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FUNDAMENTOS
DE
DIREITO PENAL MILITAR
J. Hawls
TERESINA - PI
OUT- 2023
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FUNDAMENTOS DE DIREITO PENAL MILITAR
Curso de Formação de Soldados – CFSD/2023
NOÇÕES PRELIMINARES
O Direito Penal Militar como espécie do direito penal, embora não estudado nos cursos
regulares das faculdades jurídicas pátrias, é norteado por legislação própria, e motivo da existência da
própria justiça militar, nos âmbitos federal e estadual (ou distrital), nos termos da nossa Carta Magna,
tendo por objetivo principal tutelar os bens, dentre eles a hierarquia e disciplina militares, pilares da
manutenção e existência das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e das forças militares
estaduais e do Distrito Federal (Corpos de Bombeiros e Polícias Militares).
Por mandamento constitucional, o Direito Penal Militar, está intrínseco, no dia a dia do
bombeiro e do policial militar do Estado do Piauí, norteando a sua forma de agir, interna e externa
corporis em suas ações ou omissões, em razão da sua simples condição de militar (estadual) ou mesmo
em detrimento do serviço ou da função que estiver realizando em nome da Instituição Militar a qual
pertence, sendo de suma importância, de forma a conceder o subsídio necessário para sua materialização
por meio da lei processual penal castrense, através da ação penal e dos atos de polícia judiciária militar
que a antecedem, a ser realizada, esta última, por parte dos seus oficiais e graduados.
Buscamos por meio de seus conceitos, princípios e fontes e por meio da explanação de
exemplos práticos de seus principais delitos apreciados pelo Direito Penal castrense (militar), entender
sobre as circunstâncias e critérios determinantes do seu cometimento e suas consequências, com as
inovações da Lei nº 13.491, de 13/10/2017, e com as recentes e significativas alterações no Código Penal
Militar (CPM) proporcionadas pela Lei nº 14.688, de 20/09/2023, visando de forma especial a proteção
dos bens jurídicos também tutelados pelo direito penal militar, como a vida, a integridade física, a honra,
além da própria a hierarquia e a disciplina, pilares da existência e regularidade das Instituições Militares,
fundamentais para a atividade militar, sem, é claro, deixar de se observar o respeito e preservação dos
Direitos Humanos.
As normas penais militares, tais quais as do Direito Penal comum, são divididas em
substantivas (ou materiais) previstas no Código Penal Militar - CPM (Dec. nº 1001/69) que se
caracterizam pela previsão do fato típico codificada. Já as normas adjetivas (ou formais) previstas no
Código de Processo Penal Militar - CPPM (Dec. nº 1002/69) são as que regulam de modo geral o
processo, ou seja, seu início, desenvolvimento e encerramento.
A normas substantivas, em regra, no Direito Penal Militar, objeto da nossa disciplina estão
definidas no Código Penal Militar (CPM).
Bem jurídico no Direito Penal é tudo o que se apresenta com digno, útil, necessário e
valioso, selecionado para ser protegido por esse Direito, carecendo de uma intervenção grave, como
último recurso (ultima ratio) na proteção de sua dignidade penal ante à ofensividade da conduta delituosa.
As Instituições Militares, Forças Armadas, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
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Militares, têm missões Constitucionais de suma importância na preservação das liberdades públicas,
porquanto a elas a proteção de seus bens jurídicos - a defesa da Pátria, a garantia dos poderes
constitucionais, da lei e da ordem, o policiamento ostensivo preventivo, a preservação da ordem pública e
as atividades da defesa civil. É inadmissível, por exemplo, que o responsável pela preservação da ordem
pública, e obviamente pela sua própria natureza constitucional, não atente cuidadosamente também, para
a manutenção da hierarquia e da disciplina na Instituição Militar. Temos que o desrespeito a um superior
praticado por um integrante de uma Força militar, importa em desestabilização da regularidade do
desempenho de sua missão constitucional, visto que a ausência dessa tutela poderia levar a uma
indisciplina generalizada dessa Força.
Da mesma forma, que uma lesão corporal ou a prática de um crime ambiental no exercício
da função, praticados por um policial militar em serviço, representará afronta à regularidade da própria
Instituição, porquanto, como Estado que compõe, não poderia turbar injustamente um direito fundamental
ou mesmo difuso, senão protege-lo, buscando-se, portanto, neste caso, proteger o pleno exercício dos
desses direitos pela necessária regularidade da Instituição Militar.
