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Índice

1) Competência da Justiça Militar


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2) Conflito de Competência 18

3) Questões Comentadas - Competência da Justiça Militar - Multibancas 20


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4) Lista de Questões - Competência da Justiça Militar - Multibancas 29


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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR

1. Aspectos constitucionais

O estudo da competência está relacionado à análise dos limites da jurisdição de cada órgão prolator. A
jurisdição é competência do Estado, que a distribui com limites a diversos órgãos. Por essa razão, para
iniciarmos o nosso estudo é necessário compreender o que a Constituição determina sobre o assunto.

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Na Justiça Militar, a lei mencionada é o Código Penal Militar. É possível, portanto, que a Justiça Militar da
União julgue civis, e nesse sentido já surge a primeira diferença em relação à Justiça Militar dos estados, que
somente goza de competência para julgar policiais militares e bombeiros militares, nos termos do art. 125
da Constituição.

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
[...]
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

Perceba que não há diferença na natureza dos crimes militares no âmbito da União e dos Estados. Os mesmos
crimes podem, dependendo do caso, ser julgados pela Justiça Militar da União ou dos Estados.

O que deve ser compreendido aqui é que a Justiça Militar da União pode julgar militares e civis que
pratiquem crimes militares, enquanto a Justiça Militar Estadual, por restrições da própria Constituição
Federal, apenas pode julgar policiais e bombeiros militares.

Uma segunda distinção importante diz respeito à competência em razão da matéria. Vimos que a Justiça
Militar da União apenas tem competência para julgar crimes militares, enquanto a Justiça Militar dos
Estados pode também julgar ações civis contra atos disciplinares militares.

A Justiça Militar da União tem competência para julgar civis que cometam crime militar,
mas a Justiça Militar dos estados apenas julga policiais militares e bombeiros militares.
A Justiça Militar da União julga apenas crimes militares, mas a Justiça Militar dos Estados julga também
ações civis contra atos disciplinares militares.

2. Do Foro Militar

O foro militar é especial e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos,
em tempo de paz, nos crimes militares definidos em lei, as seguintes pessoas:

a) os militares em situação de atividade;


b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo;
c) os reservistas, quando convocados ou mobilizados, em manobras, ou no desempenho de
funções militares;
d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares, quando incorporados às
Forças Armadas;
e) aos militares da reserva remunerada e os reformados que cometam crimes militares
definidos em lei;
f) os civis que cometam crimes militares definidos em lei (somente na Justiça Militar da
União).

O foro militar em tempo de guerra poderá, por lei especial, abranger outros casos além desses, desde que
tenham previsão legal anterior, respeitando o princípio da legalidade e da vedação do julgamento por
tribunal de exceção, ou seja, a previsão tem que ser anterior ao fato.

Uma regra importante é a estabelecida pelo §2° do art. 82: “Nos crimes dolosos contra a vida, praticados
contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum”. A Justiça
Militar não tem competência para julgar crimes dolosos contra a vida cometidos contra civis, mesmo
quando o acusado for militar.

Aqui cabe uma ressalva importante, o Código Penal Militar passou por mudanças importantes no art. 9º, que
trata sobre a definição de Crimes Militares. O parágrafo primeiro do citado artigo estabelece uma regra geral,
que é coerente com o disposto no CPPM:

§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra
civil, serão da competência do Tribunal do Júri.

No entanto, temos algumas exceções no parágrafo 2º:

§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das
Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no
contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo
Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição
subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma
dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº
13.491, de 2017)
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e (Incluída
pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

Percebam que essas exceções não abarcam os militares estaduais, apenas os das Forças Armadas.

3. Da Competência em Geral

A regra geral é a de que a competência seja determinada pelo lugar da infração.

Lembre-se de que, com relação ao lugar do crime, o legislador penal militar adota a teoria mista (art. 6° do
CPM).

LUGAR DO CRIME

- Para os crimes comissivos, o CPM adota a teoria da ubiquidade;

- Para os crimes omissivos aplica-se a teoria da atividade, devendo o lugar do crime ser
considerado aquele em que deveria ser realizada a ação omitida.

Perceba, portanto, que o critério do lugar da infração não resolve o problema da competência, pois o
legislador adota, pelo menos para os crimes comissivos, a teoria da ubiquidade, sendo considerado lugar do
crime tanto aquele em que se desenvolveu a atividade, quanto aquele em que ocorreu o resultado.
Vejamos, portanto, o que o CPPM determina sobre o assunto:

DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Art. 85. A competência do foro militar será determinada:
I – de modo geral:
a) pelo lugar da infração;
b) pela residência ou domicílio do acusado;
c) pela prevenção;
II – de modo especial, pela sede do lugar de serviço.

A competência, de modo geral, é determinada por três critérios:

Parece que o legislador teve a intenção de mencionar residência e domicílio como sinônimos. Os civilistas,
entretanto, diferenciam os dois, sendo o domicílio definido como o local de residência com ânimo definitivo.

O Código Civil determina, ainda, em seu art. 76, que o militar tem domicílio necessário: o local onde serve,
e, no caso do militar da Marinha ou Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado.

O critério da prevenção é aplicado quando há mais de uma Auditoria Militar com competência para julgar a
ação penal. Nesse caso, o órgão que primeiro conhecer da ação será o responsável por julgá-la.

De modo especial, a competência é determinada pela sede do lugar de serviço. Este critério especial parece
estar relacionado ao domicílio necessário do militar determinado pelo Código Civil, não é mesmo? Mais
adiante em nossa aula veremos algumas situações em que essa regra é aplicada.

NA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA
Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada:
a) pela especialização das Auditorias;
b) pela distribuição;
c) por disposição especial deste Código.

Hoje a competência dentro das circunscrições é determinada pela Lei de Organização Judiciária Militar da
União (Lei n° 8.457/1992).

Não existem mais auditorias especializadas. Antigamente, nos locais onde havia mais de uma auditoria,
havia auditorias especializadas nos crimes praticados por militares de cada uma das Forças Armadas. Hoje
todas as auditorias têm competência mista. A alínea A, portanto, não é mais aplicável.

Nas cidades em que há mais de uma Auditoria Militar, haverá distribuição, que deve ser feita de forma
paritária.

MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de:
a) conexão ou continência;
b) prerrogativa de posto ou função;
c) desaforamento.

Estudaremos todas as hipóteses de modificação da competência quando tratarmos dos dispositivos


específicos do CPPM. Por enquanto basta você ter uma ideia geral.

A conexão está relacionada à ligação entre dois processos, e pode ocorrer em diversas situações, enquanto
a continência exige situações um pouco mais específicas.

A modificação em razão da prerrogativa de posto ou função ocorre, por exemplo, quando oficial-general
comete crime militar. Neste caso, a competência originária é do STM.

O desaforamento é a modificação de competência, possível em casos previstos especificamente em lei. O


próprio CPPM traz disposições sobre o tema.

4. Da Competência pelo Lugar da Infração

LUGAR DA INFRAÇÃO
Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração; e, no caso de tentativa,
pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

Estamos diante do critério “ratione loci”. Recomendo que você lembre da regra no caso da tentativa, em
que a regra será a determinação da competência em função do lugar em que for praticado o último ato de
execução.

A BORDO DE NAVIO
Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob comando militar ou militarmente
ocupado em porto nacional, nos lagos e rios fronteiriços ou em águas territoriais brasileiras, serão, nos
dois primeiros casos, processados na Auditoria da Circunscrição Judiciária correspondente a cada um
daqueles lugares; e, no último caso, na 1ª Auditoria da Marinha, com sede na Capital do Estado da
Guanabara.

Se o crime é praticado a bordo de embarcação sob comando militar ou militarmente ocupada em porto
nacional ou em lagos e rios fronteiriços, a Auditoria Militar competente será a do local em que o navio está.

No caso navio que está em águas territoriais brasileiras (mar territorial), o dispositivo determina que a
competência deve ser atribuída à 1ª Auditoria da Marinha, com sede no estado da Guanabara. O dispositivo,
portanto, trata de uma Auditoria Militar que não existe mais, e que era localizada em um estado que também
não existe mais.

Neste caso o STM tem aplicado a competência do lugar do serviço, ou seja, a Auditoria responsável por
conhecer a acusação será aquela do local onde o militar serve (art. 85, II do CPPM e art. 76 do Código Civil).
A BORDO DE AERONAVE
Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente ocupada, dentro do espaço
aéreo correspondente ao território nacional, serão processados pela Auditoria da Circunscrição em
cujo território se verificar o pouso após o crime; e se este se efetuar em lugar remoto ou em tal distância
que torne difíceis as diligências, a competência será da Auditoria da Circunscrição de onde houver
partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos óbices, caso em que a competência será da Auditoria
mais próxima da 1ª, se na Circunscrição houver mais de uma.

Imagine que uma aeronave saia da base aérea localizada no Recife, com destino a Porto Alegre. Ocorrido
crime a bordo da aeronave, o comandante decide pousar em São Paulo. Neste caso, a Auditoria Militar
competente será a de São Paulo.

Jorge César de Assis diz que a segunda situação prevista no dispositivo (lugar remoto) tornou-se inaplicável
pelo desuso (desuetudo), pois, na prática, há Auditorias Militares com competência jurisdicional sobre cada
parte do território nacional, e, portanto, não importa se a aeronave pousou em lugar remoto.

CRIMES FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL


Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão, de regra, processados em
Auditoria da Capital da União, observado, entretanto, o disposto no artigo seguinte.

O Direito Penal Militar adota a territorialidade e a extraterritorialidade incondicionada, o que significa dizer
que os crimes cometidos fora do território nacional também serão processados pela Justiça brasileira. Os
últimos exemplos são os crimes cometidos pelos militares brasileiros que servem em forças de paz,
principalmente no Haiti.

Se o crime militar for cometido no exterior, o acusado será processado em Brasília, na 11ª CJM.

CRIMES PRATICADOS EM PARTE NO TERRITÓRIO NACIONAL


Art. 92. No caso de crime militar somente em parte cometido no território nacional, a competência do
foro militar se determina de acordo com as seguintes regras:
a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar no Brasil, será competente
a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha produzido ou devia produzir o resultado;
b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora dele, será competente a
Auditoria da Circunscrição em que se houver praticado o último ato ou execução.
DIVERSIDADE DE AUDITORIAS OU DE SEDES
Parágrafo único. Na Circunscrição onde houver mais de uma Auditoria na mesma sede, obedecer-se-á
à distribuição e, se for o caso, à especialização de cada uma. Se as sedes forem diferentes, atender-se-
á ao lugar da infração.

Lembre-se de que, no Direito Penal Militar, o lugar do crime é tanto aquele onde foi praticada a conduta
quanto aquele em que se produziu o resultado (teoria da ubiquidade). Com base nessa distinção poderemos
determinar quem julgará o crime praticado apenas em parte no território nacional.
Caso a execução se inicie em território estrangeiro e o crime se consume no Brasil, será competente a
Auditoria Militar do local do resultado. Observe que a regra continua válida mesmo que o resultado não
venha a ocorrer efetivamente.

No caso do crime que se inicia em território nacional e se consuma no estrangeiro, a Auditoria competente
será a do lugar em que foi praticado o último ato ou execução.

Quanto ao parágrafo único, você já sabe que apenas no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília há mais de uma
Auditoria Militar na mesma sede. Nestes locais, haverá distribuição, regulamentada pela Lei de Organização
Judiciária Militar da União. Doutrinariamente, a distribuição é considerada uma espécie de prevenção.

5. Da Competência pelo Lugar da Residência ou Domicílio do Acusado

RESIDÊNCIA OU DOMICÍLIO DO ACUSADO


Art. 93. Se não for conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela residência ou
domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96.

Lembro a você que o domicílio é regulado pelo Código Civil, e que o militar tem domicílio necessário, nos
termos do art. 76, parágrafo único.

A atribuição de competência em razão do domicílio é claramente subsidiária, pois o próprio art. 93 determina
que a regra somente é aplicável quando não for possível saber onde o crime foi cometido.

6. Da Competência por Prevenção

PREVENÇÃO. REGRA.
Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com competência cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na
prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia.

A competência por prevenção apenas surgirá quando houver mais de um juiz competente. Essa regra se
aplica tanto ao caso em que há mais de uma Auditoria na mesma sede, quanto aos processos conhecidos
pelo juiz substituto da Auditoria Militar.

