Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adalberto Aleixo
CAPÍTULO 2
1) Grécia:
Quanto à avaliação das provas trazidas, havia uma ampla liberdade quanto a sua
apreciação através de uma critica lógica e racional sem formulações legais prévias e
preconceitos religiosos e outros fanatismos.
2) Roma:
c) cognitio extraordinária:
Chegou-se a fase da justiça pública onde o pretor passou a conhecer do mérito dos
litígios entre os particulares, proferindo sentença. O Estado já suficientemente fortalecido,
impõe-se sobre os particulares e, prescindindo da voluntária submissão destes, impõe-lhes
autoritariamente a sua solução para os conflitos.
Percebe-se, nesse período, a presença dos recursos, num processo escrito, onde se
utilizava de coação para a efetiva execução de suas sentenças.
3) Processo Germânico:
Desde a queda do Império Romano até meados da idade média, a Europa viveu sob
o domínio bárbaro que, a princípio, carecia de uniformidade de critérios, uma vez que seus
grupos detinham um sistema jurídico rudimentar e primitivo.
1
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo e outros. Teoria Geral do Processo. 12ª edição. P. 23.
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
4) Processo Comum:
Vigorando do século XI até o século XVI e deixando vestígios seus até hoje nas
legislações ocidentais, o processo comum surgiu da fusão de normas de direito germânico,
canônico e romano (sob a influência dos glosadores que cotejavam as instituições bárbaras
com as clássicas).
O sistema de provas e a sentença tinham por base o direito romano, contudo era
admitido a eficácia erga omnes da coisa julgada (inspiração bárbara), além de ter sido
adotado do processo sumário, semelhante ao encontrado no direito canônico, tentando
eliminar alguns formalismos. Porém, mesmo assim, o processo comum se mostrava lento e
extremamente complicado.
Foram abolidos os duelos judiciais e as ordálias, porém a tortura era meio admitido
para a produção de provas. Nota-se, também, a idéia da tarifa legal da prova que perdurou
no processo europeu até fins do século XVIII.2
2
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 24 ª edição. P. 13 e 14.
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
Também chamada fase científica, onde se admite seu inicio a partir do momento em
que se outorgou poderes ao juiz para apreciar a prova de acordo com as regras da crítica
sadia e para produzir ex officio as provas que se impuserem para o objetivo de alcançar a
justiça em sua decisão, deixando de ser mero expectador da vitória do litigante mais hábil.
3ª fase (instrumentalista): Perdurando até hoje, esse período se destaca pelo sua análise
crítica dos institutos processuais, apontando falhas na missão de produzir justiça, bem como
procurando meios de mudança no processo a fim de se alcançar a ordem jurídica justa. Já
não bastando a análise do sistema do ponto de vista dos produtores do serviço processual,
nessa fase se procura efetivar uma visão do processo pelo ângulo externo, levando em conta
3
Idem, ibidem. P. 14.
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
o modo como os seus resultados chegam à sociedade. Percebe-se nessa fase três ondas
renovatórias: a primeira consistente nos estudos para a melhoria da assistência judiciária
aos necessitados, a segunda voltada à tutela dos interesses supra-individuais (coletivos ou
difusos) e a terceira traduzidas nas tentativas de se aprimorar o modo de ser do processo
tais como a simplificação e racionalização de procedimentos, conciliação, eqüidade social
distributiva, justiça participativa e mais acessível, dentre outras.4 Essa fase no Brasil teve
inicio com os ensinamentos de Liebman, perdurando até os dias atuais.
4
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo e outros. Teoria Geral do Processo. 12ª edição. P. 44.
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
Paulo e da Bahia por trazerem, em seu bojo, o pensamento científico moderno da doutrina
processualista alemã e italiana.
Esse regramento foi muito criticado diante da dialética apresentada, uma vez que
era dotado de uma parte geral basilada na mais moderna doutrina processual européia da
época, porém, com uma parte especial anacrônica ora demasiadamente vinculada ao velho
processo lusitano, ora totalmente assistemático.
5
Além dessa possibilidade, os estados-membros podem legislar concorrentemente com a União acerca de
matéria procedimental, conforme expressa o artigo 24, inciso XI da CF/88.
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
A partir do anteprojeto redigido pelo Ministro Alfredo Buzaid e revisado por uma
comissão de juristas, foi editado o Código de Processo Civil vigente até hoje, que foi
admirado por efetivar uma grande atualização quanto aos princípios processuais invocados
pela moderna doutrina processualista.
Por não apresentar uma parte geral, as normas inscritas no Livro I são aplicadas nos
outros livros, quando neles não existe regra específica. Admitindo a autonomia do processo
cautelar, tal como invocado pela doutrina moderna, o CPC consagrou a tríplice divisão do
processo (cognição, execução e cautelar), além de reduzir o número de procedimentos
especiais que, na realidade, por serem processos de conhecimento, podiam se inserir nas
regras gerais do Livro I. Ainda inovou na separação do Livro IV em procedimentos de
jurisdição voluntária e contenciosa, admitindo, no primeiro, que o juiz afastasse o critério
de legalidade estrita, podendo adotar a solução que reputar mais conveniente ou oportuna
(artigo 1109).
O CPC de 1973 passou ao longo dos tempos por uma série de modificações,
denominadas mini reformas, basicamente sob a orientação da doutrina da fase
instrumentalista procurando uma busca maior da justiça social a partir da simplificação dos
procedimentos, celeridade e economia processuais, molecularização das demandas,
facilitação ao acesso à justiça, dentre outras, além de impulsionadas pelas regras
processuais constitucionais impostas pela vigência da Constituição Federal de 1988.
Presidido pelo então Ministro do Superior Tribunal de Justiça Ministro Luiz Fux e
com relatoria de Teresa Arruda Alvim, o anteprojeto de Código de Processo Civil foi
apresentado ao Senado Federal em junho de 2010, registrado como Projeto de Lei do
Teoria Geral do Processo Adalberto Nogueira Aleixo
Senado (PLS) nº 166, tendo sido aprovado pela casa em dezembro do mesmo ano e enviado
à Câmara dos Deputados.