DOUTO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...

Teresa, brasileira, solteira, profissão..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob

o n..., residente à Rua ..., Bairro ..., Cidade..., Estado..., CEP n... vem, através de
seus procuradores constituídos por procuração anexa, com fulcro nos artigos 581 e
seguintes do Código de Processo Civil respeitosamente, perante Vossa Excelência,
propor:

AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO

Em face de Tardim, nacionalidade..., profissão..., inscrito no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o n..., residente à Rua ..., Bairro ..., Cidade.., Estado..., CEP n..., pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas;

1. DOS FATOS

A autora é proprietária e legítima possuidora de um imóvel rural ‘’Chácara

Aconchego”, com área de 10 hectares, registrada com o número de matrícula R.
310.201, no cartório de registro da situação do imóvel, e avaliada em R$ 60.000,00.

No mês de Julho de 2019, mais especificamente no dia 21, a Autora recebeu a visita
de Tardim, o qual possuía em mãos uma escritura pública na qual constava a
compra e venda da Chácara Aconchego, compra e venda esta, realizada por César,
ex-marido da Autora sem sua anuência ou consentimento.

A autora exerce a posse mansa, pacífica e desimpedida do imóvel livre de qualquer

embaraço, e se encontrou perplexa diante do ocorrido.
Além da noticia o Réu também, salientou que se não houvesse desocupação do
imóvel em 10 (dez) dias, este tomaria as providências judiciais cabíveis,
configurando-se uma palavra de ameaça à posse da autora.

Com a finalidade de se informar, a autora consultou o cartório de registro de imóveis

e verificou a inconsistência dos dados verificados entre a matrícula e o título
translativo.
 2. DO DIREITO

O artigo 567 do CPC prevê:

O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de
ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o
segure da turbação ou esbulho iminente, mediante
mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
O artigo 1210 do Código Civil estipula:
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
  
Nota-se que a alegação do “contrato de compra e venda” para a autora, é um
contrato concebido com seu ex-marido, não titular do imóvel, sendo assim, não
legitimado para consolidar negócio jurídico em seu nome, Institui o Código Civil:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Ademais, necessita-se do objeto lícito para eventual alienação de imóvel, tendo em

vista que o ordenamento jurídico prevê os requisitos supracitados, o negócio jurídico
é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural, essencial à sua formação,
não chegando a constituir-se.
Dessa forma, a procedência da ação para que se conceda de forma liminar o
interdito proibitório que caso descumprido fiquem os requeridos sujeitos a multa a
ser fixada pelo juízo, bem como advertidos de que poderá ser utilizada a força para
defesa da posse da autora, nesse sentido,

3. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Sejam citados o réu presentes por oficial de justiça, observado o disposto no
artigo 554 quanto a citação por edital dos réus que não forem encontrados na
primeira tentativa de citação;
b) Seja transformada a medida liminar em definitiva, julgando-se procedente o
presente pedido, condenando-se, ainda, os réus ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios;
c) seja cominada multa ao réu, à razão de R$ .... na hipótese de nova turbação
à posse da Autora, na forma do artigo 555, I, do CPC.
d) Seja declarado inexistente o contrato de compra e venda por eventual defeito
do negócio jurídico celebrado por terceiros.

No mais, a autora requer seja oportunizada ampla produção probatória.

Atribui-se à causa o valor de R$ ....

Nestes termos,
pede deferimento.

Local e data...

Advogado...
OAB...