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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO

Processo de referencia: 29076-91.2015.8.10.0001

Decisão Rescindenda: SENTENÇA DA 1ª VARA DA FAZENDA PUBLICA-


Motivo: Decisão Rescindenda Contra Decisão em IRDR exarada pelo Pleno
TJMA

Requerente: FRANCISCA SILVA DE ANDRADE

Objeto: AÇÃO RESCISÓRIA COM TUTELA DE URGÊNCIA.

Pedido de concessão do benefício da justiça gratuita e Assistência


judiciária

FRANCISCA SILVA DE ANDRADE, brasileira, casada, professora,


RG nº 350103520087, CPF nº 47479833334, residente e domiciliada a Rua 49,
nº 12 QD. 145, Conjunto Maiobão na cidade de Paço do Lumiar-MA, vem, por
intermédio de seus advogados que ao fim subscrevem, à presença de V. Exa.,
com fulcro no artigo 966 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a
presente

AÇÃO RESCISÓRIA COM TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de Estado do Maranhão, pessoa jurídica de direito público interno,


com representação pela Procuradoria Geral do Estado, situada na Av.
Presidente Juscelino Kubitschek Lt. 25, Qd. 22 - Quintas do Calhau, MA, 65072-
280, São Luís/MA, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

1. Primeiramente, informa a parte Autora que não possui condições de arcar


com custas e honorários sem prejuízo próprio e de sua família, visto a sua
situação de incerteza financeira diante do risco de perda de sua renda alimentar.
Assim, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC, bem como demais
legislação aplicável.
2. No mesmo sentido, requer de pronto a aplicação deste benefício ao dever
de depósito judicial de importância para propositura da presente ação, na forma
do parágrafo 1º do artigo 968 do CPC.

II- DA TEMPESTIVIDADE

A decisão rescindenda, proferida NA SENTENÇA CIVEL prolatada pela


PRIMEIRA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO LUÍS -
MARANHAO, nos autos do Processo originário nº 29076-91.2015.8.10.0001–
AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE LIMINAR, teve em a Transitado em
Julgado em 04/03/2020; (vide processo anexo), porém com o advento da LEI
Nº 14.010, DE 10 DE JUNHO DE 2020, que dispõe sobre o Regime Jurídico
Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET)
no período da pandemia do coronavírus (Covid-19) , em seu Art. 3 que trata
das Prescrições e Decadência aponta que prescricionais consideram-se
impedidos ou suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em vigor da Lei
supra mencionada, ou seja de 10 de junho de 2020 a 30 de outubro de 2020.

Dessa forma, havendo o referido recurso confirmando a decisão de juízo


inicial, em conformidade com a certificação de trânsito em julgado contida
naqueles autos. A propositura da presente Ação Rescisória é, portanto,
tempestiva, eis que ainda não fluiu o biênio decadencial uma vez esse prazo
somente seria intempestivo se ocorresse após o mês de julho de 2022

III-DOS FATOS – SÍNTESE PROCESSUAL

O processo de nº 29076-91.2015.8.10.0001, teve por objeto pedido de


Obrigação de Fazer com intuito de instituir o seu direito a nomeação do Autor em
cargo de PROFESSOR - ENSINO FUNDAMENTAL -CLASSE I -REF.1- 1ª A 4ª
SÉRIE (1º AO 5º ANO) Município de Nomeação: A05 - SÃO LUÍS, por força do
concurso nº 01/2009 SEDUC/MA, diante da flagrante preterição que ocorreu por
meio da abertura de inúmeros processos seletivos simplificados que contratou
profissionais em preferência sobre aqueles que estavam na lista de espera dos
aprovados no concurso.

3. Nesse mesmo processo o autor requerente foi vencedor da tutela


jurisdicional e tomou posse em 05 de NOVEMBRO DE 2015 e foi nomeada
em 27 de Setembro de 2015, com Publicação no Diário Oficial de 14 de
outubro de 2015 conforme Diário da Justiça em anexo, desde então sendo
Professor Efetivo da Rede Estadual de Ensino conforme, contracheque e
fichas financeiras acostadas neste.

