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REVISTA MENSAL
Competência — ExecUção de hipotees, Faro de eleiçãe pelo meridá Validadi; 88: Jai — Quesito CoMplexidade e defeito de redação — Têrmo de votacão Transcrição de
Sociedade comeraial — Ingresso em: juizo ' — Procuração subscrita com firma mí: Ta260 comer. quositcs e respostas Atenuantes Formulação de quesits genérico — Edital Ace-
etal — Neconheolnwnto por tabelião Prova de existência. isirldica; .• • .. • • • • • • • 89
139
Exeoutivo cambial Avalista -- Pagamento não provado -- Honorários de advogtadO — Con- Uri — Testemunhas — Diapensa de depoimento ern. plenário Nulidade 141
Atropelamento Tinpmddnela da não provada Absolvição .„ 141
v1N4ulti PiXavio Autonomia municipal Voto vencido . . 91' , OulPa Motorista. Morte d,s passageiro C16 caminhão — Viagem no estribo — Incaracterl.
VIII ix
Júri Interrogatório do acusado — Leiture de depoimento anterior.— DiSpensa de testeMU-
Redaçáo complexa — Nulidades .„ 151'
nhas "Aberratio iottt.s" — Quesito
Inextztencia, 153
Prescrição Denúncia, — Palta cio recebimento expresso — Interrupeud
Prisão ilegal Ooncesseio . . ..• •„ 154
mirabeas_corpus" — "Aga do bicho"
InadmisSão
ri -- Pena — Violenta emodo e dissimulação — Atenuante reconhecida
• • . ..„.. „. 155'
qualificativa Exolusão do, pronúncia
6educê,o
Inexperiencia — Virgindade — Presunegio — Nanióco prolongado — Proposta de
casamento religioso Gorillas-do tácita do delito , 156 TRIBUNAL DE':JUSIKAHDa
'Jog* do bicho" — Posse de listas — Garanterização — Auto de pride ern flagrante — Coniec-
gete COM policiais Valldade • ...
- ESTADO- - G-ERA
TRABALII0 DA TERCEIRA REG,
TRIBUNAL, REGIONAr,
DECiSÕES:'.0y . EIS
de !„raballia
Aprendizagem — Ausência de ensinamento metódico — Ai:Meg:to na carteira
VEREADOR RENVNCIA DE MANDATO — IRRETRATAV,a3DADE
Serviço não rurat . Gratifica_
Rolaste de emprêgo — Trabalho corn finalidade . industrial
— It irretratável a rentincia di mandato dative de verea-
Equiparação salarial — em 10 g. a:1W:ides diversas - rInproceoencia. (tor, q uando formulada de modo inequivoco pela que a,
Decente de alimentação Controvórsie, cir, d6bro eecabimento lei dc'termina.
Si:larks
Paralisação empresa„ Sangão de autoridade publica Rlece nornial :
Quitação plena e geral Parc,elas discriminadas —• Valor do reciiio:-L Lirnit e. ção AGRAVO DE PETIÇÃO /1.0 7.312 — Relator: Des. LAURO'
Sentença normativa — Aumento de Salaries -- Admissfuo poAelor data-bare.•: Ausência
FONTOURA:
. •, RELATÓRIO
. .
1111 BU.NAL FROIGRAL: .
Silvestre Cassimiro de Carvalho impetrou mandado de segurança
S IT P,16 E- 31E
contra ato clõ Presidente da Camara Municipal (le Santa Rita de Cal-
das que considerou extinto' o sett mandato de vereador.
Penhora — Frutos Possibilidade ... • .• • • • Alegando que foi coagido pelo Presidente da Camara a solicitar
.
Segura — Suleídio involuntarta — Clausula, cent:ritual onerativa — Validade ... a sua renúncia ao cargo, pedido esse que foi aprovado pelo plenário,
Domirdo útil Adjud.icaçãics espósa. I110 Incidência
Impeato — Lucno solicitou-lhe que tornasse sem efeito a sua resolução, no que foi aten-
de
Aluguel — Agaioração ' Pagamento voluntário — R,estituido do indébito — Ausência dido. Entretanto, em nova sessão, reapreciando o caso, a Câmara ;Ira-
lidou a renúncia.
Residência eni prédio inadequadO
Retinuada — Promitente comprador Necessidade
177'
O Presidente da Camara prestou as informações de fls.
179 Ouvido o representante do Ministério Público, o Juiz proferiu
AU.seriiii.. de gravame ...
Palencia :Núa, propriedade :r---.Arrecaciação
180
a sua sentenga, denegando segurança.
Perictilosidade — Presunção legal — Prazo. — Contagens Vote vencido , Não se conformando com a, decisão, o impetrante agravou de
'contra:to da 1=694.
Imposto de tranornissáO Promessa de venda — CeSsiona r. iCa.
165
petição para este Tribunal.
Remessa e preparo 'regulares.
A douta Procuradoria Geral do. Estado emitiu parecer, opinando
TRTRUNAL SUPERIOR. DO TRARALII0 pelo não provimento do agravo. Em mesa.
Palo 'Horizonte, 11 d' d. 1960.
. . Lauro Font o ura, relator::
...„ ,.... ..
Vigia :-- Adicional noturno -,.- Direito .,. ...,... .•
estável — Pagamento ... ... .., ... ...
Custas -- Homologido de rescisão 7-- Empregado ACORDÃO,
do trabalho aos
-Aliiiireedo contratual — Semana inglesa — Adopte — Restabelecimento
dilados — Inadmissibilidade — Inexisteneia de insubordinado ... ... ....- ... ... Vistos, relatados e discutidos 'Cotes autos de agravo de petição,
. , . ... . , . . • • • , • • • . • • • '• • • ,. • • • . número 7 312, da comarca de Caldas, em que é agravante Silvestre Cas-
Encenclio - - FLOOltigAn de 'salaries —.- InadmiSsibilldade .
superior — Ram reduilda ... ... ... sirniro de Carvalho e agravado Presidente da Camara Municipal de
Trabalho, netui:ne, --, Revezainenta — Remue.era4e;
Santa Rita de Caldas, acordam os juízes da Quinta Câmara Cível do
Tribunal de Justiça, por unanimidade, adotando como parte integrante
&dote, o relatório de fls., em negar provimento ao recurso.
A renúncia de mandato eletivo é irretratável. Nesse sentido JA
se manifestou a egrégia Camara Cível déste Tribunal ("Minas F."
V. 17/62).
Em princípio, a renúncia C, sem dúvida, um ato unilateral da
vontade, doutrina Francisco Campos ("Direito Civil", pág. 31), citando
Windscheid, Holder, Rani e Lessons. Como ato unilateral, a sua efi-
cáciase verifica, via de 'regra, tão só pela declaração" da vontade, des&
que seja capaz o agente- e tenha ela por objeto ato licit°
Nestas condições — continua o fria‘smo autor — a renúnciae se possível
consu-
ma, eis que declarada por forma capaz e autêntica.
JUR,ISPRITD‘ ENCIA MINEIRA
JURISPRTJDENCIA MINEIRA
de Messias Mariano do Bonfim a importância de vinte e um mil e seis
Na espécie, ela diz respeito a mandato eletivo. Não há a menor centos cruzeiros (Cr$ 21.600,00), que, por desídia do Réu, foi obrigado
dúvida, em face da lei, que o mandato politico não tem caráter impe- a dispencler para obter o arquivamento do distrato social da "Ern-
rativo, podendo o seu titular desfazer-se Me quando queira, bastan-
pela forma que a presa de Transportes Condor Ltda.". Alega o Autor que tendo cedido
do, para isso, que expresse, de modo inequívoco e suas quotas da empresa ao Réu, seu socio, obrigou-se êste a pagar a
lei determina, a sua vontade e deliberação. metade das despesas do distraio social abstendo-se, porern, de qual,
A renúncia do prefeito, do vice-prefeito - e do vereador,por
far-se-a,
tabe- quer providencia, pelo que contrato foi apreendido pela fiscalização'
or oficio de próprio punho, corn letra e firma reconhecida • h Ca- federal, circunstância que obrigou Ole autor a dispender a quantia de-
lião da comarca,- dirigido ao presidente da Camara. Este dara vinte e um mil e seiscentos cruzeiroe, eorrespondente a selos e multa:
mara conhecimento do Pedido, em sessão declarando aberta a Naga, (;entestou o Réu, que a quantia cobrada se refere a pagamento
que sera, preeruNda n'a, forma da lei, fazendo-se de tudo comunicação de selo cm recibo passado Pelo Autor, com multa de sonegação, e que
a, justiça eleitoral Mel de Org. Muni., art. 64). não é responsável senão pela metade das despesas do distrito social,
A renúncia cio agravante, não apenas foi processada de acordo nada tendo recebido do Autor para a legalização do mesmo distrato.
corno, ainda, erabora desnecessariamente, foi
corn o aludido' preceito, Sere recurso, reconheceu o despacho saneador a legitimidade das
submetida apreciação da Câmara, que a homologou partes.
Este ato da Camara não tinha razão de ser, porque a renúncia Instrução compreendendo documentos e depoimentos pessoais.
de sua aceitação que,
independia de sua aceitação. E tanto independia Encerrada a prova, sentenciou o Juiz, julgando improcedente a
se ela a recusasse,. a renúncia, ainda assim, se efetivaria, justamente ação e condenando o Autor ao pagamento das custas e de honorários
porque oi mandato eletivo não 6, como ja, foi dito, imperativo. de advogado A. razão de 20°A sõbre o valor da cansa.
legalmente pro-
Trata-se, come se vê, de ato perfeito e acabado, Irresignado, apelou ó vencido em tempo útil.
cessado. A sua notificação ao présidente da Câmara, condição imposta Recurso bem recebido e bem processado.
para á sua eficácia, tornou-a completa, definitiva e irretratável. Remessa no prazo, preparo regular. A revisão.
Se, com efeito, a remincia, urna vez efetivada — doutrina ainda Belo Horizonte, 28 de abril de 1960. — Melo Junior.
Francisco Campos,— opera' a destituição da investidura, a sua retrata-
gão, se eficaz, importdeia em investir-se o renunciante, por autoridade ACÓRDÃO
própria e deliberagão excletsiva,da sua vontade, corn manifesta usur-
pação da competência do, órgão eleitoral, em um cargo de reprenta- Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelação n.° 17.566,
gap política. da comarca de Belo Horizonte, eriP e .paries: Gerald° Bell, anelante, e
No caso dos autos, mais absurda e violenta seria essa retratabi- Messias Mariano do Bonfim, apelado
libidade, porque daria ao agravante ó direitoo de despojar !le suam-
seu suplente, já convo- Em sessão da Quarta Camara Civil do Tribunal de Justiça, ado-
vestidura, a qua ascendera por fórça da lei, tando o relatório de fls. como parte integrante dêste, acordam em
cad° e era exercício. a coação que teria sofrido o agravante, que não dar provimento parcial apelação, para» condenar o apelado ao paga-
Por outro lado, mento apenas de Cr$ 10.800,00, vencido exmo. sr . déserribargador
foi provada, não pode, por isso mesmo, ser apreciada pelo mandamus,
relator. Custas pelas partes, a meia, na causa e na apelação.
de vez que o direito líquido e certo que .ele Protege é, como acentua Os litigantes dissolveram uma sociedade por quotas. Retirou-se
Castro Nunes, "direito provado de plano, documentalmente".
e aponta como o apelante e o acervo, corn ó ativo e passivo, ficou com o apelado. No
Postul a, assim, o agravante um direito inexistente recibo de fls..6, firmado na mesma época do distrato, comprometeu-se
arbitrário um ato que se. revestiu de indiscutível legalidade. Custas
o apelado a pagar as "despesas decorrente§ do distrato social, as quais
na forma da lei serao divididas em partes iguais corn o ccanprador".
Belo Horizonte, 23 de junho de 1960. -- Cunha Feixoto, presi-
O apelado não providenciou o registro do distrato na Junta
' dente. Lauro, Fontoura relator. -- Paula Andrade
Comercialee o documento foi apreendido pela fiscalização; e conti-
nua anexado ao processo, na Delegacia Fiscal, onde se diz que safe
devidos haPostos num total de Cr$ 4.301,50. No entanto, a Junta Co- fl
DISTRATO SOCIAL RECIBO -- SELO COM MULTA RESPON- aceitou o recibo trocado antra as partes como documento
SABILIDA'DE DOS SÓCIOS — VOTO VENCIDO comprobadório da alteração da sociedade e ordenou seu arquivamen-
Responsabilizando-se cada ex-sticio pela metade das des- to, a requerimento do apelante. Na ocasião, foi exigido o pagamento
pesas do distrato social, antra ambos se reparte a obrigação de de selos federais num total de Cr$ 21.600,00. 0 caso não era dé selagerri
pagamento com multa dos selos do recibo relativo à alteração do recibo, conforme declarou o apelado, e aceitou a sentença. O ta-
do contrato da sociedade comercial. lão de fls. 8, expedido pela Coletoria Federal, revela que o pagamento
pelo atraso na sela- por- verba era exigido A vista "de alteração de contrato coin transfe-
— V. v. -- Só o ex-sócio responsável rericiã de quotas, com revalidação".
gem do recibo que firmou, deixando a firma, deve pagar os selos
com multa do documento. (Des. Melo Junior). O apelado estranhara, no item 3." da contestação, o valor exigido
na selagem do recibo, porém não soube esclarecer sua dúvida, por-
MAR-
APEIAÇÃO CIVIL N.° 17.566 — Relator: Des. JOÃO que não se referiu à alteração contratual.
TINS. Verifica-se de tudo que as partes criaram urna situação confusa,
RELATÓRIO nas suas relações depois do distratoa Na Delegacia Fiscal está o distra-
to apreendido por falta de pagamento de impostos. Na Junta foi ar-
Gerald° Beli propôs, nesta Capital, ação ordinária para cobrar
tea .3
e- 2 —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
quivada a alteração contratual e recolhido o imposto à Coletoria Fe- prometeu-se d. apelado/a' pagar as "despesas decorrentes do distrato,
deral. social, as quais serão divididas em partes iguais com o comprador".
O recibo de fls. 6, que menciona a alteração do contrato, equie O apelado não providenciou no registro do distrato na Junta
vale ao distrato Cumpre As partes, em complement°, lever ao conhe- Comercial, pelo que o documento foi apreendido pela fiscalização.
cimento da Delegacia Fiscal que o imposto exigido já esta recolhido O
pélo talão n.° 19.637, expedido pela coletoria federal. Restava apenas distrato continda anexado ao processo, na Delegacia Fiscal, sonde se
diz que devido o impôsto de Cr$ 4.801,50.
apurar se, pelo pagamento efetuado, tinha o apelante direito de recla Acontece, no entanto, que a Junta Comerciai aceitou o recibo
mar a quantia de Cr$ 21.600,00, conforme consta da inicial, ou a me- trocado entre as partes como documento comprobabdrio da altera-
tade desta quantia, de acôrdo com o que consta das razões de ape- gão da sociedade: ordenou o:seu arquivamento. Exigiu o pagarnento
lação. , do selos federais nufn total de Cr$ 21.600,00, Não se trata da selagern
" A selagem eons multa resultou de desídia de ambas as partes de recibo, conforme declarou o apelado e aceitoto a sentença. 0 talão
clie assinaram .documentos,: um confessando recebimento, outro con- de fls. 8, expedido pela Coletoria Federal, declara que se trata de sêlo
- -do com as cláusulas da alteração mencionadas no recibo: Não por verba -- "de altera.ção de contrato coin• transferência de 'quotas
o que o apelado se locuplete inteiramente da vantagem decorren- com revalidação".
te da providência tomada pelo apelante que, cuidou do arquivamento Aliás, odapelado estranhou, no Item 8.0 (la contestagdo, o valor
da aiteração:soóial permite' a Junta Comercial. Deve, por . isso, pagar a exigido na selagem do recibo, Mas sua estranheza reside justamente
metade daquela quanta recolhida h repartição fiscal. no fato de verificar que A. tributação compreendia a alteração cone
Belo Horizonte, 3 0...0 junho de 1960. Joao Martins, presidente tratual. Verificase de tudo que as partes criaram uma situação con-
e relator ael,hoe; MOO Jfinior, vencido, .na conformidade do voto fusa, nas suas relações contratudis .
proferido na sessão: dée jnigamento e constante das notas taqingraii- Na Delegacia Fiscal esta o distrato, apreendido por falta de pa-
cat Onofre Mencletae: gamento de impostos. Na Junta foi arquivada a alteração contratual
e recolhido o imptisto à Coletoria Federal. .
NOTAS 'FAQUIGRAFICAS A alteração social, de que ha menção no recibo, equivale ao dis-
trato. Cumpre As partes levar ao conhecimento da Delegacia Fiscal
0 Senhor Desembargador Relator: (Procede a*, leitura do rela- que o impôsto exigido já está recolhida pelo talão n.° 19.637; da Cole-
fório) Voto: "Conheço da apelação, recurso próprio e manifestado toria Federal Resta, apenas, apurar se, pelo pagamento efetuado, tem
ileateo do prazo legal". o apelante direito a reclMnar a quantia dó, Cr$ 21.600,00, conforrne foi
Tenho como acertada á conclusão da sentenga, ao decretar pedido na inicial, ou a metade desta quantia, de acôrdo com o que
unprocedência, da ação de cobrança ajuizada pelo Apelante 'Geraldo consta das razões de apelação.
Bell, contra seu'ex -sócio que deixou a firma. E se atraso houve na se- - " A selagem com multa resulton de desidia de ambas as partes que
lagem e disso resultou imposição de multa fiscal,- por esta não podia assinaram o documento, um confessando recebimento, outro concor-
ser responsabilizado o Réu. dando com as cláusulas da alteração mencionadaS no recibo. Nem
:Este se obrigou apenas a pagar a metade das despesas do dia- justo que o apelado se locuplete inteiramente da vantagem decorrente
traio social, mas inexiste prove de que tenha recebido do Autor qual- da providência tomada pelo apelante, que, providenciou o arquivamen-
mportancia destinada legalização do mesmo distrato. to da alteração social perante a Junta Comercial.
Auto isso, não poderia mesmo reconhecer fundamento legal no Por tais fundamentos, dou provimento, em parte, para condenar
pedido. o apelado ao pagamento apenas de Cr$ 10.800,00. Custas pelas partes,
a meia, nas causas e na apelação.
Alias, corivérn a esta altura salientar que o próprio Apelante pre- Senhor Desembargador Onofre' Mendes: Dada a divergência
tende a reforma da sentença, para que seja o Réu condenado a pagar dos eminentes colegas, peço adiamento.
apenas a metade da importância pedida na inicial. Senhor Desembargador Presidente: Adiado o julgamento a re-
Entendo, porém, que a sentença foi por demais rigorosa ao im- querimento do Des. ()noire Mendes.
port ao Autor a condenação em honorários advocaticios. Estes, a meu
ve'r, não são devidos na espécie, por não se encontrar, configurada NOTAS TAQUIGRAFICAS
qualquer des hipóteses previstas nos artigos 3.° e 63 do Código de
Processo Civil, Senhor Desembargador Presidente: Este feito teve seu julga-
Apenas uma interpretação errônea sôbre a obrigação assumida mento iniciado, sendo adiado a requerimento do Exmo. Sr. Desemb.
pelo Réu, levou o Autor a ingressar em juizo, inteiramente convencido Onofre Mendes, a quem peço proferir o seu voto.
da legitimidade do seu direito. O Senhor Desembargador . Onofre Mendes: Data venia do emi-
Dou provimento parcial ao recurso, para excluir da condenação nente Desemb. Melo Júnior, pelo exame que fiz nos autos, fico de in-
os honorários de advogado. Custas em proporção: 80% pelo Apelante' teiro ac6rdo com o voto do Exmo. Sr. Desemb, João Martins,
20% pelo Apelado". Deixo de fazer Considerações por estar de inteiro acôrdo com o
O &Tailor Desembargador João Martins: Divirjo 'de V. Exa. com voto do Exmo. Sr. Desemb. João Martins, dando provimento em
seguinte voto: parte.
As partes dissolveram uma sociedade por quotas. Retirou-se Senhor Desembargador Presidente: Deram provimento, em
apelante e todo o acêrvo, com o ativo e passivo, ficou com o parte, contra o voto do Dano. Sr. Desemb. Relator.
lado. No recibo de fls. 6, firmado na mesma época do distrato, com-
4
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
CUSTAS -- ACIDENTE DO TRABALHO — FALTA DE PREPARO Não é lícito' ao intérprete distinguir onde a lei não distingue..
DO RECURSO — CONHECIMENTO Se esta fala que as custas do empregador, nas ações de aciden-
tes no trabalho, são pagas a final, há de se entender as custas devidas
--- Nos processos de acidentes do trabalho as custas devi. em qualquer instância.
das são cobradas afinal, pelo que não prejudica o conhecimento E as despesas judiciais que não foram preparadas no prazo legal
do recurso do empregador, ou segurador, a falta de seu oportuno nesta instância, são custas, isto é, são as despesas "a título de remu-
preparo na Instancia Superior. neração dos serviços prestados pelos serventuários da justiça e emo-
lumentos ao juiz"; como as define José Naufel ("0 Novo Dicionário
IEVISTA N.o 668 -- Relator: Des. LAURO FONTOURA. Jurídico Brasileiro", vol. 2.°, pág. 163) ,
RELATOMO Não se diferenciam, assim, das custaS'de primeira instância —
e, como estas, são contadas de acOrdo com o regimento de custas.
A Companhia de Seguros "Sul America, Terrestres, Marítimos Custas na forma da lei.
Belo Horizonte, 22 de junho de 1960. — Costa e Silva, presidente.
Acidentes" foi condenada, em ação de acidente em trabalho, a pag,át" Lauro Fontoura, relator — Forjaz dg Lacerda, vencido.
indenização pleiteada.
Contra a decisão condenat6ria agravou de petição.
Na Instância Superior. a agravante deixou de preparar o recurso" NOTAS TAQUIGRAFICAS
no prazo legal e a Egrégia Primeira Camara dêle não conheceu; por
tardiamente preparado. Senhor Desembargador , Relator: -- (Procede leitura, do seu
Alegando qua essa decisão contraria jurisprudência dêsse Tribu- voto, quanto preliminar, concluindo por conhecer do reCurso; e
nal, a referida Companhia de Seguros promoveu o presente recurso quanto ao mérito, dá provimento)
de revista, indicando como jurisprudência divergente a constante do O' Senhor Desembargador Aprigio Ribeiro: Acho que a obri-
agravo n» 4.429, da comarca de Bambu. gatoriedade só quanto às despesas Nós aqui no Tribunal chamamos
Nesse acórdão, decidiu o Tribudcl que, nos processos de aci- de preparo; mas silo custas antecipadas. Defiro.
dentes no trabalho, as despesas judici e são pagas a final. Senhor Desembargador Sena Filho: De acOrdo com o rela-
A douta Procuradoria Geral manifestou-se pela ratificação do tor.
acórdão recorrido. Antes do julgamento, publiquem-se no "Diário da O Senhor Desembargador Gonçalves da Silva: -- Defiro revista.
Justiça", este relatório, os acórdãos mencionados no recurso e o pare- Senhor Desembargador Márcio Ribeiro: — Sr. Presidente. 0
cer da Procuradoria Geral. A revisão. relator tem inteira razão. Não se pode obrigar a pagar, em primeira
Belo Horizonte, 18 de maio de 1960. — Laura' Fontoura, relator. instância, as custas e dispensar as daqui, porque se trata, justanlente,
de recebimento do recurso. Defiro a revista.
ACORDA0 Senhor Desembargador Forjaz de Lacerda: Indefiro a revista,
porque acho que as custas devem ser pagas.
Vistos, relatados e discutidos 'dates autos de Revista, n.° 668, da Senhor Desembargador Joao Martins: Também defiro a re-
comarca de Belo Horizonte, em que é recorrente Sul America, Terres- vista.
tree, Marítimos e Acidentes, Cia. de Seguros e recorrido Jose Ali- " 0 Senhor Desembargador . Onofre Mendes: De inteiro aceirdo com
pio Ribeiro. acordam as Cameras Civis Reunidas do Tribunal de Jus- os votos proferidos pelos Exmos. Srs. Desembargadores Laura Fon-
tiça de Minas Gerais, adotando como parte integrante deste, o relató- toura e Márcio Ribeiro.
rio , em deferir a Revista. para "que reformando a decisão re- O Senhor Desembargador Melo Júnior: De acôrdo corn o Relator.
corrida e de conformidade com v. acórdão paradigma, se conheça do< Senhor Desembargador Cunha Peixoto: De acalrdo corn o Re-
recurso, vencido tO eminente desembargador Forjaz de Lacerda. lator.
assim decidem porque, tendo em vista o dispôsto no art. 67, Senhor Desembargador Paula Andrade: De acôrdo corn o Re-
§ 2.°, da lei de. acidentes do trabalho, as custas devidas pelo empre- lator.
gador serão sempre cobradas a final. Senhor Desembargador VVelington Brandão: De acOrdo corn
Ora, custas, como assinala Pereira e Souza ("Primeiras ,Linhas O Relator.
sôbre o Processo Civil", vol. I, pag. 302) são "aquelas despesas que 0 Senhor Desembargador Presidente: Deferiram a revista contra
são taxadas por lei para serem contadas contra a parte vencida. o voto do Exmo. Sr. Desemb. Forjaz de Lacerda.
As assinaturas dos Juizes, os salários dos escrivães e os clé ou-
tros oficiais do Juízo, entram em regras de custas".
Em escólio ao art. 52 do C.P.C., que dispõe sôbre custas, es. :
crevc Jorge Americano ("Comentário ao C. P. C.", vol. I, pág. 97):
•
FERIAS FORENSES — SEMANA SANTA AÇÃO POSSESSORIA —
"No sentido amplo, em que se acha empregada a expressão nes- RECURSO FLUÊNCIA DE PRAZO
te titulo do código, as custas judiciais compreendem, não só os emo-
lumentos devidos pelos atos do juizo, ao juiz, ao escrivão, aos — A ação possessória tem curso processual em período
ao perito e ao Estado, mas também a taxa judiciaria, as despesas corn de férias forenses, como seja a Semana Santa, durante o qual
certidões, os selos de estampilha por folhas e, petições, despesas de pode ser publicada a sentença e flue o prazo para recurso
condução para diligências, porcentagens de leiloeiros, depositários,
etc.". AGRAVO DE INSTRUMENTO N.° 7.462 — Relator: Des.
ONOFRE MENDES.
—6—
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
ACÓRDÃO ve-se mandar subir o recurso. Mas, na hipótese, não tenho a manor
dúvida em sustentar a decisão do saudoso • Juiz de Direito de Guararã,
porque o presente recurso está, de qualquer maneira, evidentemente,
Decidindo êste agravo de instrumento, n.° 7 462, de Guarará, acor- fora do prazo. Pode-se verificar de suas razões que o advogado dos
da a Quarta Camara Civil, integrando naste as notas taquigráfica„s adi-
ante, em desprovê-lo, confirmando, assim, a decisão agravada e con- requerentes é um homem septuageriário; que vem com citação das Or-
denações, estando fora da atualidade, porque a Lei de Organização
denando as custas os Agtes. Judiciária, antra as ações que podem correr durante as ferias forenses,
•Joilaí. Martins, presiden- realmente declara as ações possessdrias.
Bale Horizonte,- 17 de junho - de 1060. Maio Júnior.
Onafre Mandes, relator Ora, o dia 11 de abril foi segunda-feira da Semana Santa E, se
te, com - voto nós quiSessemos, por um principio de tolerância, aplicar aquela regra
NOTAS.. TAQUIGRAFICAS de que, "quando mais da metade do prazo 6 absorvido pela interfe-
rência das ferias não se contam os prazos nas ferias", nem nesta hipó-
Sr. Presidente,,, 'date
.0 Senhor 71‘.;•r_inbargader Onofre Me ndes: - - ,
tese a decisão poderia ser favorável; porque de segunda-feira da. Se-
agravo condIrl an uma tese bastante intereSsarite. mana Santa ate o domingo da Páscoa decorrem sõmente, sete dias.
O coso, ern iinhas gerais. é o Seguinte: Os apelantes, Arlindo,BO-
con- De forma que, de qualquer maneira, não têm razão alguma os
Jotoai; iamn2V e -orouurerprri.. na comarca de,. Gliarard;- de agravantes e eu sustento integralmente a, clecisâo do Dr. Isoldino da
sua mulher, uma reintegratória Silva Junior, de Guarará„ condenando-os 'as custas,
tra lóaquim Henriques de Souza- e
posse:. 0-Juiz - der Direito da Comarca, a---pedidO • dos réus, os absolveu. Senhor Desembargador Melo Júnior Estou de piano acôrdo,
foi reformada pot uma daa Câma-
de instância, mas, essa sua. dãcisão Exiiid. Sr. Da. Adz clé Direito, , julgou -
porque as ações possessórias' correm em férias e, correndo em ferias,
ras - deste, Tribunal'. • Afinal, o: - os prazos para récursos também correm em ferias e a sentença pode
julgamento, e mar-.••
ir.palcedeil ia o pedida. na audiência de instrução e set. publicada durante as ferias. Portanto, o prazo que correu da data
con dia H de nne era segtinda-teira da Semana Santa,: para. au7 da audiência ate o término das ferias, absolutamente não foi suPerior
:cliênaia de publicarão. realmente, a audiência do publicação 4 metade do prazo de recurso, que foi manifestamente extemporâneo.
dos autores, que estava, entretan- Senhor Desembargador João Martins De acôrclo
comi-se nesse dia, ausento o advogado
to, presente, na audiência ,em que foi designada. data para publicação. Senhor Desembargador Presidente Negaram provimehto.
• O Senhor Desembargador Melo Júnior: Quer dizer que foi. regu7
de . tine -..a sentença seria publicada naquele dia? . *i *
. larmente • notieificndo
O Senhor -Desenabairgader'Oriefterklendes:•..Perfeitamenté. Entre-
tanto, 'entraram' bs.....atiteres 'corn . umasentença apelação no dia 29 de abrilacMea
, da era. audiência; e. o Juiz, COMPETÊNCIA — ACÊNCIA DE BANCO — FORO DO LUGAR
dizer, . 18. " dias. 'a1i6s..a ,publiCação - n.:reeebiniento.-da apelação por
• Dr.' Isoldino da Silva Junior • recusou — CONFLITO NEGATIVO — SOLUÇÃO
decisão do JniZ - - d - que agravarain -os autores, com ,
extemporfinea. Dessa ,
.alegaçf:o de que .a audiênC,la realizada 'numa 2. feira dar Semanaanta, 0 -M.o. do lugar da agência de Banco é o competente
-para pobliCacAo de. sentence, era. aula, .1„Kr.que nesSa.-ocasido•.n.-Forum., • - para apreciar e julgar ação proposta por depositante ou corren-
essa-atidiên-
estava Om ferias; e, em 2.° lugar, mesmo clue tõsse levada tista. com quem, através dela, o estabelecimento de crédito Man-
pelas ferias da Semana Santa,' •
--
. .cia a efeito, o'prazo estaria interrompido torrou que com êsse argurrien-
taw relv.:•5es eu coatratou, bem como praticou os atos recla-
que absorviam mair do. -FAJa mc..ada. Defoi recebido 6'processado. Na mados ria demanda.
to,eles• encarninharam , o agravo, que
sua minuta, insistem argumentO, de qi.le,,, : .clispositivb da Orkarifzação .
CONFLITO DE JURISDIÇÃO N.° 422 — Relator: Des
correr ein'..pe- •
Judiciária, Segmado o• Oa). as. •ações : :possessOtias podem VÉCIO ROSENBURG.
suSpendern. pela interveniência..das mesmas.
ricidos de ferias,: não ser.
" Na hipótese, ess.aS ferias - haviam absorvido mais da metade do..
recurso de apelação, e,:nestaa.çondições; deveria set refor- ACÓRDÃO
. praze para -i: preliminarmente
mada a decisde-d6••Juii, para que a apelagão'-subisse . , , . Vistas, relatados e discutidos estes autos de conflito negativo
processada•bero agravo. • , . .
Júnior, nas vésperas' do. sea' assassínio, de jurisdição, n.° 422, da comarca de Belo Horizonte, suscitante Juiz
0 Dr.. Isoldino da•Silva ao -agravo nestes térmoS, e não de Direito .da Sétima Vara Mel da Capital e suscitado o Juiz de Di-
. qua 6, público 'et notório, respondeu .• reito da Comarca de Resplendor, acorda, por vota,ção unânime, a
..chegou nein assinar: • • :
.• despacho está datilografado e• datado de 14 de Maio • de. 1960,.... ••• Terceira Camara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Ge;
.
Juiz quo, naturalmente, -o, havia rais, conhecer do, conflito e decidir pela competência do Juiz' de Di-
Porén ha° esta, assinado pelo MM.remeter" os • autos a cartório quan- -- •
.
PELO
INVENTARIO — FAZENDA PUBLICA REPRESENTAÇÃO
DE JUSTIÇA
COLETOR ESTADUAL RECURSO DE PROMOTOR
NÃO CONHECIMENTO — AÇÃO POPULAR — DESISTÊNCIA
DE AÇÃO POR PREFEITURA
o Promotor de Justiça só MUNICIPAL — IMPROCEDÊNCIA
— EM processo de inventário, da Fazenda Publics para
pode recorrer se titular de delegação
o Coletor Es- — Sem prova de lesão ao
representá-la, pois dela é legitimo representante nil) popular contra desistência patrimônio público, improcede
,
Como já foi decidido: "A faculdade do art. 371, parágrafo úni- canônica de qualquer processo. Toda e qualquer pessfla que tenha in-
co, do Cód. de Proc. Civil, 6 de ouvir ou deixar de ouvir o réu, nun- terêsse em Juízo, contra quem se pede alguma coisa em Juízo, tem que
ca a de o manter estranho h prove que, aliás, poderia ser cuidadosa e ter conhecimento disso, tem que ser citada. A questão de não ser ou-
maliciosamente preparada pelo adversário Se alguma dtivida pudes- vide é outro problema, mas a pessoa tem que ser citada para acompa-
se existir a respeito, afastada ficaria pela remissão expressa feita no nhar e fiscalizar o process°.
art. 31. Quando a prove dos requesitos, que não se dispensa, não Sistematicamente, tenho concedido mandado de segurança quan-
feita por documentos, o juiz tem a faculdade de abrir, ou não, ao réu do se cancela essa formalidade qua, para mina, 6 sacramental.
a oportunidade de se manifestar sôbre o pedido, isto 6, a faculdade de O Sr. Des. Melo Junior: De acôrdo.
ouvi-lo. Se se trata de prove documental, não ouvirá o rén, a menos Sr. Des. Edésio Fernandes: De acôrdo.
que se trate de liminar contra a União, o Estado ou Ó Município. A Sr. Des. Paula Andrade: De acôrdo.
clausula "quando fôr exigida prévia justificação" inserida no parágrafo 0 Sr. Des. Welington Brendan: de acôrdo.
único do art. 373, indica que, rio corpo do art. e no parágrafo, se es- 0 Sr. Des. Lauro Fontoura: De acôrdo.
tão considerando situações diferentes: o artigo não se refere a prova Sr. Des. Aprígio Ribeiro: De aceirdo.
testemunhal, assunto que o parágrafo segundo (a') esta disciplinado. Ø. Sr. Des. Sena Filho: De acôrdo.
Não houve ainda citação do réu, e, por- isso, o autor dever .
0 Sr: Des. Gonçalves da Silva: Sr Presidente, data venha, divirjo.
a citação do réu, para contester, dentro de dez dias. Quando, porém, Entendo que o simples processo de justificação, cujo objetivo 6 menu -
exigida a justificação, o réu já estará citado para ela . Compreende-se, tenção liminar, não é uma deciaão definitive, ela pode ser futuramente
então, que o prazo pare a defesa se conte do despacho que conceder, revogada De sorte que não comporta segurança Denego.
ou não, a medida. A expressão "citado o réu" contida no parágrafo Uni- 0 Sr. Des. Pontes da Fonseca: De acôrdo com o relator.
co do art, 373 seria dificilmente inteligível se se referisse a uma cita- 0 Sr. Des. Mambo Ribeiro: De acordo com o voto do des Gon-
ção future. Citação para que? Pere contester? Não, porque o prazo çalves da Silva, não concedo a Segurança.
se contaria do despacho concessivo ou denegatório — "contar-se-á do 0 Sr. Des. Forjaz de Lacerda: Concedo o mandado.
despacho que concedeu, ou não, a medida". Se porém, considerarmos 0 Sr. Des. Presidente: Concederam a segurança, contra os votos
a cláusula ablative como relacionada com a prévia justificação — ci-
dos srs. des Gonçalves da Silva e Márcio Ribeiro.
tado o réu para ela o preceito fica de uma clareza meridiana, 0
sentido será: "Quando fôr exigida prévia justificação, citado o réu
(pare ela), o prazo para contestar a ação contar-se-á do despacho que
conceder ou não medida preliminar". Não sera mister nova citação:
o despacho assinará ..o início de prazo para a defesa" ("Minas Foren-
se", vol. 33, peg. 160). INVENTARIO — COLETOR ESTADUAL — REPRESENTANTE DA
Foram votos vencidos os exmos. des. Gonçalves da Silva e Már FAZENDA PUBLICA -- RECURSO — VALOR DE BENS DO ESPOLIO
cio Ribeiro. — DISCORDANCIA DO FISCO — AVALIAÇÃO
Belo Horizonte, 15 de junho de 1960. --- Costa e Silva, presidente.
Helvécio Rosenburg, relator, — Gonçalves da Silva, vencido pois — Ø Coletor Estadual tem atribuição legal de representar
negava a segurança impetrado na conformidade de outros votos que a Fazenda Pública nos inventários e arrolamentos, inclusive po-
tenho proferido ao propósito. dendo recorrer de medidas judiciais em prejuízo do fisco.
— Discordando o Coletar Estadual do valor de bens consig-
NOTAS TAQUIGRAFICAS nado pelo inventariante, ainda que sem inipugnaçã'o fundamen-
tada, procedimento de avaliação dos mesmos.
0 Sr. Des. Helvécio Rosenburg: O relatório foi publicado no Did-
rio de, Justiga e 6, em síntese, o seguinte: uma reintegração liminar AGRAVO N.° 7.437 -- Relator: Des. JOÃO MARTINS
de posse para a qual não foi citado o impetrante
Meu voto é concedendo o mandado de segurança, seguindo assim
a jurisprudência das Egrégias Cameras que se orientou em um bri- RELATÓRIO
lhante voto do des. Afonso Lages e que já foi publicado nas Revistas
do Estado. Na comarca de Mateus Leme foi requerido o arrolamento dos
Entenderam as Egrégias Cameras que, nesse , caso, 6 indispensá- bens deixados por falecimento de Maria Amelia do Prado, com a apre-
vel a citação do esbulhador e, assim, vem deferindo os mandados de sentação da relação 'com os valores Não concordaram com o preço in-
segurança impetrados nesse sentido, contra o voto dos eminentes co- dicado pelos arrolantes o coletor estadual e o dr. Promotor de Justiça.
legas Marcie* Ribeiro e Cunha Peixoto. O feito prosseguiu e realizado o cálculo para liquidação dos impostos,
Deste modo, seguindo a jurisprudência dêste Tribunal, concedo a foi homologado por sentence, apesar de impugnado ainda pelo repre-
segurança, sentante do fisco e pelo dr. Promotor de Justiça.
0 Sr. Des. Joao Martins: De acôrdo. Agravou-se de instrumento o coletor estadual, em nome da Fa-
O Sr. Des. Onofre Mendes: Sr Presidente, meu voto já é muito zenda Pública e o dr. Juiz sustentou sua decisão, com o argumento de ,
conhecido nesses casos. Sempre sustentei que o fato do Cód. de Proc. que a impugnação do coletor a fls. 7, reiterada a fls. 9, não estava de-
Civil declarer: "sem ser ouvido o esbulhador antes da reintegração" — vidamente fundamentada.
não dispensa, de maneira nenhuma, a citação inicial, que é formalidade 0 Dr. Luiz Franzen de Lima, Subprocurador Geral, opinou pelo
—20 21
•
JURISPRODENCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
exeeutado que nacle deve h Fazendae que a divide cobrada se refere h
não conhecimento do recurso, porque o recorrente não tem qualidade diferença de impostos inter-vivos pela compra e venda de uma proprie-
para representar a Fazenda Pública em Juízo; todavia, no mérito, é de dade que o executado adquiriu por Cr$ 30.000,00 e o fisco acha que foi
parecer que a decisão foi arbitrária, pois o art 519, pa,rag. único, do por Cr$ 50.000,00.
Cod. de P. Civil determine seja feita a avaliação, sempre que o repree Não houve irnpugnação aos embargos:
sentante da Fazenda Estadual divirja do valor dos bens dado pelo in- Saneado o processo, realizou-se a audiência de instrução e julga-
ventariante. Em mesa. mento, em que foram ouvidas três testemunhas.
Belo Horizonte, 28 de junho de 1960 — Joao Martins. O Promotor de Justiça da comarca pediu, corno reptesentante da
exequente, fosse a ação julgada, iinprocedente.
ACÓRDÃO Julgada improcedente a ação, o M. M. Juiz recorreu, de ofício,
de Sus, decisão.
Vistos, relatados e diseutidos estes autos do agravo n» 7.437, da A douta Proceradoria ,deral opinou pelo desprovimento da ape-'
comarca de Mateus Leme, em que 6 . agravante a Fazenda Pública Es- laçãó. À revisão. ,
tadual e agravado o espólio de Maria Amelia do Prado, acorda a' Quar- Belo Horizonte, 23 clelunho de 1960. — Lauro Fontoura, relator.
ta Camara Civil do Tribunal de Justiça cm conhecer do agravo e dar-
lhe provimento, para qUe se faça a avaliação dos bens e„ posteriormen- ACÔRDÃO
te, seja levantado outro calcific) destinado h liquidação do impôsto de
transmissão causa mortis. Custas pelo advcigade. Assim decide a Cama- Vistos, relatados e discutidos êstes autos de apelação n.° 17.738,
ra, porque o coletor estadual tern atribuição legal, em nosso ordena- da comarca de Pedralva, em que é apelante o Juízo pela Fazenda Pú-
mento jurídico, de representar a Fazenda Pública nos inventários e blica Estadual e apelado Francisco Silvestre Pinto, acordam os Juízes
arrolarnentos e pelo que não se aplica à sua intervenção nestes feitos o da 5.* Câmara Cível do Tribunal, de Justiça do Estado, por unanimidade,
art. 106 do Cód. de Proc. Civil. Se alguma medida judicial vier a en- adotando como parte integrante deste relatório de fls., em negar pro-
cerrar, nestes feitos administrativos, qualquér prejuízo aos interesses vimento ao recurso.
da Fazenda Pública, cabe ao coletor o direito de impugná-lo ate mesmo Trata-se de cobrança de divide relativa a diferença do impôsto
através de recurso. Esta tem sido nossa orientação jerisprudencial. de transmissão "inter-vivos", que teria sido sonegado pelo reu quando
E, circa monta, o agravo merece provimento. A impugnação do coletor adquiriu, ern 22 de abril de 1944, de Jose Sienplicio de Carvalho e
sfrn ,
urna sorte de terras situada no rnunicipio de Pedralva, sob a alegação
não Mrs, feita contra avaliação dos bens. Apenas discordou do valor
dos bens consignado pelo inventarianto, na relação apresentada. Nes- de que a compra :e venda se fizera por Cr$ 50.000,00 e não, corno
hipótese, segundo o § Mein, do art. 519 do C. P. C. baste a simples consta da respective, escritura, por CO 30.000,00.
discrepancia do representante da Fazenda Pública para que sé ordene Entretanto, verifica-se doe autos, gravels do depoimento presta-
o proeedimento da avaliação". O mencionado dispositivo da lei proces- do pelo coletor esteduae daquele lnunicípio, que a divide não foi regu-
sual nã exige que a manifestação de discordância seja realizada por larrnente inscrita, de vez que xonstando de simples denúncia que re-'
meio de impugnação fundamentada. cebera de Joaquim) Aristeu Carvalho, filho do vendedor, não chegou
Belo Horizonte, 5 de agosto de 1960 Joao Martins, pres e rela- a ser apurada em processo regular,
tor. -- Onofre Mendes, vogal. -- Melo Júnior, vogal. Além do mais declare a moms testemunha e consta documen-
talmente do processo (f Is. 14) — foi julgada improcedente uma ação
de nulidade de ato jurídico proposta pelo referido Joaquim Aristett de
Carvalho contra o executado e com fundamento, entre outros,
alegados naquela denúncia. nos fatos
IMPOSTO — INSCRIÇÃO IRREGULAR DE DEBITO — SONEGAÇÃO Por sua vez, o tabelião que redigiu a aludida escritura de com-
FALTA DE PROVA — AÇÃO IMPROCEDENTE pra e venda e as respectivas testemunhas instrumentárías depõem que
preço da venda do imóvel foi de trinta mil cruzeiros, como consta,. alias,o
Improcede a cobrança judicial de diferença de impasto do contrato, e não de cinqüenta mil cruzeiros, como
de transmissão "inter-vivos" sem inscrição regular do débito Bs- denúncia foi consignado na
, cal, baseada em simples denúncia e sem prova de sonegação do ei de ressaltar-se, finalmente, que o próprio representante da Fa;
tributo. zenda Pública Estadual pediu, na audiência de instrução e julgamento;
em face das provas colhidas e "ends estudar em todos os seus detalhes
APELAÇÃO' CIVIL N.° 17.738 — Relator: Des. LAURO a presente ação", fosse a mesma julgada irriprocedente. Custas na for-
FONTOURA. ma da lei.
Belo Horizonte: 18 de agosto de 1960 Cunha Peixoto, presidente
RELATÓRIO e revisor Lauro Fontoura, relatoe-- Paula Andrade.
A Fazenda Pública Estadual propôs contra Francisco Silvestre
Pinto o presente executivo fiscal para receber deste a importância de NOTAS TAQUIGRAFICAS
Cr$ 8.345,00, proveniente de diferença de impôsto de transmissão inter
vivos, acrescido de multa e selos. O Senhor Desembargador Lanro Fontoura: (Le o Relatório e seu
Veto, concluindo por negar provimento ao recurso),
Feita a penhora, foi esta embargada no prazo legal; alegando o
— 22 —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
O Senhor Desembargador Cunha Peixoto: Voto: "A sonegação s6 o valor da causa passou a ser inferior a dois mil cruzeiros; o acresci-
se apura por processo administrativo. Não é jurídico que, Sent nenhu- mo pretendido é de um simples cômodo, não sendo necessário sua
ma formalidade, venha a Fazenda Pública, depois de 16 anos, exigir dé- saída do prédio. Remessa e preparo com regularidade.
bito por sonegação, apenas com fundamento em uma declaração de um Ao exmo. sr . Desembargador revisor,
sucessor do vendedor, herdeiro êsse que pretendia, por êste fundamen- Belo Horizonte, 20 de Junho de 1960. — Edésio Fernandes.
to, anular a venda.
Este processo é tão absurdo, tão temeroso, que s6 não condeno a ACÓRDÃO
Fazenda Pública em honorários, porque o executado não recorreu da Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação n.°. 17.802,
decisão, da Comarca de Juiz de Fora, em que 6' apelante joao de Araújo Braga
Nestes termos, coafirmo a santenea recorrida". e apelado Francisco José de Carvalho acordam os Juizes da Terceira
Of Senhor Dcsembarr..ador Paala 'iladrade: De acôrdo. Camara Civil do Tribunal de Justiça, do Estado de Minas Gerais, inte-
O Senhor Desembargador Fresidente: Negaram provimento. grando neste o relatdrio de fls., 118, por unanimidade de votos, em co-
nhecer do recurso de apelação, mas para lhe negar provimento, confir-
* mando por seus próprios fundamentos a decisão. recorrida, Custas
pelo vencido.
ITDIno — Com a alegação de que pretendia fazer um acréscimo nos imó-
E,50 „ C E AMPLIAÇAO. DE F11,2DIO veis de sua propriedade, o autor buscou conseguir a retornada dos mes-
IDE$Á . tIADO PLANTA APROVADA
laiPROCEDENTE mos, mas instruindo pedido apenas com o alvará de licença da Mu-
nicipalidade. No , curso da ação, desistiu do procedimento quanto a
Improcade a reimmada de prédio alugado, para reforma„ dois dos réus-locatariose todavia, prosseguindo na causa contra o ape-
lado Franeis,ço Jose de Carvalho. A sentença em segura fundamenta-
ampilação da soa capacidade, se em primeira instância não foi ção negou acolhida ao libelo e esta irrecusavelmente certa. De fato —
pedido tostra ea cam planta aprovada da construção pretendi, ' não tendo o autor éxibido com a inicial a planta da edificação licen-
da, mas 11113 ,1'naS alvará de licença da Municipalidade. ciada, para que o réu dela tivesse conhecimento e mesmo impugná-la,
se fôsse o caso de MI° se caracterizar uma construção que viesse a dar
APELAÇÃO CIVIL I. 17.802 a- Relator: Des. EDESIO FERNANDES. ao imóvel maior capacidade 'de utilização, consequentemente, com tal
omissão não se provoueo requisito legal e a retomada não podia lograr
RELATÓRIO êxito. A simples apresentação do alvará de licença não é suficiente,
maxima quando este não encontra maior receptividade na prova pro-
Joao de Araujo Braga aforou, na Comarca de Juiz de Fóra, ação duzida. E' certo, que nas razões de apalação o autor resolveu exibir
de despejo contra Amadeu Lazarini, Maria do Carmo Ribeiro e Fran- dita planta, aprovada antes do início da ação; mas êsse expediente de
cisco Jose de Carvalho, alegando que necessita dos imóveis de sua pro- nada valeu, porque sua apresentação teria forçosamente que ser feita
priedade, situados a Rua Olga Burnier, naquela cidade, locados aos réus, com a inicial, permitindo que a parte contrária através de vistoria ve-
para neles efetuar refoama que Ihes de maior capacidade de utilização rificasse a sua exatidão e o alcance da obra em sua extensão. Em tais
(art IS, ne VIII da Lei'!. .300). condições, é de se admitir a procedência da argumentação exaurida pelo
locatários: contestaram a ação 0 autor requereu '..a desistência
,
apelado a-- de quo a planta foi sonegada ao seu conhecimento, Porque
da ação relativarnente aos 'réus Amadeu Lazarini e Maria do Carmo Ri- viria demonstrar que a raformá consistiria num pequeno acréscimo de
beiro (lis: 75 e 77). 0 locatário Francisco Jose de Carvalho, contra o um cômodo, na parte externa da casa, para a qual não se fazia necessá-
qual prosseguiu o. causa, cm sua contestação afirma: nula "ah initio" rio a sua retirada do prédio. Na verdade, não se cogita de nenhuma
(4 a ação, porque o A. quis impôr um litiec,onsórcio sem a concordância: reforma de vulto e que venha trazer ao prédio maior capacidade de
das partes; b) falta de sinceridacie do pedido, conforme se evidencia
utilização. A tudo acrescente-se a circunstancia de que. não sera India.
do a tvare, apresentado, foi ele autorizado a fazer alguns acréscimos perisavel a retomada, quando o autor desistiu da ação rela.tiVamente a -
(mudança de piso,, fôrro, engradamento e limpeza geral); c) não se dois dos locatários! A sentença é justa e maraca confirmação.
apresentou planta qua comprove aliment° substancial ou reforma de
Belo Horizonte, 16 de agosto de 1960. — Aprígio Mehl), presiden-
vulto. te e revisor. — Edésio Fernandes, relator. — Helvécio Rosenburg.
Saneador as fig, 60, reconsiderado em parte com o despacho de
I ls. 66. Dele não houve recurso. Na audiência de julgamento, o dr.
Juiz de Direito proferiu a decisão de fls. 73v. /74, julgando improceden-
te a ação de despejo contra o réu Francisco Jose de Carvalho e homolo- DESPEJO — USO PRÓPRIO.— PROPRIETÁRIO DE VÁRIOS
gando a desistência com relação aos réus Maria do Carmo Ribeiro e PRÉDIOS DIREITO DE ESCOLHA
Amadeu Lazarini. Impôs ao rencido pagar honorários advocatícios — O proprietirio de vários prédios pode escolher, dentre
na base de 20%. êles, o que melhor lhe sirva para uso próprio, procedendo a ação
O vencido, tempestivamente, apelou com as razões de fls. 82/86, de despejo se comprovada a necessidade da retomada.
oportunidade em que juntou a planta de fls. 94. Contra-razões do ape-
lado fls. 97/104: o recurso é impróprio, porque excluídos dois réus, APELAÇÃO CIVIL N.° 17.858 - Relator: Des. HELVÉCIO ROSENBURG
2.4 25.