Caso o substituto, por exemplo, pratique atos do próprio processo ou qualquer ato na fase de inquérito
policial militar, será considerado prevento.

CASOS EM QUE PODE OCORRER


Art. 95. A competência pela prevenção pode ocorrer:
a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de duas ou mais jurisdições;
b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições;
c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais
jurisdições;
d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma, ou forem vários os acusados
e com diferentes residências.

A hipótese de crime praticado na divisa de duas ou mais jurisdições somente é aplicável quando o local do
crime é incerto.

Este seria o caso, por exemplo, de um crime cometido na “região” da cidade de Petrolina, no sertão do meu
querido Pernambuco. Petrolina é separada de Juazeiro (Bahia) pelo Rio São Francisco. Pode haver evidências,
portanto, de que o crime foi praticado naquela região, mas sem a certeza de qual dos dois lados do rio, e
neste caso estaremos diante da hipótese da alínea A.

Já a alínea B trata da situação em que há certeza sobre o local em que o crime foi praticado, mas não há
certeza de qual órgão julgador exerce a competência sobre aquele território. Agora podemos dizer que o
limite territorial entre duas ou mais jurisdições é incerto.

O crime continuado e o crime permanente, por se estenderem no tempo, podem ultrapassar o território da
jurisdição. Nesses casos, o juízo que primeiro praticar atos do processo será competente.

As regras acerca da residência do acusado são aplicáveis, mas sua interpretação deve ser feita à luz dos
dispositivos que já mencionamos do Código Civil.

7. Da Competência pela Sede ou Lugar do Serviço

LUGAR DE SERVIÇO
Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o
funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando este não puder ser determinado,
será o da unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da
prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização.

Essa regra hoje é redundante, tendo em vista o domicílio necessário do militar, previsto no Código Civil. Este
dispositivo não é mais necessário, pois a regra do domicílio pode ser aplicada apenas com base no art. 85, I,
b.

A seguir o legislador trata da especialização das auditorias. Já vimos que essas regras não são mais aplicáveis,
pois a LOJMU não contempla mais a especialização.

8. Da Conexão ou Continência

A maior parte da Doutrina entende que a conexão e a continência são hipóteses de prorrogação de
competência. O CPPM adota essa tese expressamente em seu art. 103, mas há vozes doutrinárias no sentido
de que a conexão e continência são critérios de fixação da competência.

A Conexão ocorrerá quando houver um liame entre diversos crimes. Em regra haverá conexão quando
houver duas ou mais pessoas praticando dois ou mais crimes. Também haverá conexão quando alguém
praticar um crime para encobrir outro.
A Continência ocorrerá nas hipóteses de concurso de agentes ou de concurso de crimes. Neste caso haverá
uma pessoa praticando dois ou mais crimes, ou duas ou mais pessoas praticando um único crime.

CONEXÃO CONTINÊNCIA
Há mais de uma conduta Há apenas uma conduta
Em ambas pode haver pluralidade de agentes
CASOS DE CONEXÃO
Art. 99. Haverá conexão:
a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas,
umas contra as outras;
b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou
para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova
de outra infração.

A alínea A trata da conexão intersubjetiva, que ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas por
dois ou mais sujeitos, sendo que o vínculo entre os delitos reside justamente nisso.

a1) intersubjetiva por simultaneidade → se, ocorrendo duas ou mais infrações penais,
houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. Não há liame
subjetivo ou acordo de vontade prévio. Como exemplo podemos citar a depredação de
estádio de futebol pela torcida adversária.

a2) intersubjetiva por concurso → se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem
sido praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso tempo e lugar. Neste caso há
liame subjetivo entre os agentes. Como exemplo podemos citar a ação de quadrilhas
especializadas em roubo a banco, na mesma região, dia e horário.

a3) intersubjetiva por reciprocidade → se as infrações forem praticadas por duas ou mais
pessoas, umas contra as outras. Como exemplo podemos citar as agressões mútuas entre
torcidas de futebol adversárias.

A alínea B trata da conexão objetiva. São hipóteses em que o vínculo entre as infrações está na motivação
de uma delas em relação à outra.

b1) objetiva teleológica → quando uma infração penal visa a assegurar a execução de outra.
Exemplo: matar o único vigilante de uma casa para entrar e furtar objetos.

b2) objetiva consequencial → quando uma infração visa a assegurar a ocultação, a


impunidade ou vantagem de outra. Depois de entrar na casa e furtar, o criminoso é
surpreendido por vigilante e pratica homicídio para assegurar a impunidade do crime. Perceba
que neste caso a conexão não é subjetiva, mas se dá em razão de uma questão fática.
A alínea C trata da conexão instrumental ou probatória: quando a prova de uma infração ou de qualquer de
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

CASOS DE CONTINÊNCIA
Art. 100. Haverá continência:
a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração;
b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso.

A alínea A trata da cumulação subjetiva, que ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela
mesma infração (concurso de pessoas).

A alínea B traz a cumulação objetiva, que ocorre na hipótese de concurso formal, inclusive da aberratio ictus
e aberratio criminis. Uma única conduta com dois ou mais resultados.

REGRAS PARA DETERMINAÇÃO


Art. 101. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes
regras:
CONCURSO E PREVALÊNCIA
I - no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, preponderará aquela;

Hoje não há mais Auditorias especializadas, mas podemos dizer que existem um caso de especialização ainda
aplicável no Processo Penal Militar: a competência das auditorias de Brasília para julgar crimes militares
ocorridos no estrangeiro. A regra do inciso I, portanto, é utilizada para os crimes militares cometidos fora do
território nacional. O termo “cumulativa”, neste caso, deve ser entendido como “mista”.

II - no concurso de jurisdições cumulativas:


a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave; b) prevalecerá a do
lugar onde houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual
gravidade;
PREVENÇÃO
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo disposição especial deste Código;
Agora veremos as regras aplicáveis no concurso de jurisdições cumulativas.