Nas palavras do eminente Cícero Robson Coimbra Neves o Direito Penal Militar consiste
no “conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de infrações penais, com suas
consequências medidas coercitivamente em face da violação, e ainda, pela garantia dos bens
juridicamente tutelados, mormente a regularidade de ação das forças militares, visando proteger a
ordem jurídica militar, fomentando o salutar desenvolver das missões precípuas atribuídas às Forças
Armadas e às Forças Auxiliares”.
Os princípios aplicados ao Direito Penal Militar são proposições que alicerçam o próprio
sistema penal, constituindo verdadeiras garantias de limitar o exercício do jus puniendi, do Estado
Juiz. Tendo na própria Carta Magna, norma guia de todo ordenamento, de forma implícita ou explícita.
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Da mesma forma, que o Direito Penal comum, o Direito Penal Militar sofre a
interferência de várias ciências afins e auxiliares todas a contribuir para um sistema penal repressivo
eficaz e ao mesmo tempo humano. Para tanto temos com a:
Auxilia tanto o Direito Penal comum como o Direito Penal Militar, ao colaborar na
elaboração da Lei e na sua correta aplicação adjetiva, colaborando para a definição de autoria e
materialidade, ou seja, com base em prova eminentemente técnica médico-legal (laudo pericial de
exame).
1.6.2. Criminalística
Igualmente auxiliar do Direito Penal comum e do Direito Penal Militar, a questão principal
a se analisar pela Psiquiatria Forense é a imputabilidade, ao avaliar a capacidade de entendimento
do fato delituoso pelo criminoso, contribuindo, assim, para sua responsabilização e para a prescrição
de tratamento psíquico, aplicação de pena ou mesmo medida de segurança.
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Como todos os demais ramos das ciências jurídicas o Direito Penal Militar relaciona-se
com a Filosofia do Direito, ciência jurídica fundamental ao lado da Teoria Geral do Direito e da
Sociologia Jurídica, na investigação dos princípios lógicos e formulação de conceitos indispensáveis à
elaboração da lei penal (militar).
São exemplos clássicos da utilização da Filosofia do Direito, a influência de seus
postulados nas questões afetas à elaboração e aperfeiçoamento das leis, delineação dos limites da
intervenção penal e de sua finalidade.
Também de grande importância para o Direito Penal Militar, pois estuda o crime como
fenômeno jurídico, como um fato social e seus fatores como fruto do convívio social, como fenômeno
integrante do próprio desenvolvimento da Humanidade. Temos por exemplo o homicídio como fato social
a partir do momento em que um indivíduo mata o seu semelhante.
O Direito Penal Militar ao se relacionar com outros ramos do Direito se insere em todo o
ordenamento jurídico. O Direito Penal castrense tem sua existência a partir da matriz constitucional
como ciência autônoma em especial em razão, principalmente do que consignam os arts 122, 123,
124, 125 §4º, da CF.
Outro meio de se interpretar a norma penal militar na dogmática constitucional, se
evidencia, por exemplo, na previsão da existência dos crimes propriamente militares, consoante
disposto no art. 5º, LXI; bem como nos conceitos de militar, também previstos nos arts. 42 e 142,
§3º, dessa nossa Carta Maior; e na identificação do bem jurídico-penal militar com base na missão
precípua das organizações militares (arts. 142 e 144, da CF).
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A fonte imediata do Direito Penal Militar é a Lei Penal Militar como sendo o Código
Penal Militar - CPM (Decreto-Lei nº 1.001, de 21/10/69), esta sendo, considerada Lei ordinária, com
base na teoria da recepção, nos termos do inciso I, do art. 22, da CF, cabendo somente à União legislar
sobre a matéria.
São fontes mediatas (ou secundárias) do Direito Penal Militar, consoante previsão
subsidiária da lei adjetiva castrense (Código de Processo Penal Militar), em seu art. 3º, a jurisprudência,
os princípios gerais do direito, os usos e costumes militares e a analogia.
A jurisprudência se caracteriza pela decisão reiterada de juízos e tribunais.
Os princípios gerais do direito visam a correta aplicação do direito (penal comum e
militar) dentro da legalidade, como meio de controle do poder de punir do Estado, sem deixar de observar
a dignidade da pessoa humana.
Os usos e costumes militares, por exemplo, se caracterizam pela repetição contínua de um
comportamento de caráter geral (militar) respaldado pelo convencimento jurídico da sua necessidade.
A analogia, a exemplo do que ocorre no Direito Penal comum, é aplicada no Direito Penal
castrense sempre in bona partem, ou seja, nunca por analogia uma outra norma penal (militar ou não)
poderá ser aplicada no intuito de prejudicar o seu infrator.
