1) O recurso trata de um agravo contra a decisão de inadmissibilidade de um recurso extraordinário que contestava uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5a Região.
2) A decisão do Tribunal Regional Federal determinou que o profissional de educação física licenciado poderia exercer sua profissão plenamente em qualquer estabelecimento.
3) O STJ entendeu que as resoluções do Conselho Nacional de Educação delimitam o campo de atuação dos profissionais de educação física licenciados e bacharéis.
1) O recurso trata de um agravo contra a decisão de inadmissibilidade de um recurso extraordinário que contestava uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5a Região.
2) A decisão do Tribunal Regional Federal determinou que o profissional de educação física licenciado poderia exercer sua profissão plenamente em qualquer estabelecimento.
3) O STJ entendeu que as resoluções do Conselho Nacional de Educação delimitam o campo de atuação dos profissionais de educação física licenciados e bacharéis.
1) O recurso trata de um agravo contra a decisão de inadmissibilidade de um recurso extraordinário que contestava uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5a Região.
2) A decisão do Tribunal Regional Federal determinou que o profissional de educação física licenciado poderia exercer sua profissão plenamente em qualquer estabelecimento.
3) O STJ entendeu que as resoluções do Conselho Nacional de Educação delimitam o campo de atuação dos profissionais de educação física licenciados e bacharéis.
Decisão: Trata-se de agravo contra decisão de inadmissibilidade de
recurso extraordinário que impugna acórdão do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, assim ementado no que interessa:
“ADMINISTRATIVO. PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO
FÍSICA. LEI 9.696/98. INSCRIÇÃO NO CONSELHO REGIONAL. RESTRIÇÕES À ATUAÇÃO PROFISSIONAL IMPOSTAS POR RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS. DIREITO À ATUAÇÃO PLENA. INOCORRÊNCIA. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. A sentença apelada julgou procedentes os pedidos formulados na inicial para, confirmando a tutela de urgência deferida, declarar a ilegalidade do art. 3º da Resolução nº 182/2009 do CONFEF, bem como para determinar que CONFEF e CREF/PE-AL 12ª realize a inscrição, em caráter definitivo, do autor no Conselho com o registro de "ATUAÇÃO PLENA", autorizando-o a exercer sua profissão de educador físico e "personal trainner" em escolas, academias, clubes ou qualquer outro estabelecimento congênere. 2. Sobre a matéria, esta Corte Regional vinha considerando que, sendo a Lei 9.696/98 a única que regulamenta a profissão do educador físico, e levando em conta que esta não estabeleceu qualquer restrição ao profissional licenciado, não haveria como restringir seu campo de atuação através de resoluções administrativas emitidas pelo MEC, CONFEF ou CREF. Precedente: REO566543/PB, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL ERHARDT, Primeira Turma, JULGAMENTO: 30/01/2014, PUBLICAÇÃO: DJE 06/02/2014 - Página 75). 3. Entretanto, o egrégio STJ, apreciando o REsp 1.361.900- SP, sob a sistemática do art. 543-C do CPC, entendeu pela impossibilidade do profissional graduado no curso de Licenciatura em Educação Física atuar na área destinada ao profissional que concluiu o curso de Bacharelado em Educação Física, como pretende o ora agravado, tendo afirmado, ainda, que as Resoluções do Conselho Nacional de Educação foram emitidas com supedâneo no art. 6º da Lei n. 4.024/1961 (com a redação conferida pela Lei n. 9.131/1995), em vigor por força do art. 92 d a Lei n. 9.394/1996, sendo certo que tais Resoluções, em momento algum, extrapolam o âmbito de simples regulação, porque apenas tratam das modalidades de cursos previstos na Lei n. 9.394/1996 (bacharelado e licenciatura) (REsp 1361900/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/11/2014, DJe 18/11/2014). 4. Apelação e remessa oficial providas”. (eDOC 28, p. 11)
No recurso extraordinário, interposto com fundamento no artigo
102, inciso II, alínea a, da Constituição Federal, sustenta-se, em preliminar, a repercussão geral da matéria deduzida no recurso. No mérito, aponta-se violação aos artigos 5º, XIII, e 22, XVI, da Constituição Federal. Sustenta-se, em síntese, que o Conselho Regional de Educação Física não possui competência para limitar seu campo de atuação profissional. Argumenta-se que é competência privativa da União legislar sobre as condições para o exercício profissional e que o recorrente atendeu todas as qualificações exigidas para o exercício de sua atividade, elencadas no art. 3º da Lei 9.696/98. Decido. O recurso não merece prosperar. Isso porque o acórdão resolveu a controvérsia com base no conjunto fático-probatório dos autos e na legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 9.394/96 e 9.696/98) e consignou que o profissionais de educação física na modalidade de licenciatura plena só podem atuar na educação básica. Assim, verifica-se que a discussão acerca do campo de atuação do profissional de educação física restringe-se à legislação infraconstitucional aplicável à espécie, cujo exame é vedado no âmbito do recurso extraordinário. No caso, a ofensa à Constituição Federal, se existente, dar-se-ia de forma indireta ou reflexa. Nesse sentido:
“Agravo regimental no agravo de instrumento.
Administrativo. Diploma expedido por universidade estrangeira. Revalidação. Ofensa reflexa. Reexame de provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. O Tribunal de origem concluiu, com base nos fatos e nas provas dos autos e com fundamento na Lei nº 9.364/96 e nas Resoluções CNE/CES nºs 01/2002 e 04/2001, que a Universidade Federal de Santa Catarina deveria dar continuidade ao processo de revalidação do diploma do autor, observando as etapas previstas na legislação de regência. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF. 3. Agravo regimental não provido.” (AI 771.885-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012).
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.
REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO PROFISSIONAL. FUNDAMENTO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.” (RE 749.692, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 31/05/2013)
Ante o exposto, conheço do presente agravo para negar seguimento
ao recurso extraordinário (art. 544, § 4º, II, “b”, do CPC). Publique-se. Brasília, 15 de outubro de 2015. Ministro Gilmar Mendes Relator Documento assinado digitalmente