Para ilustrar a hipótese da alínea A, utilizarei o exemplo trazido por Ricardo Giuliani: “Sujeito prestando
serviço militar em Bagé-RS, rouba um celular de um colega e é transferido para prestar serviço militar em
Porto Alegre e lá, antes de iniciada a ação penal em Bagé, vende este celular para outro colega de farda da
guarnição, sabendo ser produto de crime (receptação). Temos dois crimes militares, um de receptação –
pena de reclusão até cinco anos –, e roubo – pena de reclusão de quatro a quinze anos”.

Utilizando a regra do art. 101, II, “a”, será competente para julgar a processar os dois delitos a Auditoria de
Bagé-RS, pois lá ocorreu o crime de roubo, apenado de forma mais severa.

Quanto à alínea B, mais uma vez utilizarei o exemplo de Giuliani: “Militar prestando serviço militar em Bagé-
RS subtrai um aparelho celular de um colega e uma mochila de outro, no alojamento da organização militar.
Transferidos para Porto Alegre, um dos colegas de farda empresta-lhe um aparelho celular, que, após
receber, inverte a posse e não entrega mais o aparelho para seu colega, apropriando-se do bem”.

Neste caso há dois crimes de furto com pena de reclusão de até seis anos e um crime de apropriação indébita
com igual pena. Aplica-se, portanto, a regra do art. 101, II, “b”, pois a pena é a mesma para todos os crimes.
Mais uma vez a Auditoria competente será a de Bagé-RS.

Não sendo possível estabelecer a competência por meios das regras que vimos até agora, deve-se utilizar o
critério da prevenção, conforme alínea C.

CATEGORIAS
III - no concurso de jurisdição de diversas categorias, predominará a de maior graduação.

Esta regra é utilizada na relação entre o STM e as Auditorias. Neste caso prevalece o STM, por ser instância
superior, apesar da imprecisão do dispositivo em utilizar o termo “maior graduação”.

UNIDADE DO PROCESSO
Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do processo, salvo:
CASOS ESPECIAIS
a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;
b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores.
JURISDIÇÃO MILITAR E CIVIL NO MESMO PROCESSO
Parágrafo único. A separação do processo, no concurso entre a jurisdição militar e a civil, não quebra
a conexão para o processo e julgamento, no seu foro, do militar da ativa, quando este, no mesmo
processo, praticar em concurso crime militar e crime comum.

A regra geral é a de que a conexão e a continência resultam no julgamento dos fatos em um só processo. O
art. 102, entretanto, traz exceções a essa regra.

A alínea A trata do concurso entre a jurisdição militar e a comum. É o caso de civil que pratica crime conexo
com policial militar. Neste caso o Policial Militar será julgado na Justiça Militar do estado, enquanto o civil
será julgado na Justiça comum, pois não há previsão do cometimento de crime militar por civil no âmbito
estadual.

Se o civil cometer crime militar conexo com militar federal, entretanto, não estaremos diante de concurso
de jurisdição militar com jurisdição comum, pois ambos podem julgados na Justiça Militar da União.

Chamo sua atenção para a Súmula nº 90, do STJ.

SÚMULA Nº 90 DO STJ

Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar policial militar pela prática de crime militar,
e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele.

Neste caso estamos tratando de dois crimes diferentes, um militar e outro comum, praticados pela mesma
pessoa simultaneamente. Como você já sabe, o fato de o agente ser militar não é suficiente para atrair a
competência da Justiça Militar.

Um bom exemplo desta situação de concomitância é o ocorrido na tragédia em que um Boeing 737 da Gol
se chocou com o Jato Legacy da empresa Excel Air Service. Os controladores de vôo, sargentos da Força
Aérea, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por dois crimes dolosos de atentado contra a
segurança de transporte aéreo, em concurso formal, sendo um na modalidade fundamental (art. 261 do CP),
e outro qualificado por 154 mortes (art. 261, §1º, c/c o art. 263, ambos do CP).

Na sequência, o Ministério Público Militar ofereceu denúncia contra os mesmos profissionais pela prática do
delito de inobservância de lei, regulamento ou instrução (art. 324 do CPM).

Em julgamento de habeas corpus, o STF considerou válida esta situação, confirmando a licitude das ações
penais simultâneas na Justiça Federal e na Justiça Militar da União.

A alínea B, por outro lado, determina a separação obrigatória quando houver concurso entre a jurisdição
militar e a do Juízo de Menores. O civil ou militar responderá na Justiça Militar e o menor na vara ou juízo
da infância e juventude pelo ato infracional conexo com o crime militar.

SEPARAÇÃO DE JULGAMENTO
Art. 105. Separar-se-ão somente os julgamentos:
a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado à revelia;
b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição de juiz de Conselho de Justiça,
superveniente para compô-lo, por ocasião do julgamento.

Nestes casos não há quebra da unidade processual exigida pela conexão ou continência, mas só do
julgamento, quando ocorrerem as hipóteses previstas.

Na hipótese da alínea A, a única previsão do CPPM em que o acusado não pode ser julgado à revelia, em
primeira instância, é a deserção. Os corréus, portanto, não poderão ser julgados juntos se um deles for revel.
A hipótese da alínea B é mais frequente, pois, sendo o conselho um colegiado, pode haver superveniência
de juiz na sua formação, ensejando a suspeição ou impedimento desse juiz, em relação a um ou mais
acusados.

SEPARAÇÃO DE PROCESSOS
Art. 106. O juiz poderá separar os processos:
a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo e lugar diferentes;
b) quando for excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar a prisão;
c) quando ocorrer qualquer outro motivo que ele próprio repute relevante.

O legislador conferiu ao juiz, em algumas situações, a prerrogativa de separar os processos ligados por
conexão ou continência.

A principal função da reunião dos processos nesse caso é facilitar a colheita da prova e evitar decisões
conflitantes. Acontece que, em determinadas situações, a reunião ao invés de ajudar acaba prejudicando o
bom andamento do processo ou causando grande gravame para o acusado, autorizando a cisão do processo.

Da decisão do Juiz Federal ou do Conselho de Justiça que determinar a separação haverá recurso de ofício
para o STM.