JU ISP ,UDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
RELATÓRIO A sentença merece' ser confirmada; porque ao lado de um exa-
me sereno dos fatos argtiídos, também deu exata aplicação ao direito.
Ação de despejo ajuiza,da nor Ana Afonso Moreira : contra José autora ,comprovou a necessidade que tern de conseguir a retomada
1.300.
Aquino Moura, com fundament°, no inciso II, do arti.?:o 15; da lei dó prédio i para nele residir corn pessoas de sua família, desde que o
Diz o locatário que o pedido insincero (fls. 14). julgadaSarleador (fls. 31
procedente,
prédio de 'propriedade das filhas é por ela ocupado atualmente, está,
verso), corn recurso (fls 34). Afinal, foi a acão sofrendo avarias de profundidacie'em çonseqiiência de urna construção
corn as cominações .,:°,.pelacio do réu, regularmente processada. vizinha, necessitando de reparos:. Além disso, as condições do prédio,
A revisão do eXino. desenabargador Edésio Fernandes. de dois pavimentos, são contra-indicadas para mho pessoa de sua ida,
Belo Horizonte! 28 de junho de 19 60. Helvécio Rosenburg. de. O aspeto: de sinceridade não merece cuseussac.) nesta oportunidade,
porque é urn direito que lhe assiste o de retornar o prédio para seu
ACÓRDÃO uso. Nego provimento". ,
Senhor Desenibargador Aprigio Ribeirà: Deacôrdo.
fates autos:,de.apolacão ri.° 17.858, Senhor. Desembargador kresidente: Negaram provimento.
Vistos relrtta dos o disc
, cla tabr.narca
(7.3 TP:•erpni.i.5a, José Aquino Moura e apelada Aria
Afonso Moreira: acorda. nor votacão imânime, a Terceira Camara Civil,
do Tribuna,I , de Justiça do Itstad2 de Minas Gerais, integrando neste o
relatério , cle fls. 71, EM ii6gar proviMento ao agravo e 4 apelação, para
confitiriar as decisões recorridas. Pa.g!aF, as custas pelo apelante.
Pódia o juiz neatuthr suprir as deficiências do mandato DOAÇAO VALIDADE ESCRITURA PÚBLICA TESTEMUHAS
INSTRUMENTÁRIAS PRESENÇA DISPENSÁVEL
Corn apõio no artigo 201, a.° IV do Código de: Processo Civil. Com PUBLIC/1 10 NOTÁRIO
FE
procuração de tIS., 6ontenclo poderes podia o advogado subs-
fra!VEr? a iniciai p :habilitado estavir para patrocinar a cansa. —
Irnorocedie, tainb6:31, a alegação de falta de prova de domínio, — A validade das escrituris passadas em cartório não de-
corn a eXibic4o do de.weimento de Us: 62, do qual' resulta que a autora pende da presença das testemunhas instruinentirias a todo o ,
proprietária do prédio retomando." •, ato, inexigida pela lei, bastando para tanto a fé pública do no-
, Pretendeu a apetanté fazer crer que a apelada reside no prédio.- tário.
n.° 31, da avenida Florion6 Peixoto, A Verdade, 6 que eIa reside ein corn- — Não se anula a doação sem prova de que o doador,
panhia de uma filha, à mesma,;avenida, no prédio n.o 35, pertencente 4 época, sofresse incapacidade por doença mental ou tivesse vi-
Afonsina, e Margarida Moreira, conforme certidrto de: fls. 6. R,ealmen, ciada a sua vontade.
te, ela possui um prédio, que é o de ri.° 3L: acima referido, que se erl,
contra sem garantia, devido aos abalos sofridos corn urna construção APELAÇÃO CIVIL N.° 16.944 — Relator: Des. MARCIO
vizinha. Trata-se de prédio de dois andares, cOrn residência apenas no RIBEIRO.
pavimento superior e corn acesso por via de escada. Consta dos autos
cue ii autora jã sofreu urna queda na escada, •de consequências muito RELATÓRIO
desagradáveis à sua saúde.
O prédio retomando 6 de,una só pavimento: AlernAiseo, o direi- Adoto o relatório da sentença, às fls. 69, a qual julgou os auto-
to de escOtha 6:Seu. res carecedores doação. contra Tito Cesar Santos e João Cesar Santos,
Não i7e trata de'retomada para cc-adentea A autora quer - o condenando-os a pagar os honordrios do advogado dêstes, à razão de
prédio para uso próprio. Isso pdo' lhe impeda de ter, em sua compa- 20% s6bre o valor da causa. E julgou procedente a ação
nhia seus familiares, ainda que ten.iperkri-n)¡Mte; enquanto é conser proposta pe-
los mesmos autores contra Edison Marais Pacheco, para decretar a
tado o prédio da filha, , , nulidade do instrumento de escritura junta às fls. 11 dos autos e, em
0, preso para a desqcupadão será fixado até 30 dias, como está conseqüência, o Contrato de cloação nêle contido, coma a decretou, con-
no artigo 15, I 3.°; da lei 1.300. Não disse 4 lei quo o juiz fixará o pra- denando ainda o réu ao pagamento de perdas e danos, sujeitos
so de trinta dias. Ficou ab seu arbítrio, ,podendo variá-lo ate má- quidação e honorários advocaticios arbitrados em li-
ximo de trinta, dias, 20% sôbre o dam
do valor dado a, causa pela inicial, por serem dois os espólios
Belo Horizonte, 16 de agosto de 1960, -- Aprígio Ribeiro, presi- res. Custas pelos autores e réu Edison — metade cada um. auto-
dente, corn voto. — Helvécio Reseriburg, relator.' - L. . Edésio Fernandes.
No despacho saneador o juiz já julgara os autores carecedores
de ação contra dois outros réus, Hermundino de Moura Pacheco
NOTAS TAQUIGRÁFICAS mulher, condenando os autores também em honorários de advogado, e sua
a
razão de 20% sôbre o valor dodo 6: 6ausa — do que resultou o
Senhor Desembargatlor. Helvécio Rosenburg: (Procede b., lei- no auto do processo de fls.-37. agravo
tura do relatório e do seu voto, concluindo por negar provimento).
Senhor Desembargador Edésio Fernandes: Voto: "Desprovejo , Houve apelação apenas de- Edison Morais Pacheco
arrazoada pelos autores as Lis. (92-99). (fls. 77/87),
o agravo no auto 'do, processo, pela exata fundamentação do despacho
saneador. Interposição, remessa e preparo -- oportunos. A revisão.
Belo Horizonte, 10 de dezembro de 1959. — Alárcio Ribeiro.
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JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA lVfINEIRA
EMBARGOS DE TERCEIRO — INVENTARIO —
AC6RDA0 DADE — AÇÃO POSSESSORIA — CABIMENTO
Vistõs; relatados e disCutidoS:Oates antos de apelação 0.° 16.944,.. São inadmissivels embargos de terceiro em inVentário,
da. comarca de •llhá; anelante Edison ..,Morais Pacheco, ,- apeladoS .•:d. espó- cabendo ação possessária contra ato do inventariante tido •co-
'lie de TeOfilo Martins Pacheco' e •outtes;•_aCerdarn.,.em.S.egiiricla•Catnara . '
Civil do Tribunal de Juatiça_de...Miiias Gerais, .adótade o relatório de• mo violência A, posse de hens, cuja exclusão do monte foi reme-
tide para solução nas vias ordinaries.
fls. 105,: negar provimento ao agravo no' auto. do . processo, e : der. pro-.
.vimento à anelação, - pare julgar improcedente a •• •ação 6,• condenar AGRAVO DE 'INSTRUMENT° N.0 7.520 — Relator: Des.
apelados nas çustas. - - • -• • . '• • • CUNHA PEIXOTO.
O. despacho :saneador, em que se deu a exclusão do réu Hermí- •
nb e consequente. 'condenação do autor eth custas " e honorários, mar.. RELATÓRIO
. rece confirmagão eporque•a ação proposta era, exclusivamente, de nu-
hidadé anulação de escritura, =aerie •a que' 6 exchdd° 6. perfeita . Jose. Dueno da Silva e outros requereram na Comarca de Caman-
mente estranho. - • -- • .•.•
thicaia o inventario de Jose Ducno de Sonsa e Higino Carlos de: Sou-:'.
-• Qiianto à ela, entretanto, • a. sentença não se filiou h•• melhor descrevendo os bens e entre ústes se cnciontravarn as terras des-
trine: .A pres.enga des: testeintinhas instrument;drias a. todo o ato had:
critas na escritura em..que: figure corno adquirente Jose Marques da
se contém -na lei vigerite.,:•Z: . tendência é par a dispensar as teste- Silva e coma. vendedora dam Gertrudes Maria de Jesus.
munhas porque,-- nas •escrituras paSsadaS em çartório,..a publica do •
Jose Ma:Niles: da "Silva peditt exclusão destes bens e o'Juiz, em
oficial; ou notário ,_. já • contém '..•garantia' suficiente. Meanie nos „ teSta-:
-
menteS, • para. es quais há' exigéribia:expressa no sentido de' que as tes- • 'despacho de 30 de junhe 'de 1959, inandou:o para as vias ordiriarias e
que se prosseguisse no inventário. •
Jemunhas.assistam a todo' ato (Cod. Civil, art. 1632,- ri.°
prudência ensina que: a fe-, do; notário não - node Ser ilidida pela rein- Alegando que inventariante, animado pelo despacho qtle lhe:
quirição das. testerniinhas •instrumentarias (Supremo Tribunal Fede-- • remetéra, pare as vias ordinaries, invadiu, violentamente e' arbitrAria,-.
ral, "Diário de Justiça' .• de .30-5-10.3) ...4; aliás, uma tendência -atual do • mente, o imóvel em questão que se encontrava em sua poSse, nêle- fa-
direito dar mais valora veraelciade essendial de ato qua à sua forma. zendo construções de vultb, apresentou embargos de terceiro, que. fo, ,
Ora, os autpteS , não provaram'a incapacidade do' deader h época ram, afinal, julgados precedentes pelo Juiz.
da doação; nem, per qualquer mode, o , dole e . a • simulação dos- réus, Inconformado, o inVeriteriante Jose Bileno da Silva agravou de
em • que se basearam. A interdição não chegoU. , a Set decretada e• o. instrumento desta decisão, cam fUndamento no inciso 4.° de artigo
laudo, .constante do - respectivo --processe; não • fOl -. elaborado-: por• espe- 841 de código do Processo Civil, sendo seu recurso contra7minutado e
cialistas, além de ser demasiadamente - sucinto, não • classificando si- normalmente processado. O juiz manteve as I'S::: 37 , ,seu despacho.
. quer a moléstia do paciente. Pot sua , vez, o exame médico de fls.. 15, Nesta Instancia foi o processo preparado' Erm mesa para Jul-
destinado a. completá10 .e demonstrar - -que a moléstia _preexistia ao gamento.
ato,..tambern nag .: contém um verdadeiro diagnostico, refere-s e. apenas Belo Horizonte, 20 de agõsto . dõ 1960.'-- Cunha Peixoto
a. . urn • patente ' • do estado mental .do doador. •
-;- Deitais, Dare 4 caracterização .dessa inOapacidadeYbein come da• ACORDA0
.simulação .6 dole, que teriani consistido justamente em dela terem
réus - si ap,- oljeitado, tern ,gr4ncle'.valor.. • pare, positivar o local em vistos,. - relatadog e discutidos êstes autos de agravo de Instru-
que passada a escritura. .• •• . . . . . ixtento n.° 7.520, de comarca de Carnanducala, sendo agravante, Rise
. . Alegarem os 'autpres . Op a doadere eatava,..cloenté:•e .0 - doador Bueno de; Silva e agravado, Jose. Marques da Silva, acordam os juizes
Sofrendo. da - mente.-ei mais do que isto, liabbilizado . e ineonsciente ern . da 5.' Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, adotando
seu - leito de moribundo". • corm Parte integrante o relatório de fls., dar proVimento ao recurso
- :Este .qUadro, porém, não' exsurge da Prove,. • • para julgar autor careceelpt ação propoSta; "custas peio agra- '
Pelo contrário, os ,autores. não conseguiram, sort as suas teste-. yante;
.munhas, .convencer de clue o iastrumento. - tivesse sido elaborado "ha • I — NO inventário dos bens deixados por falecimento de José
'roa, em . casa dos' supostos doadores"; ad - passo que os réus, Pelas Higind Carlos de Souza, com 'fundamento em uma escritura que
.• nuas, positivaram que ambos .os • cleadores:• -compareceram •em..cartorio,': lhe fora outorgada pot Domi Ciertrudes Maria de Jesus, jeSé Marques
.aparentemente ern perfeita lutai.e.: espirito, par a. fazerem a doação. da Silva pediu exclusão de, entre us eons descritos, urn ;rate de ter
• MeSind que não 'se tratasSe (la, prove , que • confirma o teor do ra. O Juiz, em despacho, untado de u tie j unilo de let)9, mandoo pa-
instrumento;.essa prova, dos .réus tie rena sor preferida a. des autores; ra as vias ordinaries p qtie se prosseguisse o inventário.
por ser,.• Como realmente é, muito Mais . clara e objetiva . Alegando que o' animado por este despacho, in-
. Por 'outro ledo; a doação de uma fração de terreno de exíguo va- vadiu, violenta e arbitrariamente, o imóvel em questao, neto iazendo
lor,. a tut neto esta em' si mesma justificada, desaparecendo, assim, o construções tie vuito, anrescii,m exnuatgas tie terceiro que f- oram,
argumento:de que o ato não .teve causa. - . . • afinal, julgados procedentes peio Mivi. juiz.
Não resta; pois, qualquer Motivo para que o ato da -doação deixe • --- 4 própria descrigao da espécie pelo embargaitte mostra não •
- de prevalecer ; • • • , • • . - ser caso de embargos de terceiro. Corn eleito, , ea 'embargos de ter-
Belo .Hbrizoote, :12. de agosto de 1960. — 'Gonçalves da Silva, pre- . • . ceiro Se dirigem contra um ato judicial que cause moléstia ao possui-
.-sidente COM vota. .—•Márcie Ribeiro, relator, Afonso Laps. -.
dor ou proprieterio, que não êparte no Leito. Ensine Carvalho' dos::
* • .*
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JURISPRUDkNCIA MINEIRA 'JURISPAUDilNC1A MINEIRA
Santos: "os embargos de terceiro são uma verdadeira ação, intentada Os réus alegaram prescrição do titulo cobrado, pelo decurso de
por um terceiro, atie não foi parta na causa, am' defesa de sua posse tempo superior a.cinco anos antra a citação e a restauração do pro-
ou domínio, dentro de outra ação, na qtiul tenham sido apreendidos„ cesso, falando o autõr, a seguir, sõbre as cohtestações.
judicialmente bens dos quais seja senhor on possuidor". ("Código do - Entretanto, a Lis. 26, os devedores resolvérarn, concordar bom .a
- Processo Civil Interpretado", vol. VIII, paga :201). Taulbeiri Pontas restauração pedida, 'sob protesto de, em (Seaside; oPortuna, renovar a
de Miranda: "Os embargos de terceiro sat> a ação de terceiro que "pre- argüição da prescrição já consumada". ' •
tende ter direito ao domínio Or/ outro direito, inclusive a posse, sabre Julgada a restauração por sentença' de fia '. 28, o, autor pediu a
os bens penhorados ou por outro modo constritos". ("Comentários ao ditação dos réus para o pagamento da divida em Vinte e 'quatro horas,
Código do Processo Civil", vol. IX, pág. 6). sob pefia de penhora. A ação foi contestada somei teor Hebb Martins
O que caracteriza os embargos d.c terceiro 0 ser 'uma ação con- Córtes, qua rerloyou a alegação de prescrição titulo:.
tra o Estado e ado contra um particular ou Contra a parte a lavor de: Do despacho que julgou saneado o proceasq ojeu Hello Mar-
quem se concedeu a medida judicial. tins Cartes agravou no auto do processo.
Ora, o embargante esclarece, na que - 6 inyentariarate agiu Realizada a audiência de instrução e julgarhanta, o Juiz profe-
por conta própria, animado' pela decisão que mandou o reclamante riu a sua decisão, julgando prescrita a ação õ. absolvendo os réus do
para as Vias judiciais, mailaa em carnprimanto de uma decisão emas pedido.
nada do Juiz. Logo, a hipatese .náo ã cia einbargos de terceno, arias de,
, Inconformado, o autor apelou da decisão para este Tribunal.
aça0 pOssessória. E nao é possível sua traasiormagao na ',.ação ade- Remessa e preparo reguiares. Áraisáo do exuica sr. Desem-
quada, la que o rho, da uma e °tiara é Muito ail:aroma. : bargador Ctinha Peixoto.
111 Por (altar) iado, sac inadmissíveis embargcs de terceiro" Belo Horizonte, 10 de jUrd10 de 1960. Lauro learlioura relator.
em inveritátio, processa administrativo, uncle as bens aihelas, se des-
critos; são entregues. a. seu proprietário, be concordarem, nisso, todos ACORDA0 •
os interessados; no aaso contrário, suo as pantos remetidas para as
vias ordinárias ("Jurispruclaricia Minoan", vol. VI, pág. 550).
remetiao partes para as vias or- Vistos, relatados e discutidos astes autos de apelação n:° 16.102,
Na hipoteae o juiz ja da comarca de .Belo Horizonte, em quo é apelante Aloisio''de Sena e
dinarias que, sem duvida, /AU) erkun ca ailioargos cio terceiro'. apelado Hélio Martins Cartes, acordam os Juizes da 5." Camara CiveI '
Belo Horizonte, 25 de agasto de 1966. -- Peixoto; presi- cio Tribunal de Justiça do Estado por unanimidade, adotando como
denta e relator. Paula Andrade --- Laura Fairitoura. parte integrante dêste o relatório de fls., em negar provimento , ao
recurso. ,
Versa o litígio sabre prescrição de nota promissória, sob 6 fun-
damento de que proposta a ação de cobrança do título exequendo, de
pois de feita-a citação do devedor e realizada a penhora, os autos res-
PRESCRIÇÃO CAMBIAL -- PARALISAÇÃO DA. AÇÃO DESAPA, pectivos desapareceram do cartório, ' : Seim que ,o autor, nesse período,
RECIMENTO DE AUTOS — CONSUMAÇÃO:— PROVEITO promovesse qualquer providência para resguardarseu direito; vindo
DE CO-OBRIGADOS , samente
.. agora, neste processo, solicitar a restatiração, dos autoa:e rei-
=Jar a execução. ' ,
A paralisação da ação executiva cambial, consequente A prescrição se-verifica enavirtude da iriOrdia do titular do
:ituento dos ,'spacilvos autos, libera o devedor da ;alto, que, com a sua negligência,-concorre para prócrastinar urna si-
on VeZ dec alo prazo lixado na lei para must).- tuação antijuridica, lesiva ao interêSse social.:
prascalçalo, No caso dos. autos, ela se iriccrrompa4 coin a proposição da
— À.preaariaalo aa_aada por cai dos litisconsortes apro- ação de cobrança a que se refere "êste procesSo, ajuizada em 1947.
s demaaa co.obrigadoa. Entretanto, a prescrigao; intarrOrnpida estatui 0 C. Civil (art.
173) — "recomeça a correia da data do aid: que a interronapeu, ou do
APELACAO CIVIL NY 15.102--- Relator: Des, LAURO uitimo do proceaso para tateaatempea". ":aa
PONTOUR,A, Assail, de comorrnidada coin aquaie pracaito, se a interrupção se
RELATÓRIO veriiicar per oUbrus causas Catle riao a uernarala jUdicIal ohovo prazo
,
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' JURISPRÚDkNCIA MINEIRA JTTRISPRUDNCIA MINEIRA
Quando a interrupção é operada pela citação inicial da demanda, outros, pois uma cousa OA() pode ao mesmo tempo ser e deixar de
o Mesmo já não sucede, porque o prazo da prescrição anteriormente ser." Custas na forma da lei
decorrido é inutilizado corn: a citação; mas dêste momento da citação. Belo Horizonte, 11 de agosto de 1960. -- Cunha Peixoto, presi-
não começa a correr o novo prazo. dente`e revisor. — Lauro Fontoura, relator. — Paula Andrade.
Verifica-se um interregna dentro do qual novo prazo não O-
mega a correr: NOTAS TAQUIGRAPICAS
Sómente com o ultimo têrmo da demand a. ou quando esta tiver
fim é que começa a correr o prazo para a prescrição"... ' O Senhor Desembargador Relator: (Lê o relatório), Voto: "Versa
Assim, durante o curso do Processo judicial; não se pode falar o litígio sôbre prescrição de note' promissória, sob o fundamento de
em inércia e negligencia do titular do direito, justamente porque ele que proposta a ação de cobrança do titulo exéquenclo, depois de feita :
está pleiteando o seu :reconhechnento pela sentença. a citação do devedor e realizada a • penhora, Os autos reapectiVos desaa
Entretanto, "se o processo sofre intermitência escreve Camara pareceram do , cartório, sem que o autor, ness'período, promovesse".:.
Leal ("Da Prescricão e da Decadência",. pág. 220) quer pela absolvição, qualquer providência pare resguardar o seu direito, vindo, sõmente
interrupção ou peaeropeão de, iristancia; quer pela perempção, desistên- .agora, neste , processo, solicitar a restauração dos Mitos ê reiniciar a
cia ou anulaea,o da ação, e dikeito -não chega a ser decidido, é claro execução. .
que, para efeito da interrupeao prescileional, se deve considerar co- A prescrição se verifica em virtude cia inércia do . titular do di-
mo tiltimo am do processo aquêle em que se verificou a sua intermi- reito, que coin a, sua negligência, concorre oara procrastinar oMa: si-
tência; começando, desde então, a curaer o novo prazo da prescrição". tuagao antijuridica a lesiva ao interesse sociai.
Na esiaécie eia exame, com o desaparecimento dos. autos, o feito No baso dos: adtos, ela se interrompeu coin a:jorciposi09:da ação
se paralisou e, durante ¡Thus de dez an0s, o autor não' promoveu as de cobrança a qdOee refere este paodeaso, ajuizada em 1947:
medidas necessárias para , resguardar 0 sou direito e movimentar nova- Entretanto, a prescrição interrompida, ea tatui 9 C. Civil (art.
mente a maquina judiciária. . , 173) --- "recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do
Não tendo agido dessa forma;: iricidi& na sanção da; prescrição
como conseqüência de sua inatividade. ultimo do processo para a interromper",
Poderia o autor interromper no i,ramente a prescrição gum o Assina de conformidade com aquele preceito, se a interrupção
processo de restaurage,o, como reannente tentou faze-lo, se, nesta opor- se, verificar por outras ea -Use's que nab a demanda judicial, o novo pre,-
tunidade, os devedores houvessein , recoaheeino o seu direito; mas, ao zo prescricional Collle0 a fluir imediatamente; logo epos o ato inter-
ruptivo; mas, se a interrupção se der ern virtude de demanda judicial,
contrario, ao concordarem cum a restauração, fizeram questão de res- p novo prazo só começará a corter da data do ultimo ato do processo: '
salvar e de modo expresso — 'que, em ocasião oportuna renovariam a`Quando a interrupção'
argüição da preseriaiao, que consideravam "já consumada". doutrina Carvalho Santos ("C. C.
Por outro lano, é de se considerar que a questão tem de ser Int.", vol.. III. pág. 436) 0 operada ,pelo protesto, pela apresentação
deeidida, maneira uniforme para us rena, tendo-se em vista a co- do título de . credito em juizo de inventario, ou ern concurso de credo-
muniaão do interesses que, se vernica na solução do caso. res, por qualquer ato judicial que constitua' ein inora 0 dévedor; ou
por qualquer at() inequivoco, ainda que que importe re-
Coln eleitoa õ avaiista" que paga o titulo ern sua totalidade tem
ação contra o outro avalista, de acordo com o direito comum (C. Ci- conhecimentO de: direito do devedor, a proscrição recomeça a correr
vil, art, 913), pare 'receber deste a importancia de sua responsabili- da data do ato que a interrompeu.
Tudo se passe ,urn só terripo. A interrupção verifica-se e des-
dade, de logo começa correr novo prazo para a prescrição.
Nestas condições, a prescrição alegada por um dêles, tem de Quando a interrupçãO operacia pela citação inicial da demon ,
aproveitar o outro (C. P. Ca, art. 90). : '
' A revelia do litisconsorte, desse modo, miando a: decisão tenha da; o mesmo já não sucede, Porque o prazo da prescrição anterior- ,,
que sex proferida, em caráter uniforme, isto o, abrangendo todas as • 'mente decorrido é inutilizada com a citação; mas deste momento da
pretensões, ado modifica o valor da decisão (Plácido e Silva, "Com. ao eitação não começa a correr novo prazo.
C.P.C.", vol. I/211). Verifica-se um interregno, dentro qual o novo prazo não co-
Corno aflame Cialovenda, "atos que se- praticam', numa só finali- mega a correr. fiorriente com o tabard) termo Cia demanda ou quando
dude, tendenteS mesmo fim e permitidos a todos, quando pratica- esta tiver fim é que começa a eorrer o prazo para a prescrição".
dos por um; influi sobre todos os outros porque por sua natureza são Assim, durante: u curso do process() j udieiai . não pode falar
,
Pinheiro Moreira, desapareceram os autos da cartorio, ern 1947, tendo avalado, quo son excopciorreS I r.tr i no -anode poner la inva-
o autor, em 4 de fevereiro de 1958, pedido a ra„stauragace dos autos, lidez de la obligacfon principal con mnyor ram'in no podrá alegar ias
Em 1957, não se envolveu na execução '6 outra obrigado e agora, excepciones que podrien restrinai 'la o diferiria. Y si el avalado no
apelado, Helio Martins COrtes. puede impedir directamente el pago de la tetra rcquiriendo al ava-
II — Duas teses importantes apresentam no caso em apreço pa- lista a que no pague, no retard autorieado para Impediria tampoco
ra ser enfrentadas pelo julgador: a) '-e- se a interrupção, da prescrição indirectamente, proporcionando al avalista las eacepciones para rehu-
contra um coobrigado da cambial, interrompe também contra os de- : sar el pago". ("Tratado de Derecho Metcantir, trad. de Miguel Cabe-
mars; b) se a paralisação do feito; por lapso suficiente para pres za Y Anido, vol. III, págs.: 358/359, n.° 1.227):
crição, acarreta esse efeito. A doutrina 6, Como se vê, unânime e a Lei Uniforme consagrou o
principio, em seu artigo 71: "Pinterruption de la prescription n'a d'af-
III — 0 Dr. Juiz a quo acolheu o pedida de prescrição do exe- fet que contra celtri à l'egard duquel l'acte interruptif a été fait".
cutado, Hélio Martina Centes, sob o fundamento de que, não tendo III -- Inaplicase, data venia, aos obrigados cambiais, o artigo
sido citado para a primeira ação, não houve quanto a ele interrupção 176, e 1.°, do Código Civil, porque a solidariedade que ¡tinge todos os
da prescrição. participantes do titulo à obrigação de pagar o titulo 6 a obrigação
IV — Não é-pacifica a matéria sôbre interrupção de prescrição
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JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
j
sul generis, que não se confunde Corn a do direito Ora, como se pode compreender prazos diferentes para obrigações so-
candbial espêcíficae lidárias? Ora, se no direito cambiário não vigem os mesmos principios
comum. Trata-se de..uma solidariedade modificada que, na verdade, de solidariedade do direito comum, também não se lhe pode aplicar
não se poderia mesmo du o nome'de . solidariedade. Com efeito, se a idênticas normas, principalmente quando alas vão contra um princfa
existência, da solidariedade requer a unidade de causa, bem como um
vínculo qua una as. obrigações, náo se poderia falar ern solidariedade, pio essencial dêste ramo de direito — a autonomia e independência das
obrigações.
.uma vez que é da essência das obrigacões cambiais no St5 sua auto-fl.
IV — E também matéria controvertida essa do início do novo
nomia e independência, corn causa própria Dg-se, no caso, o nome prazo prescricional, quando a interrupção se opera pela citação inicial
de solidariedade apenaS por um respeito b a tradição, mas se trata de da demanda.
uma solidariedade Peculiaríssima Dai ensinar Silva Pinto: "a obriga- Entretanto, a opinião dominante e que mais se coaduna com o
pão do avalista' 6 substancialmente autôncinia. direito brasileiro. texto do Código Civil 6 a que admite a prescrição no curso da ação
Não hã, como invocar, em tai daSo, o § 3; do artigci 176 .do Código
desde que haja paralisaçã o : do feito por tempo suficiente para pres-
Civil". (Ob. cit. pág. 496, n.° , • - crição.
O princípio do artigo 176 do Códigcr Civil é e sposado pela legis- Com efeito, nesta matéria podemos distinguir dois sistemas: o
lação estrangeira e, no entanto, os doutos nãó diSprepam sôbre sua das interrrupções sucessivas e das interrupções continuativas.
inaplicabilidade ao direito` cabiário, Ensina Emilio Langle y Rubbio:' . O primeiro foi adotado pelo Código das Obrigações Suiço, cujo
"en las.obrigaciones civilés solidarias, dá interrupcibn de la prescrip- artigo 137 dispõe que: un nouveau délai commence à courrir des 1 1n
cion de las acciones aprovecha c prejudiCa põr igual a todos los acre- tetruption".
dores y deudores. En las obligaciones , cambiarias, diçhos actos in- O segundo a que se filiou o nosso Código inadmite o reinicio da
terruptivos influyen unicamente in perSenan 'en cuanto al deudor Con- prescrição a partir do at que a interrompeu, cujo início se assinala dó
tra el cual se realizan, carecienclo cie aficacia Con relación a todos".
Ultimo ato ou termo do propesso. Estabelece o artigo 173 do Código
.. En conclusion, dadas tantas importanteS'divergencias, pensaba Civil: a prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato
Supino de la solida.riedad cambiaria se can dtariza come solidariedad que a interrompeu, ou do Ultimo do processe para a interromper".
cambiaria se caracteriza corn° solidarieclad modificada". ("El Aval Desta maneira, não há necessidade de se esperar a sentença final
.de La Letra de Cambio". pág. 102). para o reinicio do Prazo prescricional, basta que haja interrupção da
No mesmo sentido Bonelli: "similrnente deveedirsi, inapplicabile ação por tempo suficiente para ocorrer a prescrição. Ë o ensinaMento
alla prescrizione e alia deca.denza cambiaria la regola dell'art. 2.131; de Carvalho dos Santos:, no texto legal fala em data do ultimo ate' do
Cód. Civ., per cui l'atto che interrompe la prescrizione a favore di processo para interromper a prescrição, Mas, corn isso não guar" exi-
uno dei creditori in solido glove. egualmente agli altri creditorin La gir que a prescrição sbmente, comece a correr de novid após a senten-
figura della solidarieta net credito non si aclatta al rapport° cam- ça final. Pois o que o Código quer dizer é que a prescrição 'começa a
biario, dove non esistono pm creditor percio ii girante che vuole eserci- correr de novo da data do ultimo term() judicial que se praticar por
tare ii regresso contro im firmatario precedente, se lascio- trascorrere efeito da citação iricial da demanda Antes mesmo da suspensão da
il termine che era tenuto ad oseervare, non puci evitar la debaclenza instância, pais, começa a (mirror o prazo da prescricãO". (»Código Civil
Bras, . Intern ", vol. III, pig. 438) „
invocanclo l'azionp gia istituita in tertio altro girante contro lo stesSo
firrnatario, Questa duplica deroga alia regola del diritto civile é una Outra não 6 a lição 06. mini tio Ari Franco: "a prescrição que
conseguenia della autonomia própria dell'obbligazione cambiaria". seja interrompida pelo ato previsto alínea I do art. 172, isto 6, pela
citação inicial para a dernanda, e proposta esta, a prescrição s6 come-
(Ob. pág. 575,n.301). card a correr da data do ultimo ato do processo... ajuizada a deman;
Também Valeri: tO tema d'interruzione della prescrizionea Vige da, a prescrição da, acão começa a correr da data do ultimo ató
.
un caratterístico princípio, ii cal c,ontenuto costituisce la phi tipica dal praticado no processo ern razão da citação inicial". ("A Prescrição
deviaze one dal cliritto comune dell'ordinamento della prescrizione Extintiva", nags. 107/108).
cambiaria; in deroga all'art.. 2.130 comma primo cod: civ., secondo ii -
quale l'efficacia di un atto interruttivo posto in esserre nei confronti Mais positivo 6 Carpenter: "por outras palavras, no caso do art.
di uno dei condebitori solidali si estende ipso jure a tutti gli altri, rin- 172, n.° I, do código, o momento em que fica inutilizado o prazo
de
terruzione della presc:rizione non vale çhe centre colui rispetto al quale prescrição anteriormente decorrido, não coincide corn o momento em
stato compiuto l'atto interrutivo. Ció in conseguenza del principio que começa a correr o prazo da mesma prescrição: antra êsses dois
generale dell' autonomia della obbligazione; eanabiario". ("Diritto Cam- momentos fica de permeio um espaço de tempo mais ou menos longo,
biario Italiano", pág. 390, n.o 279). ' " que é o espaço de tempo enquanto a demanda não parar no seu an-
damento. E êsse espaço de tempo, 6 claro, tanto pode ser de dias como
Não resta dúvida de que a razão se encontra com os mestres de anos.
de direito cambiário, inaplicando-se a espécié as regras de direito co-
mum, segundo a qual a eficácia do ato interruptive da prescrição con- Por example; um professor contrata comrn um discípulo de dar-
tra um devedor solidário aproveita a todos os outros, eis que se trata lhe lições de' matemática mediante a retribuição mensal de cem mil
mesmo de uma solidariedade modificada, especialíssima, tanto que, reis, pagável no fim de cada mês vencido. Vencido o primeiro mês e
não pága a retribuição, nasce pararn o professor a ação de cobrança,
embora o artigo 43 da Lei Cambial declare que os signatários de time,
letra de câmbio fiquem solidariamente responsáveis pelo aceite, o ar- ação essa cuja vida 6 de urn ano. Se antes de completo o prazo de um
ano o professor exercita sua ação, intentando ou propondo demanda,
tigo 52 dispõe, de maneira diferente, para a prescrição contra o saca- fica interrompida a prescrição, isto é, fica inutilizado todo o prazo de
dor, aceitante e respectivo avalista e contra o endossador. A prescri. prescrição decorrido atél êsse memento. Enquanto durar o andarnen-
g6,0 relativamente aquêles 6 de cinco anos, enquanto a êsses de um =O.
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JuRISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
Do indeferimento da penteie, interpôs o réu °titre agravo no auto
to dessa instância ou dernanda,anão recomeçará a correr o novo praz0 do processo, que se seguiu de mais dois outros, a fls. 72 e 78.
de um ono, da vide ou prescrigão (la ação do professor. Mas parando Realizou-se a audiência de instrução e julgamento tendo sido os
no seu andamento a Instancia ou demanda, recomeça a correr o prazo autores julgados carecedores da ação e condenados ao pagamento de
de urn ano, findo o qual estará merta, extinta ou prescrita a ação do honordrios:ide advogado e ao "décuplo das custas.
professor Se, porém, dentro desse prazo de urn ano, de novo se der Irieonforniados, os autores apelararra da decisão para este Tribu-
andamento h instancia ou demanda, fica outra vez interrompida a nal, onde o Processo lo' regularmente prepared°.
prescrição e inutilizado o rime° desta ate Wan decorrido, e assim Ouvida a clouta Proem iidoria, Geral, esta opinou pelo'proyimento,
sucessivaxnente". (Manual Pack' de Lacerda:, vol. IV, pág. 312/313, em parte, da apelação, para eaeluir a condenação em honordrios de ad-
n.° 148). vogado e ao decuplo das custas. revisão. :
Portanto, enquanto demanda não parer em seu andamento, a Belo Horizonte, 15 de junho de 1960. — Lauro Fontoura.
ação estará sempre viva, mos urna vez parada reinicia o prazo pres.
ericional que poderá consumar ou não, se, neste período ficar o feito
paralitado, ou depois de .certo tempo o autor lhe der andamento. ACÓRDÃO
V — No case em apreço, o autor propOS contra um dos réus a
competente anão executivo cambial e, tendo desaparecido os autos, logo Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação n.° 17.453,
depois da citação 'Metal; quedotase durante mais de dez ands e só de; da comarca de Belo Horizonte, cm que são apelantes Marcel Debrot e ,
pois disto é que promoveu a reconstituição dos autos. outros e apelado Paulo Neve S de Carvalho, acordam os Juizes da QUin- z
Assim, quando diligenciou no sentido da Cobrança estava pres• ta Camara Gavel do Tribunal de Justiga do Estado, por unanimidade,,
crita a ação e, desta maneira, andou acertadamente o juiz decretando a adotando como parte integrante deste o relatário de fig., em dar provi-
prescrição". mento, em parte, ao recurso, para exeluir a condenação dos autores
O Senhor Desembargador Paula Andrade: De acôrdo. em honorários de advogado e ao decuplo das custas,
O Senhor Desembargador Presidente: Negaram provimento. Trata-se, como se vê do relatório de uma ação de retomada para
uso de descendente, requerida por cessionários de direito de rpromi-
tentes compradores, relativo ao imóvel a que se mime o processo.
Quanto aos agravos no auto do processo, interpostos pelo loca-
tário, perderam êles a sua razão de ser -- porque o agravante saiu vi-
DESPEJO PROMITENTE COMPRADOR -- RETOMADA PARA USO torioso ein primeira instancia.
DE DESCENDENTE -- CARÊNCIA AÇÃO HONORÁRIOS AD. E, quanto ao mérito, assim decidem porqUe, siamente no correr
VOCATICIOS E DÊCUPLO DAS CUSTAS — DESCABIMENTO da ação, depois de proferido o despacho saneador, é que os autores
adquiriram o domínio do imóvel locado. Por conseguinte, ingressaram
-- O promitente comprador só pode retomar o prédio em juízo sem que estivessem investidos no direitos que permitem a
locado para uso próprio, e não para uso de descendente, care- retomada de imóvel para uso de descendentes, conferidos pelo art.
cendo da ação de despejo ainda que no curso dessa tenha adqui- 15, inciso XII, da lei 1.300,
rido o domínio do imóvel. Ao promitente compradón qualidade' de que se revestiam os au-
-- Descabe condenação em honorários de advogado e d& tores, ern virtude de cessão de fls., outorga a lei do inquilinato o di-
cuplo das custas quando os autores, sem dolo ou culpa, agiram reito de retomada, mas samente par a uso próprio, uma vez satisfeitos
emprestando lei inteligência que, em espécie análoga, já foi os demais requisitos do inciso IX do art. 15 citado. , -
dada pelo Tribunal. Nestas condigões, não era de deferir-se o pedido constante da
incial, justamente porque, no sõmente naquela ocasião, mas quando.
APELAÇÃO CIVIL N.° 17 453 — Relator: Des LAM) foi requerida a notificação previa, não eram os atitores titulares , do
FONTOURA. direito de propriedede, requisito indispensável; como ja, foi dito e
condição sine qua miou para o seu ingresso em juízo.
RELATÓRIO Em face, do eiaposto, são efetivamente, carecedores de ação,
porque a legitimidade ad Camara é requisito essencial, nos termos dõ
Marcel Debrof e outros propuseram contra o dr. Paulo Neves art. 2.° do C. C. para a propositura de, ação. .
de Carvalho ação ordinária de despejo, visando a retomada de prédio Na ocasião em que os autores ingressaram em juizo, nenhum di-
situado nesta Capital, 'a avenida Olegário Macid,. n.° 6, apart 19, para reito tinham a reclamar ao judiciário.
uso de um filho do primeiro suplicante, com fundamento no art 15, Nem o réu, quando deixou de atender h notificação prévia, feriu
XII, da lei n.° 1300, qualquer direito dos autores, porque então inexistente.
Na contestação, o réu, depois de longas considerações, concluiu Verdade é que êste Egrégio Tribunal ja, decidiu, ern acórdão da
por pedir fossem os autores julgados carecedores da ação, ou esta jul- lavra do eminente des. Benicia de Paiva ("Minas Forense", vol. XI,
gada improcedente, por não existir relação ex -boato entre as partes pág. 20), referindo se especificamente ao art. 15, VIII, da lei do inqui-
e por ser o pedido insicero linato, que o termo proprietário "não deve ser entendido no sentido
O Juiz julgou saneado, o processo. Dêsse despacho, agravou no restrito de senhor (domino's), mas ern sentido mais amplo, abrangendo
auto do processo o lotatário, sob alegação de que não foi apreciada, também o titular do direito real corn a faculdade de dispôr da coisa".
no referido despacho, a legitimidade dos autores para a cause, de vez Êsse entendimento, entretanto, ée data.venia, insustentável, por-
que não provaram o seu jus in re.
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JURISPRUDËNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
que, em face da própria discriminação dos casos de despejo contida
nos diversos incisos, do art. 15, conduziria ao absurdo. ACÓRDÃO
Com efeito, se o Promitente comprador, — a que se refere a lei
1.300, se equipara ao proprietário, pare os efeitos de retomada ou de- Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de petição
molição, a lei teria negado no inciso IX aquilo que admitiu no inciso n.° 6.973, da comarca de Belo Horizonte, em que é agravante Ricardo
II. Vale dizer: Neste inciso, permite a retemadá pelo proprietdrio Augusto Pinto de Lucena e agravada Viação Santa Tereza Ltda., acor-
sem a restrição "de não possuir ()Oro prédio", e, naquele, só a con- dam.os Adzes da Quinta, Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Esta-
sente desde que não possua outro prédio. do, por unanimidade, adotando como parte integrante déste o relatório
Não resta a menor dúvida que o promitente comprador, imiti- de fls., ern dar provimento ao recurso, a fim de que, cassando o des-
do na posse do imóvel o titular de uma escritura irretratável, trankri- pacho ageavado;processe o M. M. Juiz a ação ajuizada corno de direito.
ta no registro de fine:era's, é quase um proprietário, mas seja lá como
fôr, a lei fez a distinção entre utp., outro, e de maneira expressa, cla- 0 'ingress° do autor em juizo se deli porque, conforme consta
ra e inequivoca, configurada em incisos diferentes, que o intérprete ii dos autos, a sua progenitora, meeira no espcilio de seu marido, vendeu
não pode, por isso mesmo, desfigur3.r bens desse espolio sem proceder, antes, ao respectivo inventário, em
Todavia, não é de ser acolhida a sentenga na parte em que con- que se apurariam os quinhões da viuva e do único herdeiro
done os apelantes em honorários de advogado e ao décuplo das custas, Não tendo havido a inventário, não se pode saber ainda se êsses
porque não se node dizer que agiram , na demanda, com dolo ou culpa, bens alienados se comportariain na meação da viuva; nem, nesta
maximé tendo-se em conta que este Tribunal, conforme já foi dito, deu altura, antes de solucionada a pendência que se inaugurou com a pre-
It lei, em espécie análoga, a mesma inteligência que lhe emprestaram sente ação, se pode proceder a uma verificação sôbre o alcance e os
os apelantes. Custas na forma da lei. efeitos do contrato de compra e venda relativamente ao patrimônio do
Belo Horizonte, 4 de agósto de 1960. --- Cunha Peixoto, presiden- autor, 'ora agravante.
te e revisor. — Lamm Fontoura, relator. -- Paula Andrade, vogal. O certo que, enquanto permanecerem no patrimônio da . firma.
ré, por fôrça daquele contrato, devidamente transcrito no registro. dé
.-* imóveis, os bens em aprêço não poderão ser trazidos ã carregação
no processo administrativo de inventário. Mesmo porque, se o her-
deiro prejudicado, uma vez instaurado o processo de inventário, re-
ESPOLIO VENDA DE BENS — INVENTÁRIO NÃO REQUERIDO" querer a inclusão nesse feito dos ditos bens, o juiz, em face de possí-
AÇÃO DE ANULAÇÃO DIREITO DO HERDEIRO vel impugnação dó inventariante, poderá remeter as partes para as
vias ordinárias.
— Tem o herdeiro le“timo , interésse para ajuizar ação
,
Nestas condições, o carninlio certo é o que tomou o autor e, na
visando anular escritura pfiblina de venda de imóvel do espólio ação-que intentou, se constatará o seu direito, verificando-se, dessa ma-
Vhiva meeira, sem proccier, antes, ao respectivo inventário. "
neira, se procede a sua suplica.
— Não tendo havido Imatário, nem partilha, não se pode O que a lei exige, par a propositura da 'ação, 6,6 legítimo inte-
saber se os bens allenaetns pea viera se comportariam, ou nit), rêsse de agir, pouco importando, como assinala CarValho Santos (C.
]:.1 sum meação ou no quinhão do herdeiro, C.B.I., pág. 36), "que a pessoa que intenta 'ação e Mega ter determi-
nado direito na realidade não o tenha, fato que posteriorrnente, na
AGRAVO DE PETIÇÃO N.° 6.973 — Relator: Des LAURO sentenga, será apreciado e decidido".
FONTOURA. Não resta a menor dúvida que a venda dos aludidos bens, por
si só, prejudica o agravante, de vez que retirou do espólio bens que
RELATÓRIO devem ser partilhados.
Ricardo Augusto Pinto de Lucena .'ropôs contra a Viação Santa Basta isso para clernonstrar o seu legitimo interêsSe no caso.
Tereza Ltda. a presente ação ordinária pare anular a escritura pública A propósito, escreve Plácido e Silva ("Com. ao C.C.P.", I, pág.
nor meio da qual a sua progenitora, d Mercês Alves Pinto de Lucena, 26): "... embora não haja um imediato proveito econômico, não se
vendeu parte dos bens pertencentes ao espólio de seu marido e pai veda ao autor o uso do direito que lhe é assegurado para prevenir
do agravante, sem proceder, antes, ao respectivo inventário, alegando qualquer possível lesão que possa ser provocada contra seus direitos".
o autor que essa venda non domino prejudica os seus direitos heredi-
,
Como doutrina Aureliano de Gusmão ("Proc. C. e Comercial",
tdrios. 2.' ed., vol. I, pág. 298). "nas hipóteses em que se podem dar o se-
Citada, a referida sociedade entrou corn a contestação de fls., questro, o arresto, a nunciação de obra nova e os exames e depoimen-
que foi irnpugnacla, pelo autor. tos ad perpetuam a situação ou a iminência do perigo que ameaça
0 MM. Juiz julgou não saneado o processo, "por falta de prova direito, é já por si, uma condição ou estado anormal do mesmo direito
de interesse econômico ern demander, antes de feita a partilha do es- e‘constitui legítimo interesse de agir, que justifica, perfeitamente, a ne-
polio do progenitor do autor, para que sé possa Or se a venda feita cessidade de intervenção da autoridade judiciária, em socôrro do di-
pela viuva afetou a legítima do autor". , reito periclitante". Custas na forma da lei.
Desse despacho, agravou o autor. E o recurso, devidamente pro-
cessado subiu à instância superior, onde foi tempestivamente prepa Belo Horizonte, 18 de aesto de 1960. — Cunha Peixoto, presiden-
redo. Em mesa. te e revisor. — Lauro Fontoura, relator. — Paula Andrade, vogal.
Belo Horizonte, 18 de de agôsto de 1960. — Lauro Fontoura.
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JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
sigão da lei que criou no Estado , o Serviço de , Assistência Judiciária
ALIMENTOS INICIO DA 0131IIGAÇAO — PRESTAÇÕES PRET. (dec.-lei n.° 2.481, de 23 de setembro de 1947, art. 9).
RITAS — PAGAMENTO — PARCELAMENTO MENSAL Recomendam os Juizes integrantes da Câmara que as presta-
ções pretéritas, a partir da citação, ,sejam pagas em prestações mensais
sio devidas a par.
-- As prestações da obrigação alimentar , de quinhentos cruzeiros, atendendo a que houve grande demora no
tir do ajuizamento da ação, cam a citação inicial. processamento da causa e ser o' apelante do paacos recursos, dispen-
, Recomenda-se o pagamento das, prestações pretéritas em do, apenas, de seus vencina‹,-artos. Quanto 'aos honordrios aclvocaticlos,
parceT,a mensais,
, ; quando hoúvc grande deruora no processamen- peloS mesmos motivos, devem ser solvidos a razao de duzentos cru-
to da - o dc lhoentos e são parcos os recursos de quem as zeires mensais.
Belo Horizonte, 9 de agásto de 1960. ,Aprigio Ribeiro, presiden-
deve.
Des. HELVÉCIO te, com voto. — Helvecio Rosenburg, relator. --- Edésio Fernandes.
APELACK0 CIVIL N.° 17,738 — Relator:
ROSENBURd.
RELATÓRIO '
INVENTARIO..- BENI ISIVEL AMU! ,,AÇÃO P DIDOS
Ação de alimentos ajuizada poi da. Ample, RodrigiíeS dos San- DISCORDANTES DOS gEnoEntos LICITAÇÃO
tos contra sen nnrido To Erneato dos :SantoS, que foi contestade. A
sentenga queOluig-au procede,nte pedido mie ai Condenou o réu Face a indivisioilidade no iliac() belii invernarlakto e da
paganoento no tuna p( nsflo,: fixada ein Cr$ 2.600,00L a partir do ajuizaH discOrdincia dos Pedidos ale adjudicação. dos inerdeiros, dove o
Mento da nedo, e honor -dries advo6t•tiefos, ne valor, digo, pa base de;:a Juiz Ordenar a licitação entre os lateraSSades e ¡a:Rani-to no.qui-
15. 0/0., sôbre o valor da Peusa.
Ape140o: tempestiva do.réu, visando: a) abaci de quem oferecer maior lanço,
redução do qtantum tinido; alteração da vigência :da obrigação ion-
posta: não do ajoiSamento mas, sentença; c) exchisão de honorá- AGRAVO. DE INSTRUMENTO N.° 7.462 -- Relator: Des.
rios, por ser e advogaae da autora assistente judiciário, pago Peio Es- HELVECIO ROSENBURG.
: Edésio
tado. Recurso regular, A reviaao do 0:tin°. desembargador
Fernandes. , • - RELATÓRIO
Belo Horizonte, 23 de junho de 1060: -a- Helvécio Roseifinirg.: ,
No inventário dos bens deixados p Trajano Augusto de Ai-
ACÓRDÃO.• meida Costa, que se proceasa na comarca de iapuso Alto, os .herdeiros
discordantes pediram fossem os bens levados a praga, pela Sua indivi-
Vistos, relatados e discutidos êsteS - autos de apelação'., civil, n.° Sibilidade e pela discordancia existent° encre a i:,ordeiroS e protesta-,,
cuanara: de: Conaalheiro La•faiete, apelante José Ernesto dos ram por adjudicação. O inventariante e outros heideiroS requereram
SantOS Anaália Oodrigu.05 acorda, por votação a acljadicaçao; iacis termos do artigo 503, do C. o. Civil. 0 ar. Juiz,
o i,m° 1 a. 0inara Civil. do• Tribunal .de Justiça do Estado vista' cia, cuvergélicia,: : Ordenou a ucitaqao, com o quo não se dOnfor-
1,01a65ri6..de da 88„ ern negar . provimen- maram os agravantes: Dai o agravo eloin fundamento no .artigo 842, in-
id. aapelaçãe,..Para 'onfirmar: , a les s to réeorrida...• . Onstaaa pelo. ape-• • ci;.,o XI, do Co P. p.; regularmente processade.:IL:111
Belo. Horizonte, 12:Aie, agoStO de 1960. kielvécio Rosen burg.
A pensão fixada pela seriterigaaern C11'2.5004)0, quando o apelante
, seuS.
recebe .Cr$ 8.000,00, não absurda., pone° merioS de urn t:drço de ACORDA0
vencimentos. • .