A doutrina, também é uma fonte mediata do Direito Penal Militar, por tratar-se de um
conjunto de princípios, ideias e ensinamentos de autores, juristas ou não que, no caso, servem de base
para o Direito Penal castrense, influenciando e fundamentando as decisões judiciais. É fonte do direito,
utilizada também para a interpretação das leis, fixando as diretrizes gerais das normas jurídicas.
A aplicação da lei penal militar no tempo é tratada pelo Direito Penal Militar
material e não processual, entrando em vigor desde logo, aplicando-se aos processos pendentes, sem
prejuízo da validade do realizado na vigência da Lei anterior (art. 5º, do CPPM).
No entanto há casos em que a lei penal militar pode alcançar fatos pretéritos, e, nesse
aspecto, em nada ou pouco divergem a lei penal militar e a lei penal comum.
Para tanto vejamos o art. 5º, do CPM, cujo texto é semelhante ao do art. 4º, do CP comum:
“Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do
resultado”.
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A lex gravior (lei mais gravosa) não retroagirá, ou seja, tanto a lei que incrimina a
conduta quanto aquela que agrava as consequências do delito, não poderá retroagir em desfavor do
delinquente.
Ocorre o abolitio criminis quando a lei mais nova excluir da órbita penal um fato
considerado crime pela legislação anterior. Trata-se de uma hipótese de descriminalização.
Prevê expressamente o caput do art. 2º do CPM que “ninguém pode ser punido por fato
que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória”.
A hipótese se configura causa de extinção da punibilidade, nos termos do inciso III, do
seu art. 123, reconhecida em qualquer tempo, ou seja, antes ou durante o processo, após a sentença
condenatória irrecorrível e na fase de execução da sentença.
Decorrente dos preceitos fundamentais da nossa Carta Maior, aqui tratados, tem-se como
exceção à irretroatividade a retroação da lei mais benigna (lex mitior ou lex mellius), ou seja, no
sistema constitucional, houve a recepção contida no §1º, do art. 2º, do CPM: “A lei posterior que, de
qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo
sentença condenatória irrecorrível”.
E suma, deverá prevalecer, no conflito temporal, a lei mais benigna, seja ela anterior,
havendo ultratividade, sendo ela posterior haverá a retroatividade.
No entendimento de Fernando Galvão, nos casos em que a descrição típica do novo crime
militar (por extensão) apresentar alguma inovação em relação ao crime já previsto no Código Penal
Militar, deve-se reconhecer que a previsão legal para o crime militar mais novo revoga a previsão
mais antiga constante no CPM, a saber quanto ao crime de tráfico, posse ou uso de entorpecente ou
substância de efeito similar, previsto no art. 290, do CPM, cabendo, segundo ele, na observância da Lei
13.491/2017, a aplicação do disposto nos arts. 28 ou 35, da Lei nº 11.343/2006 (Lei Anti-Drogas) em vez
do mencionado artigo do CPM.
Entretanto, o art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (1) –
Decreto-Lei 4.657/42 dispõe que a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
Nesse compasso, discordamos do digno doutrinador, pois também outrora a aplicação do
art. 290, do CPM só ocorresse (para quaisquer de seus núcleos delitivos) caso cometido(s) em lugar
sob administração militar, com a inclusão dos §§3º, 4º e 5º no art. 290 do CPM, pela Lei nº
14.688/2023, claro é o espectro de aplicação do disposto no art. 290, também se esse crime ocorrer
quando o militar, observado os §§1º e 3º se apresentar-se para o serviço, em lugar não sujeito à
administração militar sob o efeito de substância entorpecente, tendo a mencionada Lei agravado a
pena para reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos, na incidência de tráfico de drogas.
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Dispõe o art. 3º, do CPM: “As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo
da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução”. São aplicadas
alternativamente às penas de prisão ou detenção, previstas no CPM (art. 55) aos penalmente
considerados inimputáveis.
Considera-se norma penal em branco, ou cega, aquela que define um delito com o auxílio
de outras normas legais (penais ou não) para a sua exatidão.
Temos como exemplo clássico, o crime militar de Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou
substância de efeito similar (art. 290, do CPM), para cuja exata definição é mister lançar mão de uma
regulamentação administrativa (P.Ex. Portaria da ANVISA ou Resolução do Ministério da Saúde) ao
enumerar quais substâncias possuem o rótulo de entorpecentes. Temos como outro exemplo o crime
de Inobservância de lei, regulamento ou instrução (art. 324, do CPM) que carece para sua
aplicação da complementação por outras normas sejam penais (lei das contravenções penais),
administrativas ou mesmo disciplinares, a exemplo do Código de Ética e Disciplina dos Militares do
Estado do Piauí (Lei nº 7.725/2022- CEDME/PI).