SEPARAÇÃO a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;


OBRIGATÓRIA (art. 102)
b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de
Menores.
SEPARAÇÃO a) quando as infrações houverem sido praticadas em
FACULTATIVA (art. 106) situações de tempo e lugar diferentes;

b) quando for excessivo o número de acusados, para não


lhes prolongar a prisão;

c) quando ocorrer qualquer outro motivo que ele próprio


repute relevante.
AVOCAÇÃO DE PROCESSO
Art. 107. Se, não obstante a conexão ou a continência, forem instaurados processos diferentes, a
autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes,
salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade do processo só se dará
ulteriormente, para efeito de soma ou de unificação de penas.

A sentença definitiva à qual se refere o dispositivo é aquela que primeiramente decide o mérito, sendo
cabível ainda recurso de apelação. Não se trata da sentença definitiva.
9. Da Competência pela Prerrogativa de Posto ou da Função

NATUREZA DO POSTO OU FUNÇÃO


Art. 108. A competência por prerrogativa do posto ou da função decorre da sua própria natureza e
não da natureza da infração, e regula-se estritamente pelas normas expressas neste Código.

O CPPM prevê duas modalidades de prerrogativa: a de posto e a de função. A competência por prerrogativa
de posto está prevista no art. 6° da LOJMU, que confere competência ao STM para processar julgar
originariamente os oficiais-generais.

Quanto à competência por prerrogativa de função, a única hipótese hoje existente está prevista no
parágrafo único do art. 95 da LOJMU: “O comandante do teatro de operações responderá a processo perante
o Superior Tribunal Militar, condicionada a instauração da ação penal à requisição do Presidente da
República”.

Neste caso o legislador faz menção à função exercida, e não à condição de oficial-general, até porque a
função de comando pode ser exercida, em algumas hipóteses, por outros oficiais.

CASO DE DESAFORAMENTO
Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer:
a) no interesse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar;
b) em benefício da segurança pessoal do acusado;
c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando a dificuldade de constituí-lo
ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do processo.

O “desaforamento” pode ser entendido como a subtração da lide, de um determinado foro para outro foro,
pelas razões alineadas no art. 109.

Quero chamar sua atenção para a hipótese da alínea C. Esta situação é típica do CPPM. O processo e
julgamento dos crimes militares na instância inferior cabe aos Conselhos de Justiça, que devem ser
compostos por oficiais de mesmo posto ou mais antigos que o acusado. Se não for possível compor o
Conselho nesses moldes, poderá haver desaforamento.

O pedido de desaforamento é dirigido ao STM, podendo fazê-lo os Comandantes da Marinha, do Exército


ou da Aeronáutica; do Distrito Naval, Região Militar e de Comando Aéreo; Conselhos de Justiça ou Juiz e
ainda mediante representação do MPM ou do acusado.

Caso defira o pedido, o STM, ouvido o Procurador-Geral, se dele não proveio o pedido, designará a Auditoria
por onde deva ter curso o processo. O pedido, mesmo quando negado, poderá ser feito novamente, se
houver motivo superveniente.

Uma vez concedido o desaforamento, em regra não é mais possível que o processo retorne ao juízo de
origem. O retorno desse processo à sua origem é também conhecido como “reaforamento” e é aceito em
situações expepcionais, desde que cessado o impedimento que motivou o desaforamento inicial, associado
com a indicação de eventual óbice para o regular processamento e julgamento do feito no atual foro.
RESUMO

A Justiça Militar da União tem competência para julgar civis que cometam crime militar,
mas a Justiça Militar dos estados apenas julga policiais militares e bombeiros militares.

LUGAR DO CRIME

- Para os crimes comissivos, o CPM adota a teoria da ubiquidade;

- Para os crimes omissivos aplica-se a teoria da atividade, devendo o lugar do crime ser
considerado aquele em que deveria ser realizada a ação omitida.

CONEXÃO CONTINÊNCIA
Há mais de uma conduta Há apenas uma conduta
Em ambas pode haver pluralidade de agentes

SEPARAÇÃO a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;


OBRIGATÓRIA (art. 102)
b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de
Menores.
SEPARAÇÃO a) quando as infrações houverem sido praticadas em
FACULTATIVA (art. 106) situações de tempo e lugar diferentes;

b) quando for excessivo o número de acusados, para não


lhes prolongar a prisão;

c) quando ocorrer qualquer outro motivo que ele próprio


repute relevante.
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
As questões atinentes à competência podem ser resolvidas tanto pela exceção propriamente dita (exceção
de incompetência), quanto pelo conflito positivo ou negativo.

Art. 112. Haverá conflito:


CONFLITO DE COMPETÊNCIA
I - em razão da competência:
POSITIVO
a) positivo, quando duas ou mais autoridades judiciárias entenderem, ao mesmo tempo, que lhes cabe
conhecer do processo;
NEGATIVO
b) negativo, quando cada uma de duas ou mais autoridades judiciárias entender, ao mesmo tempo,
que cabe a outra conhecer do mesmo processo;
CONTROVÉRSIA SOBRE FUNÇÃO OU SEPARAÇÃO DE PROCESSO
II - em razão da unidade de juízo, função ou separação de processos, quando, a esse respeito, houver
controvérsia entre duas ou mais autoridades judiciárias.

Neste dispositivo não há muitas novidades, não é mesmo? Você já sabe que ocorre conflito positivo de
competência quando duas ou mais autoridades se julgam competentes, enquanto o conflito negativo ocorre
quando duas ou mais autoridades se julgam incompetentes para conhecer a matéria.

O inciso II, entretanto, merece comentários adicionais. Esse conflito provém das hipóteses de Continência
onde deva existir um juízo prevalente, na forma do art. 101 do CPPM. Daí falar-se em junção (e não “função”
como vem nos códigos) ou separação de processos.

O conflito pode ser suscitado pelo acusado, pelo órgão do Ministério Público, ou pela própria autoridade
judiciária, nos termos do art. 113. Os dois primeiros farão por requerimento, e último, sob forma de
representação, suscitando-se perante a autoridade competente para dirimir o conflito.

AUTORIDADE COMPETENTE PARA DECIDIR CONFLITO DE COMPETÊNCIA


STF Se o suscitante ou o suscitado for o STM (art. 102, I, “o” da CF).
Se o conflito se der entre Juízo Militar de Primeira Instância e Juízo vinculado a
STJ
outro Tribunal (art. 105, I, “d” da CF).
Se o conflito se der entre autoridades judiciárias subordinadas a esse Tribunal
STM
(art. 6º, II, “g” da LOJMU).