.A sentença, mandou pagaros alimentos, a - -.partir dapropositura ...• Vistes, relatados disctitidoS estes autos de agravo de instru-
de instau-.
da agao. A obrigação alimentar 'dea.mc.:. ter sea. inicio "depois iiientp n.° 7.482, da comarca de Pouso Alto, EigrEViaii6esOr1aric:10,Ribei-
rada •*.ita.‘.;tância; iste 6, depois L. 11 0/3d a ação, Perque no háporque. ot.k?O rõ e outros e agravados Luis Carlos de Almeida Costa,,e. outros:;
tio Lerrno referencia:- Apiloa-sc.>" on 'pra.eteritum, " Processa-Se na comarca de douse Alto o bens den'
no dizer de .3.410,lera significa que a prestação alimentar, dado ocum- finv xadOs por falecimento do dr. Tra,jano Augusta de Almeida. Os herdei-
o.evo ser cairriprida st"taita e •,empeativarriente, não ros;divididos em dois grupos; o dos agravantes, representando urn terço
prida' tempo' falta o fim, . a pessoa a¡ue • tinha o direito de - pedir da herança e o segundo, teúdo b, frente o inventarlante, com represen-
os reclamou, não deixenapor isso de viyer•e não se -tor- tação de dois terços, requereram a adjudicação do único bem inventa-
ha : pp.'s necessário sustenta-ia pelo --tempo . que ja,'.decorreu; Mas sim riadb, consistente em uma casa, sita ii rua Getfilio Vargas, na cidade
para futuro -("Instituieõe.s" ; vol. II, pág. .61; . n.a 47). 0.. débito -eitin-- • de São Lourenço, onde está instalado o Hotel Gina. Reconheceram que
gUe-se-'quanto ao passado: e-res.urge no futuro. São: devidos,'poisa .,ao o imóvel é indivisível, nab. admitindo divisão cómoda. Por outro lado,
alimentos :futures,. f"aqueles que, dia Pereira 'e Sousa, 'são pedidos: por •
Na • em condomínio não poderá fleas; conhecida dos autos a completa in-
ação e vencidos desde o dia da citação, que é princípio Cà• Compatibilidade existente entre êles. Assino, julgado o cálculo, e ha- -
apelação n." 16469, da comarca de Pará de .•--MinaaO essa Terceira'. vendo os dois grupos de herdeiros colidentes, requerido a adjudicação
Mara. précisou -que.- as prestações alimentícias são devidas a partir• dos bens, era de se aplicar à espécie; coma o fez a" decisão, o disposto
ajuilanaento c/a •agão, com a citação. no parágrafo único do artigo 503, do Código de PrOCesso Civil, verbis:
,Quarito
. . .aos honoratios: de advogado, condenação
— —
J'f.TRISPAUDÊNCIA MINERA JURISpRUDÉNCIA MINEIRA
"Requerida a adjudicação por dois ou mais interessados; sem que seja
possível acôrdo entre êles, o juiz marcará dia 6 mandara, citar os in- de compra e venda contra Sebastião Jose Couret de Carvalho, alegan-
•
do que prometeu vender ao suplicado o imóvel localizado ã Rua Curi-
teressados para proceder-se rã licitação entre o cônjuge sobrevivente tiba, 559, nesta Capital, pelo preço de Cr$ 1.200.000,1)0, a ser pago na
e os co-herdeiros, incluindo-se: os bens no quinhão de quern oferecer forma prevista Pa : eidusixia do contrato. 0 réu pagou 5 0) prestações,
maior lanço". : mas, ficou com três ein atraso; vencidas em 28-12-58, 28-1-59 e 28-2-59;
Assim já decidiu este Tribunal no agravo n.° 3.656 da comarca.
de Monte Santo, quando o eminente desembargador J. Beniaio inter, segundo clausula contratual: opera-se a &tie rescisão de pleno direito, no
pretou, com muita precisão, o disposto no artigo 503, do Código de caso de deixar o promitenté comprador" de pagar três prestações,conse-
Processo Civil: "É verdade, que na hipótese prevista no artigo 503, do cutivas, independente de aviso, notificação ou interpelação, retornando
Código de Processo Civil, que é, na prática ; aplicação do artigo 1-.777; o imóvel posse da vendedora, com perda do sinal dado e condenação
no pagamento da quantia mensal de Cr$ 12.000,00, a título de aluguel
do Código Civil, a adjudicação é direito que o cônjuge sobrevivente Ou da cape. Foi a ação coieesiada: que não estavam os RR. devendo três
os hardeiros exercem livremente, . sem dependência de anuência ou prestações sucessivas, pee; que o contrato tolera o retardo dás mes-
consentimento dos interessados. A providência visa a afastar a eenda mas, apenas ficando os juros,eIevados nos termos do bpntrato, em caso
judicial do imóvel, a que podem concorrer estranhos lt sucessiW abrin- de mora; que o pequeno ateaso no pagamento das prestações não pode
do-se a possibilidade d ir o imóvel indivisível, ou insusceptível de. b6a lever ao resultado pretendido pela A.; já anteriormente a suplicante
partilha, parar Asnnãos outras, fora do circillo da fárnília. Sobrevindo, vinha recebendo de Lima so vez,:ate 'quatro prestações vencidas, por-
porem, dois ou mais pedidos divergentes de adjudicação, a solução que os pagamentos ae faziam num clima de confiança reciproca, por-
a licitação entre os. interessados, nos termos do parágrafo ; único do que a A. nunca se opôs aos reiterados e habituais atrasos nos pagamen-
citado artigo 503. No' caso, há dois pedidos. de adjudicaçáo discordes tos; a exigência da 51e prestação se fez no dia exato de seu vencie
e, pois, a decisão 'agravada, ordenando a licitação, é juridicainente ina- mento, não se podendo acusar os conteStantes de infratores do con-
tacável... A licitação sôbre ser á medida legal no casa), seria. ate', con- trato, em face da tolerancia e concessões achnitidas pela autora; a pro;
vinhá.vel, porque ern virtude dela o imóvel, que não sairia de patrirMi- mossa de venda natuieza comercial, já que A.e sociedade co-
nio da família, se converteria em dinheiro, do qual, o espólio precise Mercial, nascendo dai necessidade de irlterpelaçao para que o deve-
para a solução do passivo reconhecido, partilhando-se, depois,'o liqui- dor seja, constituído ern mere; que a ação prende-se à espetacular va-
do apurado entre os interessados" ("Jurisprudência Mineira", vol. lorização.
pág. 14).
Por tais fundamentos, acorda, por votação, unânime, a Terceira: --- Na reconvengão pedém os RR: condenação da autora em ho- fl
Camara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, em com base nos artigoS 3.° e 63. do CPC. Depois de impugnadas-
negar provimento ao recurso, para confirmar a decisão agravada. a contestação e a reconvenção, foi apensada a ação de consignação em
Custas pelos agravantes. pagamento, que o réu Sebastião Jose Couret. de Carvalho ajuizou con- .
Belo Horizonte, 16 de agõsto de 1960. — Aprígio Ribeiro, presi- tra Construtora Predial Ltda., relativamente aa Ares presta ções em
dente, dom voto. — Helvécio. Rosenburg, relator. -7- Edésio questão, e coin depósito mensal das subsequentes.:
, Fernandes. , Sarieador, sela. reciarso. Laudo pericial ha; llSs 96-97. Após a
instrução da cause, o dr. Juiz :de Direito proferiueS. Sentença de DS.
159-164, pela qual julgou a autora careccciora da ação, improcedente a
reconveneão e procedente a consignação. .
PROMESSA DE COMPRA E VENDA — PRESTAÇOES ATRASO DE — Apelou o réu, Pretendendo se incida na sentença a condenação
kAGitiVIENTO CONSENTIMENTO DO CREDOR — HABITUALIDA. dos honorários advocatícios als. 167-169);
DE E BOA. FÉ RESCISÃO CONTRATUA1, INADiVIISSIBILIDi4DE Também, apelou a Autore, pedindo a reforma da sentença: (Lis. .
— 48 — 49. —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
IIMISPRUDÈNCLA iviiNgatA
e apreciá- Remessa e preparo com regularidade. Ao exmo. sr . Desembar-
autos. A sentença resolveu o litigio com cuidadoso exame gador revisor.
E, por estranho que pareça, quem recorreu da mesma foi Belo Horizonte, 2 de Junho de 1960, ---- Edési0 Fernandes,
vel acerto. e certo. No que
o autor, vitorioso na querela, naquilo que era justo
exorbitou, claramente teria de decair, corno aconteceu. Além dos0/0, ju-a ACÓRDÃO
foram dados ainda 1
ros de 12% ao ano, o exequente exigiu e lhe
titulo de juries moratórios, e 10% de multa sobre o'valor da promissá-
na lei de usura é que Vistos, relatados e discutidos.êstes autos de apelação n.° 17 714,
ria cobrada. O que tem interpretado e este, e honõrários da Comarca de buro preto, em que são apelantes Larnartine Marotta
se exige para satisfazer despesa,s judiciais
aquela multa que o credor exequente teve de realizar para tratár dos sua mulher, e apelados Júlio Jose- Armando Fuertes Arias e sua mu-
advecaticios, de honoiários simul- lher, acordam os Juizes da Terceira Camara Civil do Tribunal de Jus-
seus direitos judicialmente. Fora dai, a cobrançailícito, , agravado corn tiça do Estado de Minas Gerais, integrando neste o relatório‘ de fls.
taneamente com a multa e um enriquecimento .
a que o direito e a
o recebimento de juros onzenários, OSSa
moral não po- 48, por unanimidade de votos, em negar provimento h apolaçao a fim
exigência, era justo que o exe;.' (le manter per seus proprios fundamentos a decisão recerrida. Custas
dem dar cobertura. E malogrando a que deu causa. - polo vencido.
quente fosse condenado nas custas eon proporção,
recurso, corn a condenação do apeiante nas custas da
Desprovejo o A inovação que se diz ter havido por parte dos réus é de terem
apelação". eles penetrado na pedreira, cuja posse é objeto do litígio, deli reti-
O Senhor Desembargador Faria Alvin': De acerdO. rando urn caminhão de pedras, Corn pujo procedimento teriam lesado
O Senhor Desembargador Presidente: Negaram provimento it o direitõ dos autores. ,
apelação. exato que a possessórias visando a reintegração do Imóvel jd
tinha sido ajuizada: a reintegração initio litis foi deferida em 15
de Outubro de 1959, e o ateritado.segundo se declara teria ocorrido no
diá imediato., Acontece, porém, que os RR sbmente foram citados pa-
E ItEINTE- ra a ação no dia 22 de Outubro daquele ano (fls. 21v.), dai concluir se
ATENTADO — AÇÃO POSSESSO RIA AJUIZAMENTO que foi acertada decisão que negou acolhida aos artigos de atenta-
GRAÇÃO LIMINAR -- ATO ANTERIOR A CITAÇÃO INICIAL
NÃO CONFIGURAÇÃO , ' do. Não se discute que a sentença limiriar de, posse, estabelece o statu
quo que não pode ser alterado ate finnl.. pena de atentado. Mas, des-
Não se configura atentado no ato questionado queem- te- cabe a configuração dêste, quando o ato questionado praticado antes
nha sido praticado pela parte antes da sua citação inicial,i rein-
da citação para a ação. Um dos requisitos essenciais que a, lei condi-
clone para a caracterização do atentado, e a existência cia lide pendew
bora já tenha side ajuizado a ação possessiiria e deferida te, sendo mister que a instancia esteja instaurada, donde afirmar a ju-
tegração initio litis. risprudência: "que ern ação de reintegração de posse, em que ape-
APELAÇÃO CIVIL N.° 17.714 -- Relator: Des EDVSIO . nas tenharn sido expedido o mandado liminar, sem citação do réu, não
ocorre o atenta do": f`Rev. Forense", (vol. 105-321).
FERNANDES. Na espécie,, quando ocorreu o ato consistente na retirada pelo
AÉLATORIO re`u de urn carninhão carregado de pedras, ainda não havia litispen-
dência, porque dispõe a lei civil processual, que a instância começará
pela citação inicial vrilida, (art 166, item do C.P.C.). Ademais
No curso de uma ação de reintegração de posse, que contrana Comarca
de Ouro Preto, movem Lamartine Marotta e sua muiner Júlio
oferecidos os pre-
se se apurar que houve lesão ao direito doa autores, poderá a sentença
final mandar ressarcir os prejuízos porventura existentes, compreen-
:Jose Armando .Vuertes Arias e stia. mulner — foram dendo-os em perd.as e danos.
sentes artigos de atentado por parte dos Autores (as, 2 dos autos em
aperiso), com a alegagdo de qu& foram lesados Oi inovação contra di- Belo ,Horizonte, 16 de agesto de 1960. — Aprigio Ribeiro, presi-
antes qiie a cau- dente e revisor. -- Edésio Fernandes, relator. — Helvecto Rosenburg.
reito, já que os ER. apús a reintegração initio iitis, 'e
sa fosse julgada, continuaram a agir dentro do imóvel cuja posse lhes ,
o mandado, reti-
foi garantida, havendo 24 horas aepois de expedido
rado dali um caminhão com pedras, no valor de Cr$ 7.500,00, de modo
violento e clandestino. DESPEJO — RETOMADA PARA USO PRÓPRIO — INSINCERIDADE
Constestação dos réus: a) nenhuma inovação fizeram no objeto DO PEDIDO"— IMPROCEDÊNCIA.
ato questionado ocorreu um dia antes da .reintegração
da ação, pois o Se o locador anteriormente retomou imóvel a um de
dosi AA. na posse da pedreira; b) os atosos anteriores it reintegração, se
vencidos na ação; c) des- seus inquilinos, mediante notificação judicial, e ao invés de usá-lo
resolverão por perdas e danos ,contra
cabem os artigos de atentádo. na forma pedida realugou-o a terceiro por preço mais elevado,
dr. Juiz de Direito proferiu evidente a insinceridade do seu pedido para uso próprio nova-
Depois da instrução (f is. 26/27), o mente formulado .contra outro locatário.
a decisão- de flsi 29, julgando improcedente o atentado.
de ter pedido reconsideração da de-
— Apelou o vencido, depois APELAÇÃO CIVIL N.° 17.639 — Relator: Des. LAURO
cisão recorrida, produzindo as razões de fls. 34-36 . contra-razões as FONTOURA.
Lis. 38-39.
-- 50 —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
A retomada para uso próprio uma decorrência natural do di-
RELATÓRIO reito de propriedade. Por isso mesmo, tem o proprietário a Seu favor
a presunção de sinceridade. Essa presunção, porém, á juris tantum
Antônio Jose Buffe Propôs contra Benigna Viana a presente ação e não juris et de jure, nada impedindo que a parte interessada, no cor-
de despêjo, com fundamento no art. 15 inciso IX, da lei 1300, visando rer da eção; provefl a insinceridade do pedido. -
• a retomada do imóvel situado, nesta Capital, e, rua S. Gotard.o, 37. Nesse sentido tem se manifestado, a Supreme Cierte, por meio
Instruiu a inicial com a notificação prévia a que se refere o art. de diversos, arestos, a que se refere a sentença recorrida.
15, § 2.0 , da mesma lei e com uma escritura de compromisso de compra Mas no caso em tela a insinceridade do pedido emerge dos autos
e venda de vários imóveis situados nesta Capital, entre os quais figure e se manifesta de maneira convincente.
o prédio situado à rua S. Gotardo, n.° 29. Não poderia, com efeito, o julgador penetrar na intenção do lo-
Êsse-prédio, segundo alega o autor, 6 o mesmo a que faz menção cador para dela extrair o seu veredito, não fôra a prove colhida no
inicial de despejo, sendo que a numeração antiga foi alterada pelo processo, através da qual se constata que outro propósito não alimen-
serviço de emplacement° da Prefeitura • Municipal. ta o autor senão despejar o locatário para, corn semelhante expediente,
Devidamente citada, a ré contestou a ação, pedindo, preliminar- sobrepôr-se es limitações impostas pela lei do inquilinato, por impe-
mente, absolvição de instância, sob a alegação de que o autor não pro- rativo de ordem pública.
vou a sua qualidade de promitente comprador, articulando, no mérito, Está nos autos, através de documentos e testemunhos, que o au-
a insinceridade do pedido. tor, anteriormente, promovera a notificação prévia para forger a lo-
0 autor impugnou a contestação. catária de outro prédio que adquirira pelo mesmo ,,instrumento de
O juiz julgou saneado o processo e desse despacho agravou no fls. 7 a desocupeelo, alegando que precisava dêle pain uso próprio.
auto do processo a ré, a fim de que êste Tribunal aprecie o seu pedido Desocupado o prédio, o autor dele não se utilizou para sua resi-
de absolvição de instancia e o de perícia, que foi indeferido pelo Juiz. dência, realugando-o depois, conforme declara em seu depoimento pes-
Realizou-se audiência de instrução e julgamento, observadas as '
do imóvel e a promessa de venda seja irrevogável e se ache inscrita cadere ia ouenescriçeo quanto a um dêles, deve o feito prosse-
no Registro de Imóveis (art. 15, IX). guir ate final sentença sabre o mérito do outro fundamento do
Em tal situação, o promitente comprador é um quase proprietá - pedido.
rio. Condiciona, porém, o art. citado o exercicio dêsse direito h cir-
cunstância de não possuir o promitente comprador outro imóvel de APELAÇÃO CIVIL NO 15.884 c- Relator: Des. M.ARCIO
sua propriedade. RIBEIRO.
Admite, entretanto, a jurisprudência — escrevem Luiz A. de An-
drade e J. J. Marques Filho ("Locação Predial Urbana", II, pág. 501), RELATÓRIO
que a retomada tenha lugar sempre que o retomante, embora possui-
dor ou proprietário de outro imóvel, comprove em juízo a necessidade Argerniro Anjo Custódio ajuizou contra sua mulher, Efigênia Ma-
do pedido. ria de Jesus, uma apao ordinária de nulidade dó casamento, baseado
No caso dos autos, o promitente comprador possui outros imó- no artigo 219, n.° I, do Cód. Civil, alegando que ela, durante o noivado,
veis, mas, todos pelo mesmo título de compromisso de compra e ven- no decorrer do qual, ands, pouca convivência mantiveram, ocultou seu
da (doc. de us. 7) e adquiridos a um s6 tempo'. desvirginamento e gravidez, induzindo, assim, o autor em erro essen-
Nestas condições, não se lhe pode exigir que prove, a epriorie es- cial quanto à sua pessoa.
sa necessidade. Após a instrução da cause, o Juiz proferiu a sentença
de fls.
— 52 53 —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JTjRISPRUDÊNCIA MINEIRA
autor carecedor da ação, dada a sua prescrição ou curso do prazo de dez dias, contados do casamento (§ I.°, do artigo
59v./60, julgando o 178, do Código Civil) mandar que o Juiz outra profira, quanto ao me .-
decadência. e êsse recurso, tempestivo e regu- .
O vencido agravou (fi s. 63) apelação, em virtude da deci- que na espécie, o pedido de anulação do casamento, funcla-se ,
larrnente processado, foi convertido em
81. e no inciso I, do artigo 219, do Código Civil, cujo prazo extintivo é de
são deAfls.
Procuradoria Geral havia se manifestado pelo conhechnentO dois anos. O artigo 219 prevêem sous quatro números, casos diferen-
do, agravo (fls 79/80). A revisão do Earn°. Des. Gonçal- tes, de anulação de casamen to'. 0 incio I, cogita do erro essencial sê
provimento br e a pessoa do outro cônjuge no que tange h sua honra e boa fama,
,
-
ves daBelo
Silva.'
Horizonte, 13 de março de 1959. -- IViáreio Ribeiro. sendo êsse 'erro tal, que o seu conhecimento ulterior torne insuportá-
vel a vida em comum ao cem,fuge enganado.
RELATÓRIO Já o número IV do mesmo artigo 219, trata do defloramento da
mulher, ignorado. pelo marido.
de fls. 82v. acrescento que, por sugpstão do exrno. Não resta dúvida que qualquer dos dois motivos, pode provocar
AO relatório Dr. J.
Des. Gonçalves da Silva, revisor, nomeei curador ao vinculo o a anulagão.
•
Caridade e Serviço Social, Apelante, e Prefeitura Municipal de Mato- Os trabalhos divisórios são necessários complertientos do ato desapro-
priat6rio que se realizou imperfeitamente. O povoado do "Pião cons-
sinhos, apelada. titui hoje um quinhão dentro das terras da autora, mas não há fixa-
Em sessão da. Quarta Camara Civil do Tribunal de Justiça,, ado,
tando o relatório de fls. como parte integrante (testa, por • unaniniidaa ção exata da sua area. Cêrcas de fundos de quintais de posseiros, sem '
de de votos, acordam ern conhecer da apelação e dar-lhé provinientoe qualquer especificação dêles e segurança de quo em' tôda a linha divi-
.ja séria existam tais tapumes, não podem constituir rumos, marcos e li-
reformando a dedisão e ordenando que se prossiga: na actio cormriun nhas certas de separação. Nem mesmo ha precisão de que tais cercas
dividundum. Cs ias da causa O do recurse pela apelada possam dar, por sua continuidade, a linha do contórno de uma exata
0 recuratt foi interpêstQ contra decisão proferida ao ensejo de
despacho saneador, que coosiderou não provadas a persorialidade jurí- area de cinco hectares. Ora, só no caso em que houvesse prova sufi-
dica da autora e a qualidade do seu repreSentante pbstulador do pe- ciente de uma exata iridividualização do imóvel com as citadas cêrcas
dido, bem como julgou inexistente o condonlinio. Corn° se vê, ao lado e qua - não poderia vingar q pretensão cia autora, ora apelante.
da ilegitiMidade ad causam o provimento judicial entrou a apreciar Belo Horizonte, 11 de junho de 1969. -- Joao Martins presidente
mérito, ao concluir quo Zalhay a causa Petendi, porque a area hoje en- e relator. — Onofre Mendes. -- Melo Junior.
corporada ao patilmtinio do nionicipio não astá, em comum com os ter-
renos do orfanato mantida pela Associação Salvaciónista. Assim, em-
bora a decisão encerre consideração de que a autora não tem direito
ao exercício da ação intentada, e haja sido proferida no despacho sa-
neador, 6 desafiadora de apelação. No refereMe á legitimação Para a
• causa, as docurnentoS , trA4tclos pela autora ,são:stificientes Para a pro- MANDADO DE SEGURANÇA .ANC.k ,AMENT( REGISTRO
poSitura da demanda. Na6, foi posta em ealvida a, existência da Asso- DENEGAÇAO.••
ciação Salvacionista e do Orfanato "Ivania de Sousa" peia
re, ora apelada. Nem poderia fazê-lo. Basta ver-se que a desapro- -- Denega-se mandado de segurança requerido por quem,
priação efetuada pela Prefeitura de Matosinhos da ,conta desta existên- terceiro estranlio à ação de reinvindicaçao, prettade cancelamen-
cia, não só através da lei municipal que " tratou da deCearação de: titili- to de registro público tie propriedade imóvel que não foi objeto
dade pública, conic) por Meta de, ciesaproptia0p corn qae se imitiu na de pedido do autor.
posse dos terrenos. E, quania3 a repre, ,sentagão, :Os docanientoS de ils.
'.11 a demonstram quo major Atitonia"Laiz" de Aratijo o adminis- MANDADO DE SEGURANÇA N.° 732 — Relator: Des. FOR-
trader do orfanato, com poderes de cuidar dos interesses da instituição JAZ DE LACERDA.
cai juízo. Rasta o exame da exigência da comunhão qua; tem sido causa
de aborrecimentos para a autora, à vista, do procediMento de pes;oas
beneficiadas paia prefeitura de Matosinhos.
Nao poda ser acolinda a opinião do ilustre dr curador que emia
tin parecer nesta segunda instancia. O objeto da demanda nãa 6 de Na Comarca de Pouso Alto promoveram o Dr. Antônio Lourenço
aviventar rumos ou de tragar linhas divisórias antra as terras da au- Bittencourt e sua mulher unia ação reirivindicatória curranada corn a
tora _e as da Prefeitura. A uncial é que traça a natureza da causa, com de nulidade referente 4 transcriçao de registro dos títulos de proprie-
o sen pedido, Pouco importa que, em mew da demanda, já fixada dade contra a Empresa do Aguas de S. Lourenço, obtendo ganho de
txaitestação, tenha a autora insinuado outr0 objeto O pedido é "de : causa. Em vista da decisao que lhes foi favorável,' loquerern 'os. -Utite-
uma "açao separatista de "quinitões' a scram atribuidos aos : : res o dancelanzerito do regi6ZTo dos tituios da Escritura' Final Cons-
legitunoa donos Néle tam lid descrigao de linha para dernarcação, tituição da Sociedade Anonitaa Emprêsa de Aguas de S. Lourenço, o
,
Conforme exige o art," 417 ri." II, quando se, trata de exclusivo pedido que foi deferido. Intrometendo-se no ¡alto, ajuizou Júlio Fernandes
dernarcatorio. Salienta-se, ainda, que na apelação a autora vem a esta Caudal, Sobrithe um pedido, referente, igualmente, ao cancelamento
segiinda instância, confirmando sua pretenaao (fls. 89). do registro das transcrições levadas a efeito com reiação à venda feita
pala citada- Empresa ao Dr. Renato Mesquita 'dos santos, uma vez
Ao primeiro exame,: causa espécie que se queira- promover chyle que se sentira prejudicado,: porque se tornara cessionazio de Va,tiOs lo-
são de imóveis para separação de um quinhão resultante de ato desa- tes que adquiriu do ljeSexnua,c6aUoi i'ereira de ¡Quel-
propriatório. Sabido é que a lei, ao declarar de utilidade pública o- roz. O Magistrado indelerin o pecurio, na,o admitindu o supneante no
imóvel, logo o individualisa, fixando a area ë descrevendo sua situa- corpo cia agao, por náo julgg-lo parte no processo. Lae tai despacno ,
ção topográfica. No caso em apreço, para garantir a estabilidade 0.6 nasceu o presente recurso de Segurança que foi processacto com oo‘
um núcleo populacional, a Camara de Matosinhos declaroii de utili- serVanCia das determinações legais, tendo e lvi. in. juiz prestado infor-
dada pública Ulna area de pin hectares, que é cortada pela rodovia: imagoes a fls..2i dos. autos, acompannaciaa dos documentos : de 'f is 32
Belo Horizonte-- Sete Lagoas, onde está localizadaiaapoVoação a 34. Houve prepare dos autos nesta Instancia, tendo fatad.o a res-
minada "Pião": Mas'esta lei so-menciona a confrontação da area e de- peito o Ministerio Ptiblico opinando polo conhecimento ao recurso, mas,
clara que ela termina oxide ficam as cercas dos quintais dos posseiros. pelo seu indeferimento, no parecer emitido - a fis. 36. Relatados, a jul-
MO se levantou planta geodésica. A imissão na posse- tetras ,desa- gamento, extraindo-se antes, para os devidos fins, as copias das pegas
propriadas foi feita sem levantamento de trabalhos too gráficos. Nes- essenciais, para publicação no Mario da Justiça, para conhecimento
ta situação permanece a ericorporaçã,o da Area desapropriada aos do- dos':Exmos. Desembargadores que irão tomar parte no julgamento.
mínios da Prefeitura de Matosinhos. tí o que se vê dos documentos
juntos à inicial-. Assim, a; fundamento legal para o pedido da autora: Belo Horizonte, 24 de Maio de 196 0 . — Forjaz de Lacerda, relater.
— 60 ---- —
RISPRUDN'CIA lVfINE JURISPRUDI2NCIA MINEIR,A
Senhor Desembargador isenridflo: De acordo, A obrigação alimentar, a .que o sujeitou . a . -sentença de - primeira. .
Senhor Desembargador oura: De acOrdo. histancia; constitui, res.. judicato„ que So pod e . sér reexaminada em 'ação.
Senhor Desembargador Api ;io Ribeiro: De acordo. resciSócia.. . .: . . . . . .
Senhor Desembargador Sena Filho: De acordo. ,. Quanta a fixaçao dos alimentos na base de 1/3 sôbre a remtine- .
Senhor Desembargador Gonçalves da Silva: De:acôrdo. gão do réu,. coma empregado da.'28tracla de Ferro , Central do Brasil, •
Senhor Desembargador Pentes da Fonseca:- De acordo. considero-a rigorosa, tendo-se em vista - o.critériagegal, .segundo o qual
Senhor Desembargador Márcio Ribeiro: De actirdo. os alinieritos deVern.ser fixados na': 'proporção das .necessidades do re- .
Senhor Desembargador Presidente: Denegaram a segurança Clarriante e dos recursos -da pessoa. Obrigada (C. 'C., art. .400).
., Na palavra — alimontos —. 7 eepreVe Loureiro ("bit 'Civil' Bras.", .
unanimidade.
parágrafo - 107) compreende-se; .fido se-:as..ilaterais, -. que-::Con§istern ilti .
— 62 — 63 —
jURISPEUDtNCIA MINEIAA JURISPR;U,DieNCIA MINEIA
coisas necessárias para a conservação ,da vida, como o mantimento, meiro despacho saneador (fls. 14 verso). Instruidá a causa, corn depoi-
vestido, calçados, habitação, etc., mas, também, os civis ou destinados mentos das testemunhas arroladas pelas partes, o juiz julgou proce-
instrução e profissão dos filhos, segundo a sua condição e conforMe, dente a ação, condenando, entretanto, o autor ao pagamento das custas
a qualidade e posses do pai. pela metade porque, verbis: "face a condição social da mesma (a re),
Na graduação dos alimentos — assinala João Claudino de Oli- vê-se que não agiu com intuito de ofender o cônjuge e não há prova
veira e Cruz..("Dos Alimentos no Direito de Familia", pag, 86) — se- de haver procedido mal enquanto estiveram ern: vida comum, além de
gundo os recursos da pessoa obrigada, pode o juiz ser levado a fixá-los ter ficado certo que on bens existentes forarri por ela adquiridos"
no mínimo indispensável vida normal de uma pessoa, ou, melhor, a 53 verso). ApelagliO, apenas, da rd, regularmente Processada. Observo
fixar apenas os alimentos naturals. que a sentença nab foi publicada em audiência, como ,quer a lei,
Mas, se a pessoa obrigada tern recursoa suficientes para ultra- A revisão ,do exmo. des. Edésio Fernandes.
Passar tal nunirrio, •a fixação deverá abrangê-los, atendendo-se à natu- " Belo Horizonte, 23 de maio de 1960a Rosenbeirg.
reza dos alimentes civís.
" Ora, o réu d modesto empregado da Estrada de' Ferro pen- ACÓRDÃO
tral : do Brasil, percebendo vencimento exíguos, e o aiimentando, tem
apenas aiaos: Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação civet; n.°
No momenta, ea :alimentos imediatos que podem ser reelarna- 17.545, da comarca, do Caldas, apelante Macia Jose de Jesus e apelado ‘:
dos, são os naturais. Jose. Francisco Filho, acorda, por votação unanime, a Terceira Cama-
Nestas corieligões; nos termes do parecer -da Procuradoria Ge- ra 'Civil do tribunal do Justiça do Es medo cle Minas Gerais, integrando
ral, sou peas i'eddgao da percentagein fi2.ada pelO neste o relatório retru, em negar provirrien45. apelação; Sam custas.
Mesmo porque a iniportancia arbitrada em sentença não : dairial- 0 Juiz decretou o desquite ao fundamento de. adultério da mu-
teravel, peuenue, de eimformiciade coin : a lei, ser modnicaria; confor- ;her e ,condenou autor ao pagamento, em parte, das custas, porque
me as circunsUaricias, se sobrevier mudança na fortuna de quem os . "lace a condição social da mesma (re), Vê-se que não agiu com inten-
supre ou na de quern es recebe (C. C., art. 40). ção de ofender a canjuge e não há prova, de haver procedido mal en-
quanto estiveram em vida comum, além, de ter. ficado certo- que os
Peio exposto, dou provimento, ern par Le, ao, recurso, para recinzir bens existentes foram por ela adquiridos" (lis . 53 •v.).
a dez por cenw. a perceritagern fixacia na senteriça apéiacia". .
,Senliõr Deseinbargaller Cunha Peixoto: mãe da menor O adultério não exige intenção predeterininada de ofender o côn-
lange 6 serviçai de Casas faniniares e o réu Antonio Cardoso Tuninho juge inocente. Dois elementos o integram: urn Material, consistente
modesto ferroviário, perceoendo pequenos vencimentos. Ern casos co- nas relações sexuais com uma Outra pessoa que não o cônjuge; ()Mica
mo este, o , problema deve ser resoivido, tendo ern :vista as condições intencional, a vontade consciente e livre ele pi:wreak tais relações W-
pessoais tias partes. Desta maneira, estou Corn o parecer da Procura- adies. Pot outro lado, de é tão grave, justificando o desquite,
esteja
doria Gem, de que tuna pensao de iiriu sobre os venemiemos 111,211Salà oa:'iaao o esposo ausente do Jar conjugai. não legitima a
do apelante e suliiçiente pare, manter a menor e que Ole into pode con- condenação, em parte, no autor nas eust4, o lato dos bens existentes
tribuir corn mais. terem sick) adquiridos paid- adaltera. U regime de comunhão no ma-
aua provimento a apelagao do réu para reduzir a curiae-. trimônio traz, cOnao conseqüência; o que ,d. Sabido e ressabide;
a comu-
nação a linvo sobre os vencimentos cio recorrente. nicação dos bens, dos cônjuges. aïêsse partieular, merecia reforma
Sender Desembargador aina Andrade: De acordo. sentença; entretanto, nab houve apelaça0 da atitor.
Senhor Desembargador Presidente: Derain provimento para: A re ukase concluziu honesta na ausência 'ao marido. Encontra-
reduzir a pensap a aez por cento wore os vencimentos cio apelante. va-se die internado em uma casa de saúde de moléstia nervosa
gressar ao lar verificou que sUa esPosa o havia stibstituido pore ao re-
,
viver em concubinato com outro homem e entende que devido 4 do- em vias de ser proposta; que o seqüestro visava obstar o fundado re-
ença do marido, podia agir dessa maneira. Tern ela vida irregular con- cêio de continuação de uma administração iniclônea.
firrnacle, pela prova testemunhal; vive ern companhia do amante e por — Contra-minuta dos agravados (fls. 38-39) após a formação do
isso comprovado está o adultério. Pouco importa que êsse estado só se instrumento. 0 Juiz manteve sua decisão. preparo regular. Em mesa.
tenha manifestado depois que o casal se separou de fato; não há justis lEielo Horizonte, 10 de junho de 1960.
ficativa para a proceder da esposa, máxime quando ela tinhao marido Eddsio Fernandes.
internado. Não conseguirá,' fugir das conseqüências de seu miiu pro-
cedimento NegoU provimento". ACORDA0
0 Sr. :Des. Aprigio Ribeiro: De acôrdo.
0 Sr. Des. Presidente: Negaram provimento. Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo 7.433,. da
comarca de Belo HoridCete, elide .g:6 agraVa,ntes Hugo ,Luiz Caniargos
e putros, e agravados - Lamou.nier Afonso Larnoimier e otitros, acordam
os Juizes da Terceira Camara Civil do: Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, integrando neste o relatório .de fls. 57, pot votação unã;,
SEQIeif,SA BENS DE TiEDA.DE CIVIL e– POSSE DE NOVA nime, negar provimento ao agraVe, para o fim de manter por seuS'
DIRETOkid, ELEiTA PEDI "0 i'RESUDÍCADO próprios fundamentos a decisão recorrida. CUStas ex lege.
ELEIVAG DISCUSSA0 DESCABIDA. : Ern clecoriênciado crise surgida n Sociedade Mineira de Agri '
cnitura, es suplicantes irreSidnados corn b,,a,:tos praticados:Pelos dire -
.ee,¡adlea e penicio de ., : .:queStio do tares, de &MI6, peclirarri , como medida cautelar de ação a ser ajuizada,
empossamento de nova diretoria sodedade: que passa a ftisee decretado o seqilestre dos bens, papeie. e documentos
ser por elm adniinistrada ita estatutária, e assume respoo. : :6ntidade, corn a nomeação de um depositárib ictôneo e a quem se daquela
sabilitiade pelos Seus bens. :também, as funções cIo Administrador Gerala:Cont os e Poderes atribui- daria;
Foge ao ambit° do pedido tie sequestro: a discusSào ' dos pelos Estatutos à Diretoria, até o término: das eleições que
quanta inotivo de nulidade da dc diretoria de: associa- veriam se- realizar. Dest'arte, não se visou 'apenas ali de-
çao l, cuja solução babe vias apropriadas.. coisa imóvel, nem apenas de se conserver a coisa objeto o seqüestro da::
de um direi;,
to, porque buscou-se conseguir urna: verdadeira intervenção
''AGRAVO. INSTRUMENTO N.0 7,433 — Relator: Des. dadea'com a declaração de , ineficácia dos atos Praticados pelos na Socie-
EDtSIO F,ERNANDES. dire-
tores agravados De irrecusável acerto foi a deciaão recorrida, tendo
por Prejudicado o pedido e consequentemente denégadO ) o seqüestro.
RELATORIO Nem poderia de or forma diferente, parque ao tempo da deetsAo já
havia sido eleita e empossada a neva Diretoria, ern pleite' reelizado no
Hugo Can-largos- 6 ouLros, ajuizaram na Vara Civel, , Mee de junho de 1959. Se o motivo que inSpirou, o
ta Capital, um podia() de sequestro, como Mediae, preparaGoria agae,: gular função de diretores, ele deixou de eXistir com apedidd foi irre-
eleição e :posse
iazenuo otter a Lannurner i-donSo Laniunier e outros, visando segues- &Yee novas diretores. portanto, seria desrazetiVel a medida de séqiies-
trar os bens, papeis docunientos du ‘sociedade iviiiiena de Agricultu- tr. & 'corn, Sociedade regida por uma Diretorfadeleita. Asseverain
re, com colieeotiente nomeagao de um depositário administrador agravantes i que, não . . obstante está de pê o motiVo principal, porque o
gera,l, em condigoes assegurar transcurso normal ao felt°, modo sequestre e o estranha.acesserio de intervenção; tinham, per
retornar Liens as mites daqueie que ier legatianamente eleito, propiciar clima para eleições honestas, o objetivo
que não ocorreu; tanto
vestindo-o, nasodrigoes cue aciministraçáo ate o termirio do pieito será proposta ação de nulidade , do pleito ali realizado. Ora; isto escapa
posse cios que Xorena eieitoe para aludida Sociedade. PecUram os ao âmbito da median Os bens da Sociedade não borrem perigo an-
suplicantes„ também, que decret;e,da, a' medida, fossem declaradoS sus- tes, estão entregues e sob a responsabilidado de
administra na Lo ma de sous Estatutes. So bd. niotivo urna diretoria que a
'pensõs os ereites cie quaisquer atOs pratieactus paw requeridos e seas: de nulidade do
auxiliares, a partir to dia de aurn ate e enquanto em vigôr o se- pleito, é calestãe estranha te nocedimento; nem nina licito a Jusa
questro.: rica prejulgar um fato quo pocierii ter solução na via apropriada..
Consoante demonstrou de maneira, clara a contraminuta doS'agra-
' Processado o pedido, o dr. .) de Di,:eitoda 6.' em radOS, a demora que se argüiu no
substituigan legal, proferiu sentença juigando prejudiOadp" sequestro paocessarriento deste feito, fei de-
corrente de diligências várias intentadas
e assim o denegando sob o fundamenta de que a medida requerida se pelos agravantes .
maneira, faltava suporte -para a medida do seqüestro, De qualquer
fundou na alegação de que os permaneciam irregularinente que pela
.violência só deve ser concedida en'ie cases excepcionais e quando sae;
frente da administração da Sociedade, entretanto; já' agora vem a mes- fato houver real interess -e na proteção de coisa rneiver ou de
ma sendo dirigida por uma Diretoria regularmente eleita'e empossada ' caso tal medida não se justificava. imóvel. No
na forma dos dispositivos estatutários que a regem.
Belo Horizonte, 14 de junho de 1960 --- Aprigio Ribeiro, presi-
Inconformados corn a decisae„ os requerentes , agravaram de - dente corn voto. Edésio Fernandes, relator. --- Ifelvéelo Rosenburg,
instrumento corn base no art. 842, ine,i8o, III, do CPC, alegando que o vogal.
Lato principal que os levaram a pedir seqüestro ainda não desapare-
ceu, já que eleição Diretoria não se processou segtiranga e
lisura, seendo passível de nulidade, coma se provará ria ação principal
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
FALÊNCIA REQUERIMENTO FOR CREDOR CIVIL — PROTESTO pagamento de obrigação líqüida no seu vencimento Se tenha verificado
POR OUTRO CREDOR ADMISSIBILIDADE — CESSAÇÃO DO com título de crédito. credor requerente: Basta a prova de que foi
EXERCICIO DO COMERCIO — REQUISITO DE PROVA protestacici'o título dé divide do devedor comum (att. § 1.°). Mas,
quer fundamente o pedido de falência no art:: 1.°,. quer no art:
A falência pode ser requerida por credor civil, mesmo provard::o credor sua qualidade exibindo o seu titulo de crédito; ainda
que o faça com base no protesto de titulo de crédito de outro que não: Vencido" ("Coin. Lei de Falência", Vol. 1,:c.a pág... 101-102).
credor do comerciante devedor comum. No case,' foi feita a-prova de protesto' de titulo do falido (fig. 6) ., bena,
— A prova de cessação elo exercício do comércio por espaço assim, a apresentação do titulo credor dos requerentes. Não é exigaW :
superior a dois anos, como circunstância capaz de ilidir a falên- cia que o protesto seja do próprio titulo do requerente: Aliás , consta" '
cia, dove ser feita por meio de certidão da Junta Comercial, a do inStrumentd uma declaração conjunta do falido e de seus credoread
partir de cujo registro começa a correr o-aludido biênio. onde equêle se eornpronieteu p pagar todas as divides com a redução
de:50% mas não : cumpriu; tanto que um dos credores levou a Protesto:
AGRAVO N.° 7.389— Relator: Des. EDESIO FERNANDES. 9•self titulo, dots: outros, decorridos mais de um ano, tiveram que se-
valet:do pedicló de falência, porque o devedor espertamente cuidou
RELATÓRIO
de fazer doação aos filhos dos SOS bens imóveis. '
Claudine Auguste rhieles, agra,von de instrumento, contra a de- , Também OS, dois Outros :argumentos' do agravante; não podem
merecer a proteção da :lei. 0 credor prova a sua qualidade corn a exl
cisão do dr. Juiz de Direito da cornavea de Manhaaod, que decretou
a sua falência a requerirnente de Jorge Elias Temer e outro. Alega o biç5.o do título. No e apnas o OinnerciantEr que pode requerer a fa-
loncia podendoj Iae lo qualquer eredor, civil Mt comercial e verificando
agravante que o titulo em que: se. haseou o pedido de falência não estava Ulna das hipóteses legais 'r A sentença deixou bem clara a situação do
protestado, já, cue o protesto feito era de urn titulo de terceiro e es.
tra,nho ao pedido Os requerentes Ilk) fizeram prova de' que eram cre- deVedor. Se o'requerentedfar çoidierciante e com domicilio no Brasil,
dores comerciantes e corn firma inscrita; além disso o recorrente há só nesta hipótese 6 que too, de provar cdie possui a sua firma inscrita,
mais de dois anos não 6 comerciante; faltando, assim; aos "requeren- " porque isto respeito ireguIaridade de Sua profissão (Sampaio de
teS suporte na Lei de Falências para á ação. " .Lacerda "Dir. Falitneritar" ; pág. :67). Se os requerentes da falência ;
. A sentença recorrida decretou S falência, corn base no art. 9.°, não são comerciantes, haOa:terho de: provar sôbre inscrição de firma,
item III, em eobinação corn o art. 11 da Lei de Falências, por enteri- P., pacífico que o:credor civil, cujo: crédito entre na universidade da
der o Juiz que -qualquer credor pode requerê-la, desde que exiba titulo execução falinaentar, tern interêsSe cm pleitear . a falencia :: A lei -não
de seu credito, ainda que não vencido; que embora o titulo protestado o veda,' antes . o autoriza". ("Rev. dos Trib." vol. 199 - 402).,:
seja de terceiro a impontualidade fica earacterizada; o falido embora A alegação de que o : devedor não 'era comerciante há mais de
tenha dcixado o antigo estabelecimento, continda com o comercio,am- dois anos, ficou despida de prova. Jé, cleeldiu êste Tribunal que: "de
acôrdo Om a lei falimentar, a cessação de easercício do comércio por
Formado o instruniento corn as pecas essenciais, foi apresentada espaço superior a : dois anos circunstância capaz de ilidir a falência
a contraminuta (fiz. 4v. -5) 0 Juiz manteve sua decisão. pe. prove,» por meiiy.:de certigão, do registro do" comércio ria Junta
Procuradoria Geral ; em parecer do ar. Jason Albergaria, opina Comercial 0 Menloeprric.,, e,a a correr do' dia do registro" (Agravo ri
pelo não provimento do recurso. 3375 1.1:orizonte, "Rev: des Tribunais". vol. 203-573). Além de
Este', o feito isento de preparo, porque o agravante encontra-se inexiatir tal pra ea, a decisão recorrida assegurs, que não obstante ter
amparado pela assistência judiciária. o devedor deixado o seu estabelecimento <3omercial, r Simonésia, con- ,
Em mesa, corn observância do dispositivo Regimental. tinuou no comércio ambulante. '
'Belo Horizonte, 4 de junho de 1960. — Edésio Fernandes. Belo Horizonte, 14 de ,unho de 1960. — Aptitio: Ribeiro, presi-
dente civet°. — EtléSic Fernandes, relator. --Helvecie Rosefiburg, vogal.
ACÓRDÃO *
Vistas,: latados e:discutidos estes autos de agravo n.° 7.389, di: RENOVATÓRIA COMERCIAL
cernarca de ,Manhuactl, bide é agravante Claudine Augusto Queles e NAS FERIAS.a
"FORENSES — FY.1, NOVO ALUGUEL
agravados Jorge Elias Temer e outto, acordam os, Juizes de Terceira AGRAVO NO
Mamie, Civil do Tribunal de Justiça cls..) Estado de Minas GeraiS, inte- NÃO CONHECIMENTO
grando nêste o relatório de Ids. l4 por votação unânime, negar provi- A ae5,0 tOlf)vat6zia, de locaeão conieraiai não, suspende
mento ao agravo, para o fim de manter por seus próprios e jurídicos 'sett curso processual ddrante lérias forénses.
fundamentos a decisão recorrida. Isênto de custas, porque o agravan- Embora o contrató de inquilinato comercial contenha
te este, protegido pela justiça gratilita. . clausula referente j/. Pda prorrogação, sent estipulação do valor
Vê-se que :o ag ravante mostra-se ineenformado corn a declaração do aluguel do seu periedo'dar-S0 ela mediante fixação noire
de sua falência, pretendendo a reforma da decisão corn os seguintes prêço da , locação em arbirtatriento judicial, e não pelo do mesmo
fundamentos: a) porque o titulo que servin de base ao pedida não es- aluguel. . •, ' ' . . •
tava protestado e o protesto que se apresentou é de 'Muir) de terceiro; Fica prejildicadO:e agravo no auto do processo quando:
lo) os requerentes não fizeram prova de que são comerciantes; c) o decisão final foi favoraVel",4 parte agravante.
agravante há,:rnais cio dois anos deixou de Ser comerciante. :
— O primeiro dos argumentos não procede. Miranda Valverde APELAÇÃO CIVIL,: N° 17 ã29 Relator: Des. EDESI9
diz dom autoridade "gale a lei não exige que a impontualidade no FERNANDES :.
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JURISPRUDRNCIA MINEIRA JURISPRINDNCIA MINEIRA
RELATÓRIO , Com base no clue dispõe o art. 26 do dec. 24.150, é inegável que po-
Ao 'relatório da' sentença que é fiel (fls. 144) acrescento que o dia a locadora suplicar 6 arbitranaento da nova locação; e se aos lo-
catários não convier o preço fixado ; não serão compelidos a aceitá-lo,
dr. Juiz de Direito julgou procedente a ação e decretou a renovação mas nesta hipotese deverão entregar 'os'. prédios e demais pertences,
do contrato por mais cincnanos, com o aumento do aluguel para como acertadamente decidiu o ilustre .