4. Ocorre que diante dos inúmeros casos nas questionando a alegada


preterição, foi levantado em sede de Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas, processo da IRDR nº 48.732/2016, levando à suspensão de todos
os processos que discutissem a questão, conforme regras legais, uma vez que o
instrumento tem por função a uniformização do entendimento do Tribunal.

5. Inicialmente, o Tribunal admitiu o incidente, nos termos do Acórdão ID


8972750 (Págs. 46-50) e ID 8972751 (Págs. 1-9), restando firmada a seguinte
tese jurídica:
“Os candidatos excedentes, em concurso público para
professor do Estado, não têm direito à nomeação em
razão da contratação de professores temporários
dentro do prazo de validade do certame, para o mesmo
local e disciplina de aprovação dos excedentes, ante a
inexistência de cargo a ser provido.”

6. Ato contínuo, foram opostos pela embargos de declaração, SINDICATO


DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO BÁSICA DAS REDES
PÚBLICAS ESTADUAL E MUNICIPAIS DO ESTADO DO MARANHÃO -
SINPROESEMMA, COMISSÃO DOS PROFESSORES EXCEDENTES
DO CONCURSO SEGEP 2009 pelo fato de ter-se desconsiderado o
Oficio do então Secretário Felipe Camarão que suscitou a discussão
sobre a segurança jurídica e o prejuízo a rede estadual de ensino, haja
vista que Professores – tal como a Autora desta- já estavam nomeados.

7. Nesse Passo foi verificado que razão assistia o embargante, pois no


julgamento dos Embargos de Declaração nº. 020756/2019, interpostos nos
autos do IRDR 48.732/2016, houve a modulação dos efeitos da decisão,
conforme ementa a seguir transcrita:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM IRDR. OMISSÃO.


REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. INOCORRÊNCIA DO
VÍCIO. MODULAÇÃO DE EFEITOS DA TESE FIXADA
EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIABILIDADE.
GARANTIR REGULAR FUNCIONAMENTO DA REDE
ESTADUAL DE ENSINO. INTERESSE SOCIAL E
SEGURANÇA JURÍDICA. ACOLHIMENTO PARCIAL
DOS EMBARGOS OPOSTOS. 1. Os Embargos de
Declaração não se prestam a rediscutir matéria
julgada, a pretexto de omissão da decisão embargada.
2. Viável a modulação de efeitos da tese fixada em
IRDR, em sede de embargos de declaração, visando
garantir o regular funcionamento da rede estadual de
ensino diante o relevante interesse social e
preservação da segurança jurídica. 3. Embargos
conhecidos e parcialmente acolhidos.

Nos referidos embargos de declaração, ocorreu a modulação dos efeitos da tese


firmada e cassação da suspensão dos processos:

”Em 11/12/2019 - Decisão dos Embargos de Declaração


nº 20.756/2019:

"O Tribunal Pleno, por unanimidade, acolheu


parcialmente os Embargos de Declaração opostos,
apenas para Modular os Efeitos da Tese já Fixada, para
assegurar as nomeações realizadas, nos termos do
voto do Desembargador Relator".

No caso dos autos, a parte autora obteve aprovação como


excedente no concurso público, porém JÁ HAVIA SIDO NOMEADA
MEDIANTE TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NO JUÍZO DE ORIGEM,
CUJA LIMINAR FORA DEVIDAMENTE CUMPRIDA ASSIM COMO
DEMONSTRAMOS EM NOMEAÇÃO E TERMO DE POSSE ACOSTADOS
NESTES

Em assim sendo, deve ser mantida a nomeação realizada,


respeitando e cumprindo o que a sábia decisão da tese acima suscitada pela
Excelsa Corte do Tribunal de Justiça do Maranhão, uma vez que, conforme
comprovamos abaixo não foi e nem vem sendo aplicada em suas iguais
decisões com flagrante violação da norma jurídica, assim vejamos:

ÀS 13:28:45 - Julgada improcedente a ação AÇÃO ORDINÁRIA Processo n.º : 31159-


2015 Autora : Francisca Silva de Andrade Réu : Estado do Maranhão SENTENÇA Trata-se de
AÇÃO ORDINÁRIA, com pedido de tutela antecipada por FRANCISCA SILVA DE ANDRADE em face
do ESTADO DO MARANHÃO, ambos devidamente qualificados na inicial. Aduziu a parte autora,
em estreita síntese, que participou do concurso regido pelo edital nº 001/2009, inicialmente
ofertadas 03 (três) vagas para o cargo de Professor do Ensino Médio Regular - Município de São
Luís/MA, encontrando-se na posição de excedente. Alegou que o ente público requerido abriu
vagas de processo seletivo simplificado para contratação temporária de Professores, razão pela
qual, sentiu-se preterido pelos candidatos classificados e aprovados por meio de processo
seletivo simplificado. Desse modo, pugnou a parte autora pela concessão da tutela antecipada,
para que seja determinada a sua imediata convocação e nomeação para o cargo acima
referenciada com a confirmação da mesma por sentença, além dos benefícios da justiça
gratuita. Juntou procuração e documentos às fls. 17/101. Decisão liminar deferindo o pedido
acima citado às fls. 103/111. Contestação às fls. 116/121, pugnando, em suma, pela
improcedência da presente ação, visto a legalidade das contratações de temporários efetuadas
pelo órgão estatal. Certidão à fl. 124, certificando ausência de réplica. Ministério Público às fls.
126/127, opinando pelo saneamento do feito. Despacho para as partes especificarem as provas
que ainda pretendem produzir à fl. 128. Certidão de fl. 129v, informando a ausência de
manifestação das partes. Petição do réu à fl. 132, requerendo a suspensão do feito com base no
despacho proferido no IRDR nº 48732/2016. Despacho de fl. 133, determinando o
sobrestamento da ação, com base no IRDR nº 48732/2016. Processo reativado (fl. 138),
oportunizando as partes requerem o que entender de direito. Certidão de fl. 140, a parte autora
quedou-se inerte. Réu à fl. 143, requer o julgamento do feito com fulcro na tese firmada no
referido incidente processual. Parecer ministerial às fls. 147/148, opina pela improcedência do
pleito autoral. Autos vieram conclusos. É o relatório. DECIDO. Inicialmente, cumpre observar
que o ordenamento jurídico brasileiro permite que o juiz conheça diretamente do pedido,
proferindo sentença, nos casos em que a controvérsia gravite em torno de questão
eminentemente de direito ou sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir
prova em audiência, em atenção aos princípios da economia e da celeridade processuais.
Ressalto que embora pendente de recurso o IRDR nº 48732/2016, o Código de Processo Civil é
claro ao estabelecer que ultrapassado o prazo de um ano, cessa a suspensão processual, salvo se
o relator em decisão fundamentada resolver em sentido contrário. Transcrevo a seguir os
artigos em referência: Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá
preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de
habeas corpus . Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput , cessa a suspensão dos
processos prevista no art. 982 , salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário. (.)
Art. 982. Admitido o incidente, o relator: I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; II - poderá requisitar
informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente,
que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias; III - intimará o Ministério Público para, querendo,
manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias. Portanto, tenho que no caso do IRDR nº 48732/2016
não houve decisão do relator em sentido contrário, devendo o processo seguir sua marcha
processual. Aparadas estas arestas, passo agora ao apreço do mérito propriamente dito.
Pretende a parte autora ser nomeada e empossada no cargo acima declinado, sob o argumento
de que logrou êxito no certame, contudo, o requerido efetuou dentro do prazo de validade do
referido certame, contratações precárias para o cargo ao qual fora aprovado. Na hipótese dos
autos, verifico que somente há direito subjetivo aos candidatos aprovados dentro das vagas
oferecidas, o que não é o caso da parte autora, ficando esta aprovada como excedente. E muito
embora o requerido tenha aberto vagas dentro do prazo de validade do certame em processo