Se o conflito for negativo, poderá ser suscitado nos próprios autos do processo. Tratando-se de conflito
positivo, o relator do feito poderá ordenar, desde logo, que se suspenda o andamento do processo, até a
decisão final, da qual não caberá recurso.
RESUMO
AUTORIDADE COMPETENTE PARA DECIDIR CONFLITO DE COMPETÊNCIA
STF Se o suscitante ou o suscitado for o STM (art. 102, I, “o” da CF).
Se o conflito se der entre Juízo Militar de Primeira Instância e Juízo vinculado a
STJ
outro Tribunal (art. 105, I, “d” da CF).
Se o conflito se der entre autoridades judiciárias subordinadas a esse Tribunal
STM
(art. 6º, II, “g” da LOJMU).
QUESTÕES COMENTADAS

1. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – VUNESP.


Quanto ao foro militar em tempo de paz, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à justiça comum.
b) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça comum encaminhará os autos do
inquérito policial à justiça militar.
c) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum.
d) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a justiça militar encaminhará os autos
do inquérito policial militar à justiça comum.
e) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum.

Comentários

A regra acerca do crime doloso contra a vida praticado contra civil é de que a Justiça Militar encaminhe os
autos do inquérito policial militar para a Justiça comum, pois esta é competente para julgar este tipo de
crime, mesmo quando praticado por militar.

GABARITO: A

2. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc.


Sobre a competência no âmbito do Direito Penal Militar, analise os conceitos infrarrelacionados:
I - A competência, de modo geral, é determinada pelo local da infração. Contudo, em crimes em que
haja mais de um local de consumação, a competência é exercida pela sede do lugar de exercício
funcional do policial militar.
II - a prerrogativa de posto ou função inibe a utilização de outro critério para a determinação da
competência.
III - Na ocorrência de continência ou conexão, o princípio da unidade do processo é regra, exceto
quando há cumulação de competências da Justiça Comum e Justiça Militar.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) As afirmativas I, II e III estão incorretas.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa I está incorreta.

Comentários

A assertiva I está correta quando diz que a competência é determinada, em regra, pelo local da infração. A
atribuição de competência em razão do local de serviço do militar, entretanto, não ocorre quando o crime
se consuma em mais de um local, mas sim quando o lugar da infração não pode ser determinado, nos termos
do art. 96.

GABARITO: D

3. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Compete à justiça militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida, praticado por militar
do Exército Brasileiro contra civil, estando aquele em atividade inerente às funções institucionais das
Forças Armadas.

Comentários

Tivemos uma série de mudanças legislativas que ocorreram entre a aplicação desta questão e o nosso
momento atual. O art. 82 do CPPM prevê o contrário do que consta no enunciado dessa questão, mas com
as alterações promovidas no CPM, mais precisamente no art. 9º, parágrafo 2º, entendemos que a resposta
atual dessa questão é CERTO.

GABARITO: CERTO

4. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Falece competência à justiça militar da união para processar e julgar civis.

Comentários

Esta é bem batida, não é mesmo? A Justiça Militar da União julga tanto civis quanto militares que praticarem
crimes militares, definidos em lei. Já a Justiça Militar dos Estados não tem competência para julgar civis.

GABARITO: ERRADO

5. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.


Um processo foi instaurado perante a Circunscrição Judiciária Militar de Curitiba, contra várias pessoas,
entre elas um coronel da Aeronáutica da ativa. Diante da impossibilidade de compor o conselho
especial, devido à inexistência de oficiais em número suficiente, foi concedido pelo STM o
desaforamento do processo para circunscrição judiciária militar de outro estado. Todavia, no decorrer
da instrução, o coronel foi excluído do processo por força de habeas corpus e outro corréu excepcionou
a competência da circunscrição judiciária, sob o argumento de haver cessado o motivo do
desaforamento. Nessa situação, continua competente o juízo que recebeu o processo desaforado,
mesmo que a exclusão de um dos acusados possibilite a composição do conselho de justiça no juízo
militar de origem.

Comentários

Vimos que o posicionamento da Doutrina e do Cespe é no sentido de que, uma vez concedido o
desaforamento, não é possível haver a devolução do processo. O “reaforamento” só será aceito em situações
excepcionais.

GABARITO: CERTO

6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


Com relação à competência, a conexão e a continência impõem a unidade de processo, salvo no
concurso entre a jurisdição militar e a comum.

Comentários

Lembre-se que para o Cespe uma assertiva incompleta não está necessariamente errada. O art. 102 do CPPM
traz duas hipóteses de separação obrigatória dos processos em que há conexão ou continência: concurso
entre a jurisdição militar e a comum; e concurso entre a jurisdição militar e o Juízo de Menores. Apesar de a
assertiva não mencionar a hipótese do Juízo de Menores, deve ser marcada como correta.

GABARITO: CERTO

7. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe.


Considere a situação hipotética em que um grupo de 20 militares integrantes das forças armadas
brasileiras, em missão junto às forças de paz da ONU, no Haiti, em concurso de pessoas com diversos
outros militares pertencentes às forças armadas da Itália e da França, tenha cometido diversos crimes
militares no Haiti. Nessa situação, a competência para conhecer, processar e julgar os militares
brasileiros pelas infrações penais militares é da Justiça Militar da União, cujo exercício jurisdicional é o
da auditoria da capital da União.

Comentários

O Direito Penal Militar adota a territorialidade e a extraterritorialidade. Dessa forma, mesmo os crimes
praticados no exterior são de competência da Justiça Militar. Neste caso, o art. 91 do CPPM determina que
a Auditoria competente será uma das localizadas em Brasília.

GABARITO: CERTO

8. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe.


Celso, soldado da polícia militar do estado do Espírito Santo, foi preso em flagrante delito pelos crimes
de peculato e falsidade de documento público, praticados contra a administração militar. Oferecida
denúncia perante a auditoria militar do estado, Celso será processado e julgado. Caso os crimes
descritos fossem praticados contra civil, estando o agente no exercício da função policial, a
competência para processar e julgar seria do Conselho Permanente de Justiça.
Comentários

A questão encontra-se incorreta, pois como Celso é militar do Estado, os crimes praticados contra civis são
competência do Juiz Singular, os demais crimes são de competência do Conselho Permanente de Justiça, nos
termos do art. 125, § 5º da CF/88:

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

GABARITO: ERRADO

9. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2016 – Cespe.