Cr$ 30.000;00 mensais, a partir de 26 de janeiro de 1957, reconhecendo, 0 punctual saibas do litigio, de 'fato; reside na interpretaçãci da
porém, h firma locatária o direito de recusar a renovação ora come cláusula 6." do contrato; ela pm/6 a prorrogação da locação por mais
dida, mas, nesta hipótese, deverá fazer a entrega dos imóveis no prazo elm° anos, mas não estabelece qua a -aPreço, seja o ;mesmo. Tal cláu-
cio dois (2) mesas:: a sula, em tõrno da qual gravita a queSião, 6 pertinente' apenas à pros.:
'Iricerifo:rmada com a sentença de fls. 144-148, apelou a fu in rogação do contrato; se este é diseiplinado pela Lei de Luvas, falebe
Bedrao Ltclaa", fazendeas caradderações de ils..150 -162, opor- ' razão aos apelantes quando sustentam que possuem um direito incor,
turiidade em qüe féz, tanibém, sua coatraminuta ao agravo no auto •
1
no dia 31: de agosto e. so a quatorze do mês imediato foi apresentada . presente
ação rescisória, com o objetivo de rescindir a sentença proferida
contestação. • . pelo
então Juiz de Direito da 4. Vara Cível; desta Capital, que decretou
, A praxe existente em Belo Horizonte de se intimar pelo Órgão a
interdição de Manoel Victor Vieira, sob a alegação de que só
Oficial da entrada. do mandado em cartório é salutar, pois representa o Juiz
da Comarca de Caratinga, onde o paciente residia, era competente para
mais uma advertência às, partes, mas não lhes concede direito e nem tomar conhecimento do pedido e lhe dar solução.
pode modificar o .artigo 292 do Código do Processo Civil. POW() mi- fl Assevera o A. que, na qualidade de amigo do suplicado lhe vi-
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jURfSPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA -
em 5 de Novembro de 1958, pelo então Juiz de Direito • da Vera
nha fazendo financiamentos de dinheiro, e porque no acêrto de contas Cível desta Capital, o ilustre dr. Lahyre Santos, que decretou em pro-
a dívida tornou-se volumosa, exigiu que o devedor the desse garantias, cesso regular a interdição : do suplicado, depois de comprovada a sua
que se traduziram numa confissão de divide corn hipoteca de algumas deficiência mental (oligofrenia) através. do pronunciamento de medi-
propriedades, o que se' fêz por escritura pública, datada de 8 de Maio cos especialistas . Vê-se que o fuicro desta rescisória, reside na alega-
de 1956. ção de incompetência do J,uiz que prplaton a sentença de interdição,
Entretanto, quando Procurava, executar a, hipoteca por falta de sob o fundamento de- que o paciente Sernpre teve sua residência na Co-
pagamento, diz o suplicante que o devedor se transferiu para. esta Ca- marca de Caatinga. ..6...vntretanto, não sere, necessário maior esforço de
iajtai em companhia de trrn filho, simulou debilidade mental e acabou indagação, para se evidenciar , que o autor é parte ilegitima para :a
sendo interditado. Mas,. o Juiz quo prolatou a sentença, em data de 5' ação. Sustenta o eminente Prof. Natt DE AZEVEDO, coin apOio nos
de Novembro de 1958, era incompetente, portanto, cabe ao autor ensinamentos de outros notdveis:juristas: "que não Pode intentar ação
tear a rescisão da ,sentenea, já ade tem interêSse econômico junto do rescisória aquele Contra a qual não faz coisa jialgado , a'sentenga, e que
)ileade. e a interdiça,o ee) aria obstáculo a execw,,,ão hipote. dispõe de ação Pkopris.:poxaLfazer ealer o us direito, invalidando efei-
tos eraiá de 'tuna sente00a,446 tenha declarado a vontado da lei, diri-
.. ar -ader, alegou: o pedido eMbora mindo as controversiosnoMa'n'elação jurídica na qual eSse interessado
.eraeone o dispositivo de lei supostamente violado, se funda ern não tenha figurado como porte. não se compreende que, estando
, de, por a:ver a Interdição do paciente Sido decretada Por Juiz as partes definitivamente :Suleitas aos ditames da sentença que cons-
desta Capital, e der a incoinnetencia "ratiOne materiae" que $e preten- tituiu coisa soberananienteejuleada, possa urn terceiro reabrir a dis-
de ter havido; 6 preceSso de interdição é de índole administrative, não cussáceque não mais Poderia spy reiniciada por qualquer dos conten-
codstitnindo demanda eni qu a haja, propriamente, litígio a solver; a dores, e obter a declaração de , nulidade do decreto judicial, solene-
entenea que decreta a interdição 10,6 tem efeito de coisa julgada, mente proferido corrio, ulna dos mais legitimas emanações do poder es
rento quo a medido pode se.r levantada ea - qualquer tempo (CPC. art tatal que declara, pele órgão judiciário, de modo definitivo e pé-
(31); que o requerente é terceiro, apenas surge na qualidade de cre- remptorio qual a vontade da lei em relação a certa controvérsia".
e.: da interdito, não".6 parte legitima para a rescisória; a questão de ("Rev. dos Tribunals", Vol. 215, pals. 39-46).
stfber, se o contestante era oil não capaz, ao tempo da hipoteca dos Idêntica a tese esposada pela grande'autoridade dO Ministro
bem, nifio depende nada de ser mantida a interdição; sendo mate- Orosimbô Nonato, afirmando: "Cuida 7sed de- saber, se terceiro: prejudi-
ris p.?r47, deslinde on ação de. iaulidade..na execução de hipoteca; o cado, pode propor dV:o resciairla de um..julgado. Que ále node fign-
auto :L. ' Lite) feriu no processo interdição, para alegar a incompetên- rar na ação con 'o não ha; dúvida. Mae ação rescisória
cia do Jaiaeo, e tendo sido repelido não recorreu, corn o que aceitou a autônoma, de forma que somente pode user deaSexecurso aeueie cane
prcirrog,..7d da competência; o cuzate)ado esteve internado mima Casa foi atingido diretamente p 610 julgado. Não pode. por,:in; desde que
a doentes nery,oaes ri mentais, nesta Capital; one per- centra ele zee Indicam, propor agdo:rescisM.ia ('Rev. Trib."
teaneden di.. ate todo 6;ano de voltando à cidade de Caratin- 215-43), .
lc'cois Ca ineficácia do tratamento; a insanidade mental do Paden.; Também :dOntrina sorgo, Americana corn a mesma conclusão:
cc.'uíiiinada por médicos es ge ci islistas . "não poderão propor a ação reeelsoria os terceiros a quem não se po-
Ao 2.° Juiz de Direito da Cornet r.a Caratinga, foi délegada com-' deria opor a exceção de coisa julgada. Para estes, se interesse houver;
p;:,ra presidir prol o test.elauniial oe naquela comarca se: indireto, derivado, remoto, restata os 'meios comuns de fazer reconne; :
in (fi s. 43-61). AS Partes. 1)''srazc regimental, ofereceram as cer o seu direito, porquanto não lhes atingem os efeitos da sentença --
e LO fls. 67-69 e fls. 71 -73. res inter ailia judleat4" ("Da Aga° Rescisoria",3." ed., pa .g. 108)a
A Procuradoria Geral, em parecor do do:. Jason Albergaria, 6 pela E es que admitem possibilidade de vir terceiros usar da res-,
improcedência da ação. Preparo regular. sôria pare se livrarem da ação positiva da coisa julgada, todavia, eon-
Ao exmO. sr , Paula Andrade, revisor. Designado dia par a
o julgamento, publiquem-se: a inicial, a. contestação, a sentença de us. dicionam que a nulidade da decisão seja motivada pelo seu mereci-
4," o parecer do Procuradoria e o presente relatório. nzento. Ora, in casn, a toda sorte o autor só se apresenta na qualidada:
Belo Horizonte, 31 de Margo do 1960. Edésie Fernandes." de credor do curatelada o que mostra não ser ele parte legitima para . .
anular uma interdição aque Ole foi estranho. Fala mais alto o
resse do Estado, fazendo ireSguardar no seu Manto de proteção a defe-
ACÓRDÃO sa e o direito dos loucos de' todo gênero. SO "a' interdição se processou
com observância de tôdas ao exigencies legais; Com mais facilidades
listes, relatados e discutidos estes autos tie ação 'rescisória n.° e corn os recursos que a medicina especializada da Capital oferece corn
220, da Comarca de Belo Horizonte, cm que 6. autor Oscar Caetano vantagens sobre as cidades do: interior; . se. paciente eneonti'aVa
Campos e réu Manoel Victor Vieira, acordara os Juizes das Cameras internado numa Casa de Sadao para Itotornento de inolestias nervo-
Civis Heunidas do Tribunal de Justiça do .T'l;sado de Minas Gerais, in- sas nesta cidade; se o laudo qua se arriniOn a sentença
tegrando ricSte o relatório de fls. al -82, por votação unanime, ern jul- de interdição foi firmado por ilustreS.psiquiatras, seria deveras extra-
gar o autor carecedor. da ação; pagando as custas na forma, da lei. vagante se obrigasse a familia do doente voltar à Comarca de origem
O autor Oscar Caetano CamPos; com a qualidade única de cre- para all ajuizar a ação. No caso, a competência do Juizo é menor impor-
dor hipotecário do curatelado Manoel Victor Vieira, por fôrga de um, tância: all como aqui, a lei impunha .a interdição do suplieado, porta-
lacêrto de contas que levou a êste outorgar-lhe uma escritura de con- dor que é de unia deficiência mental. Alias, corno se depreende da
fissão de divide, com garantia hipotecaria, no valor de Cr$ 1.556.520,00 excelente argumentação trazida pelo ilustre patrono do réu; ainda se
— pretendeu por via desta ação, fôsse rescindida a sentença proferida
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jURISPRUD:ENCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
POSSE -- CESSIONARIO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA — provimento ao agravo, para o fim de confirmar a decisão recorrida.
IMISSÃO DE POSSE — EMBARGOS DE TERCEIRO — DEFESA Isento de custas, por estar o agravante amparado pela justiça gratuita.
Vê-se que o ernbargante e ora agravado, Geraldo Barbosa da
— Na iminência de esbulho ou turbação ã, sua posse, pode Silva, não foi parte na ação declaratária que Maria Lourenço Ferreira
o cessionário de promessa de compra e venda a prestações de. moveu contra Francisco Amintas de Carvalho e sua mulher. E como
fendê-la mediante embargos de terceiro senhor e posseiidor eni aquele se encontra na iminência de sofrer turbação ou esbulho em sua
ação de inuissão de posse. posse, relativamente abs , dois lotes questionados, que lhe foram vendi-
dos e pagou conforme incluso recibo de quitação, consequentemente
AGRAVO N.° 7.44 — Relator: Des. EDÉSIO FERNANDES, encontra supOrte na lei para a defesa do direito de posse pela via dos
embargos de terceiro (art. 707 do C.P.C.). 2 que em favor da embar-
RELATÓRIO gada (de que 6 sucessor o agravante) foi expedido mandado de imis-
são de posse, inclusive abrangendo o imóvel once) o ernbargante resi-
Geraldo Barbosa da Silva; Interpôs embargos de , terceirb, de há; muitos anos com sua familia. A defesa da posse e direito inques-
ação que Maria Lourenço Ferreira moveu contra Francisco: Aminta.8):le tionável do embardante; não bá. dúvida que os dois lotes foram objeto
Carvalho 1VIeura-, com a alegação de que, desde c .) ano: de 1947 lheefoi de promessa de vedde, ha ratans anos, em favor de dodo Raimundo
transfirido o contrato compra a prestações dos lotes ns. 17 e 18; qna- Pinto, para pagameaw ern prestagões: En.tretanto, com a morte dêste,
dra 5, da Vila "Maria Jorna', made constrain uma casinha e ali.reide consentiu o ,promitente vendedor que sua aana ia transferisse o con-
com sua família; que tendo efetuado o pagamento dae . prestaçõeseaté trato para terceiro, já care se mostrava impossibilitada para prpsseguir
final, ao en-yes de escritura definitive lhe foi dado um docuMente nos pagamentos mensais das prestaçõeS. Assim, o contrato foi trans-
que levou a Registro. Quando entendia ester legalmente slocumentadti ,; ferido para o agravado Geraldo Barbosa da SilVa, que pagou tôdas as
foi intimado da inaissão de posse em favor da embargada, Seim , què parcelas vencidas e vincendas e a quem se deu quitagdo na compra.
nunca fosse citado. pare ,qualquer ação sôbre os questionados lote' dos lotes. Ora, se isto Beau, comprovado e se pesa ameacsá de esbulho -
Alega .em seu favor a prescrição, aquisitiva do art. 166, 5 3.0, da Consts sôbre sua posse, já que no imóvel reside ha mais dez anos, tem êle
Federal, e ainda n qualidade de -possuidor de be.)a, fé tem. direito direito de defendê-la.
indenização das benfeitorias e plantações levadas a efeito no terreno. EvidenteMente, que não se vai decidir aqui sôbre a legitimidade
Quer ser mantido na posse do imóvel ate pagamento das benfeitorias, do título 'de propriedade s -sa embargante, mas tão so no oue sé relaciona
Contestados os embargos de terceiro senhor e p6esuidor, ale, comrn o esbulho iminedte da posse. Sem necessidade a decIaração ma-
gou a embargada a improprieclade dos mesmos, não se fez prova nifestada na sentença, de otio o feito ficaria stibreestado no, parte da
alegado e nem de que o enbergante fõs,se proprietário. Com . a morte indenização pelas benSoitol'iael A intervenção terceiro é apenas pa- .
da errinargada, :habilitou-se o da mesma na qualidade de her- ra resguardo da posse; tudo mais só pode encontrar solucão pela via
deiro unico. Instrufda a ação, sir s.,Tilia de Dircito proferiu: a senten- apropriada. '
ga de fls. 13v..,/14, onde (4.eclarou gale não tend() sido o egibargente Belo Horizonte, 23 de junho de 1960. -- Aprigio Ribeiro, presi-
parte ação principal e porque esta na iminencia softer turnação dente. e revisor. -- Edds.da Fernandes, relator. Agenor de Sena' Fi-
ou esbulho na and posse, ern Slecorricia da imissão concedida ao lho, vogal.
embargado, por 'isso julgou provados os embargos, porque esta, pro-
vada a, posse 'indiscutível do- embargante. Todavia, 'embora julgando
procedente os embargos, mandou ,o "Juiz ficassem sobrestados os au-:
Los, na parte referente S. indenização pretendida pelo embargante, atg:
'clue pelas vies ordinarias se resolva sôbre o assunto. COAÇÃO -- NULIDADE DE ATO JURIDIC° REQUISITO
Inconformado com a, decisão, agravou o vencido: propriamente
não houve julgamento dos embargos; o embargante não apresentou — A coação, para anular o contrato, deve ser de tal forma
prove de ter, construído oá barracijes; se o embargante tern qualquer que seja a es.usa única da prática do ato impugnado na sua va-
direito, que ajuize a ação compete/lie contra oesucessor da embers lidade jurídica.
gante.
Formado instrument() e coin a eontrarninuta do agravo APELAÇÃO CIVIL N.° 16.633 — Relator: Des CUNHA
Juiz manteve sua decisão. PEIXOTO.
O. feito esta isênto de preparo; sob os auspícios da justiça gra.
tuita. Em mesa. RELATÓRIO
Belo Horizonte, 23 de junho de 1960 -7- Edêsio Fernandes.
Mario da Silva Vide., na comarca de Patos de' Minas, intentou a,
ACORDÃO presente ação declaratória contra Gregário Ribeiro de Morals, a fim
de ser declarada a nulidade de uma Nota Promissória, no valor de
Cr$ 30.000,00, que o réu, mediante coação, "pressionado por ameaça,
Vistos, relatados e discutidos êstes autos de agravo n.° 7.443; de de morte" lhe teria feito assinar, com vencimento para qualquer' dia
comarca de ,Belo Horizonte, onde 6 agravante Alcides Norberto Ferrei-
,
e ao portador
ra e agravado Geraldo Barbosa da Silva, acordam os Juizes da Terceira Afirmou ainda o autor que, à margem esquerda do referido - ti-
Camara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, inte-
tulo, escreveu que o "assinaVa à forge. E naquele documento havia
grando neste o relatório de fls. 28 29, por votação unanime, em negar
— 76 — 79 ---
JURISPItUDaNCIA 1VIII\TEIFt-A 3URIPRUDPNCIA MINEIRA
apenas unia testemunha, de nome Vicente Rosa de Oliveira, que ' the no fu vittima: Si esaminara, se nelle condizioni personali delia
tiu a mencionada coação. modesina, la violenza Ai tale da poterle incutere timore ragionavecle
asse fato se verificou a 27 de outubro de 1958, e nessa mesma di esporre se o le she sustanzãa un mae netabile" ("Teoria delle Obbli-
,
data o autor apresentou queixa á policia. gazioni", vol. IV, peg. 119, n.° 86).
réu Contestou a ação„ dando outra versão á historia narrada " Ora, a violência descrita na inicial e que da noticia a primeira
pelo autor, de quern 6 credor da aludida importância, relativa a urn testemunha, 'Mica que faz referência a coação, não se reveste de tal
saldo de contas mitre ambos apurado e relacionado Cam a venca de aspecto. Corn efeito, informa a testernunha ter o réu chegado a urna
uma, casa que lhe fez .por Cr$ 130.000,00. E negou quanto posíve1.4, casa'comercial, cidade de leitos, Onde se encontrava o autor; e dito
mencionada coação, oferecendo posteriormente o documento de fls: homem para êle matar (lis. 37v). .
20, sôbre o qual o autor apenas se deu por ciente (fls. 21). Em seguida o autor preenche o documento corn a quantia que
A contestação veio acompanhada do doc. de fls. 13 e foi trazia documento -dam ser por ele assinado ou então havia um bem
nada a fls. 15-17. entendeu e devolve-o ao réu.
despacho saneador foi proferido a Us.' 23v./24, julgando as Circunstância importante é o fato de, no dizer do autor, ter die :
partes legiaimas e bem representadas, considerinado a inexistencie de devolvido o documento corn a declaração de haver sido extorquido,
nulidade irregularidades. Déle rule heave recurs° algum. sem nenhuma reclarnagão por parte do réu. Ora; urna pessoa que . Lisa
Na inStrugao ao cause, foram ouvidas três testemunhas do 4.-1.; de violência ou que emprega tal expedience para extcaquir um docu-
tor, inclusive a instrumentdria de lis v j.18 referida mento, não o aceitaria , com tal declaração.
37/39). -- Depuseram duaS da parte do réu. 39/40), 2 de notar ainda que, naquela ocasião, o autor estava, Armado,
Encerradas as provas e debatidos os pontos essenciais da queSe enquanto o réu não portava qualquer arma, Custas pelo ia,Pelante.
tão, autor e -tea apresentaram os, Memoriais de fls. 4 1 ; 43 e 44,46, reS.r: Belo Horizonte, 2 de ,junno cie 196(..a -- Cunha Peizoto; presiden-
pectivamente. . te e relator. Paula Andrade, revisoi . 7- Lauro Foritearar vogal.
O Juiz o dia 10 de agosto do eoriente anti: para
audiência de leitu.- errlicação da sentença. (fls. 47v). De tal
designação ICA intima6o 'Penas o advogado do autor. (Lis. 47V.).
na "referida data, proferia o M.M. Juiz a Sim sentença,
gando a ação improcedente e condenando o autor apenas nas custa CONCURSO DE. Cli:EDQ)K NÃO An4ESENTA(40
excluídos assim os honorários advocaticios também pedidos. (fls. DE - ALEGAWE6 .•;i14C1.1.1SA0 »E. - CAE:DOA • • • •
49/52).
Em 14 de agOsto, foi intimado o advogado do réu (Lis. 56), que parte ou pretetsse no .eeancorso • de credores
a 24: do niesmo mês apelou daquela sentença para o Eg. Tribunal de credor que, - embora per ..ele prõteStatido, - deixa de apresentar
Justiça do Estado,"(fls. -57/62), oferecendo a certidão de fls. 63. suas alegações no prazo legal.
apelado contra-razoou a fls. 68/70, e, por sua vez, apresentou . . .
a certidão de lis, 71. — O apelante teve vista, depois disso, para dizer APELAÇÃO CIVIL 16.333 — Re atodr:e Des: .CUNHA
nos autos, mas So falou sôbre a conta: (fls. 75). PEIXOTO:. •
Remessa e preparos' regulareS. A .- revisão;
Belo, Horizonte, 7 de dezembro de 1959. Pontes da Fonseca;: ' RELATÓRIO .
relator.
A Sociedade Auto 'Pegas •CaSa . Emilio .Ltda., ajuizou, na' comarca -
ACÓRDÃO de • .4raguari. contra. Tetinio Coenaii a.,gao..de cobranga aa quantia de
(da a.e.rescieta..de ura 4:.264,00,..c.01Tesponciente as despesas
. coin o protest° de duplicata e auS i4ros de: mora, .tentio.sido a ação
julgada....procedente,
. . •
ViStos'i relatados e discutidos estes autos de apelação n.° 16:.633,
da comarca de Patos de Minas, apelante, I.Viatio da Silva, Vide e: ape-: . Existindo oito. us credores....e cOnio us orviciaa excediam a impor-'
lado Gregúrio Ribeiro de Morais," acordam os juízes da Camara tancia- . dos ben5. devedor varies aaredoees peotestakanv por : concurso.
Civel do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, adotando o relatório de . credore's: 'Entrê.estes se encontrava Ada,ci de Oliveira,- pela impor-
fls. 81 como parte integrante deste, negar provimento a apelação peril tância de Crt,.- 254-.•000,00.
confirmard a sentença por seus próprios e jurídicos fundamentos. . Requerido - o - .concurso de credores, nenhum-- dos - credores • apre-
A coação, para anular o contrato, deve ser de tal forma que.:seja Senton as alegações : previstas • pelo art.. 1025a do Cod. do. Proc. CiVil , .
a causa única da pratica do ato. Precisa ainda que. o temor tenha pro- mas, dentro do prazo • legal, a exequente, Sociedade Auto Peças Casa"-
cedência. Não é qualquer receio que acarreta a nulidade do ato. En- Emilio Ltda,, impugnOu os pedidos de pagarnento de juros Sem cláu-
sina Carvalho dos Santos: "-o receio ou o temor, todavia, deve ser jus- sula especial - on pacto adjeto, a inclusão do 'recibo de fisn 56 e• o do- -
tificado. Não é qualquer violência que vicia o consentimento. Para cumento de fls. - 39, de Cr$ 259,00, per tencente ao credor, Cr$ 254.000,00,
que produza esse efeito, é necessário que ela seja tal que infunda a pertencente ao credor Adão de Oliveira':
uma pessda, o justo temor de se ver exposta; ela, o seu consorte; ou Por sentença de 24' de abril de .1969, intimada aos interessados em .:
outro parente proximo, a urn mal iminente e grave". ("Cod. Civil 27' do mesmo nibs, julgou o Juiz de' A.raguari po r. sentença o con-
Brasileiro Interpretado", vol. II, pag. 358). curso e• deu pela procedência da impugnação dos títulos de fla. - 39 e.56,..
No mesmo sentido "Oggi dunque la gravitá, delle- persona, excluindo-os do rateio.
— 80 — — 31 —
iITAISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDRNCIA MINEIRA
Oportunamente, apelou Adão de Oliveira, sendo seu recurso RELATÓRIO
contraditado es fls. 156 pela Sociedade Auto Peças Casa Emilio Ltda..
Remessa e preparo regulares. Ao Exmo. Sr. Des. Revisor. Bemoreira Máquinas, S., A., propõe, perante o juiz de direito
Belo Horizonte, 16 de• junho de 1959. -- Cunha Peixoto. da 2.' vara civil, a presente ação executive pare receber de Tarciao Bo-
ACÓRDÃO telho e Rend Uzac a importância de Cr$ 7.064,00, representada por
uma duplicate e respectivos juros, devidamente formalizada e junta
Vistos, relatados e discutidos êstes autos de apelação civil aos autos com a inicial.
16.333, da comarca de Araguari apelante, Adão de Oliveira e apelada, Contestada a aceão e proferido . :. o' saneador a fls. 33, de que não
Soc. Auto Pegas Casa Emilio Ltda., acordam os juizes da 5a Câmara se recorreu, realizou-se a audiência de instrução e julgamento. Neste
Civil da Tribunal de Justiça de Minas (-,',era,3, em não conhecer do re. audiência, a requerimento do réu Rene Uzac, que pediu nominalmente
curso, eis que o anelante não é porte co.,-icul so de credores, cujo a citação de Enius Atalde, come representante da autora, prestou este
julgamento motivou a presente apeia(aue o seu depoimento pessoal Deeois de incidentes processuais; em que
I. --- Oe'easo em apreço versa a tese juridica 36bre se já tend'e o réu' foi por dues vezes absolvide de instancia e por dues vezes cas-
havido protestos pare, o concurs() de credores ficam : dispensadass sada pelo Tribneal a.s eespectivas sentences, realizou-se nova audiência
alegações que deserdo ser apresentadas no prazo de cinco dias; no de instrução e julgemento. Não se julgando habilitado pare proferir a
termer; do art. 1025, do Cod. do Proc. Civil. . sentença, determinou a juiz quce os autos lhe fossem conclusos. E, por
O concurso de credores, como ore.5erra Amilear de Castro, cons- despache de fls. 14v., resolveu converter o julgamento em diligencia,
titui "urn nove juizo, autônomo corn objeto proprio, distinto da exe; fim de que a autora provasse: no prazo de oito dies, a sua existência
cução!',, ("Comentário ao Código do Proc. Civil", ed. da Revista Fo- legal.
reuse, yol. 10, pag. 457 n.° 507). 5) concurso 6, pois, em face de nosso Não o tendo feito naquele prazo, . Q juiz, conforme consta do ter-
direito positivo, uma verdadeira ação incidente, cuja inicial é a alegação mo de audiência de fls. 150, anulou o processo ah initio, condenando a
apresentada pelo credor. Citados os Credores, começa urna nova- ins- autora ao pagamento de custas e honorários de advogado.
tancia, donde ser Imprescindível a apresentação das alegações relativas Inconformada, a autora agravou de 'petição, instruindo o recur-
preferência ou rateio por todos os Credores. so corn a página do "Minas Gerais", contendo a publicação da ata da
O credor que protestou por concurso, rna,s, dentro do prazo es- assembléia geral da sociedade autora, relativa a reforma de seus esta-
tabelecido pelo art. 1025, do Código (id Proc. Civil, deixou de apre- tutos, bem como, in fine, o despacho da Junta Comercial do Estado,
sentar sues alegações não pode concorrer ao concurso. Como afirmou por fôrça do qual foram os mesmos arqinvados sob o n.° 97.824, em 21
o Tribunal de Justiça do 1... Pedestal, a mera nianifestagão da von- de julho de 1959.
tacle, ado induá 'agao; sendo seu rito formal". ("Rev. Forefise'; volt ; Mantido o despache .:)gravado, os autos foram' remetidos ern tem-
154; nag: 211): 'Fide no caso, urna renuncia tácita de concorrer: po hábil a esta instancia. Preparo regular. Ern mesa.
ii O siMpies protesto não satisfaz. lie conformidade com o Belo 'Horizonte. 22' de Panho de 1960. Lauro Fontoura.
art 1022, do Cod.' do Proc. Civil, a finalidade do protesto é evitar
\earitamento do preço da arrecadação, ou da remissão; e a assinatura ACORDÃO
au carta de adjudicação'. ,
Por outro lado, como observou Jiar Uns de Andrade; "se os cre- Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de petição
dores pudessem, limitando-se ao simples protesto, ser contemplados
no dividendo, a exigência do art. 1025, seria inócua, o que não se com- n.° 7.468, da comarca de Bale •aoeizonte, em que agravante Bernorei-
preende, pois não se pude supor nas leis disposições inúteis e super-:: ra Máquinas S. A., e agravado Rene Uzac, acordam os juizes da 5."
fluas"., ("Rev. For.", vol. 148e pág. 330): Camara Civel do Tribunal de Justiga, sem -;oto divergent°, adotando
como parte integrante clêste a . relatório de fls. em der provirnento ao
III — Assentados estes pentoS,: verifica-ee, desde logo, que (nape- recurso, pare, cassando a decisão agravada, determiner que o jitiz ,a
lento não é parte no processo e só participou da audiência de instrud:' quo prossiga no feito e julgue come de direito, de conformidade com,
tee° e julgamento por urn lapse ou lioeraliciade do juiz, já que, no pre- as notes taquigraticas juntas. Custas na forma da lei, "
zo, determined° pelo art. 1025, não apresentou suas alegações. Custas Belo Horizonte, 23' junho de 1960. Cunha Peixoto, presi-
pelt) apelante. dente. Lauro Fontoura, relator. — Paula Andrade.
:Belo Horizonte, 23 de junho de 1960. — Cunha Peixoto, presi-
dente e relater: -- Paula Andrade — Lauro Fontoura.
NOTAS TAQUIGRAFICAS
* *
O Senhor Flesembarga‘le ,. Lacro Pautam-a: (Lê o relatório).
Vote: "Trata-se de um processo tumultuário, cheio de marches e con-
AÇÃO —'SOCIEDADE COMERCIAL INGRESSO EM JUIZO — EXIS- tra-marchas; ern que o magistrado, perdendo a serenidade, usa, em des-
TÊNCIA JURIDICA PRIM — DESNECESSIDADE
prestigio da justiça e corn endereço para o próprio Tribunal, de uma
Só quando a sociedade comercial ingressa em juizo pan linguagem imoderada, que ndo se harmoniza corn a alta dignidade da
propor ação fundada no contrato social, '6 que a ela se impõe a toga.
obrigação processual de provar sua existência jurídica. A questão foi levantada depois de firula a instrução do feito, na
oportunidade da sentença de mérito, qtando a legitimidade das par-
AGRAVO DE PETIÇÃO N.° 7.468 -- Relator: Des. LAURO tes ad causam, em face dos documentos que instruem o processo e
FONTOURA. da prove testemunhal, era tranquila. , ,
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
•.- JURISPRUDÊNCIA MINEIRA a •
: ,. . • , . . manta quando aapociedade ingressa em juizo para propor ação fun-
- . Neata. ,•altiira, depois de •dais - despachos saneadores, com trânsito dada no contrato social, 6 que terá de provar a sua existência jurídica.
ern 'julgado; e•dépois que.paanaarecéu na audiência de instrução e Ail- Pelo exposto, dou provimento ao recurso, para, cassando a de-
gamento, •conforme se vê do :Celina de-•fl-s.. 40, _para prestar o set de-. cisão agravada, determinar que o juiz prossiga no feito, decidindo co-
poirnento pessoal, a sr. Athayde, - indicado nominalmente Pelo mo de direito".
réu corno representante legal da sociedade, .o juiz •houve. - por bem 're-
eXarriinar a legitimidade da•••autpra ad - processurria determinando que O Senhor Desembargador Cunha Pektote: Estou de acôrdo com
V. Excia. e, se tivesse alguma coisa a acrescentar ao brilhante, voto
Oa provasse, clentra. de prae...6 . de oito-- dias, a• sua existência jurídica. dó relatora lido na assentada do julaarnento, eu, apenas, diria qua, para
. •Cl.que se quer Saber 6: se a autora está em condições de ser parte
exigir a prava de tuna pessoa jurídica, nós teríamos também de exigir
au; melhor, se poasUIcapacidade para.demandar. - .. - •.•: -.--a • • .
a prova de identidade, ou certidão de registro da pessoa natural,
- Verifica-se que oedesate da quest:a -a depende hnicamente de §8 o que
6 um absurdo e injurídico. Dou provimento.
apurar se .a. exigência . que • Precedeu a sentençar agravada era indispen-
sável para se afirmar ou negar o direito - postulado. Tenho para mim O Senhor iesernbargador Paula Andrade: De acôrdo.
que não. . • . .. . • •.... • . • . . . , .• . O Senhor Desembargador Presidente: Derain provimento.
. • Tudo faz crer, pela própria tradição..e:notoriedade comercial da
antoraseePelo doaumento..de fls. 158 (página - - do "Minas -Gerais",', con-
tendo a reforma. dos:. egatutos da : Sociedade - e o despacho de 'arquiva-
manta dos mesmos estatutos pela Junta Comercial do Estado)„ que ela
tern .personalidade . jurídica . • Entretanto, admitindo-se - que . não - tenha CLÁUSULA PENAL — PRE-AVALIACAO DE PREIVIZOS CUMU-
existência legal, não se he pode, ainda assim, como sociedade: de fato, LAVA° COM PERDAS E DANOS E HONORÁRIOS DE ADVOGADO
negar,, o direita: de, cobrar p valor', da duplicata ajnizada._ ':- - • INADMISSIBILIDADE
.• • E certo,.., cairn.) salienta Waldemar Ferreira ("Tratado s de Socie-
dade s Mercantis";" v.' II030), que afirmado se acha,-- tanto - no Código Representando a cláusula penal uma pré-avaliação con-
Comercial (art.- 303), quanto no Código Civil (art. - 20, § -2.°), -carecer a vencional dos prejuízos do credor, pelos quais fica responsável
sociedade de fato ou irregular, na ausência de personalidade jurídica, o devedor face à violação do contrato, não pode a condenação
de ação contra terceiros au 'contra QS sócios. ,• ' . • •., • no pagamento da multa estipulada nesse ultimo ser cumulada
. Não é menos certo, Prirérn„ came •doutrina J. X. Carvalho de Men- com perdas e danos e honorários de advogado.
donça .("Tratada••de•Direito Corriercial, .:',.r . • I II/l34-ed. 1938), que não
e•toda e qualquer ação - de sociedade contra terceiros quo •deve set. ins, APELACAO CIVIL N. 16.6M — Relator: Des CUNHA
truida com .a-- contrato social devidamente • registrado, .mas somente PEIXOTO.
aquelas ações que, na lição de Teixeira-- de Freitas, "não: tiverarri••ontra
causa possível' sinão a existência da sociedade"._ - • . . • RELATÓRIO . . ..
.. , . • ,:,._ .. , ..
Assim, as : sociedades irregulares- continua o.rnesmOautor, citando •• • ••• José dos Santos, prOprietario e locador da - Fazenda Mango., situa-
dezenas de- aerirciãos. (ibidem), podem: dano :município 'de Betirn, Mgr:assail' ••em..,:•juiips nesta Capitals. contra,-
.. • . • , Ulisses': Vasconcelos, corn aeão de . rescisão - de . contrato de locação,
. ' a) --e - cobtar do aceitante a Importância da letra. de câmbio; • soh •o• -fundamento de que .a ,locatário desrespeitou a cláusula
b) ---. demandar o saldo de transações-. comerciais; • . contrato' que •prolbe o Corte. demad 9. do
_ .. c) — cobrar de seus- devedores; . •,, • • • .. . ., . • .• eira nas. Matas próximas das nas-
centes. Pediu ainda o autor -, corn 'a rescisão do: contrato a• condenação
'..-.- • el • --S apresentar embargos de •terceiro • senhor e possuidor; •:•.: do réu ao pagamento da inul?ai de Cr$ 50.:000;00, prevista ria clausida.
• f) -a- requererab 'elespêjo de sub -inquilinos. • . • • • :••• : • . 10. do contrato e maia slerclas e dares, cus. tas
.. .. . • . . . • • . e honordrios do advogae-•••
.: Nestas condições — escreve Teixeira • de — não está a so- ..
. O fe3rbda•Ealo Harbe -mte"; : nos•têtnaos do contrat6;••tera, da c. olhicki,
ciedade proibida de demandar em juila.. -• •••.: - -. .• • e ara qualquer aCão ou: procedimento. judicial dêle decorrente; ...
: .. "por .efeitos 'já produzidos, on pale cite respeita - ao passado. A ..-•:- .
nab ser, assirn, autorizava-se a 'usurpação de bens . alheios — (apud .• .' Citado, contestas o .réu : -s aSirmativas do 'autos; acrescentando
Waldemar Ferreira, ob. cit. pág. 329)." •• . • ciie...n§",o -há, nem -nunca•- houve derribada de • matas;' 'Tie se limitou
Mandar cortar apena s. algumas árvore,s qua zai.) E. :I.° consiiLaradas ma- a.
A jurisprudência ruala recente segue as mesma trilha, com WO
na velha opinião do autor da Consolidação • das Leis Civis — (cfr.. Dar, ' deiraa.. de lei e isto mesmo 'com a propósito dé reparar os.- tapumes
cy Miranda .J., in "Jurispradência, . do.' Cód.' Comercial", vol.' II; tomo da • própria fazenda. • • - ..." • . . . .
II,' acórdãos de ns.• 246 e 249). •• .. O saneadors•proferido pela MM. 1.0 Juiz da 12 Vara Cível, transi-
Desde que não se trate .de ação fundada no contrato social, mas, tou em julgado. .• . .. • , • . a • ' -- - -. :. '. . .. .. .
• em outro titulo, - coma uma cambial aceita pelo réu, não 6. de exigir-se . ..
Realizada a audiência de instrução e julgamento prestou o- antor. ,
a prova de existência da sociedade (Darcy Miranda , Jr.,. ob. Cit., idem; depoimento pessoal e '. foram : ouvidas :•quatro testemunhas • do- autor e•
ra° 245). -- -. ' . . •• • . uma do • réu. . _ . .. . . .
. • Dessa maneira, ainda que se trate, na espécie, de sociedade irre:: . . . . . .. .. • . . , ..
a - .. EM: seguida o,MIVL• 2.°. Juiz de. ...Direito da 1S Vara Cível:. ,. ern
giilar, a autora, para cobrança -de Seu crédito, referente: a negócios rea. tudes de, radistribnieão - geral de todos . os' • feitos, proferiu a sentença
vir- ;
lizados, não estáobrigada at. provar a sua existência legal.. .. ••• • •
final,'
. .Mg-. a:ride a agão.procedente ; deoretand6,.e,;.rescisão . do. contrato
Tendo em vista a doutrina e a jurisprudência,. entendo que,' só-
. . .. . . . . . . ..
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
e condenando o réu conforme apuração, custas e honorários de advo- credor pode exigir o cumprimento da obrigação contida nas demais
gado na base de 20% sôbre o valor da condenação. cláusulas que não foram reforçadas corn pena" (Ob. e vol. Cits., pág.
Publicada a sentença na audiência de 22 de junho do corrente 377, n.° 204).
ano, o vencido apelou em 7 de julho, sendo seu recurso contrariado
fls. 105. Também Planiol: "il en est autrement si la peine a éte stipulée
Remessa e preparo normais. Ao Exam. Snr. Desembargador pour le cas de simple retard. Elie se cumule alors, soit avec robliga-
Revisor, tion effective, quand le creamier finit par robtenit, Soft exec des dom-
Belo Horizonte, 12 de outubro de 1959. -- Cunha Peixoto. rnagernentérets, jucliciaires ou conventionnels, caul Sont dus à raison
de rinexecution definitive". ("Traite Elémentaires de Dribit Civil", vol.
pág. 96 n.° 263).
ACÓRDÃO No mesmo sentido Giorgi: "cominciando dal prime) punto, bisog-
na irmanzi tutto distinguère la penale di semplice ritardo, dalla penale
Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação civil n.° d'inadempimento. Se la penale fu stipulata per il semplice ritardo, sic-
16.654, da Comarca de Belo Horizonte, sendo apelante, misses Vas- come rappresenta i dannie interessi dell'indugio ; non dispensa ii debi-
concelos e apelado, José dos Santos, acordam os Juices da Camara toropuo chiedere Puna e raltro, precisamente aortae ii debitore di Som-
Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em conhecer da apela- ma divenuto moroso deve pagare gli interessi di mora e ii capitale".
ção e dar-lhe provimento em parte para excluir da condenação as ("Teoria Belle Obbligazione",' vol. IV, pat .579, n.° 459).
perdas e danos e os honorários de advegado, pagas as custas em pro- III A clausula penal prevista pelo artigo 10 6 tipicamente co-
porção. rninatória, razão por que nada , impedia que fossem demandadas: a
A prova da violação da cladsula 9‘ do contrato, como bem
acentuou a sentença recorrida, não deixa margem a nenhuma dúvida, multa pela violação da clansula e perdas e danos pela rescisão do con-
em face do laudo pericial unânime (fls. 4a a 51), do inquérito instau. trato, já que o locador não preferiu exigir o cumprimento do contrato.
Acontece, porém, que, na locação, as perdas é danos devidas pela
rado pela Inspetoria , Regional Florestal (fls. 58 a 60), das fotografias rescisão do contrato, nos termos do parágrafo único, do artigo
e do depoimento das testemunhas, inclusive das arroladas pelo réu 1.193,
que, além de não negarem fato, informam ainda ter assinado o auto do Código Civil, resumem-se no pagamento, por parte' do locatário,
dos alugures que faltarem até o final do contrato. .
de infração lavrado pela Inspetoria Regional Florestal. Ora, no caso sub-judice, embora a ação tenha sido proposta an-
Assim, a procedência da ação se impunha. tes, hoje já se encontra findo o prazo da locação, sendo, pois, o locatá-
II — O mesmo, porém, não sucede rio tocante extensão da rio responsável pelo aluguer durante o
condenação. tempo de sua ocupação, isto 6.
ate o término do contrato e dos dias posterioreS ate' a efetiva devolu-
Com efeito, a pena convencional 6, segundo os doutos, a cláusu- ção do imóvel.
la acessória pela qual o devedor de uma obrigação se compromete a Não houve, `portanto, nesse particular prejuízo para 6.. locador,
pagar uma certa prestação, em geral pecuniária, em caso de inexecu- eis que o contrato foi curnprido ate o final. E, assim, não justificava
ção condita da Obrigação, ou dé alguma cláusula especial ou simples- a condenação do réu às perdas e danos, pois estas, consoante o artigo
mente pela mora. 918 do Código Civil, so seriárn devidas se o contrato não tivesse sido
Dai ter ela duas funções, a saber: a) — assegurar a pontual e integralmente cumprido.
rigorosa execução da obrigacão a que diz respeito; b) — subtrair ao Ê a lição de Tito Fugênclo: "na linguagem da doutrina: seria
arbítrio do juice as incertezas duma avaliação e as de mora de um un
double emploi —la causa da obrigação subsidiária no caso está na
possível litígio a fixação da indenização por perdas e danos. inexecuga,o mesma da obrigação principal e no dano que ela ocasiona
Espinola, com muita. clareza, conceituou a cláusula penal: "a ao credor, e se esta foi cumprida, não tern mais causa a subsidiária ou.
clausula penal, também chamada Pena convencional, consiste em uma compensatória, não é possível falar em dano da inexecução de uma
prestação estipulada para o caso em que o devedor não cumpra exata obrigação, que foi executada". (Ob. cit. pág. 411, n.° 399).
e pontulamente a sua promessa. Sao duas as funções que exerce a IV -- 0 segundo característico da cláusula penal é representar
cláusula penal: pode destinar-se a gara lie o cumprimento da obriga, a avaliação convencional dos danos a que o devedor fica responsável
ção, sendo considerada como verdadeira pena com efickia coercitiva pela violação' de um oun alguns dos dispositivos do contrato. Como
contra O deveeloa; pode também ter por fim prevenir a liquidação das acentua Carvalho dos Santos, "importa em uma prévia avaliação de
perdas e (Janos, sendo, assim, uma compensagão convencional dos da- perdas e danos, em uma preliquidação .convenciónal do prejuízo do
nos que the pode proporcionar a falta ou demora do pagamento) — credor, por êle e pelo devedor estabelecida, sem interferência da jus-
("Questões Jurídicas e Pareceres", pág. 260). tiça". ("Código Civil Brasileiro Interpretado", vol. XI, pág. 304).
Na primeira hipótese denomina-se compensatória e na segunda No mesmo sentido Tito Fulgêncio: "não cumprindo o devedor a
cominatória"on moratoria, constituindo matéria dos artigos 917 e 918, obrigação, ou deixando de cumpri-la pelo modo e no tempo devidos,
do Código Diferentes, como se verifica por êsses dispositivos e responde o devedor por perdas e danos, que em regra, compreendem o
pela doutrina, seus efeitos. efetivamente perdido e o qua razoavelmente se deixou de lucrar. A
Naquela, o credor tem o direito de escolher: ou o cumprimento cláusula penal, sôbre ser um meio assecuratório da execução, pela
do contrato ou a importância estipulada na multa (Espínola, ob., cit. ameaça que contém ao devedor, 6 a representação destas perdas e da-
pág. 260/261); Carvalho de Mendonça, M. I., "Doutrina e Práticas )3, é a preliquidagão dêstes, fora -lace um forfait ao credor, e mesmo,
das Obrigações"; Iron I, pág. 374; n.o 204; Tito Fulgêncio, "Do Direito dOste ponto de vista, tende a suprimir as dificuldades da prova no que
das Obrigações": pag 411, n.° 399). Nessa pode exigir, além da multa, toca ao credor". (Ob. cit. pág. 406, n.° 396). "
o cumprinaento da obrigação. E a lição de Carvalho Mendonça: "O Ora, constituindo a cláusula penal uma pre-avaliação dos prejuí-
--
JURISPRUDÊNCIA MIliE1RA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
do credor; representando ela o quantum efetivamente perdido e a ACÓRDÃO
zes
que razoavelrnente deixou de lucrar, evidente que, nela, estã,o incluídos
Vistos, relatados e clisoutidas estea , autos de agravo de' instru-
os honorários do advogado, que constituem parcela dos prejuízos so-
f ridos pelo credor, razão por que não é possível a condenação na mul- mento da comarca de Tres Pontas, agravante Pinto Lopes Exported°.
•
mais honorários do advogado Ensina Carvalho dos Santos: "nessa ra. S. A. e agravados Antônio Vilela de , Oliveira e
ta e sua mulher, acor-
pena convencional estão incluídas as despesas judiciais e extrajudiciais dam os juízes da Primeira Camara Civil do Tribunal de Justiça, incor-
que tiver sido forged° a faZer para defesa de seu partedireito, isto porque
das perdas e
porando a êste o relatório de fls.. 27, conhecer do recurso e ace mes-
tais despesas sendo consideradas como fazendo mo dar provimento para: determiner o prosseguimento da ação exe-
danos, já estão compensadas com a pena convencional, que funciona cutive hipoteceria na comarca do Tres Ponies. Entendeu o digno Juiz
como compensatória do total delas, prefixadas e preavaliadas pelos dessa comarca cnie, devendo o /*eta ser demandando em seu domicílio
e não havendo a mulher ao dais Poderes a seu
contraentes". (Ob. e vol. cits. peg. 323)' marido para hipotecar
Giorgi, embora ria,o trate especificamente do assunto, mostra ser a fazenda do easel em garantia da divida„ outorgado poderes, tárribena
ease seu ponto de vista: "prima di teat% ii creditore, quando domanda para a eleieão de um novo fore, insubsistente a convenção entre seu
alia Penale, pub anche marido e a firma, elegendo a da comarca de Tres Pontas. Evidente
o si procura l'esecuzione in nature rinunziando equívoco do ,Juiz. Trata-se de domicílio de eleigão expressamente ad-o
esigere ii rimborso clelle spese, che gila abbia costato ii procurarsi con rnitido pelo Cód. Civil em seu art. 42 e, havendo o
l'esecuzione". (Ob e vol. cits pág. 584, n.0 462). ° executed° varão
Esta também a orientação da jurisprudência. Decidiu o Tribu- obtido outorga uxória corn poderes expressos para a escritura de hi-
função cia clausula penal é fixer os prejuízos da poteca, implicitamente os recebera também pare, a eleição de um novo
nal de São Paulo: "a fôro onde se, executasse o avençado. O raciocínio do julgamento da
parte inocente, inclusive o pagamento dos honorários", ("Rev. dos
Tribunais", vol. 168, peg. 68'7). primeira instância se funda em uma premissa errada. Pôs o ilustre
Belo Horizonte, 30 de junho de 1960. -- Cunha Peixoto, presi- magistrado a questão em terneas diferentes dos reais, solucionando-a
am a resposta negative à seguinte pergunta: "poderá o mandatário
dente e relator. — Paula Andrade. — Lauro Fontoura. poderes especiais e expresSos,
nado o mandante?" Ora, ninguém escolher
nega que
um Mr° para néle ser ado-
sem poderes especiais e expressos, escolher unio fôromandatário não pode,
para nêle ser acio-
nado o mandante Mas, os
qualquer. Este é o marido autos não dizem respeito a um mandatário
FORO DE ELEI- fôro de execução do contrato, da Mandante e, por isso poderia eleger o
COMPETÊNCIA EXECJJÇÃO DE HIPOTECA mudar o domicílio do easel, indepen-
ÇÃO PELO MARIDO — VALIDADE dente de mandato de sua mulher. A mulher caSada tem como domici-
lio necessário o de seu marido e não
node alterá-lo. Logo, desneces-
— A outorga umiria com poderes expressos para o marido sário mesmo que concedesse a seu próprio marido poderes para. ele-
ger um novo domicílio . Custas pelos agravados
irmar escritura de hipoteca, faculta ao mesmo, implicitamente,
a eleição do, faro de execução do avençado ainda que diverso
do domicilio do casal. Belo Horizonte, 13 de junho
sidente. — Agenor de Sena Filho, de 1960. — Forjaz de Lacerda, pre-
relator. Welington Brandão.
AGRAVO DE INSTRUMENTO N.° 7.395 — Relator: Des.
* *
SENA FILHO.
SOCIEDADE COMERCIAL — INGRESSO EM JUÍZO PROCURAÇÃO
RELATÓRIO SUBSCRITA COM FIRMA OU
RAZÃO COMERCIAL RECONHECI-
MENTO POR TABELIAO PRQVA DE
EXISTÊNCIA JURÍDICA
pinto Lopes Exportadora Sociedade Anônima propôs uma ação
de Oliveira e sua mulher
executive hipotecária contra Antônio Vilela A outorga de procuração "ad judicia" assinada com a
d. Maria Augusta Vilela de Oliveira perante o MM. Juiz comarca firma on razão comercial, que é o nome da sociedade mercantil,
de Tres Pontas. Os executados opuzerem a exceção de incompetência não obsta ao ingresso dessa em juízo, mormente pelo fato do
do fôro sob a alegação de que a mulher não dera a seu procurado! reconhecimento de firma pelo tabelião evidenciar sua existência
(seu próprio marido — fls. 8 e v.) poderes bastantes para desistir do jurídica.
fôro de seu domicilio que é em Carmo do Rio Claro, quando lhe conz
AGRAVO DE PETIÇÃO N.° 7447 — Relator: Des. CUNHA
cedera outorga uxória pare receber dos exéquentes as importâncias cor PEIXOTO.
respondentes as vendas das safras de cafés dos anos de 1957, 1958 e
1959 de produção da fazenda "Santa Luzia", dando a, firma em ques- RELATÓRIO
tão ern primeira e especial hipoteca a propriedade do easel consistenle
na fazenda mencionada. Este exceção foi acolhida pelo digno magis- Abreu, Teixeira Ltda. propôs, na comarca de Paraopeba, com
trado (fls. 9v. a 10). Intimados os exequentes deste despacho no dia fundamento em uma note promissória, ação
executive contra Mozar
do corrente ano, oportunamente (fls. 2) interpuseram o Ribeiro de Carvalho e Milton Ribeiro de Carvalho,
18 demarco
presente recurso de agravo de instrumento, que foi minutado, contra Importância de Cr$ 100.000,00. para lhes cobrar a
minutado; sustentando o M.M. Juiz o despacho recorrido. o rela- Ao despachar a inicial, o M.M. Juiz determinou que
o advogado
tório. Peço dia, pare o julgamento. da requerente, dentro de 48 horas, provasse a existência legal de fir-
Belo Horizonte, 8 de junho de 1960: — Agenor Sena Filho. ma. Foi juntado as fls. 8 um docurnento de alteração de contrato
da.
— 88 — -- 89,
la taNCIA MIN RA JU'RIpRUI)ËNCI.A MINEIRA
J fl" Rd a I"
on junta Comerciala do Es- RELATÓRIO
firma . Abreu, Teixeira limitada, n ,g1.:.-;tuaclo
tadci - ea • - .• . que indire.. •
"aitida. Trata-se 'de ação executiva de • Carlos Eduardo Midosi May con-
Entretanto, o Juiz indeferiu fl inieial, porque aquele 'instrumento nratia• tra José Alexandre NetO;'aValiata da Franciaco Furtado dé Siqueira,
tarnerite•aa - proV e . a existênAa do Citodo
da socied.ad.e,
art. '86. isto porque a procuração de',.
conforme títulos a fls.' 4 e 6, de Cr$ 85.000,00 cada um, vencidos, não
preenche as exigências' por um dos sécios que es-. pagos e devidamente protestados; ciado o devedor aValistaa fls. 11v.
neeeSsàiianiente • devia estar firMada litteris, atra- não pagou o débito, foram-lho penhorados os bens constantes do auto
«i propria firina.ipsis
:. tivesse investido da mrso e"ndo Teixefta, -limitada. • .
a fls. 12 e, em tempo hábil, apresentou os embargos Ufis. 13/13v. em
veS.da;.sua.raZ5.6.:•Soird'al,..",.."3reu, regularinen- que conclui, n.° 10, Lis. 13v. que "a defesa do contestante se: funda no
. • '...O.ExeqUente.-agraVou do petic., Sendo seu recurso; pagamento das promissórias ajuizadas. Ditas promissórias resgatadas
...Je, preparado:n„.réinetido'a esta Instáncia.:•.Ern Cunha mesa para julgarge0.to. .
Peixoto. • • há muito tempo, como já explicon". O processo foi saneado a fla. 17,
• - Belo HoriSoflte lã d junho de corn transito em julgado. Houve prova e a fls. 32 foi depositado na
Caixa Econômica do Estado, ern S. Sebastião do Paraíso, o importe
ACÓRDÃO
calculado da execução (11s: 31) de Cr$ 253.000,00, com que M.M.
Juiz deferiu o levantamento da penhora ern bens constantes a fls. 12.
A flsa 39/43 a decisão; julgada: procedente a ação, coM a
Vistos, relatados e discutidos éstes autos de agravo de petição do apelante ao pagamento dó importe da Cr$ 170.000,00 — condenação'
acrescido
nõ 7.447, da eoniarca de Paraopeba, sendo agravante, Abrem, Teixeira dós juros de 6 0/0 ao ano desde 1-12-1955, honorários adVocacionais de
Ltda. e agravado o juizo, acordam os Juizes da 5.a Camara Cível do 20% e custas, publicada dia 12-12-1959 fls. 44. A Lis. 93 apelou o Vera
Tribunal de Justiça de Minas Gerais, adotando como parte integrante cido em data de 22-1-960, recebida a fls. 94 a apelação, que
de fls., dar provimento ao recurso, pára que se dê teve as con-
deste o relatório trarazões de fls. 95. 0 deapacho a fls. 98 determinou a remessa
andamento ao processo. autos ern 3-2-960, que entraram dia 11-2-960 na Secretaria deste Colen, dos
A parte esta hem representada. O advogado ingressou em juizo, do Tribunal; onde tiveram óportuno preparo. Tudo regular.
munido de procuragiio outorg ada nor Abreu, Teixeira Ltda. para co-, "E o relatório. Ao exmo. sin'. des. Revisor — Q relator;
Faria"
-
brar uma promissória emiti da a favor desta firma. Alvim.
, em entender que os ver- - 'ACÓRDÃO'
O equívoco do despacho agravado está com-
da.deiros sujeitos de direito silo os sócios, as pessoas naturais que ju- Vistos, relataclos e discutidos êstes autos de apelação n.° 17.293,
põem e integram e representarn a firma. A sociedade é umaaopessoa nome ci- da comarca de S. Sebastian do Paraiso, sendo apelante
rídica diferente de seus componentes. A firma é idêntica vida externa com dre Nato e apelado Carlos Eduardo Midosi May, integrado Jos*" Alexan-
vil, de modo que a sociedade deve apresentar-se na latório de fls. 102, açorda, por sua Primeira Camara Civil, neste o re-
ela e não com o nome dos sócios dade, o Tribunal de • Justiça do Estado de Minas Gerais, unanimi-
outubro de 1890,
Por isto é que (5 art. 2.. do dec. 916; de 24 de o qual o comer- vimento apelação, mantida a sentengaa apelada por seus em negar pro-
proprids e
estabelece: "firma ou razão comercial é o home sob atos, a.ele , refe- jurídicos fundamento. Trata-se de executivo contra avalista
ciante ou a sociedade exerce o comercio e assina-se nos titulo não pago e desumente pratestado; a defesa alegou tratar-se de
de
rente". título já devidamente pago, sem lograr isso comprovar..