seletivo simplificado para contratação temporária de Professores para o mesmo cargo ao qual a
parte autora fora aprovada, o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas IRDR nº
48.732/2016 fixou a seguinte tese: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDA REPETITIVA.
CANDIDATOS EXCEDENTES EM CONCURSO PARA PROFESSOR DO ESTADO. PRETERIÇÃO DA
ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PRECÁRIA NÃO COMPROVADAS. MERA
EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO. NÃO COMPROVADA A EXISTÊNCIA DE VAGA. I. A
controvérsia gira em torno da existência ou não do direito dos candidatos excedentes em
concurso público para professor do Estado do Maranhão - Edital nº 01/2009, à nomeação em
razão da contratação de professores temporários, dentro do prazo de validade do certame, para
o mesmo local de aprovação dos excedentes. II. A Administração Pública tem obrigação de
preencher as vagas previstas no edital até o final de seu prazo de validade. O candidato
aprovado e classificado, mas excedente, goza apenas de mera expectativa quanto a eventual
nomeação no cargo para o qual concorreu. III. Inconcebível a nomeação de um candidato
classificado em concurso para provimento em cargo inexistente, pois a contratação para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público não possui o condão de criar cargo
público, atribuição conferida única e exclusivamente à lei formal. IV. Somente as contratações
precárias, por serem ilegais, são capazes de caracterizar a preterição com potencial de converter
a expectativa de direito, enquanto excedente em direito subjetivo à nomeação, enquanto que,
presume-se que a contratação temporária por meio de processo seletivo meritório atenderam
aos cânones normativos, além de em respeito ao princípio da deferência que há excepcional
interesse público a demandar essa específica forma de investidura, razão por que, na falta de
prova em contrário, não se pode entender que tenha havido ilegalidade ou abuso de poder. V. A
jurisprudência do excelso Supremo Tribunal Federal assentada por ocasião do julgamento do RE
837311/PI, em regime de repercussão geral consolidou-se no sentido de que o candidato
aprovado fora do número de vagas previstas no edital possui, em regra, mera expectativa de
direito à nomeação, de modo que essa expectativa somente se convolará em direito subjetivo
em situações excepcionais, marcadas, essencialmente, pela preterição ilegal resultante da não
observância da ordem de classificação, bem como de perpetração de ato arbitrário e imotivado
da Administração, caso surjam novas vagas durante o período de validade do certame, ficando a
cargo do candidato a demonstração e comprovação do seu possível direito. VI. Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas julgado com a fixação da tese segundo a qual "os
candidatos excedentes, em concurso público para professor do Estado, não têm direito à
nomeação em razão da contratação de professores temporários dentro do prazo de validade do
certame, para o mesmo local e disciplina de aprovação dos excedentes, ante a inexistência de
cargo efetivo a ser provido". (grifei) Portanto, em virtude do julgamento do IRDR acima
transcrito é certo que a parte autora não existe o direito de ser nomeada e empossada no cargo
em comento, tendo em vista que os candidatos excedentes no referido concurso não tem
direito a nomeação em razão de contratação de temporários dentro do prazo de validade do
certame, ante a inexistência de cargo efetivo a ser provido. Do exposto, julgo IMPROCEDENTES
os pedidos da parte autora, ante a tese vinculante fixada no Incidente de Resolução de
Demandas Repetitivas - IRDR nº 48.732/2016. Condeno a parte autora em custas processuais,
bem como, ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência que fixo em 10% (dez por
cento) do valor atualizado da causa, contudo, a exigibilidade dos mesmos ficarão suspensos,
conforme entendimento dos arts. 85, § 4º, inciso III c/c 98, § 2º e § 3º do Código de Processo
Civil vigente, em razão do benefício da justiça gratuita concedido. Publique-se. Registre-se.
Intimem-se e certificado o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquive-se. São Luís, 29 de outubro
de 2019. Luzia Madeiro Neponucena Juíza de Direito da 1.ª Vara da Fazenda Pública Resp:
106112

