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CÂMARA DOS DEPUTADOS

DIRETORIA-GERAL
Advocacia da Câmara dos Deputados

Processo n. 402.587/2021

Em 25/01/2023

Senhor Advogado,

I - RELATÓRIO

1. Trata-se de Recurso, interposto pela Fundação para o Desenvolvimento


das Artes e da Comunicação – FUNDAC (doc. 35), contra decisão desta Diretoria-Geral
(doc. 30), que denegou o mérito em grau de Recurso Hierárquico, para manter a multa
aplicada por meio da Portaria n. 86/2022-DIRAD (doc. 16), em razão do atraso de 5 dias
no pagamento do auxílio-alimentação relativo ao mês de março/2021 dos funcionários
alocados no Contrato n. 2021/002, conforme previsão do subitem 8.3 da Tabela de
Multas do subitem 15.8 do Anexo 6 do Pregão Eletrônico 126/2020.
2. Comunicada do indeferimento do recurso, conforme documento 34, a
empresa encaminhou novo recurso, quando o processo já se encontrava em fase de
cobrança administrativa.
3. Instada a se manifestar sobre a peça apresentada pela empresa, a
Coordenação de Gestão Administrativa – COGEA/DIREX ratificou, no documento 37, as
manifestações por ela já apresentadas nos documentos 12 e 26, eis que a recorrente
não apresentara nenhum fato ou argumento novo nesta última oportunidade.
4. Em adição, a Seção de Liquidação – SELIQ/CCOMP/DEMAP informou no
documento 38 que a empresa tornou a apresentar os mesmos argumentos de outrora,
quanto às instabilidades bancárias e à alteração de seu corpo diretivo na época dos
atrasos sem, contudo, comprovar que tais problemas com a instituição financeira
perduraram pelos cinco dias de atraso do pagamento ou que esgotara as possibilidades
para a solução do caso.
5. E, relativamente à alegação de que o presidente da Fundação se
encontrava impossibilitado de autorizar os pagamentos, trata-se de um problema de
gestão interna, não constituindo excludente de responsabilidade editalícia, cujas
obrigações se comprometeu cumprir quando da assinatura do contrato.
6. Ao final, a SELIQ concluiu não ter observado elementos novos, hábeis a
alterar as análises anteriores, reiterando, portanto, o já exposto nos documentos 14 e
23, mantendo-se a sanção aplicada.
7. No documento 39, a Diretoria Administrativa – DIRAD submeteu à
consideração desta Diretoria-Geral o novo recurso interposto pela FUNDAC.
AMK
Documento assinado por: Alessandra Miranda Kuroiva, Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva
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8. É o que importa relatar.

II – PARECER

9. O recurso administrativo é tratado no art. 109, §4º, da Lei n.8.666/1993,


sendo subdivido em dois tipos: o exame de reconsideração e o recurso hierárquico, em
observância ao princípio do duplo grau de jurisdição.
10. Assim, tendo a penalidade sido aplicada pela Diretoria Administrativa por
meio da Portaria n. 86/2022 (doc. 16), a FUNDAC recorreu da decisão condenatória (doc.
22), cujo teor foi sopesado com a penalidade imposta e, em sede de exame de
reconsideração, a autoridade praticante do ato procedeu à sua reavaliação, para concluir
pela manutenção da sanção (doc. 28).
11. Ato contínuo, a DIRAD encaminhou os autos à autoridade superior para
exame do recurso hierárquico, em observância ao art. 109, §4º, da Lei n. 8.666/1993,
cuja decisão se encontra acostada no documento 30, exaurindo-se, não só a instância
originária, mas a recursal.
12. Formalmente, tendo sido esgotadas as vias recursais previstas na Lei n.
8.666/1993, tem-se que a manifestação da FUNDAC no documento 35 não mais tem o
condão de provocar novo reexame da matéria.
13. E, no mérito, à vista das manifestações da COGEA e da SELIQ nos
documentos 37 e 38 respectivamente, que relataram não haver nenhum elemento novo
hábil a reformar a decisão administrativa, confirma-se que o contraditório e a ampla
defesa foram devidamente respeitados, eis que os argumentos levantados pela
recorrente foram todos analisados ao longo do processo.

III – CONCLUSÃO

14. Tendo havido o esgotamento do exame do mérito quanto à apuração da


conduta da empresa, nas instâncias administrativas originária e recursal, segundo a
disciplina do art. 109, §4º, da Lei n. 8.666/1993, esta Advocacia entende que o recurso
apresentado não é juridicamente viável, recomendando-se o prosseguimento da
cobrança administrativa.
É o parecer. À consideração superior.

Alessandra Miranda Kuroiva


Assessora Jurídica

AMK
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Em 26/01/2023.

De acordo. Ao Advogado da Câmara dos Deputados.

Marcelo Oliveira de Azevedo


Coordenador Jurídico

Em 26/01/2023.

Nos termos do art. 3º, VIII, da Resolução n. 23/2021, da Câmara dos


Deputados, ACOLHO o parecer desta Advocacia, que concluiu pelo esgotamento do
exame do mérito quanto à apuração da conduta da Fundação, nas instâncias
administrativas originária e recursal, segundo a disciplina do art. 109, §4º, da Lei n.
8.666/1993.
2. Assim, MANIFESTO-ME pela inviabilidade jurídica do recurso apresentado
pela Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação – FUNDAC e
RECOMENDO o prosseguimento da cobrança administrativa pelo DEFIN.
3. À consideração do Senhor Diretor-Geral, com parecer desta Advocacia.

Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva


Advogado da Câmara dos Deputados

AMK
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