Portanto, para a cobranaa de uma promissória a favor de
"Abreu lidade do avalista 6 a mesma do enutente ao titulo, dada aA responsabi-
ser outorgada por esta firma e unidade dos
Teixeira Ltda" a procuração deveria participantes da obrigação. — Discutiu-se quanto a verba de honorá-
não em norrie da pessoa de seu administrador. rios: advocaticios, se devida ou nao, e, como, no. câso, occirre uma falta
Por outro lado, o tabelião reconheceu esta firma e o signatário contratuaa digo, faia extra -contratual, taus nouorairios devem ffear a
da inicial mostrou com o documento, fls. 8 á existência jurídica da cargo dO devedor; para que nao naja auarnicio dO patrixnemio
do' ere-
dor que, para haver o quanto lhe é devaio, teve que contratar advd-
Belo Horizonte, 23 de junho de 1960 — Cunha
Peixoto, presa gado para postwar em juizo, ern defesa de seus direitos e patrimônio.
dente e relator. — Lahyre Santos. --- Lauro Fontoura. Custas, pelo apelante:
Belo Horizonte, 13 de junho da 1960. Forjaz de Lacerda, pre-
' sidente. vogal. Garrazii de Faria Alvim, relator. — Agenor de Sena
Filhe, revisor,
EXECUTIVO CAMBIAL AVALISTA --" PAGAMENTO NÃO PROVA ,
DO, HONORÁRIOS DE ADVOGADO -.7 CONDENAÇÃO MULTA — FIXAÇÃO AUTONOMIA MUNICIPAL -- VOTO VENCIDO
Não provado o pagamento das notas promissórias, pro- O Município tern autonomia na orbitra fiscal para fixar
cede a ação executiva contra o avalista. multas e aplicá-las a seas contribuintes faltosos.
Patenteada a culpa extra-contratual, de que resultou o
paga-
V. v. — Se as multas assumem caráter extorsivo e exor-
executive cambial, impõe-se a condenação do devedor no bitam dos padrões legais, deve o Juiz preteri-las. (Des. Weling
ton
mento dos honorários de advogado. Brandão).
APELAÇÃO CIVIL N.° 17,293 --- Relator: Des. GORAZIL APELAÇÃO CIVIL N.0 17.561 — Relator: Des. FORJAZ DE
FARIA IM.
AL VIM.: LACERDA.
DE
--- 90 --
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MIN
recurso para caSsar a 'sentença e julgar procedente a ação, de acdrdo
RELATÓRIO com o pedido, pagas as custas pelos apelados".
O Sr. Des. Welington Brandão: Sr. Presidente, confirmou a sen-
A Prefeitura IVIunielPal de Rio Casca promoveu contra José Can. tença por considerá-la em bases jurídicas e, principalmente, porque
dido Mayrinck e outro esta ação de executivo fiscal a fim de haver Magistrado parte do principio de que multas, quando assumem o ca-o
dos mesmos certa quantia, referente a impostos ern atraso, barn co- ráter extorsivo -- e isso acontece quando elas exorbitam a dos pa-
rn a respectiva multa s Feita
a competente intimação e na ausência " drôes legais. devem ser preteridas pelo- Juiz togado.
do Pagamento reclamado, procedeu-se a penhora de fls. 5v. tendo os 0 Sr. Des. Sena Filho: Data venia do ilustre des. Welington Bran-
executados aduZido os embargos de fls. 7 grie foram impugnados a aciompanho , o voto de V. Excia., que me pareceu' jurídico e per- fl
fls. II pela exequerite. Pala sentença de fls. 15 a 16v., julgou o Juiz feitamente aplicável ao caso debatido.
procedente em parte a ação, condenando os executados ao pagamento O Sr. Des. Pres. Deram Provimento, vencido o exaro.
da quantia de Cr$ 1.730,60, decretando a validade da penhora, sendo os Welington Brandão. des.
vencidos condenados também nas custas, reduzindo-as a 10%; com
recurso de oficio A fls. 18 apresentou a recorrida as suas razões,
ha-
vendo os apelados falado a Bs. 19v. Recurso regular, sem preparo:
. Nesta Instância falou o Ministério Público opinando pelo provimento
do recurso. Relatados, à revisão. IL- DECISÕES CRIMINAIS
Belo Horizonte, 24 de maio de, 1960.-- Forjaz de Lacerda, relator.
ROUBO — SUBTRAÇÃO DE COISA VIOLÊNCIA POSTERIOR CON-
ACORDÃO TRA PESSOAS CONFIGURAÇÃO.
Vistos, relatados e discutidos 'dates autos de apelação n.' 17.561 — O emprè,y,o de violência contra pessoas, para assegurar a
da comarca de Rio Casca, entre partes, com apelante o Juizo e ape- detenção do objeto furtado e após sua subtração,
lados Jose Cândido Mayrinck e outra,do acordam os Juizes da Primeira crime de roubo. caracteriza o
Camara Civil do Tribunal de Justiça Estado de Minas Gerais, co-
nhecer do recurso e dar provimento a apelação paraocassar a sentença APELAÇÃO CRIMINAL N.° 15.392 — Relator: Des. MERO-
e julgar procedente a ação, de conformidade com pedido ajuizado, LINO CORRÊA.
pagas aS' custas pelos apelados, de acôrdo corn as notas taquigráficas
que passam a fazer !Ante deste; sendo anexadas. ties autos. RELATÓRIO
Belo Horizonte, 27 - de junho de 1960. --- Forjaz de Lacerda, pre-
Foi voto vencido
sidente e relator. — Agenor de Sena Filho, vogai. Adotando como relatório a exposição do parecer retro, acres-
o exmo. des. Welington Brandão. cento-lhe a conclusão desfavorável ao provimento -total do recurso.
E o processo irá ao eminente revisor.
:NOTAS TAQUIGRAFICAS Belo- Horizonte, 1i-V-960. Merolino Corrêa.
YURI JURADO CUNHADO DE DELEGADO — DISPENSA DE APELAÇÃO CRIMINAL N.° 15.312 — Relatar: Des. FUR-
JURADO — NULIDADE TADO DE MENDONÇA
— 98 99.
RISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRU'DENCI'A' MINEIRA"
de detenção e multa de Cr$ 2,000;00, com perda da função pública que Belo Horizonte, :27 de junho de 1960:: . Alencar Araripe, presi-
exercia, mas o absolveu do crime de peculato, porque não chegou a dente com voto. — Merolino Correa, relator.
existir prejuízo, efetivo pare o gated°.
, Inconfornicaase o dr. Promotor de Justine, corn a: sentença, Notei: 1.°)- quo' o Juiz na sentença, não arbitrou a fiança, de nip-
quer ver reformada decisão de primeira instância, para ser impostae do que, quando o-réci a requerete ri. condenação já tinha passado em
ao" apelado a.condenação na base do ar, 312 do Cod. cit., o que tam- julgado. Ora, se ninguém ' será levado a prisão on nesta conservada se :
hem espera a Procuradoria Geral, conforme parecer de us 131: prestar fiança, a sentença deveria tê-la fixado. Aliás, a jurisprudênCia
Acordam Os Juízes da La Camara Criminal do Tribunal de' Jus- já tem proclamado ser inexequível o mandedo de prisão, .se" não cOri- :
tine, de Mimes Gerais negar provimento à apelação e confirmar a ab- signa o valor da fiança ("Minas Forense", vol. III, 220:e -Cod, de Prm
solvição do apelada porque não se configurou 6 crime de peculate Penal, att. 285; parágrafo"único, letra dl. 2.°) O juiz: multou o advo-
in easel. Acordam ainda em desprover recurab contra ti. denegação gado do rein porque não ofereceu aregAções finaiS no processo. Ora
da fiança. advogado e o , unico Jun d ou não de arrazoar; E tanto
assina que o egrégio Stiprenvo Tribtinal ri ia considera essencial esse
Sem &wide, como bem lenahrou o ape )ante, nãci:e o dano patri, l'dano do processo Daria Lias, '
monial efetivo ou potencial one caracteriza o peculato; inas, segundo a
Melhor doutrina, a traição ao juramento de fidelidade que o funcio-
nário -publico presta, antes de aSsnmir o cargo, comprometendo a ad-
ministração pública.
O legislador de 40 colocoti o peculato 'no título XI — Dos crimes " DO mom" MOTORISTA DE PRAÇA CONDUÇÃO DE
contra a Administraeão Pública entre os , crimes praticados por fun- LISTAS PRISM) EM FLAGRANTE LEGALIDADE
cionário público contra a Administraçãci eth geral, introduzindo várias
inovaçoeS, para retificar e uprir ,DMISSOeS, da legislação :01,duca. Cor- E legal a prisão c1 motorista de praça "que conduz lis-
tando asps achicana, :iefinin a qualidade de fUneioniírto pilblico, pare tas de " jogo do hiallo" e t. ores.) cam as mcsmas bin seu poder,
os fins penais, no art. 327. : face à caracterizáçao do flagrante contrwencional.
Os delitos patrimoniais . figurarn ein outro o , e pp, RECURSO DE "HABEAS-CORPUS" N.° .3.789 — Relator
dern cometê-los quaisquer pestoas, ao passo que sbniente: fundioná , Des JOSE AMÉRICO. MACEDO.
rio público 6. sujeito: ativo dos crimes contra a administração, nas di
verses modalidades previstas nos arta, 312 a 326 do Celd." Penal.
certo que a reparação do dano causado pode, no. peculato cul- ACORDA.0
poso, antes da Sentenga irrecorrível, extinguir a punibilidacle, ou ré.-
, duzir ã metade a' perm imposta na decisão proferida. Vistos, relatados e discut.idod Cistes autos de 'recursos de habeas
Na hipótese.' vertente des autos; Porém, não houve peculato, ern', corpus, ex (Wit i.e. 71.' .789, da comami de - Belo Horizonte recorren-
hora o delegado de: pálicia, tenha se apropriado: da arma que apreen- te o Juízo, e recorridos João Margal Qrigenes Machado:
deu legal ou,ilegnimente, E não 'há portme, reza õ art. 118 do Cód. de Em favor de João Marçal impetrou o ilustrado advogado Dr. Re ,
Pron. Penal, "antes de transitar em julgado a seritença final, as coisas nato Zupo uma ordem de habeas-corpus ao M.M. Dr. 1.° Juiz de Di-
apreendidas não poderão Ser restituidaS.enquanto interessarem ao pro- reito da 4.' Vara Critninal, desta , Capital.
cesso". Expos o impetrante ser a prisão do paciente,
Qualquer one seja o prisma por que se encare o problema, tra-
tando-se de objeto que, no termos dos arts. 74 e 100 do Cc5d. Penal,: "rnanifestamento ilegal, pois, não foi êle detido em fla-
não. pode ser restituído. ao juiz compete ordenar o confisce, em favor grantede qualquer delito, nem contra o mesmo existe man-
11nião, mésino depois : de transitar em julgado a decisão final,'salvo dado de'. prisão, sendo pre:so por má, fé ou equivocos de
o disposto no art. 119 do cit. C6d. Processual. qualquer Modo quo, no exercício de suo profissão,
Logo, a arma apreendida não pertence ao Estado. Se o Cód. foi chamado por dois senhores, corn os quais combinou
Penal enumera, como eteito da condenação, a perda do objeto, instru- urna corrida P,ua Espirito Santo ao bairro da Floresta,
mento do crime, ern favor da União; desde qtle se trata de coiSa Cujo ignorando o ora .oaciente que ditos senhores estavam 'sen-
porte ou uso constitui fato ilícito, antes da decisão judicial não se Sabe do vigiados pela polícia, como possíveis contraventores do.
qua' o destino que devera ter a referida arma. denominado "jôgo do bicho"-; que, tairibém, e sabido que
De qualquer modos confessa o representante do Ministério Pú- o motorista, qu,naclo seu carro esta "livre", ride pode recu-
blico que, após negaças e . relutância do delegado infiel, a arma fa fel sar passageiro, sob pena de multa; que chegando ao des-
entregue em juízo, cabe-lhe tomar as providências que julgar neeessá- tino da corrida, tomtit os-referidos passageiros detidos pe-
rias para que a lei' seja:ctimprida na comarca, ainda que a autoridade e. polícia, juntamente corn o paciente"',
prevaricadora não tenha1instauraclo o inquérito relativo apreensão
malsinada. Entendia, assini, que faltou justa causa para a detenção do pa-
Infelizmente, é velho o hábito de apropriação indébita de armas ciente, visto não ter se caraeterizado o esta,do de flagrância.
e objetos de valdr que a' polícia apreende em diligências normais, para O'pedido teve êxito afortunado, eis que a autoridade judiciária
a investigação de crime's. O mal não tem cura na vastidão do territá- mencionada, desprezadas as infornaaçoes da autoridade detentora, con-
rio brasileiro to enraizado se acha. Custas na forma da lei. cedeu a ordem impetraria e determinou a soltura não só do paciente
100'
JURISPRUDRNCIA MINEIRA ' JURISp:R.LIDENCIA• MINEIRA
João Margal como, ainda, a do recorrido Orígenes Machado, a, funds- h rua Para de Minas, 80, local onde reside Orígenes Macha-
mentação de que: do, pesst5a, essa que entrega as listas ao declarante, que as
transporta para a Avenida Pedro II, onde Tute espera;
"Consta da certidão do malsinado auto de prisão em que, hoje, quando Orígenes Machado entregava ao condu-
flagrante que, às 14,00 horas da dia 7 do mos corrente, três zido presente as listas do "jOgo do bicho" e, ainda, a quan-
investigadores prenderam, na rua Para, d. n.o 80, o tia de Cr$ 741,00, foram prêsos em flagrante, pelos poli-
paciente,, que dirigia um carro de praça, "sendo que, no ciais" (fls. 5 e verso)—.
enderOço acima, Coletava listas de apostas do "jõgo do bi-
cho"; que, no mesmo instante em que õ condutor e cola-
gas chegaram rua Para. de Minas, 80, o conduzido pre- Ora, diz a lei, textualmente, que:
sente Joao Marçal lá, também, chegava de carro, tendo sal-
tado do veículo e, à porta, do barracão do aludido ende- "incorrerão nas penas estabelecidas para vendedores ou
rêgo, recebeu das -mãos do conduzido presente , Orígenes banqueiros: os que transportarem, conduzirem, tiverem
Machado listas de apostas do "jOgo do bicho", num total sob sua guarda, ou poder, guardarem em qualquer parte
de trinta e oito listas i datadas de hoje". Prosseguindo, diz, listas com indicaçãó do jiigo ou material próprio para a
ainda, o citado auto: — "que o condutor e colegas abor- contravenção, bem como de qualquer forma contribuirem
daram os conduzidos presentes rapidamente...; que, em para a sua confecção, utilização, curso ou emprêgo; seja,
poder do conduzido Joao Margal foi apreendida a quantia qual for a espécie ou quantidade", considerando-se. idõ-
de Cr$ 741,00, ern dinheiro; que procederam urna busca neos para a prova do fato contravencional quaisquer lis-
no carro do conduzido João Marçal, nada encontrando de tas com indicações claras ou disfarçadas" — (art. 158,1
material contravencional no interior do mesmo; que o con- letra "b", e § 2.°, do Dec.-Lei n.° 2.659).
duzido Joao Marpal alegou que, há quinze dias, vem cola-
tando,listas de "j6go do bicho" para o banqueiro Tute" Sem pretender entrar no mérito da prova, que deverá ser com-
(sic) —". pletada no curso do processo, tem-se que, no caso ern aprêço, a fla-
"Pelo que se deduz do referido auto não houve, na rea- grância ficou perfeitamente caracterizada, bastando salientar-se que
lidade, a pratica da contravenção de que fala o art. 58, do o paciente, no momento da prisão; tinha em seu poder, guardava con-
Decreto-Lei 6.259, de 10 de fevereiro de 1944. E isto sigo listas com indicação do malsinado jôgo, pois, as recabia do recor-
porque, quando do fato, não estava o paciente coletando rido Orígenes, que as conduzia, contribuindo ambos, com a atividade
listas de "j6go do bicho", mas, apenas, recebendo as cole- desenvolvida, para a utilização, curso e emprêgo das mencionadas
tadas. listas.
"O paciente, como mostra o auto em questão, exercia Ora, como 6 corrente, a contravenção objetivada a' infração de
sua profissão de motorista, não recebendo qualquer co- caráter continuo e permanente, bastando para caracterizar a sua fla-
missão a não ser o preço que marcava o taxímetro do car- grância a prática de qualquer uma das modalidades de que a mesma
ro, pela corrida. E nada mais. se reveste.
"A ação do paciente, no caso, não poderia ser tida co-
mo a julgou a polícia. O simples fato da condução das lis- 3É1 de concluir-se, portanto, haverem os recorridos 'praticado latos
tas, sem maiores detalhes, num momento em que não se que, em tese, constituem contravenção punível, sendo o caso dos autos
estava praticando a contravenção, não ha qua se falar na de típico flagrante.
existência da contraveneão" (f is. '7 e Verso). — 'Havia, destarte, justa causa para a detenção dos recorridos, don-.
de concluir-se que inaplicável era a, espécie o específico heróico
—'De toda a exposição feita ressurte, evidência, sem maior es- do
'
habeas-corpus, destinado, imicarnente, a corrigir os casos de ilegali-
forço, que o impetrante não atacou, em sua forma extrínseca, o auto dadea violência ou abuso de poder que, infringindo o mandamento
de prisão lavrada contra os recorridos, levantando, apenas, como fun- constitncional, afetani a liberdade do cidadã o .
damento ariete da súplica ajuizada, a ausenoia de justa pausa Para a
prisão, por não configurado o estado de flagrância. Com dates fundamentos, acordam, em Segunda Camara Crimi-
Mas, detido exame daquela peça, inserta, par certidão, nos autos, nal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dar provimento ao recurso
demonstra que, tanto o condutor como as testemunhas foram unâni- ex officio para cassar, como cassam, a decisão recorrida, para que
prevaleça o auto de prisão em- flagrante lavrado contra os recorridos
mes nas assertivas de que, informados -- "de que um motorista, em João Marçal e Orígenes Machado, mandando, em conseqüência, que
um carro de praça, coletava listas de apostas do "jogo do bicho" de seja, incontinenti, expedida ordem de recaptura dos mesmos, com
um senhor residente no prédio' ea° 80 da rua Pará de Minas"; ruma- fiel observância das formalidades legais. Custas ex lege.
ram para lá e, "quando chegaram, Joao Margal estava recebendo de
Orígenes Machado listas do referido "jogo", "em número de trinta e Belo Horizonte, 28 de junho de 1960. — Ferreira de Oliveira, pre-
oito", as quais — "foram apreendidas nas mãos do conduzido Joao" -- sidente. José Americo Maack), relator. — Lahyre Santos.
(lis. 4 a 5) o qual, na oportunidade, declarou que:
"ha, uns I quinze dias, passou a apanhar para o senhor
conhecido por Tute listas de apostas do "jogo do' bicho",
loa —
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
PROVA TESTEMUNHAS REFERENTE E REFERIDA — DEPOT- deu, textualmente, "que do fato narrado na denúncia nada sabe o de-
MENTO NÃO CONFIRMADO DESVALIA --- ATROPELAMENTO — poente" U. 53).
AUTORIA NEGADA ABSOLVIÇÃO', Conseguintemente, prova tomada em juizo não passa, ate aqui,
de urna testemunha referente confirmada pela referida;
quando a lógica nos ensina que o• depoimento da referente só
O depoimento da testemunha referente sõ valerá como' fora prova se fôr confirmado ppla referida (João Monteiro, "Processo
prova quando confirmado pela testemunha referida. Civil e Comercial" vol. 2.°, p 257)...
A prova insegura e • duvidosa da autoria do atropela:
mento, negada pelo acusado, impõe a absolvição desse.
,
Ora, deixando a prova tomada em juízo, para considerar a pro-
va tomada na Polícia, a instrução do caso no ganha em vulto; por-
quanto,
APELAÇÃO CRIMINAL N.° 15.356 -- Relator: Des. DARIO
LINS. a) verdade é que do depoimento da primeira, — Humberto
Werneck consta o seguinte:
ACÓRDÃO "no momento em que ocorreu acidente, todas as pessoas que
ostayam no local gritaram: "foi o carro de Roberto de Souza Lima";
Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelação ne 15.356,, — e acresta: .
da comarca de Belo Horizonte: apelante, Roberto Fernando de Souza ,"sendo que um tal de Sr. Pedro, que faz ponto no bar acima di-
Lima e, apelada, a Justiga, acordam em Primeira Camara Criminal cio to, tomou o número do auto ateopelador" ,(f. 6); entretanto,
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais dar provimento ã ape- não é isso, não ---, o que Pedro depõe, segundo ele,
lação, -- para, nos termos do voto abaixo, absolver o apelante. Custas "ouvindo o barulho de vidros que se quebravam, imediatamen-
"ex lege".
e
te, se dirigiu para a porta do bar, enquanto ouvia populares dizerem
Belo Horizonte, 20 de junho de 1.960. — Aleneare Araripe i pre que o auto atropelador era ulna borat a conversível pertencente ao Sr.
siderite. — Dario Lins, relatorecom Aste vote: Roberto de tal Lima" (1. 17); isto é,
rnio não laaver tomado o número do carro...
"Os autos garantem, Logo, outra AIM urna testemunha referente não confirmada pela
referida...
que o menor Márcio Gomes de Souza foi atingido por Inn Na provatomada em juizo, há gim —, um tópico diferente;
automõvel, quando o mesmo (paciente), a 12 de ag6sto de 1.95's, se'.» 'date, da citada testemunha Celia Lopes de Azeredo Coutinho:
encontrava, nesta Capital, k rua Hermílio Alves, em frente ao Grupo
"no die: 22 de agõsto de 1.957, Roberto Fernando de Souza Li-
Escolar "Jose. Bonifácio"; atropelamento, ma a procurou'..
de que lhe resultaram as lesões corporals descritas b, f. 31. amedrontado e demonstrando pesar pelo
tam, acontecera à vitima" (f. 51; cit."); ,
Apontando Roberto Fernando de Souza Lima corno sendo o res-
o que pareceria tuna confissão, indireta, de' responsabili-
ponsive', a promotoria de justina o denunciou no artigo 129, §§ 6, 0 e e
7.°, do C. P..;
-- onde, afinal, o juiz Rogoberto Ferreira da Silva. o condenou Mas, essa é urna testemunha duplamente defeituosa; visto como,
cinco (5) meses de detenção (f. 61). tendo se referido a Abílio Alves Teixeira, foi por êle desmen- -
O réu aoelou; tida to que já se mostrou); e, -
— e a Procuradoria Geral to Sr. dr. Pinto Renná), no seu pare é tie do paciente, e-- Irma do seu poi (declara-o).
cer del. 81, opinando pelo não provimento, deixou êste trecho. tada aí. está a prove...
" o apelante nega a autoria do fato delituoso que lhe é imputa- Prova, então, que, no Inv& completa, é frouxa, insegura, não
do. Diz que não foi o atropelador do menor Márcio Gomes de Souza
No entanto (meu o grifo), prova di autoria é completa". Prova qUe não passa de nera suposição;
Ora, começando pelas testemunhas do "sumário" (três), ,
achando aà testemunhas haver sido o réu o atropelador do
verdade é que do depoimento da primeira, Celia Lopes de menor; ao se pedir, porem, Esse "pensar geral" sua razão de ser,
. •• • . Azeredo Coutinho consta o seguinte: esta não aparece.
"depois do fato, a depoente soube, através dos senhores Hum- O que faz se pergunte: ,
berto Werneck, Abílio Alves Teixeira e o pai do menor, que o menor Tais pessoas, habituadas talvez a verem passer por all o carro
fôra atropelado por uma "baratinha" pertencente a Roberto Fernando lo réu, carro que não sera único .na sua côr e no seu tipo, não terão
de Souza Lima; que Abílio e o pai do mesmo apontaram na ocasião equivocado tomando um por outro?
Roberto de Souza Lima como o responsável pelo acidente, — isto (meu Provo que, assitn, deixa o julgador em suspenso.
o grifo), porque 'Abílio reconhecera Roberto no volante do veiculo, E, com o espirito nessa situação, a que os autos Me conduzem;
quando do fato" (1. 51); entretanto, prefiro contrariar o juiz "a quo" e .'a Procuradoria Geral.
não isso, não o que Abílio depõe; pois segundo ele, — para absolver o réu.
"não conhece o denunciado; se ao mesmo se referiu como res- Decisão em que redo proclarho a inocência -do réu; porque, nela,
ponsável pelo acidente, o fez baseado nos informes concedidos no mo- co oqrulteae.0 proclamo é a dúvida de que não pude me tirar". — Merolla°
mento em que o fato acabava de se dar; não conhece o denunciado e
nada sabe sõbre a conduta do mesmo" (f. 52v). ; e,
a terceira, — Ultimo—, testemunha do "sumário" resPon - *
PRONÚNCIA HOMICIDIO — ABSOLVIÇÃO PELO JUIZ — SEN. se mantiver sua convicção; ou só de desclassificação, quando terá
TENÇA NULA. a cumprir o art 410 do C. P.• P ou, — ultima hipótese, — de absolvi-
ego sumaria, com recurso ex officio. 2 o meu voto". — Merolino Cor
Reconhecida a existência e autoria do homicídio, nula rea.
é a sentença do Juiz absolvendo a acusada em processo da corn.
petência do Jun eis que, finda formação da culpa, só the cabo'
desclassificar o delito, pronunciar ou impronunciar o réu coma
as cantatas legais.
LESÕES CORPORAIS BRINCADEIRA ESTÚPIDA OU DE MAU G6STO —
RECURSO CRIMINAL N.° 2.997 -- Relator: Des. DAR/0 DOLO DÚVIDA — CRIME CULPOSO DESCLASSIFICAÇÃO
LINS. Desclassifica-se para Crime culposo o fato cauaadoi de lesões
'corporal's resultantes de brincadeira estapida ou de mau gersto, quaodo, ,
ACÓRDÃO face at prova, haja duvida na existência de dole.
Vistris, relatados e discutidos estes autos do recurso ern sentido APELAÇÃO CRIMINAL N.v 15.548 -- Relator: Des. MEROLINO CORRA
estrito n.0 2.997, da comarca de Virginápolis; recorrente, a Justiça,
e, recorrida, Maria Luiza Madeira, — acordam em Primeira Ctunara RELATÓRIO
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais dar prov i.
mento ao recurso, para, cassando a sentença de fs. 36/37v., mandar' Acolhendo o relatório da sentença de fls. 62, ajunto-lhe a respectiva
que o juiz profira outra, Custas "ex lege". conclusão : o juiz impôs aos réus a pena de win ano de reclusão, por incursos
Belo Horizonte, 27 de junho de 1960. --- Alencar Araripe, presi. no art. 129, § 1. 9, I, do Código Penal. ,
dente. Dario Lim, relator, com o voto abaixo: Intimados e inconformados, apelaram da senteriga7 oportunamente,
"0 auto de coipo de delito (fs. 10/10v.) está a garantir a morte fazendo as alegações de fls. 73 e 81, o Promotor.
de Heli Ferreira dos Santos; consequente a um ferimento por projétil
A Procuradoria Gera e de parecer que se negue provimento a apela
de arma de fogo. . „
cão, porque a gravidade das lesões é inciontestavel e não ha prescrição a (re-
Certo isso; certo é, também, que o projétil partiu de arrna em- conhecer. Ao eminente revisor.
punhada, no moment°, pela recorrida Maria Luíza Madeira. B. Horizonte, 1. 9 de junho de 196G.,— Merolino Corrêa.
Pelo que, a promotoria de justiça a denunciou no art. 121,
put", do c. p.; ACORDÃO
— denúncia onde se 16 o seguinte:
no dia 28 de março de 1959, cerca das 15 horas, no distrito de
Divino, município desta comarca (Virginópolis), a denunciada fez unil Relatados e discutidos éstes autos de apelação n.1 15.548, da comarca
disparo de arma de fogo contra o seu namorado de nome Heil Ferrei- de Pedro Leopoldo, em que são apelantes Jose Cândido Filho e Eliezer Isidóro
ra dos Santos, causando-lhe a morte" (f. 2). de keneses, sendo apelada a Justiça acordam em 1.4 Camara Criminal do
E foram com o caso, em processo regular, até exclusive, a, sari. Tribunal de Justiça de Minas Gerais, par votação unânime, dar provimento
tença de fls. 36/37v, ao recurso interposto, sõrnente para desclassificar o delito de doloso para
culposo e conceder o «sursis» aos apelantes, sob as condições que o M. M.
Porque, levado o processo a êsse ponto, o juiz, ao invés de se li- Juiz' traçará. Custas por lei.
mitar a impromincia (se tal era a sua convicção), — impronunciar;
dá-lo a conhecer As partes; aguardar —, não pronunciou e, muito es. A Sentença apelada é, incontestavelmente, uma peça que espelha o
quisitamente, absolveu. critério do julgador, pois procurou Zia forrar o seu convencimento da maneira
que lhe pareceu mais razoável e conforme a prova dos autos.
Muito esquisitamente, eis que sequer não desclassificou o fato Entretanto, nati ficou livre de rigor a conceituação dolosa que ao fato
de doloso para culposo; para, a seguir embora errando absolver imprimiu o digno magistrado, pois a dúvida antra a linha divisária da culpa
o que, pelo menos, se explicaria... e do dolo deveria ser resolvida em favor dos réus; em face da prova insatis-
Muito esquisitamente, eis que, fatória que o processo agasalha.
reconhecendo a existência do fato; ...
não pondo em dúvida a autoria da rd; entretanto, Na doutrina e sabido, reina controvérsia na conceituação juridica da
C) pelo motivo de não encontrar dolo na espécie; culpa, dizendo Kleinschrod que a essência da culpa repousa na consciência
d) absolveu... At consideração "data venha" ingênua de que sb. indeterminada de ser realizada. urn,a coisa injusta, com o que está de acôrdo'
mente se pune o que nasce "de consciência e vontade"... Carfora, porque tal definir abrange todos os casos culposos.
Muito esquisitamente, por isso importar no desconhecimento, , Sem necessidade de analisar teoria, tão brilhantemente exposta pelo
indubitável, de indubitáveis incisos do C. P. jurista Raul Machado, podemos afirmar que a culpa nasce de um erro relativo
De sorte que, o sr. juiz de Virginópolis lid de perdoar esta ver- a importância da vontade rnanifestada e causadora do ato ou fato prejudicial.
dada: sua sentença é uma peça "extravagante". Deve-se a Carrara a definição clássica da culpa: «omissão voluntária de dill
A promotoria de justiça recorreu; gência 4310 autor de um ato ou fato mal calculado quanto as consequências
--- e eu, 'dando» provimento, cassando tal sentença (que, no mini- possíveis e previsíveis» («A Culpa no Dir. Penal», 2. 9 ed., 364).
rumo e nula), mando que o juiz profira outra; ou só de impronuncia, Para que haja dolo; porem, é precise que a causa e o efeito sejam
1,06
107 i;7—,
MINEIRA. 3TJRISPRUDENCIA MINEIR.A
illitISPRIIDENCIA
voluntária e querid a motivos declarados nas razões 'de fls. 66/69, opinando a Proauradjoria pela
voluntários e queritZas pelo agenta; na culpa, conquanto reforma da sentença apelada, no sentido de corrigir-lhe o Tribunal os equívo-
a causa, não 0 o efeito. cos da classificação d,o crime, como furto qualificado, para, cassado o sursis,
Ora, não ficou plenamente provado o dolo, e este rido se presume, aaa s.a. aplicada aos apelados pena mais elevada, consoante o disaJosto no art.
se infere de circunstâncias pouco convincentes, dai apreciação puramente 3 do 06d, de Proc. Penal, salvo, é. claro, entendimento sabre to emprégo do
subjetiva. Não é curial qua um pontape cause quatro fraturas h vitima., : cps 384 do cit. Código. A revisão;
peritos salientararn que o paciente dava a impressão, à primeira t er B. Horizonte, 1. 5 - Junho - 1960. Mardi:inn Corrêa.
sofrido um grande traumatismo na Pilate inferior do tronco ou :la baci.:;:'fri as
da inspecção do membro inferior equerno notaram a for Mega() tie CalV Osseo ACORDA0
ckatricial, defeituoso, corn deformidade causada pela fratura.
Não é, todavia, a gravidade das lesões qua torna evidente :6, aolo. Pro- Vistos, examinados e discutidos zs:te:.q autos de apelação n. 5 15.517, da
vado não está que as réus houvessem querido o resultado, near, aS sumido o coma/nit de Fratal, ern que é apelante a JUstica, sendo apelados Agenor Cor-
'havia inimizade capaz de reia' de Oliveira e Gtunerciacio Estevão. da SiiVa, acordam, em. 1. 5 Camara
rhea de produzi-lo. Entire Wes e : 6 ofendido nãO
explicar a brutalidade da ação, a .Menos qua se admita o absuida'd6 dolo in- Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por unanimidade, dar pro-,,
determinado, vontade de produzir mal. hi genera. Em urna Simpid . lnincadeira , iiimentO ao apelo cio Ministério Público para reforinar, eni parte, a sentença •
antra primps amigos, ainda que se classifique de estúpida pii4e máu gosto -eaelada e impôr aos apelados as penas de 2 anos de reclusão, a Giusiteroindbv
festa, „ raga ' se
essa brincadeira de assanhar os cabelos de ;um janota que ia a anos o 6 mases, a Agenor, alem da multa de doh mil cruzeiros e das custas.
pode acreditar que houvesse procedimento doloso, Vontade consciente, 0 fato criminoso narrado na denúncia constited:inegavelmente furto
o. qualificado, nos termos do art, 155, f 4. 5, IV,,cla Código. Penal, pouco impor-
berada, indubitável de ofender a integridade cm-paral do infortunado Maç
Este não foi atirado fora do bar, não foi empurraclo pelos primos, raáS . :aranas tando a classificação adotada naquala pega sentenga recorrida.
caiu ao ser agarrado pela gravata per Jose Cândido, porque a gravata não ' Podia o juiz divergir classificação feita na denúncia, ainda que para
ague ntou o empuxão, maia ou menos forte, ou não suportou o aõsa corpo., aplicar pena mais grave, de conformidado com a que dispõe O art. 383 CIO Cód.
desequilibrado. Nenhuma discussão houve antra a vítima e os apelantes paisa2 de Proc. Penal. Nem assim haveria inovação da natureza jurídica do crime
se desvendar o dolus. Por Ultimo, não é absolutamente impossível que algitein de furto' que motivasse prejuízo para a defesa dos incrinainaclois. Oa comenr
possa quebrar urna perna em quatro lugares, ao cair de dois altos degraUS:a6 ,; tadores do cit. art. 383 deixam bem clara a faculdade judicial de dar ao fato
solo duro. Pode ter acontecido isso, embora, haja contradição na prova testenral :: : a exata tipicidade jurídica, des que não se modifique a. iesPeetiva estrutura.
nhal. Não houve, porérnt, luta corporal, senão grave imprudência na conti Veja-se, por exemplo, a decisão dêste Tribunal, Publicada em «Minas Foren-
nuação de urna brincadeira mal tolerada. ° se yol. 5, Pág. 40, sem embargo do brilhante voto vencido 4.1aVra do emi-
Os bons antecedentes dos apelantes demonstram qua, não são ales indivi!. nenta DeSernbarg,adar Martins de Oliveira, que não contraria a stem, debatida,'
duos rixentos e avalentoados, de forma que não se deve repelir a hipótese focalizando aspectos' do processb.
mais favorável do 'bombe , como Musa imprevisível das lesões. 111.ais Lritcxm foij:ainda: 0: reconnechnentO da deliettiaa excepturn, inaten-
BoIPHorizonte, 20 d junho de 1960. — Alencár Araripe, presidente, di el em furto qualific udo Sah'a irisairage.o enganosa de so tratar de pequeno
com voto. fderolino Corrêa, relator •— Dario Lins. vaior'Cla res furtiva. A ino&ia"fit.t.'nional;entbore, minguando 4e valor ante': o
surto inflacionário, ainda não eliegau. a0 Camillo de poder considerar-se de
peiqutena quantia um furto avaliado ern Cr$. 2.400,00. Procedem as críticas
que o dr. Promotor de Justiça lançou coritra tal criteria de aferição.
, Também não se justifica a concessão de sisis au réu Gtunercindo Es-
tevão da SilVa, cujo procedei, na palavra do próprio julgador, não é born
FURTO — CLASS CACAO DO CRIME NA DENUNCIA DIVERGÉNCIA (naclo. bom), pois um indivíduo de 29 anos de idade que, conlidado com out
DO JUIZ -- VALOR DA COISA'SURTRAIDA
DA SENTENÇA FACULDADE tie larápio, furta um porco gordo do chiqueiro de outrem, nap maraca indula
DELITO QUALIFICADO — AGRAVANTE -- INAPLICABILIDADE
gericia, so or ser delinquente primário.
Pode Lo Juiz divergir da classilicaeão do crime feita na de- Qualificado o flirt°, não lugar para a 6.dmigsalo agravante d
• náncia, dando ao fato nela 11 4141 PAO sua exata tipicktade juridica, ainda ra,tlicaiso noturno.
quo para aplicar pena mMs grave e sem que isso imposto n inovagão Belo ;acute, 20 de . junhO de 1960. — Alencar Araripe,. presidonte,
.pre¡talicial à defesa dos acusados. Merodno Corréa,'relator. bark) 1.ans,
A desvaloriziação da moeda nacional, pelo surto Inflacionti-
Ho ainda não chegou cúmulo de poder considerar-se de pequeno
valor um furto avaliado em Cr$ 2.400,00. Jam PRONUNCIA TENTATIVA DE ii011/11CIDIO E LES8ES CORPORAIS
Qualificado o furto, não há lugar para a admissão
, da agra- — INEXISTENCIA DE DESCLASSIFICAÇÃO — COMPETIËNCIA —
vante do repouso noturno. CONEXÃO SENTENÇA NULA
APELAÇÃO CRIMINAL N.° 15.517 --- Relator: Des. MEROL1NO CORR2A — Se o réu foi promanciado por três crimes, dais de tentativa
RELATÓRIO de homicídio e um de ksiies corporais, a negativa do primeiro quesito
das séries dos dois fL ,, contra a vitia não importa em deselassilica-
Como relatório, a exposição constaetk,1 de -parccer da Procuradoria é xdo c. per.C1'eleXii.:) ceripetenala de ulgemen-
in pellis du delito trx qumxi'tn as kso ,:s
adotada, suscitando-se oc;.. 7 e a tese jurídica da classificação dii sentença do Julz.
imputado aos réus. APELAÇÃO CRIMINAL N.' i,5.23 '--Ealater: Des. JOSE :PardiERICO MACEDO
juiz,
0 dr. Promote: de Justiça niio se rendu às c.oneltisbc
08 — — 109 —
'ITRISPRI,TDENCIA MINE IRA JURISPRUDÊNCIA IVI1NEIRA
RELATÓRIO Nos julgamentos perante o Júri, a prorrogação de competencia torna-se deli-
nitiva, em virtude da sentença de,pronfincia, como prevê. o § Miico daqude
Vistos. Adoto coino relatório os constantes da sentença de pronúncia'. dispositivo processual.
(lis. 48/50) e do parecer da douta Subprocuradoria Genii (fls. 112/114), Espinola Filho assevera (pie, prorrogada a comPetência.
• Passo os auto a ao Eixmo. Sr. Desembargador reVisõr. «considera-se firmed pare o prbeesso e julgamento de quaisquer
Halo Horizonte, 17/maio/1960. Jose Américo Macao.
dos Casos, sem dependência alguma da soliição que yenha a ter ou ern
razão da qual os outros (orate arrastados à aua aPreciação: considera-
ACORDAO
se, então, corno se a competênpia do Juízo tive§se sido firmada pare o
processo e julgamento de cada infração" indepententemente, de sorte
Vistos, relatados e cliscutidlos &stes autos deapelação criminal na que nenhurna influencia tinha a solução dada a tuna delas sôbre
151123, da comarca de Bannibui, apelantes, a Justiça e Jose Bernardes da questão de competência relative As decautis» ., («Cód. Proc: Penal»,
Silva, e apelados, os mesmos. vol. II/169 a 171).
JoSé bernardes da Silva foi apontado h Justiça como ineutso, dues va- F:sse princípio de. ordem ger
ses, nas sanções do art. 121 c/c l art. 12, n, II, e art. 129, todos dnCed. afina coin a disposição contida no arc..
192, § do referido estatuto processual, que referência alguma faz à pion-
Penal, por haver, em 1." de julho de 1958, no distrito de Medeiros i enanarea rogaçãO de competência, por conexão ;nu continência, mas, cogita especifica.:
de Barnbui, desfechado tiros do garrucha contra Mareondes Alves Batista ,e •
mente da desclassificação de delito quo determiner a corimetência originaria
Jose Gaetano da Silva, praticando, assian atos de execuçãío do crime do hi do Tribunal do Júri pare ontro atribuído à cornpetiência do juiz singular, cae6:: :
micidio que, somente, não se consumou t -or circunstâncias in,dependentes,da. am que caberá 00 presidente do tribunal proferir a sentença .
vontade do agente, e, ato continuo, agarrado Jose Francisco Marceline I i FI
pescogo, produzindo-lhe ofensas corporais de natureza leve. No caso de que §e ocupa o espécie, entretanto, nãO ocorreu a descitiagh
Regularmente processado foi, finalmenté, pronunciado: (fls. 48 a 54:e, ficação des crimes de . tentativa de homicídio atribuídos ao Céu Jo§éBernardés
levado julgamento, o Jun i negou '.o primeiro quesito das dues series„refe- da Silva, pai ai afastar a compatémia do Tribunal do JCiri. Hotive,
routes as tentativas de homicídio, sendo considerados prejudicados todos os abaolvicão do acusado, pela negative dos quesitos principais de cadahnhe
demais quesitos relativos à série de lesão corporal, por entender o ,M. M. duas primeiras series, permanecendo, portanto, a prorrogação definitiva de
Dr. Juiz-Presidente que a competência para o julgamento do ultimo delito competência decorrente dos efeitos da pronúncia e determinada pela•epne 7
lhe fôra transmitida, sentenciando, em consequencia, o réu à pena de 4 mêses Nao. Este, determinative da conmetencia do Júri pare o julgamento chas três
de detenção 82/84v.). crimes ra:lo havia •desaparecido.
_ona
Apelaram, em tempo hábil, o Dr. ProMotor de Justiça (fls. 90) e o No que tange its irregularidades , alegadas pelo Pr Promotor de Jus-
réu (fls. 92), pleiteanclo o primeiro a anulação, dos julgamentos e alegando tiça, e que procedem, reportam-se ao parecer cite Dr. Subprocurador que,
que, à vista do cerceamento da prove, a decisão sõ poderia ser a que foi data venha, a Cate incorporam, recomendando ao M. M. Dr. juir, n quo espe-
contrária a verdade e a prove dos autos Ms. 93197); e o segundo a reforma cial atenção, para que semelhantes nugas, repetidamente observadas em
da deciszio condenatária, para que se decrete a sua absolvição (fls: 98/102). Leitos oriundos da comarca de Banribui, niAo mais ocorram, em 'beneficio
O douto Subprocurador Di. Mauro da Silva Gouveia, ern ham elabo- das partes e da própria Justiça.
rado parecer, se pronuncia; liminarmente, pela nulidade dos julgamentoi e, Com Castes fundamentos, acordam, em Segunda Camara Criminal do
de mentis, pelo provimento da'apeleção do Ministério Público, pare que se Tribunal de Justiça de Minas Gerais, de conformidade com o parecer do Dr.
cassem os vahoditos absolutórios, por contrários à. evidência dos autos (I le.
.... , . Subprocurador Geral, dar provimento à apelação interposta pelo órgão. do
112/114). Ministério.' Público para anular os julgamentos, mandando que a outro se pro-
--- : Além , dás -alegações levant:a:des pele- órgão -dia- Ministério. Público; em . cede com.: fiel observância das formalidades legais, 'prejudicada a apelação
tins razões de recurso, todos de singular :relay°, ulna Mara existe e que 'pop.: do réu. Custas na forma da lei. "
sua significação 'assume maior •preeminAncia; suscitada pele ilustrado Dr.:.
Subprocurador Geral, e que ae relaciona : ao fato de, haver lo acusado pratica- Belo Horizonte, 7 de junho de 1960. Ferreira de Oliveira, ,.residexue,
— Josée Américo Macedo, relator. --- Lahyre Santos.
do dois crimes de•tentative .de homicídio eaum 'de. lesões comprais,•-,-.:,000c' •
. xos e, ' consequentemente, .da conmetênda 'do. : juri,..:.L- - , e . do- M...':.:M. Th.i. Juiz
. 'U. quo ter, avocado 6: julgamento do ultimo; logo que ci CdUsiglió'JulgbidjOr:. tie-
god' o prinieiro . Auesitna das.duas . séries relatives . frterititiya s. ..de honii(Hclie..?.......
. .
. . . -.
, • • Segundo 6 invocado parecer, ad Júri; tambem,. competia. o ulgamentq• j
... . . . . .
. de crime de feiiraentos leves. MENOR PilESO — APRESENTAÇÃO AO JUIZ
: •••• A . irregularidade em feico, qua - so refere it absorção pele. M.. M. Jiaíz•- , DESNECESSIDADE DE
«HABEAS-CORPUS» — FLAGRANTE NÃO LAVRADO — IMPOSSIBILIDADE
Presidente da•competéneia do -.fart se colore de acentuada relevância e cOnia
fôrças para invalidar os julgamentos do apelado.
„. Se a Conexidade dos delitos existe e foi sustentada pela acusação. até — Com a apresentação do menor ao Juiz, finda a alçada
final julgamento - (art. 78, I, 'do C. P. P.,), evidentemente exorbitou o M. 1\11.. podendo, independente de «habeas-corpus», o magistrado
Juiz : quando retirou - de Jiiri-o julgamento que por lei lhe oorripetia. .. . • conservá-go sob custódia ou ontregri-to ao responsável legai.
. . Na conformidade da norma instituída no art. 81 da lei .processual v1-, — Não pode o Juiz mandar lavrar flagrante por fato já remoto,
gente, - deterriiineda -a unidade de processo por conexão ou continência, eini..! • clet-de que a policia não o tenha feito.
tirrnarit" ..a - ceninetência dor adz ou Tribunal pare julgar tôdas as infraçõêpa.
ainda, que' ocorra:-absolvição no fato determinante da competência originária. «HABEAS-CORPIJS» 736 — Relator: Des. ALENCAR ARARIPE.
110 — 111 --
JIJRI:SPRU DIi'NCIA 11/1 N 3URI6PI IUD NGI A. MINEIRA
-ACORDA0 ACORDA0
Vistas e relatados estes autos de- recurso as habeas-corpu.s - n."• 3:706, Vistos, relatados e discutidos restes autos de: apelagâo criminal ri. 9
da comarca. de Matias, Barbosa, reeorrente - O•Juizdrex7officia e recorrido 15.557, da Comarca 'de Coromandel,. apelante — a 'Justiça, apelado — Joa-
rio Alves:. .. •. quim Aleixo de Sousa; acordam, em segunda :Cara Criminal dio Tribunal de
Benedito Alves, pai, do planar Matio,.AIves-;. de 17 anos, 'representou ao Justiça de Minas Gerais, integranda. /taste o parecer rare da ilustrado Sub-
juiz de. Direito, quebrandeLse de • que; por wee falsa aCtisaçãa,de:hatier deto- procurador Geral Dr. Jason Albergaria, prover o apelo para anular o julga-
nada arma da . fogo, estava detido lia delegaCia;de . .Policia„ . - Fedidas interina- mandando que a outro , seja o réu submetido, cent observfincia das for-
Mies, o delegado de pollpia . .apre. Sentou o menor ao Juiz comunicando lhe qite
sabre .o lato . haVia sidoinstattrado inquerito Ctunpriu astim O'que-deternlj.,. E, assim, debideni porque, -canto alegou o. Zeloso órgão do Ministério'
6026,. de 1943, no seu artigo 4Y Não ..obstante,. datermi- Publico, can suas razões de recurso.* His. 83/845; :a Dr. juia Presidente, ao¡
non o Juiz. 'tuna série d providências,. para as - quais marcou a prazo de 24 redigir os quesitos que Propostos foram ao Consélho Julgador, por um lapso
horas, deStacandle-se antra- alas que:•feisselavrado auta.de . prisao,.ent flagrante . ",': deixou de inserir antra as integrativoe da legitinia. .,tiefesa putativa o refe-
e .-jiintas,i daetiloecopica; folha de antecedentesc,a - beletini r•Lnte a injustiça da agressão suposta pelo eu '
Misturou •disPositiVOS. -da,, legislação comu m com os do - Código de Mena- Ora, da deficiência verificada dimanou incoritestavel prejuizo para
- •res,..reVegado em Parte . Palórdec . .. 6026 e noutra porque o preceita do art.. •181), jus:iga apelante (art. 563 do aid. Proc. Penal) Lima adis que se espoliou o J. Ctri
i so cr aplica 'et no antigõ Distrito Fed-oral, ao -teraPO - ora•que cada Esi- da direito inconteSto de livre pronunciamento sôbre um dos requisites inte-
tada,tiíi.ha sira legislagira.Processu.alaprópria. A Case tenidra, vigorava am . lifi- gral:bras at figUra jilt -Ulm da excritninante invocada pela (P:Tesa, que quedott,
nas•adécreta..n." 7689:, de 3 de J . tinhoi..de 1927, ile sueedeu ao cleat-eta n. destarte; descaracterizada.
