) o processo é público, salvo exceções determinadas por lei;
d) o réu é sujeito de direitos e não mais objeto da investigação;
e) consequentemente, ao acusado é garantido o contraditório, a ampla defesa, o devido
processo legal, e demais princípios limitadores do poder punitivo;
f) presume-se a não culpabilidade (ou a inocência do réu);
g) as provas não são taxativas e não possuem valores preestabelecidos (livre
convencimento motivado).
Sistema Misto:
O sistema misto tem uma particularidade de entendimentos misturada com os sistemas
acusatório e inquisitório dentro do mesmo processo penal.
Há uma corrente doutrinária que diz que o sistema processual brasileiro é misto
(Tornaghi, Mougenot), aduzindo sua dupla fase: a) a fase investigatória, de
características inquisitórias, visto que é pré-processual; b) fase judicial, com
características acusatórias, iniciada após o recebimento da denúncia ou queixa. A crítica
a esta corrente cinge-se ao caráter administrativo (extraprocessual) da investigação
preliminar (inquérito policial, p. ex.).
Questões problemas:
1- Charles Sheen está respondendo a um processo criminal por roubo, art. 157,
caput do CP. Charles possui defensor constituído nos autos, no entanto, este não
compareceu na audiência de instrução e julgamento, a qual foi realizada pelo
juiz, sem a presença do advogado. Analise a situação narrada, expressando a sua
opinião.
2- É possível a produção de provas obtidas por meios ilícitos, quando esta for cabal
para comprovar a inocência do acusado?