A competência para a apuração de crime militar será determinada, em regra, pelo local da infração e,
no caso de tentativa de crime, pelo local de residência ou domicílio do acusado.

Comentários

A questão nos exige o conhecimento do art. 88, segundo o qual competência será, de regra, determinada
pelo lugar da infração; e, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

GABARITO: ERRADO

10. DPU - Analista Técnico Administrativo – 2016 – Cespe.


Situação hipotética: Um capitão-de-corveta que serve em unidade sediada em Porto Alegre praticou
crime militar na Argentina, durante exercício militar. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o CPPM,
o crime deverá ser processado na Auditoria da capital federal, sediada em Brasília – DF.

Comentários

Segundo o art. 91 do CPPM, os crimes militares cometidos fora do território nacional serão, em regra,
processados em Auditoria da capital federal.

GABARITO: CERTO

11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2018 – CESPE.


Com relação à competência da justiça militar federal, a medidas preventivas e assecuratórias e a
citação, intimação e notificação, julgue o item subsequente, considerando as disposições do Código de
Processo Penal Militar.
Situação hipotética: Sargento das Forças Armadas furtou material de organização militar no Rio de
Janeiro – RJ. Todavia, possui residência em São Paulo – SP e serve em quartel na guarnição de Manaus
– AM. Foragido, acabou sendo preso em Natal – RN. Assertiva: Nessa situação, a competência para
processar e julgar o sargento será da justiça militar da União no Rio de Janeiro – RJ, porém, se o local
do furto fosse desconhecido, o foro competente seria o de Manaus – AM.

Comentários
Certo! A regra é que a competência será fixada em razão do local da infração (Rio de Janeiro), conforme o
art. 88 do CPPM.

Sendo militar da ativa e desconhecido o local do crime, o art. 96 do CPPM determina que a competência será
fixada a partir do local da unidade, navio, força ou órgão onde o militar estiver servindo. No caso, seria
Manaus-AM, pois é aonde está situado o quartel em que o Sargento das Forças Armadas serve.

Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o
funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando este não puder ser
determinado, será o da unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo
aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva
especialização.
GABARITO: CERTO

12. DPU - Defensor Público Federal - 2017 – CESPE.


No que diz respeito ao juiz, aos auxiliares da justiça e às partes do processo militar, à organização da
justiça militar da União e sua competência e à prisão preventiva, julgue o item que se segue.
Se um tenente que sirva em organização militar sediada no Rio de Janeiro – RJ cometer crime militar
em Manaus – AM, à auditoria da circunscrição judiciária do Rio de Janeiro competirá processá-lo e
julgá-lo.
Comentários

Errado! A regra é que a competência será fixada em razão do local da infração (Manaus-AM), conforme o
art. 88 do CPPM.

Somente em se tratando de militar da ativa e sendo desconhecido o lugar da infração é que a competência
passará a ser determinada pelo local aonde está situado o órgão em que o militar serve, nos termos do art.
96 do CPPM.

GABARITO: ERRADO

13. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Acerca do processo penal militar, julgue o seguinte item.
A competência para a apuração de crime militar será determinada, em regra, pelo local da infração e,
no caso de tentativa de crime, pelo local de residência ou domicílio do acusado.

Comentários

Errado! A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração, e, no caso de tentativa, pelo lugar
em que for praticado o último ato de execução. (Art. 88 do CPPM)

GABARITO: ERRADO

14. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Julgue o próximo item, relativo à denúncia no direito processual militar e à competência da justiça
militar federal.
Situação hipotética: Um capitão-de-corveta que serve em unidade sediada em Porto Alegre praticou
crime militar na Argentina, durante exercício militar. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o CPPM,
o crime deverá ser processado na Auditoria da capital federal, sediada em Brasília – DF.

Comentários

Certo! O art. 91 do CPPM estipula que em se tratando de crimes militares cometidos fora do território
nacional, a competência para julgamento, em regra, será da Auditoria da Capital da União.

Como se sabe, a “capital da União” é Brasília. Lembre-se que o CPPM é de 1969, motivo pelo qual ainda
utiliza a equivocada expressão. No art. 18, §1º da CF/1988 corretamente é previsto que Brasília é a Capital
Federal.

GABARITO: CERTO

15. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Julgue o próximo item, relativo à denúncia no direito processual militar e à competência da justiça
militar federal.
Situação hipotética: Militares do Exército, em concurso, praticaram quatro crimes: um na Circunscrição
Judiciária Militar (CJM) em Brasília – DF, dois na CJM em São Paulo – SP, e um na CJM em Belém – PA.
A pena prevista para um dos crimes praticados na CJM paulista é a grave. Durante a instrução, foi
concedido habeas corpus que trancou a ação penal relativa a esse crime. Assertiva: Nessa situação, a
competência do juízo da CJM de São Paulo – SP continua inalterada para o julgamento dos demais
ilícitos.

Comentários

Certo! O caso narrado, conforme o art. 99, alínea a, do CPPM, é de conexão, pois presente uma pluralidade
de infrações praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso,
embora diverso o tempo e o lugar.

Nestas circunstâncias, havendo jurisdições concorrentes, prevalecerá a competência do lugar da infração


para a qual é cominada a pena mais grave (art. 101, inciso II, alínea a) que, na hipótese, é São Paulo. O art.
104, por sua vez, determina que, ainda que no processo da sua competência própria o juiz profira sentença
absolutória ou desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará ele
competente em relação às demais infrações.

Esclareço que o habeas corpus é medida excepcional para o trancamento da ação penal, somente sendo
admissível quando constatado nos autos, de forma inequívoca, a inocência do acusado, a atipicidade da
conduta ou a extinção da punibilidade, todas elas circunstâncias equivalente a absolvição.

Portanto, correto o item.

GABARITO: CERTO
LISTA DE QUESTÕES

1. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – VUNESP.