1Q26 de 31 dc agosto do 194', • • . Dili, ter oedrrido m nuliciade prevista no art ah I a iti (falta das
Com a itpresentação tio umestava finda a aigada .. da autoridiefe Lolmutas ou ter/nos seguintes):
policial... Podia o Suia,x.nandaf . soltar 9 . K.11 , adepenclente de ..iiaM:as-corpus, " — os quesitos e as resaectivas respostas»,
conserva-7.10 sob etistPilia, du exitregâ-la aoreaponsãvel legal.. • . • • § único do invocado dispositivo processual. quo, assim, pree'.:Atua:
: . Coot surprésa,. cop.eedeu-lim 1 .iabeas-curpus, ao 111,2•Lall,(r.. te.m.po . que •••• Ocorrerá, ainda, a nulidade, Par deficiência' dos quesitos Ou nuridade de Ca-
mandavalaViar .auto de to ern flagrante, e siinsitanoaanerite mandava • rater absoluto, pals, ferindo dixetamente a liberdade de apreciação do -Tribu-
- confiar o -rarcitor ,a - guarda d ai, mas Ilu.6rapunlik e 4-..p¡r!,:st -ar nal Popular, macula ern Sim Prápria drlgern o weredictlin: por eile ditado, que
- -coma caução civil - (sie) e contirrav.a a :quebramentO . da.fiança, cam perda to• :retrata uma incompleta apreciação da espécie: levada a seu juigamento. :
tal - desta ; •no case dc não se recolher o Menor As. 22: liaras; - impreterivelmente ..• Além disso, no priMeiro dos quesitos atinentes a legitima 4efesa pu-
- Os- autos não dizem - se o pai clO Manor se .conferinati coin tão . estranha.exigèn- tativa omitiu-se menção resumida ao fato praticado prilo . ofendido: e que
cia. Em despacho posterior,.. o Juiz intarpôs : recursal..ex-.offiCia.:-- Pale - ekpósto teria induzido o réu supôr encontrar* ena face de uma agressão iminente
Se ve ,qtte o liabeas-corpue era ineetio: inoperante, ,desdie Mra o Manor' iõi,., sua pesSoa. E 'genie tem entendido a Jurisprudência, essa falta obarreta a
amnia determina.a lei, apresentado an - <Tula nulidade ,elo julgamento («Minas Forense» ; . vol. '6/37; «Devista cloS Tribu-
' Tanibérn não podia Mais o - magistrado nrandar lavrar auto de priSira nais», vol. 246/I44; «Revista dos Tribunais», vat. 230/76). .
flagrante, pibratin tato já remoto, e desde que o delegado não o - tinha Como se v'e, o julgamento a que foi o apelado' Submetido transcorreu
• • Não. se 'comPreenda inesMe ,n.layratnra:xle auto depois da concessão. do pontilhado de graves' faltas, que irrencediávelmOte a tornara imprestável.
habeas, corpuS,.qua era des.ceeceSáriai em. face .da autoridade, Juiz, com Custas ex 'liege.
relação a menores d .e..18 -. anoS; Belo Horizonte, 28 cle jtinho de 1960. --- FOrreira 4Q! Oliveira, presidente
NesSas.candições,.aeordain 1.' Cfuna a
ar .,. CriMirtaid Tribunal de Jus- J. Américo Macedo, relator -L..:Lallyte Santos:
iça não conhecer do recurso e condenar o Estado nas custas. Como.itasl*u,L t
— 112 113
J.UIIISPRUDÊNCIA IVIINKIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
114 — 115
JD. SP Rtir k NCI A MINE JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
ACÓRDÃO. ACÓRDÃO
. . .
e curso e de
Vistos, - relatados e _ discutidos Ostes -autos de r Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelação n
apelação não numerada, oriundos do comarca -de Resplendor,. seridorecorren-. comarca de Ouro Fino; apelante, a Justiça e, ' 15.580, da
te .e apelante a Justiça, recorrido Pedro Inácio Fernandes, acordam os Juizes . Matos, acordam ern Primeira Câmara do Tribunal de
apelado, SebasW,o Firrníno de
da Primeira Camara Criminarclo. Tribunal de Justiça, nor votação unânime;.:. Justiça do Estado de Mi-
nas Gerais dar proviirnento à apelação;
integrando neste . o -relatório. retro,. conhecer cIa apeIação, para dar-lhe provi:. —para. anulando o julgamento (sem entrar 11D seu
.ment6,•ficanclo•prejeíditadd•o:returso'n •anular. -o julgamento do anelado,•a-fira o ue a outro se proceda: ' mérito), mandar
de que outro se realize cona inteira observância das formalidades legais Custas Sebastião Firrnino do Matos, pronunciado no art. 121,
por lei. . . C. P., como matador de Henriques Rodrigues Filho (auto de I. 2.', n.5 II, do
Não poderia o- juiz conceder ao acusado o benefício da suspensão eon-. fls.- 11/13v), pronúncia mantida pale acórdão de corpo de delito
clicional da pena, e muit o . menos mandar po-lo ern - liberdade, coatroVindo . ' fls. 117/118, foi levado ajuri;,
-- e o júri o €1,:ferindo-lhe a tegítirria defesa.
escancaradamente osart o .596 do Cód, de Proc. Penal, quo confere efeito sus.- •: Mas, o julgamento está nulo;
pensiyo à apelação inkaposta, mesano no caso de sentença absolutória, impe- — t eis que o juiz, contrapondote o
dindo que o réu seja logo posto em liberdade, quando a lei comma - pena de jurisprudência do Tribunal, englo-
ou, em um só quesito, o emprego do meio necessário
reclusão ao crime narrado na denúncia, por tempo iguals ou superior -a oito e a moderação do seu
ainoS., • . ••,- os- --: • • • • • •• •• • Recentemente •-•(22, de. maio : do corrente arm); o «Minas
• Salienta ainda .:o parecer Procuradoria' Geral, de atordo tom o :todos os juizes reCebe, piiblitou,'nOste sentido, Ura acórdão Gere.,is», que
parágrafo 2. , 46 cit.. 'dispositivo/só não . •terá efeitio- . SUspensivooa absolvição desta Câmara. .
Assim, nulo 6 julgamento, anuncia Camara que a
.• decretada.. pelos juracleís por unaninnido,de, ••-• • • . • .. • outro se proceda;
decisiiio,•átra; seino•exanté.:'00 mérito.. Custas «ex lage»,
Ora, .não foi unânime a decisão deSclasSificadOra do homicídio doloso - Belo Horizonte, 20 4e junho de
oriára culposo 'quo os. jurados proferiram, - como. se -vo 4•6 terarlo- de votação 1.960..-L,Allencar Ararlipe, presidente.-
- Dario Lit* relator Meralino Correa, , • •• • -•••••
(fls.•56), houve dois votos contrários. . .
, Acresce qua já havia o dr..Promotor.46 Justiça apelado da, decisão do
júri, dizendo-a frontalmente contraria à prova . do processo, o . que , bastaria :
para alerta r . a consciência do magistrado, tanto mais que os fundamentoa-dos
«sursi.s» nap: primara pela exatidão jurídica. . SCR! PROMOTOR «AD-110C» — CONHECIMENTO DE
Respeito h. apelação, ainda, uma nulidade visceral deve.-ser posta em RECURSO —
IMPEDIMEN'PO DE JURADO NULIDADE
evidência: . a pronúncia classificou o homicídio como qualificado pela circuns-
ância da traição, que o libelo articulou. O qUestionáriosproPostnaos jurados, t
— O promotor «ad-hoc» tein capacidade processual para
inter.
entretanto, omitiu a indagação correspondente à qualificativa Houve, por- . por rectmtio contra as decisões do Júri no qual funcionou.
tanto,• incontestavet prejulz .o para a acusação, pouco importando -o O jurt.,do que já tenha participado de anterior julgamento do
. das partas na matéria, porque a nulidade se refletiu na decisão da causa.. réu está impedido de funcionar nos subseqüentes, sob pena
de nulidade
O art, 564, Viinico, do cit. dui. processual ocantemPla a nulidode•Pdr: do veredito.
deficiência dos quesitos e respostas.
APELAÇÃO CRIMINAL N.' 15.495 — Relator: Des.
'A -votação deveria ser sido- encerrada logo- qua o júri negara ia 7. 5 ctue=:. MEROLINO COREM
— lie 117 —
,ITYRISPRTJ,DiPlNCIA MINEIRA
PRUDÊNCIA MINEIRA
Consultando-se a doutrina, igual clissiclio impera. Enquanto o saudoso
RELATÓRIO Leão Starling sustentava que no Código processual ern vigôr, inexiste o im-
pedimenta (Teoria e Prática Penal 2. 4 ed., pig. 164), Camara Leal, Espinola
O jun. de Miradouro, pela quarto vez, julgou o réu. Jose Angétio Man- Filho, F. Whitaker, Moura Bittencourt e Magarino Torres ensinam que há ne-
des, autor da morte de Jose' Rodrigues Costa, mas, desta feita, pare absolvê-lo, cessidade de se generalisar a referida inibição, «dado o seu aspéto extravazan-
por maioria de votos, com fundamento na eximente legal da legítima defesa,
to da simples consideracíío de segundo julgamento», devendo interpretar-se
pois o condenara, anteriormente, em tees julgamentos anulados nesta instáncia. extensivamente o art. 458 do cód. do pron. penal, conjugado Corn o art. 252,
Serviu no júri um bacharel, dr. Memel Martins Lisboa Júnior, como TH (Esp(ínola Filho, in ,<Córl. Woo. Pen. vols. 4.', n.o 898, e n.°
promotor de Juetiga ad hoc, o qual apelem "da decisão absolutória, no tercehio 1261).
dia, fazendo as alegações de fls. 229, para pedir a nulidade, do julgamentái- De resto, o impedimenta era tradicional, no direito pátrio. E, se a ba-
porque o jurado Jose Natalia Martins tomara parte em outro Conselho de' lança da Justiça tern duas conches, uma deverá ser a do réu, outra a da do-
Sentença, ou se não acolhida, a prelhninar, não pedia o réu ser absolvido sera
cincinde ofendida pelo delito de sorte one não se justifica a nrefeiência con-
o repúdio frontal da prova dies autos: cedida, exclusivaniente, à defesa no caso de protesto por novo júri, e se negue
O Dr. Subprocurador Geral, embora discutindo sobre a interposiçâo do ao Ministério Público a mesma regalia, em outro julgamento a• • .
recurso por um promotor ad hoc nomeado pelo Juiz, opine peilo emahecirnen'or flui--se--á, porém!, que - a. .soberania do Júri nab tolera a distincãOi Por-
da apelação, cujo provimento se impõe, em face do que a egrégia Camara que a regr a . geral é destinada rio impsdimento de juiz que sé pronunciou - de • -
Criminal salientou no. acórdão de fin. 58, ao confirmar a pronimcia db. apelado.' iato, on em outra instância. O. argumento é sedutom, nãoe te-Sistei,
Assim relatados, passo os autos ea exmo. des., Alencar Araripe para entretanto, • lógica 'inridicae nem ao born: senso. E' quo se- confuridern.:jtitgen. -
revisão. le fato,.- juizes leiges, Muitos dos quais julgam corn um: olho só, escutando
Belo Horizonte, 27 de maio de 1960. -- Merolino Corrêa coin um só ouvido defesa, o - da conveniência do interêsse
subalterno-oo do' sentimentalismo vésgo, o . da insensibiliclade Mere], tudo.
ACCcRD.A0
quanto sirva paro•oesqUecimento . da .vitirnoiOde suA família na Proclamação-
de inocências, rubras de Sangue inocente; através k: escandalosas absolvições.
Vistos, examinados e discutidos estes autos de apelacão n.° 15.495, da 0..juiz togado Pride . descambar também, Peis q-homem é . de argila e.e6ração
comarca de Miradouro, sendo apelante a Justiga e apelado Jose Angelic, da humano ae vezes se deixa vencer por sentiment-0(1E0es, ou VA.- fra4neia, de .
Silva, acordam os juizes da 124 Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de caráter Otride ciência jurídica'.:.Mas, -.emyerdadn; o reino doc pérfidos beml
Minas Gerais, por unaniciiidad.e,'.conhecer da apelação a dar-lhe provimento, inCriornai.ltidicatinia•togn.da. pas revisões 'criminais, somente não: •
pare, anulado o julgarnento, mandar que outro seja efetuado corn observância poderá s'en..relOtOrri aquele- juiz que heuveropronunciado .decisão ern qualquer •
das formalidades legais. Custas ex loge. fase do processo i (e rt. 625 do i citado :'Cridigo); ato i •irnpedintento, legal, o
Conhecem do recurso interposto pelo dr. Promotor de Justiça ad-lioc, que prova que a regra não 6-absoltita . .-: • .• . • :. • . . . -•
por ser evidente a legalidade de sua nomeação, pare atuar no julgamento do . No presente caso, o jurado JoSieNatálio- MOrtiristOrrimiparte ern .6:As
réu, nos termos do art'. 448, § único, do Oód. de Proc. Penal: Se funcionqu. julgamentos de. apelado, pouco importando que •não • se' saiba como Ireton: elee
no Juri, ipdo facto tern competência- pare apelar da sentença proferida, corno guns quesitos,- se O'primeiro da série da legitima - defesa foi'unânimementei-_i
consequência que é tal recurso contra a decisão Mal recebida. afirrnadc.) -. • Logo;' era inn juiz prejulga -dor êSse jurado. Sem' e.er necessário pa-
Doutrinam Leão Starling, Borges -do Rosa e Espinolta Filho que, não netrar no.mérito,.basta isto 'para.- demonstrar parcialidade ique à lei reptigna.-i
comparecendo o enigiãb -do Ministério Público, dove o juiz tomar a providência •.'•• • .. P.Olo Horizonte, la de • junho de 1960. a;-, Alencar Ariaripe, presidente,'
legal cabível: designer urn promoter ad-hoc. Ainda que bacharel em Direito, (Om Merelino.Corrêa, , telator • — Dario Lins. .
deve o nomeado prestar corripromisso. 11 certo que assim se fez, mas ••
mere irregularidade não pode impedir o conhecimento do apêlo manifestado,
c4orque ,prejuizo não se' alegou em tempo contra a admissão do substituto no
julgamento.
A prolimirer suscitada pelo recorrente, referendada não foi pelo dr. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROCESSO PENAL SENTENÇA
DE JUIZ — INOVAÇÃO DESCABIIVIEN'TO
Subprocurador Geral do Estado, talvez por não ser ainda tranquila a juris-
priidência, no que tange a nulidade invocada. O antigo có& processual mi-
neiro, no art. 369, vedava a participação de jurado no julgamento novo,,. se
--- No processo penal os embargos de declaração sinnente po-
houvesse êle integrado o Conseil* , de Sentença„ no anterior. No código vi- dem set. opostos contra acórdãos ou decisões de segunda instáncia,
sendo vedado ao Juiz deles conhecer e recebê-los, para inovar a sen-
gente, a proibição 6 expressamente declarada, mas quando se trata de pro- tence definitive proferida.
testo por nova júri (art. 607, § 3. 9 ).
Ha decisões contraditórias cm; tôrno da matéria: nulo julgamento,
sent se cogitar de ptrejuizo, se na formação do conselho de sentença, foi ex- APELAÇÃO CRIMINAL N.° 14.767 -- Relator: Des. 1VIEROLINO CORRA
cluido jurado, par ter funeionado em júri anterior do mesmo réu» («Minas
Forense», vol. 7J, p. 215 e 6.°, 205; vol. 5, 9 , p. 192, e vol. 12, p. 174). Em RELATÓRIO
sentido inverso: «6 nulo o julgamento pelo júri de que tenha participado ju-
rado que funcionou no anterior» («Rev. For.», 185/366 e 165/332; «Minas Acolhendo o relatório contido no parecer da Procuradoria Geral, pc-
Forense», vol. 18, p. 245; «Rev. Por.», 182/343). Este Alamo julgado do nho-lhe o desfêcho em , f6co: provimento do recurso próprio, para que se res-
nosso Tribunal, teve como relator o eminente des. Alencar Araripe, que, re , taure a sentence ilegalmente modificada com o recebimento de embargos de-
conhecendo não ser pacifica a jurisprudência, adverte que melhor preceito ( i aratórios incabíveis. Passo os autos ao eminente revisor.
considerar o impedimento do jurado que já, tenha julgado o réu. Belo Horizonte, 21-V-960. — Merobno Corrêa,
— 118 -- 1.19
JURISPRtYDNCIA MINEIRA JURISP UDÊ'N CIA MINEIR A
A,051WAO Aer.5711A0
apelação. 14.767, d a
Vistos, relatados e discutidos êstes autos de Vistos; . relatados e • discutidos •êstes autos de apelagila criminal .n.°
apelante a Justiça, sendo apelado An- 416, da comarca de.-Catagua.zes, anelante, • a Justice - e anelado
comarca de Belo Horizonte, ern que é Câmara Criminal, do Tribunal de Jus- rrarmiscP
tônici de Paula Braga, acordam, ern 1. 8 acordem . or Juizes da. 3. 8 Cnmara Criminal:C1P Tribunal .• de.4untica.
tiça de Minas Gerais, por unanimidade, dar provimento ao recurso, para ano_ par unanimidade d0 votas, dar provimentO.a . apelach'6.- e . .determinar que•o HT.),
parecer da Procuradoria Geral do Ed.. miado Francisco RAsso seja submetido a..novo juignmento. -
lar a decisão apelada, de acôrdo com o : .-• • . •
tado, devendo prevalecer a sentença anterior, que condenou o apelado, corn Pronunciado como incurso na sa.ncgo• do art in' rio .código• Penal; . .
restituição do prazo legal a que tem direito, a fim de apelar, querendo, de- como autor do laarnieidio de Seas.f -,16 José Henriques ((Is. 1.17)• e submetido • •
pois de preso, da decisão condenatária. , a 10f-fat/lento porante juiz de . CateguaseS, o réu-;apelado obteve a• desclasSi-
Assim deoldern, porque, realmente, não poderia o digno juiz receber ficaclie risra ..o art. 1.21; 5 3.. em. condromiincia, AtIs r ;esPostas.•riegatiVa..•a0 ;.3.,!, ••
embargos cleclaratórios °pastas à sentença proferida, Para reformá-la, ree,e- quesito (0eO:nroderadO des' rneiosi afirmativa ao. 9.° quesito (excesso cut. - •
nhecendo a existência fulminator - in de uma preliminar arguida pelo d^fensor ¡lose), sendo rSead.orrade• a6.euria ,.. 7ini
Hante. da Pena de urn- ano ....e :dais- rrrêSes
do réu. Os fundamentos da nova e extravagant° decisão pecam pela raiz, de detenção . 134/1,30Y. •
definitive que pro4
tando ao seu prolator cámpetência pare inovar a solução Cr.Mo hart AsSinaladri' danto ,parecer da ProcUradotia de
nunciara, o que equivale a invadir atribuições dos juizes superiores. Catagnazes decidiu cqm.indisc.utivel antitto negando 6 quesito'. alusivo h. mo-
Esclarece Borges da Rosa que os embargos de declaração ou declaratiirios ; dome r7i0..: .-tyl. as incidiu •etri:graye •errq, ao fazer a desclassificação.'res:enhecendo
.
são o recurso que tende a obter do Juiz ou Tribunal que deu a sentença ci .: ssIna.SO nail:let:Ma • ria•aateck"46':. - -• ....•".- .• . • •
proferiu a decisão, que éle mesmo a declare ou» esclareça,' nos casos em que Realmente, esse cleeisão'atenta •-contra - .a evidência dos autria..•
ou ambigüidade («Free.
a decisão contenha obscuridade, 'omissão, contradigão •• :Cortfessa'e au-a:lade. em eu.interragat6rio, -ern atenária. mie na execu- -
raa•da ren0.6..ut,iliaatuse•a:principio; da.foice :'e dénois de sua fate',
Ao primeiro lance; parece: que o juiz poderia processar os embargosde ••; Descrevendo • mintderitemante, as lesões - sofridas pela vítima produ-
declaração lançados pela defesa, após a sentença condenatória. Todavia; tal " airlasPor'faire. a 'auto danorpo•de delito que instrui a denuncia, constitui prova-
impressão, conto a fumaça de 11111 cigarro, desaparece completamente. i, refraeaVel do excessuadefensioniS.... • . .
Pimenta Remo já cloutrinava. que não é licito pedir-se entre60, alte- Vale recordar, a.o.:•Pronósito,..o magistério de Pedro Vogara -' haverá
ração ou mudança que modifique, desfigure, aumente ou diminúa a substância de defesa, • toda *OZ (11.1e. . a reaC;46.se transformer ern.agrease....isto 6...
do julgado,.. Apenas é possível o pedido de esclarecimento do que foi decidido ov 6 ndeol 7L- cessado, no momento do 'conflito, o perigo marte on de lesão
e da dúvida ern. que se elabora. Os embargos cleclaratórios não podem ir além sofria o. arrendo eontinfta ri atacar agressor.
do que ficou decidido polo julgador, suprimindo ambigüidade contradição Ora, tendo o anelado produzido na vítima, corn:a.foice, lesões cue a irni-
ou obscuridade. Ora, dedarar não significa reformer, adicionar, corrigir ou nodfrRul de Prosseguir mi agressão, notarlarnente a one, ocasionou o profusão •
estabelecer inovação ou nova disposição; não sendo assim, tal expediente „ - olhos, não há dúvida de que. .a utilizecão. da .faCa 'peloouielede 'contra 'o- •
serviria para iludir a lei, introduzindo-se, contra o preceito dolt, reforma do: sSar i iniobjPgad, foi 'ate voluntário a qopeciente. P ..,; a cqaeciencia de;
julgamento, com excess° de poder, visto como' a jurisdição já estava `finda .ridicidade que comunica ao excesso o característico doloso. •
pela sentIença, anud Espinola Filho, «CM. de Proo. Pens, vol., pág. 8871'. mister. portente,....core., e., •causa Seja reexaminada pelo esclarecido júri
O art. 619 do Cód. cit. fala em acórdãos proferidos pelbs Tribunais, (-!ates- na.zese que a:.sou,• novq ..MionunCiarnentó se 'ajusteà verdade apurada
Câmaras ou Turmas, não havendo referências a juizes de primeira instância. autos. • . .
Não Isá, portanto, analogia que justifique o segundo pronunciamento , Notam One 6 fsminente iuiz do Catamiazes inabServou a ittrianinidência
do ilustre magistrado. rautisa: vol.S.117,.. 432, X. 360 . . .1 ouendo . con- .
Belo Horizonte, 6 de junho de 1960. -- Menem' Araripe, presidente, ceded. ao 'apelado.o.-ben.eficie , clasuspensão da pena , pois de .efeito susPensivo.
a•'---selacAa do Ministérla •••
com voto. — Merolhio Corria, relator — Dario Line. es-trade. Custas ax lego.
Belo Horizonte, " 30 de •junha de. ..1960. ---, presi-
d,-ate e relator. — A. Oelicin•ofit,4„Neio. H. Furtado de Mendonça. •
• ••
EXCESSO DOLOSO — CONFIGURAÇÃO «STJRSIS» APELAÇÂO DO
MINISTfftIO PIMLICO IMPEDIMENTO DE CONCESSÃO
Configura-se execesso dolloso de defelsa quando o acusado HOMICIDIO MOTIVO ECM CARACTERIZAÇÃO
desfere numerosos golpes de faca e foice na vítima, depois dessa, pelas
Iesões ¡A sofridas, estar impedida de prosseguir na agressão. — O motivo fútil se revela homicídio oratieldo coin imensa
O efeito suspensivo da apelação do Ministérin Público obsta desoronorcão entra a causa determinadbra e a Rego crirninnsa, além de
à toncessão do benefício da suspensão condicional da pena. ser índice de insensibilidade moral é alta periculbsidade do réu.
SOUSA APEI,AÇÃO CRIMINAL N. 5 14.392 Relator: Des. RELICT° CfNTRA NETO.
APELAÇÃO CRIMINAL N.5 15.416 — Relator: Des. GENTIL FARIA E
RELATÓRIO ACÓRIg0
Adoto o relatório do parecer da Procuradoria Geral. — A revisão. Vistos, relatados e discutidos estei autos de arselacão n. 0 14.392. da
Belo Horizonte, 6 de junho de 1960. — Gentil Feria e Sousa. comarca de Divinépolis, em que são apelantes a Justiça Pública e AntôniO
— 120 11
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA ..1-111tISPATID:ENCIA MINEIRA
Lisboa cia Fonseca. vu ' . «Teton:be Fala Grosso». e -apelados 6,4 mesmos, ;leer _ tença de fls., dando-se portanto, provimento apelação do M. P., ficando
do Tribunal de Justice -,
dam -os-juizes • da terceira Câmara Criminal - Estaaa.. prejudicada a do réu. Custas, pelo réu.
.de Minas' Peraia , adotando o relatório de lis e. o n.arcr do cli4'.-;:.Snborocu- Belo Horizonte, 9 de junho de 1960. -- Gentii Feria e Sousa, presidente
radar Geral. do Estado, como partes integrantes déste, der provimento-a ape-. • • keacio C.m,ra bleto, relator — J. Furtado de Mendonça.
à pena •do d.etessel
lação:„ do . Dr. Promotor de Justiça' para condenar e..réu
•• (18) . anOS•dé . reclusão, Como Incurs-0 nas saneOes do art. 121, §
mantendo-se,' quanto ao mais, a sentença recor-
tive fútil); do. Cod.:Penal,
rida, •ficando:preludicada a apelação interposta pelo réu..
. . .
relit •.Ari&+rdo - Lisboa •da..-;FenSe.d .a. vulgo «tetOnho Fala.- - Grossw, foi ESTUPRO DECLARAÇOES DA OFENDIDA CREDIBILIDADE
v. acórdão de fls.• como incuro PROVA DA AUTORIA
processado o. finalmente.InrenniaCiacle pelo
rias s•anc5r:s do art: 121, § 2: 9; a.. U motivo fútil, do. c6a. Pecnl, por hawk-
bairro Niterbi, em Di- Provado o tiesvirginemento recente e as violências sofridas
, no dia .11 de abril do ano de,1958;..à av. Diamantè.; no
viriopolis, dado facadas ent Joao •d.ti Cruz, matando-o. • Submetido 'a julgaroen- pela vitima, as declaraçôes da paciente são vabosas para evidenciar a
- to Pelci-TribUnal..db d'art foll:Conclenado a pena deitéte (13) _axles de reclusiío. autinia do crime de estupro, morrnentnquando,circunstfincias e mdi-
a. imposta, entenden-
0 . Dr. Promoter - de Justiça não se conferfrien- coin 'a pen cios graves fazem exescer a sua credibilidade.
do cue deve ser Majorada, e speleu, tendo também, apelado o réu sob o Ore- •
texto de que praticou - e Crime ern legítima 'defesa e.
quo" existeMincongru'en- • APELAÇÃO CRIMINAL N.' 15.508 -- Relator: Des. DARIO UNS
e incompatibilidades nas respostas dadas AOS: quesitos, eatahdo ao seu
cias
ver, • nulo e julgamento. As,Parteisi;_oferecerant . • as sua s• razães. e -Contra-raz6.,,s
ACÓRDÃO
• opinou • polo provimen-
e ci Dr.. Suberecursdkr Geral d. Estado, no Sen parecer,
assim. prejudicada a do véu.
da apelação do Ministerici Público, ficando ,. Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelação n.° 15.508, da
o
. claramente, que a intería° de. -Júri 'tot- amenizar a situacão d comarca de Belo Horizonte, apelante, , Autônie Custódio, e", apelada, a Justiça,
crime sob A influM-
reu ,. reconhecendo a atenuante • cie-haVer'éle Praticada -o .dam ern Primeira Camara Crimin.al donos Tribunal de Justiça do Estado de
térmos do voto abaixo. Custas
em-oção, , provocada por ato injusto . da . vítima,. esse reco. i lines Gerais negar provimento à
apelação,
. '<rondo, na ver--
'nhediniento foi apenas para efeito da • diminuição •depena, «ex lege».
. de•rnetivó•fútil. 0 . • Belo Horizonte, 13 de junho de 1960. — Alencar Araripe, presidente
(lade._ 6. --que está perfeitamente provada é a qualificadera
Júri, e, 'come- sabido,
réu foi , granclemerite beneficiado .com 'essa: atitude. do- — Dario fins, relator, corn o seguinte voto.
não so decreta nulidade quando não hã .prejuizo, conforme 6 ihiatr.7.-. dr.. Sub-
se vê doart. 563, Antônio. Custódio (o apelante), denunciado nos arts. 150, § 1. 9, e 213,
do Cód :• de -Proc...Penál. case era tela, tern inteira razão combinado com os arts. 224, letra a, e 226, n..° IR, do C., P., por haver elstum
procurador Geral de. Estado quando, no seu parecer, entende ser improceden-• prado a menor Maria de Lourdes .Basilio, para o que lhe invadiu o domieílo
te a alegação de nulidade: • „ . de onde a arrancou, tendo sido regularmente processado, foi condenado,
. ao todo, acinoo (5) anos e dei (10) meses de reclusão (1. 90);
O réu António Lisboa ab. Fonseca,, vulgo.«Totenho FalaGrosso», não • do que apelou.
pratibmt.o ern . 7eraitinia defesa, mormente por 'd.rro plonamente lustifi-
A Procuradoria Geral, no seu parecer (parecer
intensidade cio- dole,
eadek . . -:••Pele . .contrário, fê-lo Conscientemente, - •cetn.-alta. de fls.. examinou, Jacob), opinou pelo não provimento (lis. 103/104).
dadO.O. requinte do nerversidade, aliás o Venerande•adórdão Como sai acontecer, o réu o negou, nega.
ação criminosa do réu, .."Resolveu éste matar a "Vitima, por
corn . exatiditie, a
botequim da cidade- de • Em abono da valia moral que se atribui, com que buscou-se cobrir para
uma pequena discussão em um
motivo fútil, depois :de -
faca Adquirida Com dinheiro emprestado, e, depois' chegar à inacreditabilidade de poder ser êle o autor de tal crime, obteve as
- Divinópelia. Com uma
de perVersidade,..dando- testemunhas de Lis 67/68, em cujos depoixnentos lhe qualificam de «exce-
: disso, procurou fer. ozrnente,...00m requinte lente» o procedimento.
e cinco. . (65) facades, matando-a. Praticado - o-crime,• fugiu para Testemunhas ignorantes, ou fingindo ignorer, que, entre os anteceden-
lhe sessenta n. e que
evitar o flagranto . . delito .A futilidade -do motivo atd. tes do réu, se conta, até, um delito de furto, (1. 26).
se revela peia - imensa'-desproporgão entre a
disse o v. acórdão :de .lis-., «que insensi- Em relação à paciente,
Motivo fail
cause determinadora- e - a ação criminosa. O verdade, •• sii:O.'caracteristicOs clue o auto de corpo de delito atesta o seu desvirginamento, então re-
bilidade • morai e dt alta pericalosidade. ETA cente (fl. 22v).
o selvagem de um Pobre homem se divergência há sôbre o «quentura» da sua idade ao tempo, uma,
se retratam na • personalidade do réu, assassin
inofensivo». ;.-..-. - Trata-Se- de um indivíduo de miius antecedenteS,'. Sendo .que pelo exame pericial de 1. 30; outra, pela certidão de batismo de f. 61; outra,
.foi.intenso...A
responde naquela demarca por outro crime . de homicídio. .0 dole mandas pelo exame radiológico db 1. 82 certio é que os três documentos se harmo-
lei, realmente, branda e a sentenga:, cOM.o. nizam na inferência de que a 11 de março de 1956 (época do crime), ainda
pena a que foi condenado
retificada para Fier xnajorada..a condenação.. trata7s,?¡..de•hornicídio não tinha ela 18 'ems. - •
.. qual Seja o• motivo • fútil. A
qualificado por ulna das - piores qualificaderas, • reclusão. Não «Idade óssea maior de 18 anos», -- reza-o documento del. 82; — mas,
pena-basé, no caso bm tela, deve ser de dezoito (18) 'anos de o exame radiológico foi realizado em 1960, e o crime '6 do 1956.
existe' outra agravante, mas coat° o Júri reconheceu que- existè atenuante Depois, em se tratando de estupro, a questão «idade» é de importância
. anos
a favor do réu._ a-pena fica reduzida e concretizada ent. dezeSseta. (16)-. a. sew', relative.
de reclusão, a.que'fica.condenade Oren,:mantendo-se, _quante • ae.,-Mais,
• . • .. • Assim desvirginada, --- sua acusação- firma é ao réu;
. .
— 122- — acusação de que, estalado 'ala a dormir, o seu malfeitor lhe invadiu
-- 123
JURISPRUDENCIA MINEIRA JURISPRUDÊNCIA MINEIltA
APELAÇÃO CARIMIN,AL N. 9 15.483 -- Relator: Des. DARIO L114 Diante do que, como o juiz o fizera de inicio, o júri recusou
legitima defesa; - a invocada
RELATORIO e,.dai,'a condenação do'ren'a Orize (13 ) Ands de réchisão.
A Procuradoria Geral opinou pelo izn,proviMento (f..1.76).
tos, adotando como relatório o parece Preliminarmente;
Oman. Revisor. Verdade é que as testemunhas, qua compareceram, foram dispensadas -
B. H., XXXI-V-960, Dario Una, a revelia dos jades (1. 53);
o que contraria, frontalmente, esta lição de Espínola
ACORDA0 «a regra geral é que a parte pode livremente dispensar '
de qualquer testemunha, cine haja arrolado. Mas, ha a considerar o depoimento
autos da apelação n.Q 15.483, da
Vistos, relatados e discutidos êstes arts. 467 e 468, consagram o direito da parte contrária been como dos que os:
com,area de Resplendor; apelante, Deolindo Cruz e, apelada, a Justiga, acordam jurados:
(Mau o grife), à inquirição: das testemunhas presentes à sessão
em Primeira Camara Criminal. da Tribunal de Justiça do Estado de Minas del- de julganien-
to, pelo que a dispensa naci pede ser pietivada, se uma ou os
rais negar provimento ã apelação, — nos termos do voto abaixo. Custas outros quiserem
perguntá-las» («Código de Processo Penal», 1. 4 ed., vol. IV, p. 339);
«ex lege». O que, dare é, torne indispensável a audiência dos jurados,
" Belo Horizonte, 20 de junho de 1.960. Alencar Araripe, presidEnto
Rendendo -sue, porém, a decisões dal Egrégia Camara, que não o consi-
— Dario Lins, relator, com éste voto: dera nulidade, — eu não anulo o julgamento; -
«Ao denunciar Deolinda Cruz no artigo 121, § 2.Q, n.Q IV (emboscada) ,
do C. P.; o promotor de justiça da comarca. de Resplendor escreveu o seguinte:, e,' «de meritia», mantenho decisão condenatória, tã baseada na
«momento em que, de emboscada, atrás de um paiol, o denunciado, -- prova». Merolino 'Corrêa.
Deolindo Cruz —, empregado do sr. Sebastião Pereira Garcia, desfe-
cha dois tiros de garrucha contra Antônio Ferreira Rodrigues, vindo
,--- 124 —
jURISPRUDENCIA M.INEI.R,A- . :
zinho, semente assim ' livrando do réu, que em seguida Se afasta, não mais .
TENTATIVA — VIOLAÇÃO DE DOMICILIO INDÍCIOS — a encontrando, no teu regresso.. . . .. • . - - - .• • •.'....• ..:, . • .:
ESTUPRO —
PALAVRA DA OFENDIDA — PROVA VOTO VENCIDO -. As declarações 4e:40mi Elza são•confirniadaa .pelaS•testemtinhas ouvi-
• das, de modo especial. por •duas delas, .- - •
Comete tentativa de estupro e violação de domicílio quem, Mui dial.: qe!i,.Senhora :rionesta, fõsse,.sem. motive, sujeitar-se it - noter. --
noite, penetra em casa de familia e, mediante grave anteaga4arça ob- riedade de tão constrangedora versão do fato. . . e• .. • . . . . . • ... , .
ter a posse carnal de mulher casada. . Suas .dedarações perante a policia afastam .a.hipôteée de: -arrembamen--.
--- Provada a violação de domicilio, a tentativa de estupro se ..to, por parte do réu, -... , . .,. . . .. . .
indícios sérios e na palavra me-
evidencia na sua prática e autoria .or - . - E violação do domieilio,.camo vias de fate; ferain Maros .caminhout para
recedora delé da ofendida. o fim visado: a posse carnal da ofendida, mui clitra .na contitita•do . reu, naquela .
— V. v. — Não, havendo prova alguma da materialidade de visita fora . dheras duma noite de Carnaval. ..i•:• : ..;• • .; .• ,. • .. -.. - . - ..
o réu condenado por ésse crime.
tentativa de estupro, não pode ser Os eufemismos de qua usou a elendftla,:'dti•de'qite:teria lançado mho o
(Des. Jose Américlo Macedo). redator de: tais depoimentos, - são comuns em tais..easoS,'e b pudor - e e decoro
explicam. .
CRIMINAL N.° 14.572 -- Relator: Des. LAHYRE SANTOS O réu reconheceu a saia qua a ofendida vestia naquela noite, 0 que foi
'APELAÇÃO .•, •• ... ..
'
. .
apreendida. • • - .. : - - . ... .
RELATÓRIO Nap foi a inesma exam ir .pericialmertia,• para que constatado seu .
estado. .. . • .• . ee•-• : •• .
desenvolvimento.
Adoto relatório contido no parecer, para ulterior Mas urea grave ameaça não deixa vestígio; a i'i suficiente para cemple-
Ao eminente Revisor. tar a configuração de próprio crime consumado .(art. 213 rid CP) . .
Belo Horizonte, 4. VI. 60. -- Lahere,, Santos. ...Airida ai devo ser crida a.vitima.., .. . . . .
. Não fOra -o EM libidinoso, que..ekplicaçãe.para a .invasão do domicílio e
ACM/AO Oita .de fate, •a• -qua a douta Subproc-madoria reduz a responeabilidade de acu -
discutidos êstes, acorda o Tribunal de dustiqa do Es., sado? . :.. ' ..--..:
Vistos a relataclos e
tado, era Segunda Camara Criminal, desprover o recurso e confirmar a decisão 'Wad &ale nenhum, 'feat>, e sequer estava embriagada.:„'...
por seus fundamentos. Vencido-9 Exmo. Juiz Américo Macado, ern Sabia e- que queria, e não lhe, de empecilho - 0 41...apo de. homem; -
recorrida,
parte. Custas, pelo apelante. que se afirma ser Jose Afonso. •• , .., . .. . . . . .. .
o art. 12, n.9 II, e no art.
Denunciado foi o réu no art. 213 comb. corn o ultimo cri-
• • ,• Ise deciaãO apelada, brilhante,- bem apreciou a ,prova o aplicou o :direito;..
1.°, do CP (violação de domicilio, com arrombamento informando-se ela na melhor doutrina. '' • . .. '. . ,•
150, i meros de re.
me), vitima Elza Luiza Pessoa; e condenado a um arm e quatr6 :-.. :......I3010 ilerizente, 28 de junhO•de 1960•. — Ferreira de OH-Veit-a, presick rite
clusão pelo primeiro, no qual considerado eibsolvido,o .4-Laityre.,Santas, reittior....— JoséAenérico Macedo„ vericido, ern .parte, de acór-
'Apelou éle, a tempo. de 'cam 0- veto preferido o'constante das notas taquigrificas. :
Cleveland Jacob, que opinou nesta Instan- .. .. .
Para o Exne.° Subprocurador da sentença quanto 4 aplicagão da peaa, de- .
cia, adotada a mesmo proporção a 11 mases de detenção, pela violação de domicilio
NOTAS TAQUIORAFICAS
verá ser condenado o réu a 1 mas- de prisão simples, como autor d o
noite e corn arrombamento -- e do M., P.: sementa do clo- 0,Senhor Desernbargadoi Lahyre Santos: (Lê o seu relatório).— Voto:
vias de (ato., Argumenta o mesmo ilustro membro. «Denunciado foi o réu no art. 213 comb. corn o art. 12, n. 9 II, e no .art. 150,
poimento da ...vitima se ploele tirar a concluso do fira libidinoso perseguido pedo
carnal, mas refe., 1.9 do CP (violação de domicilio, cem arrombamento -- o ultimo crime), vi-
réu, assis mesmo aam mencionar ela que !move conjunção tima Elza Luiza Pessoa; e condenado a um ano e quatro nióses de reclusão
ao propósito de abusar de seu corpo (f is.. 4), ou de de-
rindoes.e vagamente pelo primeiro, no qual considerado absolvido o ultimo.
(fls. 39).
sonrá-laNada Apelou: file, a tempo.
se arguiu quanto a legitimidade do M. P., claramente eerfilhada
r,tra o Extno. Subprocurador Cleveland Jattob, que opinon nest a
na sentença recorrida. .
de dona Elsa. Mas desta se diz que 16 senhora do tãncia, alotada a mesma proporção da sentença quanto à aplicação d0 pcna,
Pouco vale o marido devera condenado o réu a LI tréses dc detenção, pela violação de dornicilio
Tal eircunstEmcia, acrescida à natureza do crime, empresta certa-
respeito. — noite e com arrombamento e a 1 rnes de prisão simples, como autor de
manta valor as suas declarações, na policia e em juizo. vias de fato. Argumenta o mesmo ilustre membro do M. P.: semente do de-
E que diz ela? poimento da vítima as pode tirar a conclusão do £bn libidinoso perseguido polio
o marido -- Jose Afonso
O seguinte: depois de ter-lhe deixado em casa depois;. e à Meia-noite, bateu- réu, assim 'mesmo sem mencionar ela quo houve conjunção carnal, mas rate-
carca de uma hora
Pessoa, o qual embriagado, José Afonso; mantém os• dóis linguajar impróprio rindo-se vagamente ao prepósito d0 abusar de seu corpo (fs. 4), ou de de-
lhe à porta o réu, abrindo-a a aproximar-se da alcova do casa]' 1 sonrá-la 39).
para uma casa de família, e o réu chega Nada se arguiu quanto à legitimidade do M. P., claramente perfilhada
afantando a cortina que a resguardava, para mirar-lhe o interior; levantanle
na sentença. recorrida.
dona Elza, consegue pole de lado da fora da casa ao marido e ao ineômcdo vi-
Pouco vale o marido de dona Elza. Mas desta se diz que é senhora do
o fazia o marido,
sitante; depois, como batessem à porta da cozinha, supôs que naqueeteeeaa respeito Tal circunstância, aerescidaa a natureza do crime, empresta certa-
após' o afastamento -de José Martins; franqueada a entrada ; mente valor as declarações, na polida e em juizo.
logo se põe em luta cons dona Elza, rasga-lhe em tiras as yes-
netra o réu, que E que diz ela?
tes e a ameaça de faca, ao mesmo tempo em que procura pegar-lhe as partes
O seguinte': depois de ter-lhe deixado em casa o marido José Afonso
pudendas; corne a ofendida pela porta da frente e vai pedir socôrro a uni vi-
--- 126 — 127
dURISPRUDENCIA IVIINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
e a rneia-noita, ba:k Já o crime de violação 4cm deanicilia, ã noite, ficou comprovado ; com as
Pessoa, o qual embriagado, — cerca de uma hora depois, declarações da ofendida depaintentos de Its. 27 verso e 28y. a 29;
teu-lhe à porta o réu, abriudo-a Jose Afonso; mantém os dois linguajar Atendendo asaeircunstaricias lexPostixs na sentença, e que constam doi
prio para uma casa de família, e o réu chega a aproximar-se da alcova do ca- autos, apace-the a. pena de 11 mesas da reclusão, pagando Cr$ 50,00 de taxa
sal, Mastando cortina que a resguardava, para mirar-lhe o inttarior; levantando. penitenciária e cuStas.
se d. Eira, eonsegue por de lado de fora us casa ao marido e ao incômodo vi-
qua o fazia o, Divergindo, data venio ;:
. do pareCer, não don pela existência compro-
sitante; depois, como catassem à porta da cozinha, su,pos
naquela pe, a
do, após o afastani¡ento de Jose Martins; franqueada a entrada, vada de conaraVenção 'prevista no art.' 21 da Lei de ContravengtieS::Pdrials,
pois, testemunlia damn-M. do processo A mesma Ms alusão.
penetra e réu, cam :logo lie põe em luta com 4. Eisa, rasgt-lhs.eím Liras as Vea-
meanie tempo em que Procura pugar4he as Rakes
tes e a anie,aga de faca, ao O &tuber Desernbargador Lahyre Santos: Não houve recurso do Minis-
pudendas; corre a ofendida pela porta da frente, e Vai pedir sociarro a um vi- tério Puniico Essa questao de Contravengao penal, nao pode ser leveda em
s
zinho, seinente assim se irvrando do réu, que em seguida se afasta, não mai conta, tini relligao ao astupro, verdade é que native prova de violência. Neta
o encontrando, no sell: regresso. indice de arrombamento da casa. A intenção &die se percebe desde o princi-
testemunhas ouvidas,
Ad declarações de d. Eira são confirmadas pelas pio,. ao descerrar a cortina, onde estava a vitima deitada.:Dcpcis, deixou o
de modo especial por duas delas. marido 'de lado de fora. Ao depois, pensando que fosele o:mariao 'que batia
, Mui dificil que, senhora honesta, fosse, saiu motivo; sujeitar-se à noto- perta, estatei aberta; mas a porta da cozinha . Consta tarubéni,que o rés ten.
riedade detao constrangedora versa° de fato. tou domixiar .a vitima, pegando-lhe nas partes pudendas. Parece-me que, no
hipótese de arrombamen.
Suas declarações perante a policia 'afastam a caso, paid tentativa de estupro, os inClicios.Sad suficientes.
to, por parte do réu: Senhor Desembargador 'Americo alacedo: Confesso Mie não encon-
'E violação do domicilio, 001110 vias de fato, foram, meros caminhos para trei-essa referênoia: «pegar -mine nas partes pudendas».
:
o fim visado: a posse carnal da ofendida, mid clara na conduta do réu, naqué- Senhor Desembargador Lohyre Santeati A pena de invasao de 'dotal-
. la visita flora dnoras duma norte de Carnaval: cílio foi ninito benigna.
Os eufemismos de que usou a ofendida, ou de que teria lançado inãO O &Mier Deseinbargazior Ferreira de Oliveira: Qual foi a Pena impos-
redator da tais depoimentos, são comuns em tais casos, e o pudor e Ode:Oro
desemb. Americo Macedio
explicam.
O réu reconh.eceii;sala que a ofendida. vestia naquela noite, e qua apre- Senhor Desembargador .Americo Mace:do: Eu imporia a pena de 11- "
endida... mesas. Reformo a Sentença paid absolver a réu pelo crime da tentativa - de :,
Não foi a mesma examinada periciiihnente, pata que contatada.. seu estupro e dondenaria pelo crime previsto mio artigo 150 § 1.vainvaslio. de do-
estadO':
Mas unia grave antea9n :ado deixa vestigio; e 6. suficiente para com Senhor Ddserrihargaddr Lanyre Santos: Por eaSei. We- foi conclenado.
configuração do :proprio crime consumado (art. 213 do CP) . O Senhor Desembargador Ferreira de ulliveira: V. esta impondo
Ainda al deve ser erida a vitima. uma pena a Ea ; apelante.
Não fóra o lira, lit4ictinoso, que explicação para a invasão do doinicilip Senhor Desembargador Labyre Santos: V. Exa. esti.:impendo unia
e vias de lato, a que a douta Subprocuradoria reduz a responsabilidade do, pena menor.
acusado? O Senhor-Desembargador Ferreira de Oliveira: V. Exa..'esta : impondo
, -Não é ale nenhum louco, é sequer estava embriagado. tuna pena por crime pelo qual ô foi absolvido,
Sabia o qtie , mieriaae não the servia de empecilho o trap? de ho O Senhor Desembargador Ainérico Macédo: Eu o considero absolvido
que se afirma sera:lose:Mons°. '
pelo delito de tentativa de estupro. O jam:4 considerou que a invasão de rdomi-
. A decisao.apelada, brilhante, bem apreciou a prova e aplicou direr cilio constituiu, Apenas, Maio para o cometirnente daquela delito e, conse-
informando-se ela na melhor doutrina. ' Mientemente„ pox êle absolvido.
Deprovejo o recurso, para manter a decis4o'recorrida. Custas pelo ape -
inata»; O Senhor Desembarçador Ferreira de OliVeira: Pego adia mento,
• 0 Exmo, Scinhor.Desembargadar Ainerico Mackdia: Voto: «Réu detux{lí 0: Senhor Desembargador' Presidente: Adiad a, a pedido do Exatin.
dado Poi tentativa de esittpro a-- (art. 2.13, c/c o art. 12, n. II) e victlitçã4, Ferreira de Oliveira.
do domicilio, à noite, coca em,prego:de violencia --- (art. 151), 1.v), foi conde-
nado, pela respeitável sentença cia fig. 44/49 verso, apenas, pelo mencionado NOTA TAQUIGRAFICAS
delito, à pena de 1 ano e 4 mêses de reclusão.
Apelou, em tempo. E o Dr. Subprocurador. Geral opinã pelo provirrien7 Senhor Desembargador Ferreira do OlVieira: (Presidente) — Este
to para que seja o. mesmo condenado a 11 113,6SS de detenglio, pelo delito: feito teve seu julgamento iniciado em sessão anterior, sendo adiado a meu
previsto no citado art.' 150, §:la°, do C. P., e a 1 mês de prisão similes, Pe; requerimento e passo a proferir o meu voto;
las vias de fato praticadas Contra a vitima — (lis. (37/68). Doti) provilmon Ponho-mo de inteiro acérdo com o voto do Sr. Desernb. Relator, con-
firmando a seniança
apelação.
. O Sénhor. Desembargador Presidente: Negaram provimento. Vencido o
Efetivamente, não ha prova alguma da materialidade do crime de ten-
tativa de estupro a, no tocante à autoria desse fato, a prova se resume, isola- . Desemb. .Américo .Macêdo, am Parte. •
darnente, has declarações da vitima, que não aponta qual o ato praticado pelo
Réu clemonstratiVo da sua intenção de estupra-la.
JURISPRUDÊNCIA IVIINE/R•
JUR SPRUDÊNCIA MINEIRA
elm «não houve prova se o abarto ou part° , foi p‘rovocado ou espontâneo».
PRONUNCIA ABORTO — FALTA DE PROVAS DO CRIME Não hi" a minima proVa'que o Dr. Paulo de Faria contratou o abôrto com o
DESCABEVIENTO Dr. Welter Cavaliere de Oliveira pela importência de cinco mil cruzeiros
(Cr$ 5.000.001, e uem que o ricfmido Dr. Walter foi o sedutor de Deborah e
Em meras deduções suspeitas e presunções não Wit base Para pai da criança abortada. Além disso, no dePoirrMItO do Dr. Pll.reib Pereira,
prontinciia, morznonte quando o auto del corpo de delito niio positivou' delegado de policia , consta que Deberah teria dito que tomara, na fábrica,
abõrto criminoso. umas injeções e alguns comprimidos o, em virtude disso, sentui-se ela mal,
indo à privada onde teve forte hemorragia, quando, então, procurou Braulina
RECURSO CRIMINAL N. 2.963 Relator: D. A. FELICIO C1NTRA NET°, Reum Para, como parteira, fazer-lhe alguns curativos. Diante disso, e tomando
em consideração os ótimos pareceres do Dr. Subprocurador Geral do Estado.
RELATÓRIO:': a Terceira Câmara Criminal resolve negar provimento ao recurso para confir-
mar a sentence" de impromincia pelos seus próprios e jurídicos fundamentos.
Adoto o da sentença de fls. e 0 parecer do Dr . Subproeurador Geral do "stas na forma da lei.
Estado. A diligência foi cumprida. Pego dia. Belo Horizonte. 9 de junho de 1960. --- Gentil Feria e Sousa, presiden-
B. Hte., 4/6/60.-- A. Felicio Cintra Neto. te. — A. Felie'n Cintra Neto, relator. --,-, J. It Furtado de Mendonça.
ACÓRDÃO ..
..•••••• . FUGA DE PRESOS — DELEGADO E CARCEREIRO — DES1DIA
Vistos, relatades . .."6...diseutides .66:Ws ahtos. de recurso eiiminal .A.5 2.963, FUNCIONAL — CULPA
da comarca de Jaik . •de..Fora.; emLine é recOrrente...ci'driatiça recornidos De¡--
borah 'Correa Lima; . 1)-r;e .Wrilter..Cavallere 4 Oliveira; .Dr. Paula de Faria e -- Cometem cripe 'culposo o defegado é carcereiro que, face às
Braulina Brtim, acOrdaM. os Inizes. chi .Terelera Calmar* Crieninado Tribunal eirennstAncias de desídia funcionat facilitarn a evasão d' de
de Justiça do Estado, de Minas. Gerais, allotande...o relatório de e os pare- quo t,rern a cust6dila ou guarda.
ceres do Dr: Subprocurador Geral do Estado,....coMe partes integrantea•dêste,
• por votação unânime, negar •provimento ao.rectirs!o para confirmar, a sentença APELAGAO CRIMINAL N. 9 15.591 — Relator: Des DARIO LINS
. de fie. que improxiuncicau os recorridos acima citados'.' ' . :•••:•••• • •
ACORDA()
• Os recorridos Deborah . Oc".zrea Lima, Dr. Walter CaVatien6 . de Oliveira, .
Paulo 'de Faria o Braidina Bram. foram denunciados por homicídio qaali••• Vistes, relatados e discutidos deles . autos da apelação n.° 15,591e- da •
ficado 'urea, antes:da:nrimeira sentença, o Dr. Promotor de justica modificou ( mnca de S. Tomás de Aquino,: apelantes,VicentnPanle dos Santos e,,Se-
o. Modo de entender e classificou o crime come sendo de .aborto provocado. ..1e3Stiiiii Teixeira Ontra., send:" epeleda-a •Justiga,.. acordam etnPrimeira Câmara
I:eellizaelze• a fermagbb da culpa, o digno Dr.e•Juiz de Direito • da comarca de Criminal de Justiça Estado • de Minas Gerais, das' provimeitoe em parte.
juiz de Fora, da Vora Criminal,, houve, por bem, em sua sentença de ils. 174/ .apelação. pore", nOS. térmos . do 'veto. abaixo, reduzir a Cr$„-.3.goo,op a. inuitort-.::.