Como se pode observar, data vênia, decisão da Excelentíssima


Doutora Senhora Juíza Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, exprime ciência
do fato da existência do IRDR, portanto exime-se de verificar a existência de
decisão nos embargos declaratórios imposto na IRDR que modificou- por
urgência e necessidade – a tese então fixada.

10. Assim, conforme a frente será fundamentada, cabível a presente ação, no


intuito de rescindir a sentença, diante a flagrante ilegalidade da mesma.

IV- Descumprimento do IRDR pela Decisão do 1º grau


1. Evidente que a decisão que negou provimento ao pleito da parte autora
não observou os Embargos de Declaração e tampouco a decisão do
PLENO no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas decidido por
essa Corte, fato que fere frontalmente o CPC/2015 e por consequência o direito
pleiteado, e, por fim macula a segurança jurídica, ensejando em descrédito e
falta de prestigio ao próprio pleno do Tribunal de Justiça do Maranhão em
relação ao descumprimento do acordão proferido em IRDR pelo pleno do
TJMA.

2. Assim, o referido julgamento não observou a tese dos autos do


processo 48732/2016-IRDR, a qual decidiu que as nomeações realizadas
até a tese fixada em dezembro de 2019, deveriam ser mantidas e se
tornariam definitivas pelo julgado no Pleno do TJMA (decisão vinculativa).

3. Negligenciando a tese fixada pelo Pleno do Tribunal, a decisão da


Excelentíssima Senhora Doutora Juíza Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública
julgou a lide como se a parte não fosse nomeada liminarmente e
desconsidera a modulação de efeitos prevista na tese do IRDR (trecho que
torna definitiva a nomeação subjudice).

4. Portanto a decisão no bojo da Ação não contemplou a modulação dos


efeitos em IRDR e deixou de fora a parte recorrente que havia sido contemplada
na tese, vez que era candidato subjudice, a qual é a parte final da tese fixada
pelo TJMA.

5. No caso dos autos, a parte autora foi nomeada em 2015, sub judice
(liminar deferida em 2015), conforme nomeação acostada aos autos e
encontra-se em efetivo exercício ate a presente data e por isso deve ser mantida
no cargo conforme decisão da tese definitiva do IRDR.

6. Assim, de forma alguma, poderia ter seu direito de ser mantido em seu
cargo tolhido com o arquivamento de sua ação com seu pedido não sendo
acolhido em definitivo,uma vez que a decisão proferida em IRDR vincula toda a
jurisdição no Estado do Maranhão.

7. Nesse sentido, descumprida a tese fixada em IRDR pelo julgamento em


sentença de 1º grau citada, a nulidade se impõe, restando evidente a
necessidade de ser rescindido, para que seja proferido novo julgamento no
processo, reformando a decisão de 2º grau, e, consequentemente, sendo
assegurado a seu direito à PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL 1ª A 4ª
SÉRIE (1º AO 5º ANO), com nomeação para o Município de SÃO LUIS-MA.

IV-DO DIREITO

8. O Código de Processo Civil, em seu artigo 966, dispõe quanto ao


cabimento da Ação Rescisória, sendo destacados do rol de cabimento, aqueles
que se enquadram ao presente caso. Vejamos:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado,


pode ser rescindida quando:

[...]

IV - ofender a coisa julgada;

9. Como se pode notar, o acórdão, ao não reconhecer o direito da Autora


diante da modulação dos efeitos através dos Embargos, ofende a coisa julgada
referente ao processo do mencionado IRDR.
10. Tal afirmação se dá a partir da análise da tese fixada, conforme site do
TJMA:

11. Neste ponto, se discrimina o primeiro ponto de cabimento da presente


ação, bem como o próprio mérito da ação rescisória. Demonstrada a existência
de entendimento que regula a questão da aplicação àqueles já nomeados, não
há justificativa para decisão em sentido diferente, sendo esta contra legem.

12. Ocorre que a sentença rescindendo, deixa de observar fato notório ao


processo, qual seja, que a parte autora foi nomeada por meio de tutela de
urgência, de modo que, com todo respeito, equivoca-se ao afirmar que esta não
se enquadra nos casos excepcionais à tese fixada.