Quanto ao foro militar em tempo de paz, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à justiça comum.
b) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça comum encaminhará os autos do
inquérito policial à justiça militar.
c) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum.
d) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a justiça militar encaminhará os autos
do inquérito policial militar à justiça comum.
e) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum.

2. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc.


Sobre a competência no âmbito do Direito Penal Militar, analise os conceitos infrarrelacionados:
I - A competência, de modo geral, é determinada pelo local da infração. Contudo, em crimes em que
haja mais de um local de consumação, a competência é exercida pela sede do lugar de exercício
funcional do policial militar.
II - a prerrogativa de posto ou função inibe a utilização de outro critério para a determinação da
competência.
III - Na ocorrência de continência ou conexão, o princípio da unidade do processo é regra, exceto
quando há cumulação de competências da Justiça Comum e Justiça Militar.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) As afirmativas I, II e III estão incorretas.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa I está incorreta.

3. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Compete à justiça militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida, praticado por militar
do Exército Brasileiro contra civil, estando aquele em atividade inerente às funções institucionais das
Forças Armadas.

4. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Falece competência à justiça militar da união para processar e julgar civis.
5. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.
Um processo foi instaurado perante a Circunscrição Judiciária Militar de Curitiba, contra várias pessoas,
entre elas um coronel da Aeronáutica da ativa. Diante da impossibilidade de compor o conselho
especial, devido à inexistência de oficiais em número suficiente, foi concedido pelo STM o
desaforamento do processo para circunscrição judiciária militar de outro estado. Todavia, no decorrer
da instrução, o coronel foi excluído do processo por força de habeas corpus e outro corréu excepcionou
a competência da circunscrição judiciária, sob o argumento de haver cessado o motivo do
desaforamento. Nessa situação, continua competente o juízo que recebeu o processo desaforado,
mesmo que a exclusão de um dos acusados possibilite a composição do conselho de justiça no juízo
militar de origem.

6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


Com relação à competência, a conexão e a continência impõem a unidade de processo, salvo no
concurso entre a jurisdição militar e a comum.

7. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe.


Considere a situação hipotética em que um grupo de 20 militares integrantes das forças armadas
brasileiras, em missão junto às forças de paz da ONU, no Haiti, em concurso de pessoas com diversos
outros militares pertencentes às forças armadas da Itália e da França, tenha cometido diversos crimes
militares no Haiti. Nessa situação, a competência para conhecer, processar e julgar os militares
brasileiros pelas infrações penais militares é da Justiça Militar da União, cujo exercício jurisdicional é o
da auditoria da capital da União.

8. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe.


Celso, soldado da polícia militar do estado do Espírito Santo, foi preso em flagrante delito pelos crimes
de peculato e falsidade de documento público, praticados contra a administração militar. Oferecida
denúncia perante a auditoria militar do estado, Celso será processado e julgado. Caso os crimes
descritos fossem praticados contra civil, estando o agente no exercício da função policial, a
competência para processar e julgar seria do Conselho Permanente de Justiça.

9. DPU – Analista Técnico Administrativo – 2016 – Cespe.


A competência para a apuração de crime militar será determinada, em regra, pelo local da infração e,
no caso de tentativa de crime, pelo local de residência ou domicílio do acusado.

10. DPU - Analista Técnico Administrativo – 2016 – Cespe.


Situação hipotética: Um capitão-de-corveta que serve em unidade sediada em Porto Alegre praticou
crime militar na Argentina, durante exercício militar. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o CPPM,
o crime deverá ser processado na Auditoria da capital federal, sediada em Brasília – DF.

11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2018 – CESPE.


Com relação à competência da justiça militar federal, a medidas preventivas e assecuratórias e a
citação, intimação e notificação, julgue o item subsequente, considerando as disposições do Código de
Processo Penal Militar.
Situação hipotética: Sargento das Forças Armadas furtou material de organização militar no Rio de
Janeiro – RJ. Todavia, possui residência em São Paulo – SP e serve em quartel na guarnição de Manaus
– AM. Foragido, acabou sendo preso em Natal – RN. Assertiva: Nessa situação, a competência para
processar e julgar o sargento será da justiça militar da União no Rio de Janeiro – RJ, porém, se o local
do furto fosse desconhecido, o foro competente seria o de Manaus – AM.
12. DPU - Defensor Público Federal - 2017 – CESPE.
No que diz respeito ao juiz, aos auxiliares da justiça e às partes do processo militar, à organização da
justiça militar da União e sua competência e à prisão preventiva, julgue o item que se segue.
Se um tenente que sirva em organização militar sediada no Rio de Janeiro – RJ cometer crime militar
em Manaus – AM, à auditoria da circunscrição judiciária do Rio de Janeiro competirá processá-lo e
julgá-lo.

13. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Acerca do processo penal militar, julgue o seguinte item.
A competência para a apuração de crime militar será determinada, em regra, pelo local da infração e,
no caso de tentativa de crime, pelo local de residência ou domicílio do acusado.

14. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Julgue o próximo item, relativo à denúncia no direito processual militar e à competência da justiça
militar federal.
Situação hipotética: Um capitão-de-corveta que serve em unidade sediada em Porto Alegre praticou
crime militar na Argentina, durante exercício militar. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o CPPM,
o crime deverá ser processado na Auditoria da capital federal, sediada em Brasília – DF.

15. DPU - Analista Técnico - Administrativo – 2016 – CESPE.


Julgue o próximo item, relativo à denúncia no direito processual militar e à competência da justiça
militar federal.
Situação hipotética: Militares do Exército, em concurso, praticaram quatro crimes: um na Circunscrição
Judiciária Militar (CJM) em Brasília – DF, dois na CJM em São Paulo – SP, e um na CJM em Belém – PA.
A pena prevista para um dos crimes praticados na CJM paulista é a grave. Durante a instrução, foi
concedido habeas corpus que trancou a ação penal relativa a esse crime. Assertiva: Nessa situação, a
competência do juízo da CJM de São Paulo – SP continua inalterada para o julgamento dos demais
ilícitos.

GABARITO

1. A 5. CERTO 9. ERRADO
2. D 6. CERTO 10. CERTO
3. CERTO 7. CERTO 11. CERTO
4. ERRADO 8. ERRADO 12. ERRADO
13. ERRADO 14. CERTO 15. CERTO

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