117, ininronunciar•os denunciados. Heavie recurso do Dr. Promotor e esta Ca- - poisa. .Custas <00.e legas.'.,•• " • • • .• . . . •
rn•ara Criminal, par maioria devotes, .Marlotiea . •sentençie a mandou ouvir as ... •• Belo- Horizonte, 20de,juntre de1960. — Alencar Araripe, Presidente •
destemunhas.referidna, sendo que nessa.diligéencia•• foram inquiridas, como Dario Line, -relatod coin; êste veto: . • • •.. •• •
-testemunhas, os perites ,-.do‘.aato de .corpo . de delito. 'O ilustre Juiz Manteve o «Antônio Justine, que se achava PrésOnsecadeia de S. Tomas de Aqui-
seu ponto de viSta..e tornou iinpronwaciar os recorridos, tens Die; . Preme- . no it 'disposição : de juiz de • direito de-Cabo,Verde,. dali. se evatlitt; fato sôbre o .
tor •de Justiça nenoVeni•o.Seu recurso,,mi-prazo.legal. As par Les ofereceram qual nêis há 'dúvida. . •
as . razoes e contra -razões, sendo que - es•eecorriclos; nesta Instancia e por in- e • (Evaditn.se, .deixottem seu lugar a carta de fls. 25/26, onde', noticiando•
. terrne.dio dos seus . doutos advogados, apresentaram -excelente miemoria4 O asu.a.. parade»: comunica,' sintomático,, que es InstruméntoS•de.que se ser-
lamracto e Quito Dr.- Subprocurador Geral •do..itatado;, niantendo -0..sou ponto . vira, estavam' com ele desde muito...) • • •. •
.do vista.; oninoi"- - pelO desprovimento do recurso para que 'seja confirmada a•• Cernoe'respoiasaVies . „ a promotoria de justiça deriunciou.,.• .
sontenca de improiaancia. .. al.. o delegado de policia . '(teriente reformado Vicente Paulo des Santos);
- Deborah. Corrêa Lima, co.in• dezoito (18) anos completos, disso que foi' b) o •- comandante destaeam.én.to (cab°. ,José Barbosa do Oliveira);':'. •
seduzida e engravidada pelo Dr. Wal*r CaValiere . de Oliveira: é aste,' ape's a) os - seus.trés -soldadds , (4056 Aurélio Roque, Luciano Lucas de -LiMai. •
prévio ajuste com ela Deboran.e o medico •Dr :. Paulo de Faria; levou-a'.p¡ara..a Leonardo Augusto da Silva); • • •. ••• ... • • •
casa da parteira Drablino Brum, onde foi feito ‘o aborto crimihoso. AConteee,• d) o carcereiro ..(Sebastião Teixeira Duarte). -
entretanto, que as acusações acima referidas,, não ficaram devidamente pew, : ... Mas, na sua sentença «de 19 Mho§ datilografadas a. meio espaço, o juiz
vades, conto, cent "unite a•certo?,. ponderou o .ii.ustr'o Dr.. Subprocurador Geral; ' condenou, apenas, • ..• . • • • •
do Estado; e, beri"e'assinn; resSaltado nas • õtimas. sentenças de> fig ', o . delegado.; . .. ,-
cinalinente. depois... de anulada. a primeirae sentença, realizadas 'a's diligências • " b) o carcereiroe
Ordenadas pela acórdão da fls. O depoimento do inchistrial: José Genizalez, ••' Absolveu os outi4os;
inutiliza as acusações. de Deborah, -dizlendo mesmo que ela' teria abortado na não- bavenelo , e Ministério Público andado.
fábrica e não em Casa de Braulina Brunt. Não há prove do crAirie referido na de:- . En" seu. parecer, a Procuradoria. Gera opinou,, Preliminarmente, por
tudo não passando de•declações. suspeitas e presunções. Consta dos au- que se anule «ex radicte» o brocesSo: pelo 'motive de .nãe ter side '61e precedi-
tos que Deborah não era moça deb= procedimento e as suas deelarações„ ChM.. - do da justificaeão,. que, sendo os nérTis limelontirios público, se tornará neces...
as de contradições; são . Suspeitas e inacreditáveis. O auto deecerpe.,ele . delito não saria;. e,,«derneritis^e, opinou por uma diminuição•da•Multa imposta,
positivou o abôrto'criminosO.,..e . o medicO.e perito Dr. joseGnadalape. afirma:.
,TXTRISPRUDËNCIA MINETRA
-$13 1C(7. 73,t.NCIA:•••MINET.11A
, .
por morar no -pavirrilento superior doi predio da cadeia, era mandar que os sol-
Ora. .—ia preihninar; a.•Procuraciari• Geral não tem. razr) formado a' dados fossem para suds residências, lipOssassern as noites;
jurisprudência que iá•se , forniort, no sentido de se aceitar ..6 innuárito..Policial que die, por morar, ali, se responsabilizaria por tudo.
como sucedâneo da itistificação;• e o inquerito.ai está, aliás aniplo -.- • . • , E ia para o seu quarto, no pavimento superior, onde tinha um «radio»
. .Dia, SortF,) qu-e, eu não anulo. . (naturairdsnte, para ligar e ouvir.. • );
«De mentis»: • ..: , . ...
deixando os cletentos pavimento inferior, livres de Vigilância...
- a) Olaudn
. ,
pericial garante;conVineenteMente; ....'qua, o -prêSo, para fugir, O cabo e os soldádos assim o denoseram (fia. 84v,v 73/74. 79);
• serr ou a grade: palavras doe peritos: • • . — e a confissão do rciu o corrobora, «verbis»:
. «encontramos a grade da cela • serrada•em..quatra lugares. au seja, em ,diouvic• por bem dar ordem verbal ao sr. comandante do destacamento,
pile. intuitivo 6,
a•cle cruz, ria eXtrernidade de • quatro iiiiic5es>5::..(f. 91 o para que êsso disoensas.se a guarda periódica das 22 hs. ate- 6 da manhã»
. •• • b) entrou .a .obrigar a . classificacão. do crime rio § 1.? dd art: 351 . do C: (fl. 76v).
- - P., • onde a pena . 6 reel:us:11o; e, entretanto, • • . • • • • .• . 2 barn, poia, que FAC repita, em tese, o juiz a cenou condenando o came-
. . • •c) O"julgartiontb-.s , efetuou no §..4.'? dêsse art., onde•To -ma é simples:. • I'iro o o delegado...
multa;. 'maiS,.,.: . . .• • , Errou, ponsun, no aumentar a multa;
••••••••• • dl para'elevar a multa acima do máximo coininadO. o ¡ids, querendo
anlicar•o § iniida do art. 43 (cód. cit.) argumentou corn a:«infração .,, , que. es-. consicierandia que os dois réus, funcionários do Estado de Minas Ge..
tigrnatizon• nestes VerMos; . - . . mis (o que, soon intuito de ironia, significa vericimentos parcos e atrazadoc),
. • .. «surto.. inflacionitio, galopante,
. , .sputinioniano, . rri•limites., o ne sesola dies, ambos, e.otarão vivendo ern dificuldades;
.. q Pais» ..(.Els,••137);•sein atentar, parka, que, assim,. — maxim& nesta época de inflação, (argumento de que o juiz não
• •' . el Cl'iili.e....foi . fõl:desciniitifir tal §; eis que, • isoube usar); per outro lado.
.- ,f) .0 êste o inciso: .. •.• . . • . ... .• •.• . . considerando que, não obstante a enormidade da desídia de que os
«a multa pode ser morientacia até o tripla, Se o juiz considera que. ern do's deram prova, parece que o caso pertence ao .6erreno «culpa»;
Virtude da situação econômica do réu, 6 ineficaz embora aplicada no máximo»; . -- per isto, dou provirnentoem parte h apelação, a Bin: de baixar a
- ,signifiCando; .• • - . . ., multa ao médio cominado. Cr$ 3.000,00 (três cruzeiros). Merolino
" • ....g) que so o reu icr orn on lento de rnoclna que 'm Malta; ernbora no Corréo.
de -'pena>. enitiò
Se.o„ máximo, ',Liao- lhe venha a-doer, perdendo. o . caráter . :...:
Pacierá ser aumentada; o que, entanto, -. . e
h) e.sta para a espécie camao nzeite para a oigna: porquanto.•
j) o . que...a • inflação faz, so funcionário público - (nós o sallame-
d!fic tar-lhe a yids . ... .• ' . .
«HABEAS-CORPUS» — INSTRUÇÃO CRIMINAL EXCESSO DE
Logo, o juiz errou duas vezes,,.... . PRAZO PARCIAL DENEGAÇÃO
a) sólnio-a..classificação do crime; ••: .
h) sôbre. a majoração da multa; . • . . — SO quando exgotados todos os prazos da intrtção
-.-.• e. se para •D Primoirnérro, it-i6há rerirédiodad o o sirti"Akeio e.0 Minisee. englóbadárnente, é que a prisão se torna ilegal e pode ser concedido
o Público, o segundo pode el {lave .ser Mediada • .. " .‘ • " ''' «habeas-corpus».
Todavia '61e (hair.) acertou quando .0eni tese) condenou o delegado e
. o• carcereiro: Porque, quantin-ao earcereiro,,,. . • - - -- • ,. . • RECURSO DE «HABEASLCOEPUS». : 1\L?. 3. .826 Relator; Des. FARTA.E SOUSA
cada dia.: como lhe
. . .0 ae o mesmo _. ., se.
. desse.otootraballio,•:«Minirrio! de,
cumpre, examinar a grade- da - dela, oladInPelci.traballao - do fugitivo: traba- , • ACCoR1/16 •
lho que foi lento e Mal disfarçado. .
Vistos," relatados e discutidos estes autos de recurso de «babem-cor..
(Lento; pots, segando os peritos,' . . . • . pus» n. 3.828. da comarca de Eela- Horizonte, recorrente — o juizo de Direito
-, ro-rarn usadas -6-= cluaS-..s: três•serraa. ic.:
a tarefa do eva,.sor foi feita, não da 4." Vara Criminal erecorrido.--- Geraldo Camilo da Silva, acordam-oa..j•tri-
'norm So rmito -e. sim, em varias nioites.));••• .. • . ... .. .
:.es da 3•' Cilinara Criminal do •Tribunal de Justiça, unarilinidado de Votos,
. — moil disfarçado pais, segundo . .os peritos; ••: provêr o recurso .do.rsearrido Geral.46..Camilo da: Silva. - . . • •
«os lugares serrados Se achavam recobertos .-carri - pequena quantidade Conformo demonstra 'a certidão'que'instruiu a inicia l. do•«habeaS-eor-.
de o'er's, da rn.esma atm.' da grade, que. 6 rreta»; f. 9, cit.) só não no havendo des- paciente e ívcorrido foi prêso.- ern flagrante, por Critné - de horn-
Acidic);
. coberto, • : :. . ... • . • .- . -. - • . . , . em data de 5- de junho último e porque foi exciedicia o prazo previStn
no art')
.1-.)) •paraue,, acusada . d6.de.sidloso..no cumprimento - dêsSe seq,..dever, ( 1. 0 do Cod. PrOc. Penal, o ilustre 1.? "juiz • da 4.?.. Vaira Criminal concedeu a or-
64v • ,• 73v;, 19) ;•. ... O. réu .. (o.carcereiro), ' don), que lhe fãro impetrada, - -determinanchy, a soltura do paciente.- • -
• • a) o confessou deSta•maneira; Senidúvida, a decisão recorrida teve amparo na autoridade de Eduardo
. • «não obstante pessuir o ferro próprio, nunca, na hora da recolhida ou • EspInola Filho e jurisprudência do Tribunal da Justiça clo• Estado -da Guano-
,• Vistori a,. examinava: cam: eserfroulo e •atetein o estado das grades e. portas da ... hero, mas contraria frontalialent'a.a jurisprudência iterativa e pacífica das:CA-
ritisilo:quando.deVeria . -COrrê--las com;.• êsse forro preparado e com aço próprio..'• maras Criminais dêste Tribunal, que deve abr. observada. E a . razão 6
a de qua,
.. consoante referiu a 'eminente des. •Alencar Araripe consultando
o interêsse
— P que basta . (sim) a condenação de tal carcereiro. sopial•e rendendo-se it • realidade da. situação causada pela precariedade
dos
,Sando
' que, quanto ao delegado, o que ale fazia e-espanta, o que fazia recursos de que dispõem apolícia e a justiça na investigação dos
delitos e na
, •
.-.... 1,2•—' .---!,.133
SPIZT.T13 NCIA MINEI
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
NOTAS TAQUIGRAFICAS
assentou Oslo
inStrução dos processos, aliada A dificuldade de comunicaçães,
Tribunal, desde a, vigência do Cod. Proc. Penal, que os prazos da instrução
0 Senhor Desembargader Dario Linz: «Denunciado no artigo 129, §
criminal deviam ser ponderados englobaclamente, para julgar ilegal a coação n.° 1, do C. P., por haver phroduzido en Fábio Gomes Teixeira o ferimento
por excesso de prazo, sémente quando excedida a soma dos prazos fixados
pare os atos constitutivos da instrução, desde a prisão ate a pronúncia ou descrito no auto de corpo de delito de fls. 13, que imipdssibiljtou o p,aciente.
para as suas ocupagiies habituais, por mais de trinta (30) dias;
condenação (<<Jurisp. Min s vol. XIV, 78). na foil-nacho assim denunciado, o réu donfessou, na PoHein nestes térmos: (Icr;
0 que torna illegal o constrangimento e o excess drsprazo fls. 5/5v).
da culpa, considerado em aen todo, mas nunca isoladamente, como o que de. Confissão de que Urn trecho deve ser repetido, — gate:
corre do retardamento do inquérito policial («Jurisp. Min a Vol XIV. 116). «depois que os mesmos (espôso o espasa em processo de desquite) já
Se existe auto de prisão em flagrante, lavrado na forma da lei, há jus-
ta causa para a prisão do 'paciente. Embora asteja esgotado o prazo para o viam conversado, o declarante convidou I-Teledina a se retirarem; momento
das forma- que Fábio o segurou pelo brace, dizendo-lhe: «espere alsrapaz»; instant°
encerramento do inquérito policial, não se acha excedido o prazo em que o declarante, tirando da algibeira de dentro do palsotéda faca que con-
e a prisão ainda não se tornara ilegal., pois á possível que ern
ção da culpa terrains, dentro do sigo trazia, coin ela vibrou urn golpe nas costas de Fábio, saindo '.a correr»;
juizo a instrução criminal se faça cons rapidez e o processo isto (traduz-se):
prazo- legal (aJurisp.. Min.» vol. X, 63).
Se o paciente chegou a segurar o braço do réu, o terá felt° sem fórça;
Ora, no case, o auto de prisão era flagrante está revestido das formali- Tquanto não o imp9diti de luar a faca de dentro rio paletó o. niais, cia la
dades legais e vicio algum lhe notou o honrado juiz, constando da inicial ter oas suas costas. ' ..
....... .
havido desistência de um pedido de «habeas-corpus», sob fundamento de vi Foi uma facada para motor;
cios formais. visto coma, nos térmos do cit. auto , de corpo de delito, Produziu no
Logo, havia justa causa para a prisão do paciente, que foi posto em li- paciente o gravíssim.o ferimento assiml descrito: (ler; f. 11; cit.);
berdade, antes de findo o rezo normal para o encerramento da formação da — e onde o perigo de vida ficou patente.
culpa, que é de sessenta e um dias. dada a natureza do crime cometido Confissão na Policia, essa digna de crédito;
Merece provido o recurso oficial interposto. Custas «ex lego pois que,
Belo Horizonte, 18 de agôsto 1960. -- Gentil Faria e Sousa, presi- a) segundo o afirmam as testemunhas de fls. 29/29v.;
dente e relator. -- Felicia) Cintra Net° — Furtado de Mendonça. o réu a fez «livre espontaneamente».
Todavia, em Juizo, com testemunhas «amigas», que sempre
as há...,
,.é.0 tentou arranjar uma legitima defesa;
ond» se chega a dizer que o réu fez do paciente uma «peteca», segu-
ido-o. levantando-o, n assando-o pelas suss costas, atirando-o
ao chão (f.37)
CONFISSÃO,— FASE POLICIAL — VALIDADE LESÃO Trivengionicé..Porént, que o juiz nits aceitou;
CORPORAL GRAVE repeliu-o déste modo:
(ler; f. 54).
digna de crédito a confissão do réu na Polícia, sobrepondo - Acabou conderrando o réu a três (3) anos e dois (2) dias de reel
so its suas declaragées em juizo, quando aquela ét mais consentânea a decisão de que o mesmo apelou.
prove des autos. - Ens seu parecer, a Procuradoria Geral opinou pelo improvimento;
Quando o ferimento ultrapassa.' a pleura e vai atingir o put- parecer em que se lê o seguinte; (ter; f • 87).
inão, ,Ae de natureza grave. E eu nego oriento à apelação».
0 Senhor bargador Meronno Corrêa: A ntesde ouvir a defesa tão
APELAÇÃO CRIMINAL N.q 15.644 Bielator: Des. DARIO LINS ihantemente tentada pelo Professor J. Milton Hen rique, eu havia rece-
o una irainry suhscrito pelo Dr. Romero Barbosa. Imediatamente fui
RELATÓRIO ferir o voto, no Revisor, deveria proferir. o qual já constava do meu
caderno é. pág. 109. Ouvida atentioneote a defesa oral', nab
aio convenci do
Adotandb cOrrio relatório o parecer dasacêrto de quanto houvera escrito no meu voto. Pode-se encontrar na sen- ,
Revisor. " tenga uma ou outra qualificativa menos amável, porque, realmente, não há
Belo Horizonte, — Dario Lim, prova de que Ole hoover-se conspurcado o lar da vitima, porque o lar já esta-
va desfeito, já havia separação de corpos. Poi justamente isto que frisei
ACÓRDÃO men voto, examinei, inclusive, o documento dos autos vindos da Camar a Ci-
vil, oriundo da certidão. O meu voto está assim redigido (Procede a leitura
co.
Vistos, relatados e discutidos 'dates autos da apelação n.* 15.644, da lo: seu voto).
rnarca de Belo Horiionte; apelante William Xisto e, apoiada, a Justiça, acor- Pelo que me foi dado observar dos depoimentos testemunhais eu me
dam em Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mi- convenço, suma já aeiconvenceu neminente Relator, que a sentença foi
nas Gerais negar provimento h. apelação, da na prove dos autos, e merece confirmada. Não houve nenhuma exaspera- calca'-
— nos thrraos das notas taquigráficas, que serão juntas aos autos. Cus- são, apenas foi modificada tendo-a» em vista a gravidade do ferimento. Ex-
tas «ex lego».- esta questão de pleura. Eu andei esmiuçando o tratado de medicina
Belo Horizonte, 8 de agosto de 1960. Menear Araripe, presidente — porque não sou medico, e, data venha, entendo que o ferimento da plets-
Dario Lins, relator — Merolino Corréa.
135
— 134 -
—
JURISPRUDRNCIA MINEIRA JURISPRUDPNCIA MI NEIRA
ra por si só não representa gravidade, mas no caso presente foi atingido ACORDÃO
pulmão, a pleura nós sabemos que é mim membrana que cobre pulinã.
defenda-lo. A meu van-, e ao ver do tratadista que consultei, o Vistos, relatados e discutidos estes, autos de apelação n.
pleura não é grave se não atravessa completamente essa para atingir o p ua: comarca da Diamantina, apelante Oliveira Ramos 9 15.254, da
mão. Se um instrumento perfurante penetra até o pulmão, aí sim, ha gravi- acordam os juízes da Pioneira Camera Criminal, perPinto,
- apelada a Justiça,
dade, é indesculpável. Diante do exposto eu confirmo a sentença e nego pro- incorporando a este o relatório 'de fls. 59,
unanimidade de votos,
vimento It apelação. Quanto a dosagem da pena acho-a muito certa negar provirnento á apelação. 0
apalante não nega ser o autor das lésões constatadas em sua mulher, pretetn-
O Senhor Desembargador Alltnear. Araripe: Quanto ao exposto, tambern daado, ai arias qua as mamas não seriam, de natureza grave.
estou de acõrele. Acho também que perm de tr6g anos e meio (3 enos e lara Entretanto, a aravidade das lesõas constatadas
navítime ressaltá evi-
é preferível à de 2 anoso mail) porque nêsse caso êle pocle cumprir a meta+ , te da simples loitura do auto de corpo de delito a fig. 6 dos antics, onde sia
da pena e se ela for reduzida êle ter á d0 cumpril-la integralmente. Me d. Ana Maria Alves Maciel virtude do espancamento sofreu «fin-
O Senhor Deselanbargador Presidente: Negaram provimento. da abobada craniana, ao nível
da região fronto-parietal direita». Ern
virtude dessa lesão a sua vida eon-au perigo, Como se vê da resposta afirma.
tiva ao 5. 9 quesito proposto aos dn. Peritos.
Ora, diante dessa cir'cunstância,
suficientemente provada nos autos, devia o M. M. Juiz considerai- o réu, ora
apelante, incurso nas penas do artigo 129, § i.e. n.. 9 II, do Cócligo".Penal, eis
LESES CORPORAIS PERIGO DE VIDA — DENÜNCIA IMPLICIT,A que ela implicitamenta, estava na denuncia que fazia clara referência
' ' y ao ci.-
EXAME COMPLEMENTAR — PRAZO DE REALIZAÇÃO auk; de corpo de delito. Preferiu, entretanto, o Juiz consid.erar qualifi-
I ) 0 crime praticado pelo apelante por haver a vítima ficado impossibilita-
— Deve o Juiz considerar qualificada o crime de lesiies corpo- da para as ocupações habituais por mais de trinta dias, conform:: asseveram
rais quando a denúncia, implicitamente, faça referência ao auto de os drs. Peritos no auto complementar de fls. 25 a 26. Não foi feliz nesse past-
corpo de delito que romprova o perigo, de vida 'a' que esteve exposta a so de sua decisão. O nosso Código de Processa Penal determina que se
m tiver por fim procisar a classificação o exa-
vitima. do delito no artigo 129, § 1. 9 n.° I
--- 0 exame actieteel complementar, a £bn clt precisar a classiri- do Código Penal. deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, conta-
cação do crime de lesão corporal, deve ser feito logo após decorr'eles da da data do arime. É o que se vê no dispositivo do § 2,
O crime ocorreu no dia 18 de outubro de 1957 de sou artigo 168.
trinta dias do fato o não muito tempo depois. e o exame compliamentar see
manta foi realizado a 3 de junho de 1958, mais die seis mêses depois. A ex-
APELAÇÃO CRIMINAL N. 9 15.254 -- Relator: Des. SENA FILHO pressA,4) «logo após» usada pelo legislador não p6de ter o elastérie
aencedeu o Juiz para considerar válido que Rea
o exame realizado tanto tempo depois
RELATÓRIO tecorridos
os trinta dias da data das lesões. A verificação periclal aareala-
mentar, nesse caso, para constituir prova valiosa a cfiCiente 6, de ser fall a logo
Oliveira Ramos Pinto foi processado na comarca de Diamantina, car ós decorridos os trinta dias e não muito tempo depois, conforme copioea juris-
incurso nas sanções do artigo 129, § 1. 9 , n.° I e § 2.94 si. 9 V, do Código Penal prudência dêstia Tribunal. E essa a' a boa interpretação da lei procesSual vi-
por haver no dia 18 de outubro de 1957, cêrca. das 16 horas, espancado sua gente porque minter tempo depois dos trinta dias ciontados da lesão sofrida, se
amásia Ana Maria Alves Maciel, produzindo-lhe os ferimentos constantes no a vítima já voltou As suas ocupações habituais,
os drs. Peritos, conio nêste
erocesso, apenas afirmam, a pncsunção de que a lesão, dada
ac., 2 de fls., dos quais resultou abortar a ofendida, ficando, aireda. inca- a gravidade logo
pacitada para as suas ocupaçÕes habituais por mais de trinta dias. Raalizada na primeiro exame apurada, deveria incapacitado o ofendido para m suas
instrução criminal, de modo regular o representante do Ministério Parlico eí'ri ocupaçõea por mais de trinta dias. ..:.dmitido tal critério, o exame complemen-
comarca, considerando mtovados oslerimentos de natureza gravle na pesSaa lar seria lima inutilidado. POT outro lado, não existe nestes autos prova tes-
da vítima, eis que esta «correu perigo de vida e ficou também irapossi101- t nnunhal que supra .a deficiência do referido exame complementar, nos tar-
'a do § 3. 9 do artigo 168 do Cádip,b de Process° Penal. Manta do expósto,
tada ao serviço ativo por mais de trinta dias», e não provada ocortrancia de
negam provimento a apelação, eis que a condenação foi justa
aharto (fls. 36), pediu a condenação do ten, tão té nas was do artigo 129, e a pena imos-
fa cons benevolência, mas retificam o disPositivo da sentença, tendo o conde-
aad cone incurso nas penas do
defesa, entendendo que a qualificativa do perigo de vida não estaria" a/1;g° 129, § 1. 9, n.9 II, do Código Penal.
lta as por lei.
contida implícita ou explicitamente na denúncia, se limitou a discutir a ocor-
Belo Horizonte, 24 de agosto de 1960, --
rêncl'a da qualificativa da ineapacidade para as ocupações habituais por ma's Agenor de Sena Filhe, relator — Dario Lins. Alencar Araripe, presidente
de trinta dias, e, considerando imprestável o laudo complementar feito em
desacardo com o preceituado na lei processual penal (art. 168, § 2. 9 , do C.
P. P.), pleiteou a desclassificação do crime para a forma simples do artige
129 do Código (fls. 37 a 39). Old. M. Juiz, sentenciando a fls. 39 e v e, deu
o acusado como incur-So nas penas do artigo 129, § n..° I, aplicando-olhe a FURTO REPOUSO NOTURNO
pena de this ano de reclusão. Inconformado, apelou tempestivamente o con- AGRAVANTE
denado, pleiteando que esta instância egiiégia julgue o ilícito na sua forma sim- -- O fato da vitima do furto e sua
quart& o família não estaregl ern casa
ples. 0 parecer da douta Procuradoria Geral é pelo não provimento do recur- crime foi praticado, nãO impede o reconhecimento da agra-
so. Ao eminente Revisor. vante do repouso noturno.
Belo lorizente, 29 de junho de 1960.,'— Sena Mho. APELAÇÃO CRIMINAL N.9
14.774 --- Relator: Des. MEROLINO COMMA
— 136 —
— 137
JURISPRUDÊNCIA MINEIR
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
RELATÓRIO
Tamlaiem, de mentis, falta qualciy:r procedência ao alegado. O senten-
ciado é um incorrigívelJnimigo do alheio; sua menoridade 33:ãe serve pare des-
Adotancle o relatório contido no parecer retro, que é-fiel, peço sejay- pertar contiSeragão, pois desde cede, revelou Jose Pereira inclinação para o
- os autos conclustos ao Exmce Des. Alenear Araripc pare a revisão.
Merolino Correia. mal. Não é ;en menino infeliz e abandenado ao sea destine é tuu malandro
Belo Horizonte, 28-VI-960. de geese 20 anos, que não se emendou. com a primeira punição.
Não foi bem fixada a peina na sentenCa. O jniz apénad fez riefere6cia
4 t.e.,041,.74)eze.
..
aos arts. de lei, mas não calculou siegunde as normas proceSsuais vigentes,
ri.' 14.774, d a , para chegar ao resultado de 3 Snose Pcüãã de reclusão. i8 verdadé que ao juiz
Vistos, rcial- Aos e rliscutidos êsties autos de apelação se concede uma certa liberdade na aplicaçae da pena; mas lilierdade neo se con-
de Ituintaba, apelantes e apelados, a justiça e Jose Pereira da Silva. , funde cene:arbitrariedade. ,
comarca
acordarn, cm Camara Criminal do Tribunal do Justiça de Minas GeraiS, Np caso, a cominação legal Val de um a quatro anos de réelusão. FiXa-
por unanimidade, dar provimento As apelações do Ministério Públirn e à de da a periabase em três arms, havra o. memento legal de uni. Verge, (eX 7vi)
de Cr$
roll, pare fixar a pena imelosta em 3 anos de reclusão, além da multa art. 155, §:1.°,. d.6 Cód, Penal, o quo dara a soma de 4 anos; mas, siE:ndo o réu
2.000,00 e custas. metier de 21 anos a pena baixará e 3 anos de reclusão, a set' cumpeida na Pe
„
Assim decidem, ape's analise das razões dos apelantes, porque a aera- nitenciária de Neves e A condenação, portanto, está definitivamente fixada
do repoueo noturno deve ser reconhecida in casts contra o assaltante. em três daps de reclUsho, em. Lee da personalidade do delinquentê, cujos an-
vante teced,ontes:não sae bons, e da intensidade dolosa do criine, de consequências
tpnde-se em mira a doutrina e ajurisprudência, pouco importando que a vi-
hen e sua familia estivessern orr case quando o furto foi pedicada. diminutas; pois foram if stitnide's os objetes furtados,
no Rio de Janeiro
Conferência de Desembargadores, realizada Belo Horizonte, 24 de agosto de 1960. -,Alenear Araripe, presidente
1944, o tema foi debatido com brilhantismo , assentando-se o conceitoesta jurídico — Merdlino Correa, relator. : Dario Lins.
no aplicar pres- ,
do repouso noturno parnt que «não houvesse disparidade Código otP
crição dia nova lei penal». Nilson Hungria esclareceu então que o
o ernprégo do vocábulo noite, tiara dirimir a controvérsia reinante no critério
expressão repouso noturno, relativo: ao. período'
de sua definição, preterindo JÚRI — QUESITO — COMPLEXIDADE E DEFEITO DE REDAÇÃO TERMO:,
do sosségo humano, como a que melhor consulta à inteligência comem„ «se-
palco-sociológico). Coube ao Desembar- DE VOTAÇÃO — TRANSCRIÇÃO DE QUESITOS E RESPOS'rAS —
gundo os costumes locais» (critério ANTES -- FORMULAÇA0 DE QUESAD GENERIC() EDITAL —
Olivia Camara, represientante do Ceara, expender desenvolvido estudo
gador a luz do debate nomes aureolados da ciência, ANEXAÇÃO AO PROCESSO NULIDADE
ern torno da matéria trazendo
penal, inter plures, Liongo, Garraud, Berner, Von Liszt, ManzinL Florian, Chdti-
veau et Belie e Ortolan sera estruecer os nossos juristas Macedo Soares, Mon- — HA complexidade e defeituosa redação no quesito em que se
ado, An Franco e Galdino Siqueira, no intuito de indaga ao Júri quanto à «agressão injusta», de que se teria defendido
ra Romeiro, Alcântara Mach
convencer que se trata de uma circunstância agravante especial, destinada o réu, ensejando nulidade do julgamento.
de repouso pessoal, durante: o tempi)
reprimir a violação da segurança do lugar Do térme de vetagão devoni constar as rdspostas afirmativas
noturno em que o individuo tern o direito de descansar dao fadigas diária. ou negatives dos quesitos, bem come a transerigfie dos mesmos.
A cause da ag,ravação cio furto cometido à noite é, segundo Longo, que es ;a air- Deve ser forniniado o quesito genetic° sabre atenuantes.
cunstância, longe de se:r inspirada em razões de simples oportuniciede, tem — A cópia do edital de convocagão do Jfiri, com a certidão de
valor eminenternente jurídico e psicologico: jurídico porque a tutela sua afixação, devem ser anexadas ao processo.
sendo o principal objetivo do direito repressivo, proporciorta a pena em razão ,
da coletividade; e psicológica, em
da necessidade da segurança do indivichio e APELAÇÃO CRIMINAL N.° 15.647 — Relator: Des. JOSE AMERICO MAUD°.
relação ao)estado e perturbaao da vítima e da maior audácia-do ladrão, que,
sabendo o risco a que se entrega, se ali-eve a roubar.
Deve predominar feição objetiva, mais que a subjetiva, con.
acentuou o dr. Prombtor de Justiça, fazendo remissão ao julgado da egrégia 'Vistos: Adoto cento relatório 6 parecer da douta Subprocuradoria Ge-
2." Camara Criminal' do Tribunal paulistano («Rev. dos Trila.», 143/46).
«Se o crime é
ral (f id. 65/68). Passo os autos do Bdrno. Sr. Dedenabargador revisor.
A jurispruclência local não discrepa do entendimento: — B. Hte., 29/6/960. -- Jose ArnériCo Meade.
ou não habitada a case, estejam nu não-dormindo os
praticado à noite, seja
seus moradores, cabe a majoração da pena». («Repouso noturno», in «Minas
Forense», 17/184 e 300).
Ora, está sobejamente provado que o réu pienetrou na residência (fa ,
declarações ao juiz °
entre 9 e 10 horas da noite, segundo sues próprias Vistas, relatados e discutidos éstes autos de apelação criminal n.°
no interrogatório de fls. 31, e furtou vfiries'ebjetos, os quais foram' apreeedi. 15.647, da comarca :.de Guia Lopes, apelante a Justiça, e anelado, Jose Mar-
dos e avaliados em doze mil cruzeiros. tiniano Ferreira.
ilustre defensor do acusado, nas razões de fls. 48, ergule nulidade Foi o réu Jose Martiniano Ferreira apontado à Justiça como respomsá-
hipotética, extraída de simples alegação, pois nulo não é o processo, já qu vel direto pela morte de Iracy . Jose Barbosa, fato .8ste ocorrido no dia 4 de
condenado por furto, nasceu em 15 Janeiro de 1958, no distrito de São João Batista, comarca de Guia Lopes.
pela certidão de fls. 56, o réu, novatucnte
de leak) de 1940. Submetido a normal processo foi, finalmente, pronunciado como incur-
s() no art. 121, § as. II e IV, do Código Penal (11s. 22/23) e, 'evade a jul-
138 —
139 —
URISPRUDENCIA MINEIRA
• jURISPRIIDENCIA MINEIR,Ar,
Recomendam ao Dr. Juiz a quo a adoção do questionário aprovado
gamento, logrou ser absolvido pelo Júri, own o reconhecimento, em seu pról, d a pela 1.4 Conferência dos Desembargadores (Anais, pág. 270). Custas ex lege.
, excriminante da legitima defesa (fls. 37). ,
Belo Horizonte, 23 de agasto de 1960. -- Porjaz de Lacerda, presidente
Irresignado, apelou o Dr. Promotor às Justiça, pleiteando, liminar- -- Jose Americo Macedo, relator. -- Ferreira de Oliveira. Lahyre Santos.
a cassação do veredito,
mente, a nulidade do julgamento, ¡e, quanto ao mérito, cin,e
por ester francamente contrario à prova dos autos (fia. 41/52), no
secundado, nesta instância, pelo paredes lançado nos autos, pelo Exrno. Sr.
Dr. Procurador Gi:eral do Estado (fls. 65/68).
Realmente, o julgamento a que submetido foi o Té u apelado não pode- JÚRI TESTEMUNHAS DISPENSA DE DEPOIMENTO EM
rá subsistir, em face do vido insanável que apresenta PLENÁRIO NULIDADE;
0 quarto quesito submetido à apreciação do Conselho Julgador fad,
redigido: — A dispense da tomada de depoimentos das testemunhas de
«0 acusado clbfendeu -As, de agressão injusta?» acusação e de defesa, comparentes, ao plenário do Júri, sem anuência
,
Ora, os fatos que caracterizam e condicionam a legitima defesa são' ea prévia das partes Cr do Conselho de Sentence, enseja nulidade do jul-
seguintes: a) uma ogressão; b) urn direito, can espéci, atingido oil gamento.
ameaçado pela agressão; c) o titular classe direito: o próprio réu ou outrenn
d) - a injustiça da agressão; e) - a atualidade ou inainenda, da agnessãó-- APELAÇÃO CRIMINAL N.9 15.527 -- Relator. Des. LAHYRE SANTOS
f) - o uso moderado dos meios necessaries à repulse da agressão.
ACÓRDÃO
primeiro quesito, relative à defesa própria ou de outrem, encerra um'
fato que os quesitos subsequentes vão precisar e completar. Vistos, relatados e discutidos estes, acorda o Tribunal de Justiça do
0 questionário sôbr!e a legitima defesa demo ser desdobrado em propo Estado, em Segunda Camara Criminal, por votação uniinirne; prover -a apela-
sições simples e distintas, de maneira a nbter respostas claras e precisas. cão e anular o julgamento. Custas, pelo apelado.
Ora, evidentemente a redação imprimida ao mencionado quarto que- Pronunciado o réu como autor de homicídio qualificado com o motivo
no mesmo
sito 6. , data verde, tota.bnente defeituosa e complexa, uma vez que fútil e a emboscada, em: primeiro julgarnento foi absolvido pela destriminante
reuniu dois elementos constitutivos da descriminante e que são perfeitamen- de haver praticado o fato no exercício regular de direito. Por cinco votos
te autônomos, retirando, assim, aos jurados a faculdade de born compreendê- (fls. 55 e v.).
los e a liberdade de dar-lhes a desejada solução. Anulado o veredito, por defeituosa redação dos quesitos relativos
que poderá o iieu ter comtatide o crime em ato o u estado de defesa Aquela exdudente, e submetido a novo pronunciamento o mesmo resultado
própria, mas, pode não concorrer em sc.0 pról o pressuposto de uma ,<agressão por votação unânime.
injusta». Apelou a tempo a Promotoria.
Em sintete, pode-se afirmar um ate ou estado de defesa prapriacin Oficiou resta Instância o Exmo. Procurador Geral Marques Lopes, opi-
que tai importe necessáriamente a existência de uma agressão injusta. nando: liminarme,nte, pela nulidade, eis que levado o Júri a se manifestar
Como, judiciosamente, advertiu o insigne Desembargador Mario Matos: , sôbre a matéria de direito, te se cuidou o réu da defender a integridade do lar,
«são perguntas complexas por encerrarem no quesito duals situa- cumpria fosse questionado o Conselho de Sentença sôbre a excludentie do art.
çães diferentes. São perguntas duplas, quando se sabe que os jurados 19, n. 9 II, do C. P.; no mérito — pelo provimento, e cassação do veredito.
estão adstritos a responderem sim ou não», convindo acentuar que o Quanta aos quesitos relativos it eXcludente proposta, hi cousa julgada
quesito (4,1engloba, também, o adjetivo injusto ao ataque ou agressão, respeitar-se (Venerando acórdão de fla.).
impossibilitando o julgador popular de, separar o fato de agredir do de Motivo outro, de nulidade: comparentes a plenário tseteniimhas de
sua ou não injustiga» (aurisprudência Mineira», vol., XIV, M 9 4, págs. ,teusação e de defesa, v. certidão de fls. 83, ouviu-se somente informante,
menor,filho do apelado. '
Não Consta dispensa das - restantes, com anuência prévia das partes e
Dm. ¡alma, a legitima defesa invocada em favor do réu e propostá ao J ,to Conselho (falta que se verifica haver ocorrido também no anterior julga-
`ado ficou devidamente julgada, uma vez quis redigiu-se quesito complexo
mento, e que passou despercebida).
composto, o que ceroeou a liberdade de apreciação do Conselho, sendo, des-
Belo Horizente, 2 de agôsto de 1960. — Ferreira de Oliveira, presidente
tarte, justos e prodEdentes os recêios da Promotoria apelante de que o re- Lahyre Santos, relator , — J. .Amérido de Macêdo.
sulted° do julgamento derivou justamente da cause, acima, poste em relevo.
Além disso, 6. de frisar-se Tile, no termo de votação (fls. 37), as
postas dadas aos quesitos se resumiram na afirmativa tena negative, desa- • •*
companhadas da transcrigilc ■ quesito, de acôrdo com a expressão numérica
dos votos, evitando confusão, prejudicial à verdade material le à realidade de
decisão do Júri. - ATROPELAMENTO IMPRUDÊNCIA DA VITIMA — CULPA
Outrossim, redigido não foi o quesito generic°, sôbre atenuantes n:nn NÃO PROVADA ABSOLVICÃO
anexado foi, à esp6cie, cópia do edital de convocação do Júri, com a compe- Evidenciada a imprudência da vítima e não provada culpa do .
tente certidão de sua afixação, acordam, pois, em Segundo Camara Criminal motorista, sem possibilidades de evitar o 'atropelamento, inexiste res-
do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dar provimento à apelação, pare amt.- ponsabilidade penal dêsse.
lar o julgamento, mandando que o réu a outro seja submetido, com observán-
cia das formalidades legais. APELAÇÃO CRIMINAL N.9 15.519 — Relator: Des. JOSE AMÉRICO MACEDO
ACÓRDÃO dando causa, êsse Sett gesta imptleviclente,•n .que o manor Noe Getálio •
surgisse it-ante de . automóvel e não pudesse o condutor evitar
, Vistas, relatados diseutidos dates autos de apelação criminal 11 7 . • 'fôsde mosmo . dolhicto». . •• • •
15:519, da comarca do Belo Horizonte apelante, Jose Carlos Avila, e apelada':, preciso Convir, quo senrelhante argumento, sem base nos',
a. Justiça: ; elernentes constantes dos autos, emergia.:de . .equivoco do digno magistrado,
: :0 réu, pelo crime de honaieidio culposo, verificado ern 1.° de Abril de unia.veZ . 'qu aglomerag,ão de:pessoas se(lera justamente save o canteiro
1959, as 17,3.0 :horas, na Av. Amazonas, na confluência cam a Rua Junquilhos, amtral.da avenida, o qua. denota Min, ao neverso do qua alegou acusação,
nesta Capital, em virtude de um acidente de auto de que resultou a morte d o réu estava atento ao molviinento - existente nOlocal. . • •
lnilemor Noel Getúlio Cândido de Oliveira, foi condenado, coma incurso no art. • .A espécie dos atitbs,.que'não teve a lume de uma Prova. afirnisitiv)Utio
129, § 3.°, do Cod. Penal; à pena de um (1) ano e seis (6) mêseS de; detençao, sentido de-demOnstrar a ,calpabilidade . de José Carlos Avila,' tambérn, não se
sendo-lhe, no entanto, condedido o beneficio do sursis (fls. 56/58V.), firm,* pos. fundamentos condenação ,. pois, o acidente era, ani, tal- situagão,:''
Apelou, tempestivamente, protestando por sua inocência, quando afir- , . inevitável, por mais prudente:e hábil que fôsse o condutor do automóvel. •
ma, em suas barn elaboradas razões, que não peraebeu houvesse atropelade :
Merkel - Pori.......A1.», • ptig. 394) -- e Haire - («Breit Iimal», pág.
a manor vitima (fie. 63/71).
: 185) -,••definein a culpa.:Pendi comoa pratica ,de,urn.'delito quo .c.letivamente
douta Subprecuradoria Gieral, ern parecei subscrito pale ilustrado não foi querido, mas, tide •Sticekleu devido criminosa falta de ateagãO, que•
Pinto Renó, opina pela confirmação da sentença (fls. 81/83), acordarn, e'M se caracteriza. pela negligência, a . (Mal nasoe falta.deSsa vontade firme
2.4 Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dar proviniekto pterman.ente. que todo hornern.deVta possuir,..a fina..de .ovitar tudo:. qua possa pre-' •
ao apêlo manifestado para, cassando a decisão conclenatória, abselver: o judicar interesso público. • •• • .•
acusado.
O -emérito Nelson Hungria'alude•a dupla .'espécie mina — eletiva o'.
O apelánte dirigia seu pequena veículo pela Av. Amazonas, "A:•:Valeci- presumida, Sob o guante do erma . Probandi. Cumpre acusação Provar. qua'
dade aproximada de trinta ,quilômetros horários, quando avistou, sôbre houve imprudencia, negligênCia •ou'imperfeia da parte 06 réu, 466 se pos-
canteiro central, um aglomerado de pessoas em- tfirno de urna amburancia,:,„ sa falar em culpa efetiVa, corno adVede o Ministro Carnples, na sua EX-
ocasião em que fez sear o sinal acústico de advertência aos pedestres,:eiaque,:., posição de Motives: - o pressupostO dole On d0 culpa Strict°. "sensu;- -:
margem direita da citada via, en•íontravam-se estacionados 'ãrios flea:claim; pena aerit irrogaria..lalu141 poena . ealpa.:EM..rienhura
. easoliavera
continuando sua marcha moderada e exigível, para vencer a inoeme Subida pii::•sunção de culpa) eComentaria.a.ao. Códiga. vol.
abruptamente, seita do tome 11,
que oferece o local. Eis que, porém, imprevista pigs. 202/203).
mencienado canteiro central, à. frente do carro do apelante, o infeliz e desa-
tentO manor, Sando inapelavelinente atropelado, . •'' 'Ora, Corno ja. ficou- esclareCida,,as testeralimhas, Cm co'IO .,...es-elareoirn
Essa versão , da ocorrência se baseia nos testeraunhoS insuspeitávieis das goo O.evento . se:deulail virtude exclusiva da própria Salteu...à Irem' -
testemunhas presenciais Jose Celestine , da Silva (lis. 26 v. 6 46), fiscal de ta de veículo. 0 reunite,. foi. omisso providência.
, . alguma, Comajaadeikou • •
trânsito, que, cem mais dois colegas, se encontrava no local, ern serviço de evidenciado. „.
fiscalização, Avantoir Modesto da .Silva, Joao Vieira. de Souza (f1,S 1 6/7) e, Na ix:rdacie, •apaeseata-Se. Mais justo reronhecèr, ease, mera •
,bem assim, dos Drs. Jose Carlos Campos Cristo (lis. 51v/52) e Afonso citas facti.que,,segunde Inforeeq,'«4reconhecivel no -case ern qu ,J• e chauffetin,..
(longa lichee. fidio.(fis. 53 e v.) e segundo os quais o fate deu eventual/ma- por mais prudente e riefletido,: não tenha padide, .prever impedir evento.. •
te a não podia ser previsto peia apelante poio, lesiVo».. • • •
,go menino surgiu inesperadamente e disparadaniente» (fls. 5v, e 53) • Allan disse; : êOine tam entendido jurisprudência,
e ‘saltou a frento do volculo que por all passava (Us, 26 e 46)‘, <Ke Atiando'a'cuipa.da vitima foi de tal ordain que, sem eta, o acidsnte •
marcha reduzida» (fls. 53), • não so produziria, não responsabilidade , para.o.:antor déste; semen-- .:
O réu é ura oficial ,do Exércital motorista habilitado ha' mais de onze te, a sua imprudência devo Vitima 'iírtputar. lesão de que sujeito.
titiaZ e que, jarnais, praticou. qUalquer:‘infração as regras di transito .(ut certi- -• 'nasal:vox' - .( -4Arq.• Jud.,», vol.. 29/494). - " •
dão de f.'s. 22), a, na policial•D em Juize, declarou: • " Custas pelos cofres Estado. -•
«não her Vista a vitima, que saiu inadvertidamente a frente da veículo. Belo Horizonte; 1,6 de agosin.dc..1960. Ferjaz cerda, preSiden1P-
(fls. 5v.) «quando, sentiu, um beque, surdo no carro e logo parou para - Jose Americo Mattede; relator Santea:, • •
vier do que se tratava» (fls. 31v.).
Vê-se, portanto, que as declarações do apelante se apresentarniastrea-
das pelas deposições das testemunhas, urna vez que a polícia técnica, inexpli-
cavelmente omissa, deixou da compafocer ao local do evento, onde se encon-
travam três fiscais de transito, para a realização se. unia perícia esclarecedora
do mesmo.
Ora, se quando o acusado confessa 6 delito e sua palavra encontra su- CULPA — MOTORISTA — MORTE DE PASSAGEIRO DE CAMINHÃO —
porte nos ditos das testemunhas e mais elementos de prova, a condenação_se VIAGEM NO ESTRIBO INCARACTERIZAVÃO
imp5e, porque , então, não admitir-se como lógica e verdadeira a inversa?
Porqun recusar-se acolhida â sua palavra, glum& nap se coloro de inverossi,l- -- SO peio fato do caminhão ser destinado a carga, não se came-
milhanga? .a culpa do seu motorista na morte de passed, quo, contra adver-
No caso vertente, o respeltayel de ereto comlenatorio citou como cir- tências de perigo pox êie feitas, viajava. no estribo do veiculo.
cunstância definidora da improvidência do reu o fato de havler:
«desviado 'a olhar para o lugar do agrupamento de pessoas e veículos, APELAÇÃO CRUM NAL No 9 13.867 -Relator: Des. AGENOR DE SENA FILHO
— 142 — — 143 --
DRNCIA MINEI 1.3 N dIA
- 144 — 146
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
J.TIR-IiSyRUDENCIA MINEIRA
completa (art. 24, § 1. 9 , do Cód. Penal) . No caso de invocar ,
a embriaguez
acordam, unânimes, os - Juizes da Primeira Câmara Criminal do Tribunal Jus- pravista no § 2.° do cit. dispositivo, também sera indispensável o desdobramento
apelado, provendo assim 6 recurso
tiça de Minas Gerais anularo julgamento. do de quesitos, mutatis mutandis, separadas as hipóteses de fortuiclade e vis major.
regularmentainterposto,pelo- represIentante do. Ministório. Público', para qua se • Proceda o juiz corn muita atenção no segundo julgaincrito, bend° em .
as prosoriçÓes: legais. Custaa:: vista os arts. 429 e 490 do Cód. de Proc. Penal, explicando aos jurados
renove o. pronunciamento • do Júri, • observadas do
Conselho a significação legal do cada quesito proposto, sem revlear sua própria
ex lege,.
."" O motivo• da nulação- está ant que não foram devidamanbe. formuladós' apiniko sôbre as respostas, de modo a evitar nulidade de que result's: prejuizo
os quesitos da embriagnea invocada eratplenário, como fez sentir • dr. sjaa ira a acusação ou para a defesa. •
seu. parecer. ••:. • • • •• . . Belo Horizonte, "8 de clai3sto de 1960 — Alencar Araripe, Presidente e
.• procurador Geral do Estado ens Júri simplificar tanto a ques- revisor. -- Marano Cortaga, ralator. — Dario Line.
• t. tNáb poderia o presidente do Tribunal do
.. parã; englobando numa • só pergunta situagolea itrieonftindiVeis; coagir os .
tão
. . • juradoS.a uma decisão absolutória, proveniente ...de. caso: fortuito; Por não ter
o acdeadci plena • cape . eidade de entender oaaaráter . criminoso • do fato ou de.. "
d.oterminar-Se de- acordo. coin .esao entendimento. O•quesito ié tão Complexo .
4o dos juizeita.de..fato. e os conduziu a uma• •
•• qud . estabeleceu Coafusiito•no leap:U . LESÕES CORPORAIS — NATUREZA 1E, SEDE — GRAVIDADE —
.,• e. starrecodocra solução afirmativa. .• • • CLASSIFICACAO DO CPTME VOTO VENCIDO
G.iipelaciamatoa. a esposa, enciumado apósaçalorepa . discussão, a tiros
dareVolver; . nadia .23 cie Setembrade seod)rópriolat.., ,Suas deciara.. A giavidade da native7a e cede dos ferimehtos sofridos petit
•••pões.;..inieiais:cliferein.-bastanta.; das que preStou•:no • •in• terrogatório judicial, in- vitima , descriias no auto de corpo tht delito, im piem a claSsificanão do
elusive qiianto nnonastidade da vitima• • • crime como de lesiks corporais graves.
proVodada, neo pocloiia jamais ter .
aO Juiz irrimado .cM eaposta inal . — V. v.: - Não provada a incapacidade para tr trabalho do ofen-
a condena-
absolvida o réu;.. sod interrogação, estivesse conforme, impunha-se , dido, nem o perigo de vida , além da negativa dos peritas quanto a
de-
çai:;.i Mitigada. " • bilidade de membro, sentido ou funcão, justifica-se a c 4
assificação do
•
• O legislador•pdtrio distingue quatr o. eSP• eaice de genus no art: .24 e sails tfalito ern lesões corporals ievr. (Dc. Marano Corrêa).