13. Ato contínuo, revisitando o artigo 966 do CPC, vejamos o próximo caso de
cabimento da presente ação:

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em


julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;

14. Neste ponto, verifica-se que o fato novo reside na decisão proferida em
sede de IRDR, após julgamento de Embargos de Declaração interpostos do
acórdão proferido.

15. Em reforma da decisão por via recursal, foi admitido que, àqueles
que foram nomeados por meio de tutela antecipada, mantivessem o seu
cargo. Tal fato se deu posteriormente ao trânsito em julgado da ação, uma vez
que, como já apontado, foi sentenciado com base em IRDR que ainda estava em
grau de recurso.

16. Como já apontado nos fatos, há ainda erro de fato quanto a sentença, por
fundamentar decisão em acórdão que não se encontrava devidamente transitado
em julgado:

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame


dos autos

17. O referido erro ao presente caso é a verificação de que a Autora foi de


fato nomeada através de tutela de urgência, conforme documentação
comprobatória em anexo, fato este não verificado pelo julgador quando,
merecendo rescisão a sua decisão.
18. Por último, o cabimento da presente ação também é verificada em sua
aplicação direta dos casos que envolvem o IRDR, diante de sua distinção de
casos, não podendo, portanto, ser aplicada ao caso. Vejamos o parágrafo 5º do
artigo 966:

§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V


do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em
julgamento de casos repetitivos que não tenha
considerado a existência de distinção entre a questão
discutida no processo e o padrão decisório que lhe
deu fundamento.         

19. Trata-se de caso que se enquadra perfeitamente à presente demanda.


Uma vez que se trata de decisão baseada em julgamento de recursos repetitivos
– IRDR, ao qual foi aplicada distinção a casos específicos, do qual a Autora se
enquadra, porém não foi reconhecido a ela o benefício concedido.

20. Nesse sentido é que se faz cabível a presente ação, a fim de reconhecer
e manter a sua nomeação, integrando o quadro permanente de pessoal, em
razão do IRDR.

II. DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

21. O artigo 300 do CPC prevê a possibilidade de concessão de tutelas


antecipadas de urgência, preenchidos os requisitos do periculum in mora e o
fumus boni iuris:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
22. No presente caso, a probabilidade do direito se encontra devidamente
fundamentada a partir da análise dos autos, bem como documental do processo,
que comprovam o seu direito adquirido por meio de processo seletivo.
23. O perigo de dano se dá pelo fato de que a tutela de urgência que
determinou a nomeação da Autora foi revogada prematuramente com base no
IRDR, sendo que em sede de embargos de declaração, houve reforma do
acórdão, no sentido de manter a nomeação daqueles que haviam sido
nomeados por meio de tutela, portanto, devendo ser determinado o retorno
imediato às atividades revogadas pela sentença.

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) A concessão da assistência judiciária gratuita, aplicando ao dever


de depósito judicial previsto em lei, diante da hipossuficiência em arcar cos
custas, sem prejuízo próprio e de sua família, na forma do parágrafo 1º do artigo
968;
b) A concessão da tutela antecipada de urgência, no sentido de
manter a Autora ao quadro de professores cargo de PROFESSOR - ENSINO
FUNDAMENTAL -CLASSE I -REF.1- 1ª A 4ª SÉRIE (1º AO 5º ANO) Município
de Nomeação: A05 - SÃO LUÍS, revogada em sede de sentença;
c) Requer, ainda, na forma do inciso I do artigo 968 do CPC, além da
rescisão da sentença, que seja realizado novo julgamento, uma vez que, como
demonstrado ao longo da peça, esta se deu de forma prematura, afetando
direitos já garantidos, bem como a presença de erros já demonstrados;
d) Pugna pelo uso de todos os meios de prova admitidos em direito,
especialmente o documental e depoimentos pessoais.

Dá-se à causa o valor de


Termos estes que

Pede deferimento.

São Luís, 02 de março de 2021.

Hugo Gedeon Cardoso Helena Amélia Salomão Rocha

OAB/MA 8891 OAB/MA 6322

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