. nalPosa,
respectivos parágrafos do Cod, .Penal t •••••a embriaguez,Voluinariatoit
APELAÇÃO CRIMINAL N. 15 559 — Relator: Des. ALENCAR ARARTPE
preouíonada a habitual • .e . a acidental.. E.sóineritel 'quanta a...ebriedade é• •
maior, acidental; fica exelaida'a
campleta, oriunda :de caso fortuito • on taiga - suprime,
responsabilidada. Penal. So. o estado de- embriaguez 6'. tal qua ' ACÔRD...1.0
dentalatenta, a parcapção do etarater delituoso do fato praticado, o agente não
da ação ilicita, não possuía o • .
passível de pena; da mesma sorte 'so' ao tempo se a enabriagueia :
Vistas e relatados éstes autos de apelação n.o 15.559, da comarca de
réu caPacidade detgovertar êsse - edtendiin.ento. Mas, 'é óbvio, Uberlândia, apelante a Justiça e apelado JOE4:2 de Oliveira Sousa, acordam em
pra-
não Chaga a oolittarar o senso normal do autor do fate, no momenta de o PrimOra Chmara Criminal do Tribunal de Justica, dar provimento
A anelação,
vontade, persiste a•responsabili- para reformar a decisão de fia, 50, que desclassificou o delito, para o art, 129 do
ticar, embora atingindo a livre e consciente
. .. • . Código Penal e, restabelecendo a classificaçã o da denúncia, irnia5r ao alado
dada -. atenuada, sendo a.coridenação reduzida de Umta.dois.tergos a
no caso...de larnbriagitezt voluntária miaçulposa, pv-na de 2 anos de' reclusão. prevista no art'. 29, § 1. 10
Conveixi:.a.cerauar que; , n..° II do C.Óclizo Pe-
Seguranea...E sii a.:abriodade nal, contra o ii.cao do exrno. sr . Desembargador 1VIerolina Corrêa
além dá pena...cOrpord,. impõe-sé. a ',Medici& do • de encorajonierito para-o de, • cando:-se entretanto que, entre o recebimento da denúncia e a sentença con-
Verifi-
gropositalmenteprecinada como incentivo, meio ocorreu prazo superior a 4 anos, - decretam a extinção da punibili-
ser exacerbada.
lito, pr*relenada4actio libera in causa), a penaldiade deviera
-barna.preSurniVel apericulosidade do dada, pela prescrição (Cod. Penal, art. 109, rt.° V, combinado com os arts.
..Tairibent a embriaguez . habitual, :que • d medida de segurança diet. 110 e 117 do mosino Código).
inflator,. 'acarreta a consequência da - iniposigáo -
a pena cominada in concreto, • -• .t •••• Assim docidern, ouanto à classificação do delito, porque a resposta
teritiVa, afora .
. dos‘pernos auto le Vs. 5 oncontratjustificativa 1a natureza e sod da
einbriaguaz completa,:de-
No no'o jutgaracaito, se .ttepetidaaa defesa da . alto, corrozopina o douto •Flarninio. Ftivero, no seu coal -mold° livro z Medicina
verá crjniz desdobrar os quesitos na o.rdera.• seguinte Loaala 1.' Vol., p. 206, e*mplificando mais adiante, a págs. 434, que são
O rau Ogiu em estado de embriaguez " completa? ,tara.eq0ncias
do comprometimento das pleuras: pneurnatórax. hemorragia
2.o) Essa embriaguez era cornpleta,.proveniente de.. caso foil:Una; • a cat's.rna,. hernotorax e piotorax.
• da .entender '9.
„ terciPo . do fato, t tornando-o inteiramente, incapaz •• • . Não se pode a rigor assimPar um ferimento dêsses a uma lave 10ã0
caráter delituoso . dêSSetfato? • . • • •. a
• era...ccfmpleta, oriunda de casa fortuito,, ao tem. *: que nem sequer incapacite a vitima para o trabalho. — Entretanto, devido
3.9 ) Essa embriaguez ao pouco caso dos responsáveis pela Justiça em Uberlândia. arrastou-se
do fato, tornandOto réu incapaz de determinar-se de ceriformida-t o pro-
cesso durante quase seis anos, de maneira a consumar-se a prescrição. S6 Ida
de com o entendimento do caráter delituoso do' mesmo 'fato'?
a aa tem- uma vsa estiveram os autos em poder do Promotor de Justiçm ., quase 2 arms,
4.?,) Em essa embriaguez completa, motivada por fôrgatinaior delitno- para dizer sabre uma testemunha (fa. 41 e verso).
-
po da fato, tornando a réu incapaz de entender o caratep
E de 'notar que não consta se tenha realizado a audiência adrnonitór;a
sadêSse fato? au tern.- • . indispensável para se realizar a suspensão condicional da pena. — Custas pelo
assa embriagnez completa, motivada por.forga•maieir, - Estado. "
poado, fato;;:tornando o• réu incapaz- de .cleterminar -se. de acórdot•
com o, entendimento , do caráter delituoso do .tnesrrit a. fato.? Belo Horizonte, 8 de agósto de 1960. 'Alencar Araripe, presidente e
alegação '.da .1Siabriaguez
Tai s. quesitos serão formulados na hipótese do
Itaa •
JURISPRUD ,NCIA MINEIRA JURISPRUDIENCIA MINEIRA
h comarce, para ser dado Entram em acôrdo, porém,, os mestres quanto ao perigo de vida causa-
relator ad-hoc. — Os autos devem ser devolvidos do lesões penetrantes do abdome, tórax, que interessem à veia cava, afe-
conhecimento dêste acórdão e da observação que fiz a fls. 53. —Dario Lins.
tem o peritónio e as meningeas, dizendo Flaminio Fiivero que, em tese, são
Merolino Correa, vencido, em parte, conforme notes que foram colhidas perigosissimas.tais lesões, embora prontamente intervenha o socorro Medics)
pela taquigrafia.
oara salvar a vida do paciente, Pois o pert° pode ter tide a duração de um
NOTAS TAW:MI/A.110AS relâmpago («Med. Legal», pág. . 196; Cfr. Souza Lima, Med. Legal, 4. 9 Ed.,
pág. 835).
•
Corrêa:'•. O .Sr. Presidente, Ainda Fávero sustenta que ao médico' cuja missão, de auxiliar da justi-
. O Senhor Desembargador - ça, hoje se amplia em face da lei nova, cumpre fundamentar as razões de sua
José de Oliveira
pode ser exposto nas seguintes «Narra a denúncia que
de Ag,i5sto de 1953opor quo -Mario Paulin° Pereira, a pedido de assertiva, tal como recomendava
Souza, em 1.-9
Caixote» -, -aborrecendo-o,
:Memoir Pires Pinte, - o chatrasse•Pelo apelido tle «José peritosdescre-
Criticou o articulista primeirarn,ente citado, com muita razão, a respos-
"agrediu a canivetadas a vítima, .causando lesões graves
que ta evasiva que os peritos costumam dar ao quesito relativo ao perigo vide
fericla pérfuro-cortante na região
yeram no auto. die carpo de delito, assim, --- «depende da evolução do 'caso» o quo também neste processo aparece,
dorsal, .hemiteraX esquerdo, de, • aprozireadament 5ol5 erris.;: coin secção dos no 3,5 quesito.
MuSculos pcnetre odd no tóra.X...e. seccionando a pleura par3et4 muna
ou menos: 8 crirs no Ora, a prognose sombria do primitivo laudo pericial, não fundarnenta-
extensile de, mais ou ri*nos. 8.Catia;-;-- feridain.cisa. 46; mais do deixou de ser confirmada no exame complemental. El verdade que tar-
ar esquerdo atingindo pele n'tecidO:ce.tular subcutâneo. O laudo
região «scapu1 ,
doutores peritos os quesitos.. . dou demais .o segundo, wets ao réu não node ser atribuida a culpa. Alérn disso,
tem,a data de 2 de aesto din 1953; atirmand000S
as OcupaçõeSbabituaiS per mais de 30 dias; o paciente era um jovpm do 17 anos, ao tempo do delitoi, e o Orocesso tão de-
- 3•9 ., 4, e 5. (inçapacidaele para . sentido ou função), sondo morado não fornece elementos de convicção segura pare autorizar o provi-
perigo do vida; debildaele -permanente de membro,
que.- o último Coin .uma ressalva referente •h• '6Volucão. nrsrito da apelação, como ressalta do criterioso parecer da Procuradoria Ge-
clef
O juiz, abordando a prova, 'negou , a.Tegitima defesa pleiteada, mas ral. O apelante :lac) pugrum, como promotor de Justiça, pela restauração da
clOsificou O crime ocra- caput. do 'art. j) do CM. • Penal e impôs ao qualificativa indicada na denúncia, limitando-se a apelar, talvez porque não
mõses dó detenção. Concedendrolhe o benefício do strrsis». houve lesão de visceras».
Houve arelac5o tearepestiVa,'sem que o representarite d0 Ministério PO-
Procuradoria Geral opinado pela Meu voto, Sr. Presidente, é para negar provimento apelação, confir-
bile° lançasse nos autos sues razões,• tendo a mando assim a decisão arrolada, e, cemo entre o recebimento da deminria (10
• decretada não ofende
confirnraoão cis. . sentença, - porqt*: a desclassificação se positivou in:easu, do fevereiro de 1954) e a sentença conclenatória (19 de outubro de 1959 ) de-
jurisprudência pacifica dos tribunais. 0 perigo de vida são correram quase 5 anos. drcreto a extinção da punibilidade do fato delituoso.
•• de vez que os pc:sites não funclamentaram, o 'sea prognóstico. •-
no die 5 de marco. de 1954, nos Vermos do art 108, combinado cora os artigos 109, VI, e 117, I, do C6d'.
Primeiramente, deve-se pôr em destaque s6 Penal, visto como a pena se concretizou, definitivamente em 7 mêses d'e-
procederam os peritos ao •eicarneOc:ompleo•
sete mêses após fate criminoso, membro, sentido ou - fun*); tenção. Custas ex lege.
An:enter no pacientb e .negaram : a debilidade de.
-- 161are o perigo de vida
pois apenas
. . encontraram cicatrizei Com . Trata-se dc um caso que, corn mais benignidade, poder-se-ia decretar
queloides nas .antigas lesões. •• • legitima doilesa, porque o rapazinho foi vilmente insultado, em frente a vá-
frI5 testemunhas a rornima'altisão h .
incapacidade • tra- rias gessoes, por apelido que não tolerava.
. • N.A.')
ballto:de, ofendido. Resta, portanto, analisar questão do penin. de vida Senhor Desembargador Alchcar Aravipe: Para mim, 0, ferimento foi
razões •de .sekreCnrso.,.
mesmo que o dr. promotor de Justiça não apresentasse estudo realmonte -ff
grave ; porque um ferimento como aquêle, no tórax, seccionando a pleura, corn
: O • dr. ' Agostinho' de Oliveira júriior fez publicar um profundidade de 8 ems., não precisa de medico para se saber que 6 - grave.
elaboradc, Orno,41.1.ada - «Revista de - . ldentificagão'e Ciências . Chego ao mesmo resultado de V Exit., mas partindo de outras con-
xas>;, sabre «Lesões • Corporais e Perigo de Vida»,demonstrar - trazendo a lume copiosas.:
qiia a.disposição • clusões; todavia, eu condenava o réu a 2 anos de reclusão.
observações de' juristas legistas de pról, para, pomo dediscór -
relativa à matéria.não deve ser tra.n.sforma.da em Não sei se por •d.soleixo ou proteção, a justiça do, Uberlândia não ful o
de Pei penal
'dia' no caSuisme forense. A opinião de Biamonte afina corn a de NelsonHun- process° ern tempo. Está extinta a punibilidade.
este apegc.,do ao iillande•probabilidaje -
do perigo, sempre que a lo a' ft Julgo prescrita a condenação.
.fungões mais im -
• sida: manUesté perigosa per sintomas objetivos, 'ligados às O Senhor Desembargador Dario Lins; Fier) de acõgrclo coin o Exmo. Sr.
da Art* orgiinicc aquêle:entendendo.equivilentes.•0 perigo de. Vida Des. Alencar Araripe.
haja uns momenta, no decurso do pro-
e a probabilidade: de Marto, desde que menos binge, «no qual as • Senhor Desembargador Merolino Corrêa: Mantenho 0 m
: COSS() patilógiço . ;•:.produsido pelo ferimento, mais ou Presidente.
condições erganiCai-d6....paciente e o conjunto - dos particulares do oaso•frizein .
- .• . • • -..• • :•
presumiro ao•hoMerrOde ciência, provável êxito . letal»..- Senhor Desembargador Presidente: Deram provimento, em parte,
que servem de basis à co•riceitua- contra o voto do Memo. Sr. De.sern.bargador, Relator, para impor a pena de 2
Não é apenas a natureza e sede da lesão carniogsa ode reclusão e undnimemente julgararn extinta a purdbilidade, pela pres-
ção do parigo de vida; deve-si...,. ter em vista as condições pensonaliosimis 'cio
ofendido, sua constituição física, idade, saúde normal, etcsin duda alguna, la .
Euzeldo, Comes previne que «determinar coando,
lesion crea peligro de vida, es bien dificil, como reconocen los própios médicos:›
(«Trat. de Derecbo Penal», II-177) •
— 148 —
JIZT.SPIIUDÊNCTA MI1(TETRA
JURISPRUDÊNCIA
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE «JOGO DO BICHO» DEPOIMEN- MINEIRA
.. .
TOS DE POLICIAIS AUSÊNCIA DE NULIDADE te
de forjadoreS Cin flagrantes, inconwatibilizando-os para o• miercicie das
funçacs que desempenham a hem da Sociedade:
Inexiste milidaelei na circunstância de ter sido o auto di pri- Acordam,
flagrante livracto apenas com depoimento de investigadores de em Primeira Camara Criminal do Tribunal de Justiça de Mi-
nas Oerais. dal' provimento
sda : ao e.:!curso, para
policia, condutores e 4 stemunTlas vIa prática da contravenção ao.jôgo .
' .' cassar a Orciern de habeasl-cerpus
e Manclar seja recaptnrada,:a ré ,.mrficla. e prossiga
do bicho». Custa» a. ação Penal seus tramites
.
:
.: :Belp Horizonte, 22 de age)sto'cle: 1960,. Atencar
RECURSO ..C,C),Ell„-)I,P• N." 3.830— Relator: Des. MERO- Me olino Corrêa; relator -- Dario Lins. , Araripe, presidente •-•.-
LINO CORRA.
AMEND
. Vistos, relatados e'..discutidos êstes autos de . recuracrde• ..4abeas-cor JÚRr — INTERROGATÓRIO no
.,.á recorrente .o Juizo,, ACUSADO LEITURA DE DEPOIMENTO
pus» • n." 3.830. da comarca de :Belo Horizonte, em que ANTERIOR — DTSPENSA DE TESTFIVIUNHAS «ABERRATIO ICTUS»
'sende:recorrida Geralda da.linz•Correia.:; QUESITO — REDAÇÃO COMPLEXA NULIDADES
. . 0.dr. Lacilio.•Tavares.dmp.etreu a favor de.Geralda.dal...nz Correia urna .
-.de MUlheres, atacando
.ordern• du chabeas-cdrpus......recolhida.. i :Penitenciaria uedaVracie nulamente Limitande-so
o interrogatório do acusado a lertura do seu de-
. n.anto de prisão 'um. flagrante - de :;j6<..:•6 a 0
bialt.o perq. poimento antcsiornsente prestado, por determinação do Juiz
. visto como . aPenas dePtiserara
.. . ... •. investigadores de: polícia transformados em. nulidade do julgamento. , ocorre
. condtitor...c .teSteraunhas,•huliciade já proclamada nest Pretório eno Supremo —
A dispensa das testemunhas de acusação peto Promotor de
..Tribunal Federal..: . .: . '... :,.. . • • --,....,:, • . . '• .. • -. .. . Jurtica, que ens prejuizo
julgamento. favorece a defesa, motiva falha grave no
ACeitando a tese, houve por )5eml o dr. Juiz de Direito da 4. 4 Vars. con- •
,
. . e.recorreu de oficie da - decisão Preferida. Em caso de oaherratin ictus», numa tentativa
- .. ..ce..der-67alvara de soltina.cla..paelente - do qual deve o questiondri o conter o cornpletmento de homicídio,
• • Faz i 4- sentença :expn%S . a ref er&riein aura julgado deata. C,ôrtei -- delft proveniente.
Lies, que sustentou a imPrestabili-
foi relator o eminente Desembargador Dano fundado era declaraçaes de
complex° o quesito que engloba diversas alternativas
dnfesa que não de
. dude de flagrante contra „lattice; Contravenção, . foram objeto do arguição pelo defensor do acusado‘
policiaia. . - - - . .. .. . . .
APELAÇÃO CRIMINAL N. 15.558 - Relator: Des. JOSÊ AMPRICO KAM°
Bern analisados-:es fundamentos da decisão recorrida, - parece que o juiz
..acprem nada alegou
não interpretou hem a lei an conceder 6 «baheas-corpus» por aer o marido
oenão..aincla nas despesas.da . .oasa, auAliada pes seus fillips, ACORDÃO
deente,.. Mas s..eniadizer uma SO palavra contra n coleta-deliStas do famoso
cozinha guaudadas . 6. apreendidas, com vasto Vistos, relatados e discutidos
, • •vicio . nun4 gaveta - da mesa • da • 15.558, Cates autos do aPelaçâo criminal n,"
material; da . contraverição . inalsinada (47 listas novas, 2 sera:data, 8 menos da comarca de Sacramento, apelante, a Justiça, le apelado, Sebastião
Ives Filho.
recentes„ acertes„. resultadds, carbortos e'lipis)'• ' .
die, Proc. Penal, a '. Relatam os autos qua ,
. Pelo .,4ii.C..r&Za . 6. art. . '. 3D4 ,e, sets parágrafos do , CM. gun. , dos informes do ,
no 22 de ag8sto de 1959, realizou.-se ern casa
apresentação do p.rêso .ii autoridade, competente, .de.sde • ..1.3 Joao Baduino, site no lugar denominado «Solidão», comarca de Sacramen-
acusado, haja to, urn tésrço, seguido clu baile, ao qual compareceram o
condutor e das testemunhas, bum cerno - daS. ':. deelarag5es - AO . • • ' -is Filho, a vitima Alder& llidio apelado Sebastião Al-
contra n conduzido, o recolhimento "A 'prisão ,é, legal, nib e virias outras resmas. di de madrugada,
:-- fundado suspeita testemunhas. Pouco ••iirl-.... can companhia de soa arnisia Domingas Martins
constituhide mcismo nulidade d0 flagrante, a falta -de de ,Tosd Paixão, ir-
porta que o condutor, verdadeira taste/n:01m no dizer de.EsPinola Filho («deiet : ão da masma, a14;n, clo Onásimo Gerald() de Melo o de Pedro Amâncio, apres-
. investigador .e que sirvam: de . vam-se
- - de Pron.., P6n.... -e: 3., vol.,. pág. 286) sela' um para nartir cavalgando seus
so do ofondido dizendo-lhe que anoiasse,' animais. quande o acusulo aproximeu-
' test:arena:alias ord ..rds
. dois investigadores. sabendorSe. qua «os atos de flagrante e como o mesmo ficasse indeciso,
apenas tem por fim constatar a: legalid.ad:o ,da prisão. semi efeito definitivo se,- Sebastião forcon-, a faz&lo, dancld-111J, a seguir, um empurriio, ocasido em
, [le Aldere'. perguntou-lhe se «estava brincando
de Faria,
bre'a responsabilidade do autor da prática Mae a determinou» (Bento ou em ponto de briga».
O réu, que id empunhava um
«ciia...de.Proc.• Pen», ed. 1942,•Pag• 364) • • • - - a- este - . . ..
-que de- revólver, desfechon, então, um tiro con-
Se forein .-anulados antes de prisão em flagrante iguais s a vítima, mas, como não atingisse o alvo ,
acionou, novamente , o gatilho,
falência absoluta da . •
termineu -0 pedido de «habea5-corpus>5•; implantar-se-ia ,a tendo, ,todavia, a bala mascado. Valendo-se dessa circunstancia, Alder& pro-
campanha pollcial de, combate•ao «jego do bicho», tornando-se inteiramente' curou fugir, ocasião em que o apelado,
indo o prnlétil atingir Onisimo pela terceira vêz, fez use de sua arma
livre de.prootisns os contraventores mais •desabusados, ante a impossibilidade •
O menor Benedito Leão,Geraldo de Melo, ofendendo-o gravemente.
ou dificuldade de aparecerem testemunhas insuspeitas e que não pertençam quo fazia parte do grupo,
deu, então , urna
aos • quadres de inantenedores aa . oroot, i pública. garrafarla na cabeça de Sebastião,, tonteando-o, valendo-se os presentes
Oportunidade da
. - • Podem es juizes absolver on condenar os contraventores processados,•••• para desarrni-lo.
se do conjiintir das prevaS.resultar a convicção .cie.serem„.&les inocentes ou. Pcia prática da infração
foi submetido a regular processo, sendo, final-
. Cuipades, mas bile de-au . anular todo e qualquer flagrante..em•quaintervenham,. r--nte, pronunciado como incurso nas sançães do. art. 121, c/c.
labén•demoralizan o art. 12, n.°
apend,4iinfestiOdores, • porque seria . lançar...contra • estes d. ambos do Cód. Penal (fls. 48/49).
Levado
a julgamento perante o Tribunal
, Popular logrou ser
absolvido
--- 151 --
JURISPRTIDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA 1VIINEIRA
Semelhante i•edação, por demais complexa, certamente, estabeleceu a
de legítima defesa (fls. 84/86), Mas. p dr. Promotor de perplexidade nas consciências dos integrantes do Conselho Julgador , levando-
pela escriminante os kafirraar, por unanimidade, a defesa invocada.
Justiça, tempestivamente, apelou dessa decisão, com fundaniento no art. 593,
Diante de tais nugas, que aSsumem singular relevância, o julgamento
do Cód. Proc. Penal (fls. 90.)
n.5 III, al. «cl»,hag a que foi o apelado submetido não poderá mesmo vingar.
Razóés. foram oferecidas pelas partes (fls. 92v). Acordam, em Segunda Camara Criminal do Tribunal de Justiça de
Mesta instância, 'o ilustrado Subprocurador Dr. Grover Cleveland Ja-
Minas Gerais, de conformidade com o parecer do Dr. Subprocurador Geral,
cob, ern cuidadoso *veer, opine, liminarmente, pela nulidade do julgamen. dar provimento apelação para anular o julgamento, determinando que o réu
to* de meritis, pet(); provirnente do recurso (Bs. 95/96) . a outro seja submetido, sem atropelo das formalidades legais. Custas ex loge.
Trata-se de um caso típico de aberratio-ictus. Belo Horizonte, 2' do agesto de 1960. — Ferreira de Oliveira, presidente
A sentença de pronúncia, muito: embora, declare exPressamente, conni
todavia, não fez mengão ali José Americo Macêdo, relator .-- Lahyre Santos.
devidamente caracterizada aqur:la figure delituosa,
art. 53 do Md. Penal, o que, tentretante, não oferece maior reikvb porque
foi atingida.
tratando-se de prime de homicídio tentado, em que, sbmente,
tio uso de meios:
pessoa diversa da pktendida pelo réu, por acidente ou &Too crime contra
praticado
de execução co agente responde como se tivesse PRESCRIÇÃO_ DENÚNCIA FALTA DE RECEBIMENTO EXPRESSO
pessoa que êle queria ofender.
INTERRUPÇÃO — INEXISTÊNCIA
O julgamento a que foi o réu submetido correu prenlie de graves
gularidades, que irremediavelmente o tornam insubsistente, corno,. judicie
: - E ineficaz para efeito interruptive da ação penal o despacho
samente, salientou q parecer da Procuradoria Geral:
do apelado se processou com rernarcad:o deg: , do Juiz que não reicebe , de forma expressa¡ a denúncia apresentada e
1.5 o interrogatório
nos arts.. 185 a 188, ex-vi do art. 465, todos do &: nem contém deterrninaçaes impostas pela lei processualt,
prêzo às normas contidas M. M. Dr. Juiz-Presidente a determiner a leiturade
P. P. limitando-se
anteriormente
o
feito; deixando, destarte, de propiciar aos jurados do ConSe- RECURS° CRINJINAL N. 5 2.827 — Relator: Des. j0S2 AMMO() MACEDO
lho a oportunidade de recolherem, atraves de sues respostas, subSidie:Para
ACÓRDÃO
um julganiento justo. o.
Ora, não obstante seja o interrogatório tradicionalmente considerad
Mel* de defesa, a lei processual vigente o situou come Vistos, relatados e. discutidos estes autos de recurso em sentido estrito
substancialmente, uni come adverte Lanza: ri.' 2.827, da comarca de Caratinga, recorrente, a Justiça e recorrido, Salim
uma franca oportunidade de obtenção de prove, pois,
invite. Piinputato quindi a discolparsi e a inch- Pedro Jorge, acordam, em Segunda Camara Criminal do Tribunal de Justiça
«Il giudice instruttore de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls.. 39, negar provimK -nto
care le prove in suo favore, avvertendole che, niche ove non risponda si pro-
.. T/380). ao recurso, pare mentor a decisão recorrida, por seus próprios fundamentos,
cerá oltre nella instruZione». — («Dir. Proo. Penale»,
do réu vol
têrmo essencial do: Processe acordes com o direito e a prove dos antes. ,
Ornitin-rse, assim, no julgamento .
assim, decidem porque, oferecida denúncia contra o recorrido, que
, do C. P. P.).
(art. 564, n. 1H, letra «e»
acusação foi sacrificada, deixando o dr. Promotor
de. Justiça.. se encontrava prêso nesta Capital. (fls. 26v e 27v) -, per infração do art. 163
219 — a corresse ao sabor da defesa, pois. como » § único, Ill, do Cód. Penal, o 1V11■X. Juiz a quo, ao hives de, expressamente,
cia' Comarca de Conquista que a cause
se encontra no parecer invocado:
declarer ,3e a recebia ou rejeitava, e, na primeira hipótese, designer dia e hora
assinalado, tambérn, do teste- jra o interrogatório do réu e, ainda , nos precisos termos da regra consagra-
«falando, apenas, dei minutos e dispensando o depoimento
esclarecido: os jurados , , da no art. 360 da Ni'processual vigente, «requisitar a sua apresentacão em
munhas de acusação, não parece possível tivesse bem alzo, no dia C hora designados»', limitou-se a exarar ; nos autos, em data de
quanto ao libelo apresentado», de grave defeito: — omitiu SO 1/ de novembro de 1953, ó seguinte despacho:
o questionarie; igüalmente, 'padece — denunciado está préso ern B. Hte., por ordem clé‘ste Juizo. Fe-
prove/lie/Ito da aberratio lotus' ponce, importando que, no peça-se precatória para a Capital, a fim de que all seja mt.' o acusado.
o. complemento
caso, se tratasse de tentative de beinicidio. .
como acertadamente tem entendido a jUrisprudên-
Providencie o Snr. Escrivão, a respeito, com a urgência possível, no-
Consequeriternente, tificado oil/4. P.» - fls. 27v).
cl S. Paulo, no Primeiro quesito
cia firmada pelo Colorido Tribunal de Justiça arma defogo contra á pessoa Ora, seinelhante despacho é nenhum e nenhum efeito poderá produzir
devicrá ser inquirido se o réu fez disparos de direção dese- ern face das normas jurídicas que informam a nossa processualistica penal.
no segundo, se os projetis desses tiros; desviando -se da - Contaria êle o recebimento implícito da denfincia?
visada; foram atingir a vítima Onés'inio Geraldo de Melo, produzindo
jada pelo riéu, A negative se impõe, porque proferido foi ele ao arrepio do invocado'
, lhe o ferimento descrito no auto de corpo de dentq de fls., segnindo-se, o art. 394 do c. p. P., que determine que:
deverá ser; assim redigido: —
terceiro quesito; relativo tentativa, que à execução de um. crime de homicídio, «0 Juiz, ao receber a queixa ou denúncia, designará dia e hora para o
«0 réu; assisti, agindo, deu inicio interrogatário, ordenando a citação do réu e a notificação do Minis&rio
que não consumou nor circunstancias inclepmdentes de sua vontade,—
: 161/42) .
(«Rev. dos nib.» vol . 208/119; idern, vol. 156/69; idern, vols Ora, o malsinado despacho desenganadamente não proveu a qualquer
quesito (primeiro de defesa) - englobou diversas
4." — ainda; o de acusado, por- das deterrninações.;impostas pea norma, acima transcrita, mas, apenas, de-
foram objeto de arguição do defensor , terminou fosse e actuado «int.Q» - (Igo).
alternativas, que não
quanto, no mesmo indagou-se do Júri se:
fate em defesa de sua pessoa - (ou de ontrera,
do Teria, porventura , deprecado a intimação ou o interrogatório do !ma-
«0 réu praticou o nic)?
de outrem (M. 84).
sue, honra op de outrem, da sua propriedade ou
— 1 53 --
— 152 --
JDRISPR. T.TDP,NCIA INEI.RA •
•
A,dinisiivel, sem dúvida, '6 a primeira hipótese, tnão só porq-tie.existia• jIJAI.SPWLIDENCIA..1VIINklikA
. . .
na espécie, uma representação da autoridade policial . MI6 instaurou 'o •
rito, pedinda . a seu arqui-Oraincto - Ulm 24) donde pretender; a autoridade. riat:eontravcnojonaj. fôra encontrado» em seu pod
in saco de cimento, colocad o na mesma escada onde so sim, «debaixo dO . •
judiciáriaérisejar CO reat.OPOrtuniclade d pronunciar-se a ésse . respeito, corn.6 ;. condu-
ainda, seria . fater• ao digne prolatcir da predita decisão a injúria de complete do» - WS: • ,
• • • ••. •
desconlieeedor da lei proOeSsual, pois' estand.o o . ...acttsado prase, à sua ordern; . Ora, se o. condoler e testemunhas do flagrante age presenciaram • a• prá-
tica tie 'qualquer ato .
nesta Capital, -e &Amanda o processo no fore - de Caratinga e onde Mister Se fazia . coalraveracional per part& de, recorrido, qua tem profissão •
a presença do mesino par a . os autoaprocessuais, nap.. poderia determinar, 1)61 .; definida,cd• qua . declarou «que o material ap0,,
«que iá fürd endido não lhe pertencia --ea
contrário à lei, o seu interrogatório nesta •Capital. égua para o mistoie„ s• j(fls. 5, 7 e
8)j, inarredável é
conclusão de
-....• • Destarte, não rece,ben.d6,...de. forma expressa,- denúncia anresentad a • qua mac) havia justa cansa parasna prisão, qua -se apresenta
centra o. izmorrido, n.ri se Poderá ernmestar aquele drapaCtia a efEAto intma„ tuna inominável violência policial, corrigivel, como foi, reArtedium iuris
•• do habaas-corptia, consagrado peitt
ruptivo do prazo prescricional da ação, como objetiva o recorrente. cidadão, contraa violência ou abilso'cie Magna Çiçtió para proteger a liberdade do
-• Ao ' demais, o referido despacho nto foi; sequer, publicado em cartório .
poder, • • . "H •
e o recorrido', s?tmente; Veio a tizi dela conhecimento, cm 77. de abril última
Coneesiesfundainentos e acordanrn Segunda
Tribunal -de .Justiça de. Camara Criminal do.
46), quase deis anos .apoa o fato incriminada; pois, até a presente dita, Minai .Gerais, negar•Provinten.taao recurso, para man-
.• , . ter adecisão recorrida. Custas ex loge.
não foi citada para a presente ação. •- .• ,•
Julgando. proscrita aração,..o-deapacha recorrido decidiu com irrecusá- ., Belo Horizonte, 16 . de agós•to de
José Americo 1Vlacédo, relatar LaitVie, Santos. Forjai de 1.,acerda„ presidente
vel iteêrto a questão. Custas eX-lege. •• . •
.•••
Bele Horizonte, 16 de a:OA() de 1q30. — Ferjgz tie amnia, presidente
José Americo Maecédoi rellater Labyre Santos.
periência das coisas sexuais. — Nem siquer existe prova de que tivesse se
confissão tácita da autoria do delito
o processo criminal, importa em deixado bolinar por outros namorados e , se a frequência a bailes farailiards
de sedução, dos ;pals voltava as onze horas da noite fôr experiência no sentido emprega-
do pelo legislador, poucas moeas brasileiras, na atualidade, estarão acoberta»
Des. AGENOR DE SENA FILHO
AÇÃO CRIMINAL IV 14.191 — Relator: das dos conquistadores que andam por ai. Se vivia, a pobre mocinha, antra •
gam a sua própria sorte, como jã se disse, não era, contado, coisa de ninguern
RELATÓRIO onde pudesse o réu cevar impunemente os seus mans instintos sexuais. To-
dos os requisites da figura delituosa descrita no aritgo 217 do Código Penal
de Justiça da comarca de Cambuquira ofereceu estão satisfatoriamente comprovados. A virgindade da mulher solteira é sem-
O Snr. Dr. Promotor
contra Norival Lucas, brasileiro, solteiro, barbeiro, com vinte anos pre de presumir-se e o apelado não fez prova de que a manor já tivesse man,-
denúncia Penal. Segundo a
de idade, como incurso na sanção 'dÕ artigo 217 do Código tido congresso carnal com. outro homem, confessando que a possuiu durante
peça acu,satária inicial teria êle, namorado antigo de Maria Emilia de Camar- o riamero que mantivera. Contava ela, quando dos fatos narrados na denún-
virgem, de 15 anos de idade, se aproveitando de sua inesperiência cia, apenas 15 anos de idade e dado o namóro prolongado que o apelado não
go, mulher - la, miediante cópula carnal completa, nega, consubstanciou-se, sem dúvida, a sedução de que é êle acusado. Acres-
e justificável confiança, para disvirginá
com o único fim de aproveitar-se da moça. O inquerito no qual se balsam a ce, ainda, como bem acentuou o parecer da douta Procuradoria Geral do Es-
representação oral da vitima, corno se vê, tatloa da. lavra do ilustre Marques Lope, que o próprio apelado revelou a sna
denúncia foi instaurado mediante
do têrtno de suas declarações a fls. 5v. Esta representação foi ratificada,
-
pedido do Wriisterip Público, a fls. 22, pelo representante da menor. Recebi
- 156 —
3111ZISPRUDENCIA M1N;IRÁ JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
culpa, propondo casamento vitirna, embora apenas na Igreja, bend° enivista do vicio malsinado. O dinheiro apreendido Cr$ 962,00, produto de apos-
evitar o incómodo de um processo criminal. Essa sua atitude configura, sem tas, torna improcedentes as razões da apelante, porque, corno se seen,
dúvida , urna verdadeira confissão tácita da autroia do crime que corretamen- tuou, a reincidência pesa contra a contraventora. A simples posse das
te lhe foi atribuida na denúncia. Custas por lei. listas destinadas ao jôgo do bicho basta para configurar a contraven-
Belo Horizonte; 22 de agôato de 1960. » Alenear Araripe, p esidente. gão ("Rev. For.", CIV/645). E, convem frisar, que 21 listas traziam a
Agenor de Sena Filho, relator. — Dario Lins. data do flagrante.
Belo Horizonte, 24 de a,gfisto de 1960 --- Alencar Araripe, presi-
dente coin voto. iiierolino Correa, relator. :--- Dario Lins.
ACÓRDÃO
— 161-
PRUD NOLA INEIIA
,JURISPRUDÉNCIA MINEIRA
V .0 T O.
testemunhas. Inexiste prove de que tenha sido submetida aprendi-
zagem metódica de qualquer oficio ou função, pois não havia na em- . . i:Nde merecem provimento ambos •os
instância deu justa e jurídica sOluc,A9..ab• recursos, já que a decisão -•
presa "aprendizagem normativa", no dizer da la testemunha do recor- caw sub jadice:
rente. Assim sendo, assistia-lhe direito cle receber, salário de adulto. O reclamante não trabalhadorrtiral, come alega • a reclamada. •-
.
Foi o que determinon'a MM. Junta coin base na prova colhida. O cál- trabalhou Ole erra serviecade - serratia e, por Ultimo,. Com
culo feito na inicial rido sofreu impugnação na defesa de Lis. 6 e 7 on- fis
• cal e marcador de lenhe...A prova.testeMunhal é o.
ar .evidenciade-que.a finalidade •da• r.:peração inequívoca em dei-
de nenhuma restrição se fez h asSiduidade da autora. Não pode, por . em que se empenhava o
conseguinte, ser levado em consideração o pedido formulado pela re- reclamante se destinava 'i atiaidade• industrial. Assine.6 que a fiseali.-
corrente, no sent.a.16 tie se fazer a apuração do quantum ria' exe- - .zação , e marcacario da lenha eraMa etapas •
cutóriai cornproVad o. que está que caa. Produto se'de urn processo
- destinaVa,.•eorne • combustí •
Ante o exposto, acordam os Juizes do Tribunal Regional do Tra- vele a.allinenter fornos de u.m ou conad madeira, se destinava .
,
reito e da prove colhida, não merecia reforma, estando no mesmo sen- vet ou seja, a atividade exercida na mesma localidade e não em loca-
tido o parecer da douta Procuradoria Regional, da lavra do Dr. Jaques lidades diversas, como está, confessado no pedido inicial.
do Prado Brandão. Improcedente 6 o pedido, eis que reunidas não estão tôdas as
condições exigidas por lei.
VOTO Ante o exposto e o mais que dos autos consta, acárda o Tribunal
Regional do Trabalho, da 3.° Região, por maioria e de acôrdo com o
A veneranda decisão da instância "a quo" decidiu com acêrto, Relator, em negar provimento ao recurso para manter o decisório re-
e assim, não corrido pelOs seus jurídicos fundamentos, ficando assim acolhido o
sem violentar os dispositivos legais que regem a espécie
merece reforma, devendo Ser confirmada pelos seus próprios e Julia
,
parecer do Dr. Jacques do Prado Brandão. Custas na forma da lei.
cos fundamentos. Belo Horizonte, 16 de setembro de 1960. — Herbert Magalhães
No apêlo tentarn os recorrentes uma inovação quando pretendem Drumond, presidente -- Curado Fleury, relator — Ciente: Custódio A.
e da possí- Freitas Lustosa, P 7 1 Procuradoria Regional.
seja examinada a questão do saldrio mínimo dos médicos
. .
ACÓRDÃO
Acordam os Ministros da 1. 3
deral, e h unânimidade, em conhecer Turma do Supremo Tribunal Fe-
do recurso e em dar-lhe provi-
mento, nos termos das notas taquígráficas juntas. Custas ex lege.
Rio de Janeiro, D. F. em 11 de maio de 1959 (data do
mento). —. Barros Barreto, presidente — An Franco, relator. julga
RELATÓRIO
O Sr. Ministro An Franco — Sr. Presidente,
o Tribunal de Jus-
tiça do Estado de São Paulo proferiu este acórdão:
"Embargos de terceiro em executivo. A cláusula de livre admi-
nistração dos bens deixados incomunicdveis, nos termos do art. 1.723
do C. C. envolve, de modo implicito, mas claro, estabelecer a incomu-
nicabilidade dos frutos, como consequência da sua possibilidade de
alienação, como bens move's, face o artigo 276 do C. C.".
Daí o recurso interposto,
sob fundamento de violação do art.
265 do Código Civil, segundo o qual
rados no art. 263 Mão se lhe estende "a incomunicabilidade dos enume-
aos frutos quando se percebam
ou vençam durante o casamento".
0 ilustre Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Des.
João Marceline Gonzaga, deu este despacho:
"O acórdão de fls. 90-1, ao resolver sobre o
cão testainentaria na espécie, alcance de disposi-
decidiu que a incomunicabilidade dos
bens abrange a de seus rendimentos,
respondem pela dívida e êstes, em consequência, não
do Marido não proprietário. Esclarece voto
vencido de fls. 95-6 que o entendimento não resulta
de cláusula tes-
tanotentdria expressa, que estendesse a mesma incomunicabilidade dos
bens aos próprios rendimentos, mas de interpretação jurídica do aI-
cance da disposição da última vontade.
Processa-se, em decorrência, o recurso extraordindrio interposto
h fls 97-8, com fundamento no art. 101, n.° III, da Constituição, tendo
em vista os argumentos déle constantes, que se dirigem ao disposto
no art. 265 do Código Civil analisando no mencionado voto vencido.
dells.. 95-6.".
0 voto vencido do Des. Heraelides
ta: (fls. 95): Batalha de Camargo susten-
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
JURISPRUDÊNCIA MINEIRA
"Razões de ordem econômica e de ordem moral, refletiram na
ordem jurídica, que agasalhava, no individualismo do passada, uma SEGURO SUIC/D10 INVOLUNTÁRIO — CLAUSULA CONTRATUAL
excessiva autonomia de vontade do testador. EXO1VERATIVA — VALIDADE
Comte, então, em face dessa orientação consentânea com a ten-
dencia, atual e ante o disposto no art. 265 do Códigc! Civil, admitir, — No contrato de , seguro coletivo contra acidentes pese
por implicit° ou por extensão', qtie na clausula de livre administração soais, '6 valida a cláusula exonerativa de cobertura de riscos de
de bens conferida a herdeira, se contenha a de impenhorabilidade de suicídio involuntário.
frutos de bens que, apenas estes, foram gravados de incorntinicabili-
dade? RECURSO EXTRAORDINÁRIO N.° 31.331 (embargos) — Rela-
Chamou-se colação a opinião isolada de Itabaiana de' Olivei- tor: Ministro BARROS BARRETO.
ra, para quem a incomunicabilidacle dos frutos é conse,quencia (sic)
da livre administração. ACORDA0
Ao contrâ,rio, o, exame de ambas as clausulaS seeendo o fim a Vistas, examinados e discutidos estes autos de Recurso Extra-
gale se destinam (e a finalidade que dita a vontade do testador), está ordinário n.d 31.331 (Embargos), do Distrito Federal, sendo embargo'' ,
demonstrar que want não exclui a outra. te, Jeanne Willio d'Alcantara Freire e embargada a Seguradora Indus-
A livre administração de bens outorgada a herdeira, visa ane- tria e Comércio Socieda de Anânirna, acordam os Ministros do Supre-
nas libertá h pelar faculdade do art. 1.723 colando se consorcie, da rao Tribunal Federal, em sessão plena, neat conhecer dos embargos,
Submissão disposta no item II do art. 233 do Código Civil. imânimemente.
Pode a mulher administrá-loS sem a ingerência do conjugo va- D relatório do feito e as razões de decidir constam das notes da-
rão, Mas os seus frutos (rift° gravados de incomunicabilidade como ctilográficas que preeedem. Custas na forma da lei
podiam segos se o testador pretendesse livrá-los da restrição do art. itio de Janeiro, 15 de junho de 1959 0. Nonato, presidente
265), são Obviamente "desfrutados" pelo easel e nada obsta que pos- Barres Barreto, relator.
sam ser penhorados por divide, do Cônjuge varão.
O V. Acórdão, data venia, não sórnente mal interpretou a clau- 'RELATÓRIO
sula testamentária, dando-lhe um alcance nela não contido e desejado,
como atentou contra o art. 265 do código Civil, que expressamente O Senhor Ministro Barros Barrette (Relator) — Com o seguinte
consigna que a incornunicabilidede de bens não se estende aos frutos relatório, a que me reporto, data venia, o eminente Ministro Vilas Boas
que se percebam ou vengam durante o matrirntinie. trouxe a julgamento o recurso extraordinario, entre partes, como re-
É o relatório. corrente, Jeanne Willio D'Alcântara Freire, e recorrida Seguradora In-
dústria e Comercio S. A.:
"Jeanne 17;illio D'Alcântara Freire requereu h Seguradora, Indús-
tria e Comércio S, A. a importância do seguro de vida de seu marido,
Conhego do recurso. Acho que, realmente, assiste razão ao re- Leo Gaston Joseph Willio.
corrente quando invoca a violação do art. 265 do Cádigo Civil, aliás A Justiça local assim justificou, em resumo, o decreto de impra
admit& foi o recurso pelo ilustre Presidente do Tribunal de São cedência da ação: "Suicídio involuntario. , Constituindo o, efeito da
Paulo. evolução clínica de um estado patolágico individual, determinando de
Dispôs o art. 265: transtorno da personalidade humane, o suicídio involuntario, pos-
"A incomunicabilidade dos bens enumerados no art. 263 não se ;.° one equiparado a incrte natural, escapa 'a cobertura dos riscos pra-
lhes estende ens frutos, quando se percebam ou vençam' , durante 7istos nte-contrato de seguro de acidente pessoal Contrato de se-
casamento". guro. Se é verdade que, por motivo de ordem pública, não é permitido
Desde que a cidusula testamentária não é d molde a tornar in us partes revogara disposto no art. 1 400 do Código Civil, que impe-
comunicáveis os bens, meu entendimento tem sido no sentido da pe- de a formação de contrato de seguro na hipótese de suicídio premedi-
nhorabilidade dos frutos. tado por pessoa em seu juizo, não é menos verdade que lícito lhes 6 ,
De maneira que conheço do recurso e the dou provimento. excluir suicídio involuntário dos riscos cobertos por tal convenção".
autora manifestou recurso extraordinário pela petição de Pls.
DECISÃO 161 a 163; que a este se incorpora.
frrocessado o recurs% subiram os autos".
Como consta da ata, a decisão foi a seguinte: Conheceram do NO° conheceu- do apelo a egrégia ,Turma, nos termos do única
recurso e lhe deram provimento. Decisão unânime goto fundamentado, a fls. 188: (le).
Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Ministros Cin- o acórdão, que se ache a as. 191, ofereceu embargos de null.:
dido Mota, Ari Franco, relator, Nelson Hungria, Luiz Gallotti e Barros dade e infringentes do julgado a parte vencida, os quais estão assim
Barreto, Presidente da Turma. deduzidos, a folhas 193: (14)".
* * * Admitidos e regularmente processados os embargos, oficiou, afi-
nal, a Procuradoria Gera' da Republica, neste parecer:
" 'Os embargos são incabíveis porque o alegado fundamento
— 172 --
---- 173.—
„TURISPRUDÈ.NCIA MINEIRA.'.'• JURIS:1517,73DN-CI.A M INEIRA
. . . . . . . • .. • . • . ...
..
.. sua p,'Irmissibilidada.seria a . divergexicia jurisprudencial .e contudo,. ..1.)ECISA0
tat .não warren na•especie. • .. •.• .,. ,.• . . .
. , • • .s ece.;61isK5.N. ::,1)resentadas. ' co ri C:issidéntes •ape..eCiararri a clau:e.. Como Consta,- da at a decieão
'ad . .:careen• de •eoriheeer C108. 3ffibp.r:gos. ai a .,:guinte: A unanitnidade,
: d.a. irrespOpSe'el.e .dade. do •segurador,..pelo suicidio iTiVallit46,ria .Tonar •
undo, em Contreao.de seguro de vide. . . - • '' • am parte nojUlgarnentoo'3 Eunias. Sis:..Ministros..Barros
O co lo, sub a,pretiatione decidiu sobre volidede.,..: ...fdessa, ciao.- ' Barreto, relator,. ei.Candide Lábo (substitute do
Rocl'ia. Lagoa, que .E mo Sr. Ministro
sole cm co,.iteato de seguro de eCidente. •e: ... : - - • .. : 2;:». . .• :. SC acha'em exercíbio no .Tribunal Supeajor •Eleiteral),.
Os • cases sãe..,' . indubitaveinientc, diferentes, •, diStin'tOs, ado ser; • Candid° Mota.Fillie, Ael :7ranco, Nelson Hungria; Haim-
mann .Guirnarães. e Anc,.ro da' Costa.
vinde es. acerclãoS, .t.i'azidos a colação .para Confronto de ,. dissídio . Au ribs ,... justificaciamoute,• os Renles. Srs.• • ••• ••
' .. nesmc; nd:.rie” iw, os enibergc,e, elei.écinxi irejeição, oorque nao. :de A
° ndracla e 'Vitas Prias. isi
t.°.os. Lafayette..
os ofiarec,e passi o.e Can SU:rti. 'D Ieeo urnjulgado MIO decloe . o. le. .esidência. do 1..eono.
. incidir ein. pro,. i Iuma ::iãnsula'ile .se4urb..pei.aelde_..c:: pessoale : qi4 , •!/.111-.1. ¡,•sl arco.,,imbo Nonetb.
•• eg.ol'ai a, inden.: •' sul'adipe„. -- UV 1. O-ii provoead6'
) rep rocesso.pata, . o.:ge.i.kre. , :tenfV. poran, por 1.1.e ,r,,,ente casnal.
„Federal, n.overrib:rck.de 1958. --- Cust6die Toai
Procurador da te publica; .• • PosTo LUCRO
Aprovado. Procurador Geral da Liepii- ; ABJUDICACAO 4 ()MINIM VTIL —
• SPSA NÃO NCIDtNCIA.
blica".
VOT O ripertandO adjudize e atità espilsa, em ,
"cause' nwyrils", não e
; O Senhor •3ari.os Sa•reete gAatári — nos' ttêsto de lucro imo-
embargos, a alegação de diversidade de julgados sobre a exegése da
mesma lei federal, por isso que, acêrea da validade de cláusula excu- RECURSO 112s.rr.L2AORDINARIO
sante da responsabilidade da companhia seguradora, ern caso de sui- nistro CANDIDO MOTA FILHO. X. 39.842 Relator Ml
cídio involuntário do segurado, germlnável a morte natnral, há as de-
cise5es anteriormente invocadas, do Tribunal de 'Justiça ... de'. São Paulo, ACÓRDÃO
oublicade.s no "Aïqe.tive Judiciário", XLI, 511, e na "Revista Forense"
Vistos, relatados e discuildo estes
LXX-V, c desta Supreme Côrte, Oroferida no. recurSo:extra,ordinario: riario nume,ro 39.84.2 autos de Recurso:Ex.;raordi-
f•eraT:igos), eta gnat lei `,OeLifor, in "ArqU:Vve judiciário", Melo, acordain D'. F. — glide v. Maria Eugênia Jebim. Hess
LXXX•119, Vale notar, outrossim, clue se Pronunciara, de ouodo and os Ministros thl l. Turma do Supremo Tribunal Fe-
logo, e egrégia 2.' Turma do Preterio Excelso, norecurso extraordiná- deral por unanimidade, não conhecer do recurso,
incorporado, a este
7 relatorio;e notes taquigráficas. ,
rio número ,27.229; consoante acórdãoede).0 de dezembro de 954, re ,
latada pelo eminente ministro Hahrielnann Guimarães, tat cc ri CândidoS. T. F.:, 21 de maio de 1959. — Barros Barreto, presidente --
Lis. 201. E,- oobstos embe,rges, foram estes rejeitados a 11 de outubro Meta, relator,
de 1958, sendo eu o Relator. RELATÓRIO
De .ea l ar , entretanto, que, na hipótese vertente, diferenternen-
te da aprecia us a TWAos trazidos :' a' confronto, não se traiel, : de Um -D Sr. Ministro CrnJjo Mote 'Millie
2, taA.:e de mandaded.e.,
seguro de yid:, 'Ai .kS, de ion segurooletivo contra aeidentes pessbals, seguranga :interposto por
o pagamento Maria :Eugenia Jábiin Melo contra::
Leito em favor de ,: -lopendentes de certa :r.ociedade aribniina, dos quais da e confirmadade impósto de Jeer° imobiliário?, A segurança' foi deferi-
Posse, provir imm:ietez, temporária ou oe:snanente total ou parcial e, pole rnaior :elo L.
"ate mesmo, a morte, quando o evento resulte de meios violentós exter- A Unlãointerpõe recurso extraordinário Tribunal Federal de Recursos.
nos, fortuitos, súbitos e dos quais advenha qualquer daqueles efeitos, constit.ueional, apoiada pela Procuradoria pela letra "a" do permissivo
Geral.
'Como consiclérou, ao enSejo, o ilustre Tribunal de Justiça local. E, relatório. "•
'dado o sentido restrito do objeto, no contrato entre a seguradora e a
empresa, bem pOdor-se-ia inserir a cláusula exonerative, no tocante VOTO
perda de vida eniacidente, a que o segurado desse: cause voluntária on
lelvoluntária,mente"; foi que o vote vencedor do eminente Ministro Vi A adjudicação de' domínio útil
,para :o re- à esposa, como no caso, irriPorta
ias Boas, •: no aresto embargado, deixou dê encontrai,baSe' ern aquisição "causa mortis", onde não há de cogitar-se de lucro
biliárjo, A lei foi bem aplicada. E
curso extraordinkirio,::quer, pela letra a, quer pela letra d, do permissi- Into -
como o recurso é pela letra as do
permissivo constitucional, não conheço
'vo constitucional.: do recurso.
E, inadmisivel Os embargos, nos termos da Lei iv"' 623, de 19 de:
fevereiro de 1949; dêles não tomo conhecimento. NO mérito:, vetaria pela DECISÃO
.sua rejeição, porquanto não vi ilidida, apesar de se esforçar o prove-
cto advogado de embargante, a douta fundamentação do venerando Como consta da ata, a decisão foi a seguinte:
acórdão Sub censura 4 A unanimidade, não conheceram do recurso.