O Direito Penal Militar tomou por regra a territorialidade ao mesmo tempo que a
extraterritorialidade, nos termos do art. 7º, do CPM, que sacramenta in verbis: “Aplica-se a lei penal
militar sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no
todo ou em parte, no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira”.
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Direito Penal Militar é o ramo do Direito Penal que conceitua os crimes militares,
atribuindo-lhes penas e medidas de segurança respectivas. Enquanto que as normas de Direito Penal
comum (Código Penal e outras normas penais) são destinadas a todos os cidadãos, sem distinção, as
de direito penal militar, por terem caráter especial, aplicam-se, quase que exclusivamente (salvo
algumas exceções, como os casos em que o civil comete crime militar) aos militares integrantes das
Forças Armadas, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito
Federal.
Entre as causas de extinção de punibilidade como as previstas no art. 107, VI, do CP, no
Código Penal Militar, em regra, não existe a retratação do agente, como pois, tratam-se os crimes
militares de crimes de ação pública incondicionada.
Outra diferença interessante do Direito Penal comum para o Direito Penal Militar é que
neste último, em regra, não existe a possibilidade do sursis etário nem do sursis humanitário ou
profilático do art. 77, §2º, do CP, a não ser que daqui para frente, possa ser aplicado para os crimes
militares por extensão, ou seja, os crimes comuns militarizados por sua circunstância de cometimento,
na forma do inciso II, 2ª parte, do art. 9º do CPM.
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lei, ou, como dito anteriormente, o fato do direito militar só prever, em regra, que os crimes militares
são de ação penal pública incondicionada.
As penas previstas no Código Penal Militar, estão nas alíneas do art. 55 são: a) Morte; b)
Reclusão; c) Detenção; d) Prisão; e e) Impedimento.
Foram revogadas pela Lei nº 14.688/2023 as penas de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função (alínea “f” e art. 64) e de reforma (alínea “g” e art. 65).
A forma de cumprimento das penas e demais disposições, estão previstas no art. 56 e ss do
CPM.
No Código Penal Militar, no concurso de crimes, a regra é a do cúmulo material
(somam-se as penas), cujas penas sejam da mesma espécie. Caso as espécies de pena sejam diversas
aplica-se a exasperação (a pena do crime mais grave).
Inobstante o disposto pela Lei nº 13.491/2017, temos no Direito Penal Militar a
inaplicabilidade da suspensão condicional do processo, da transação penal e de outras respetivas
medidas previstas na Lei nº 9.099/95, para os crimes militares apenados com menos de 02(dois) anos de
detenção ou reclusão ex vi art. 90-A da referida lei.
No Código Penal Militar, temos como penas principais além da reclusão as penas
acessórias (art. 99 a 106), específicas do Direito Penal Militar, como a perda do posto e da patente
(art. 99), incompatibilidade com o oficialato (art. 101), para alguns doutrinadores, considerado
inconstitucional) e algumas previstas no próprio Código Penal comum, como a pena de perda de cargo,
função pública ou mandato eletivo (art. 92, I, CP, no Título V, Capitulo VI- Dos efeitos da
condenação), constando de forma desmembrada no CPM (no Título V, Capitulo V- Das penas
acessórias), nos arts 103 (Perda da função pública) e art. 106 (Suspensão dos direitos políticos).
Não muito diferente do que ocorre no Direito Penal comum, na forma do disposto no art.
107, do CP, no Direito Penal Militar temos como causas extintivas da punibilidade, de acordo com as
alíneas do art. 123, do CPM (caput revogado pela Lei nº 14.688/2023): I) pela morte do agente, II) pela
anistia, graça ou indulto; III) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso; IV) pela prescrição; VI) pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º)
e VII) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei (alínea acrescida pela Lei nº 14.688/2023).
Fora revogada pela Lei nº 14.688/2023, juntamente com o caput do art. 123, a alínea V)
que trata da reabilitação.
No Direito Penal Militar, não temos do art. 107, do CP, o instituto da retratação do
agente, por serem em regra, os crimes militares de ação penal pública incondicionada.
1.17.1. Espécies de prescrição (arts. 124 a 133, do CPM), com as alterações da Lei nº 14.688/2023
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Art. 22. É militar, para o efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em
tempo de paz ou de guerra, seja incorporada a instituições militares ou nelas
matriculada, para servir em posto ou em graduação ou em regime de sujeição à disciplina
militar.
Ex1.: Atletas (civis) incorporados ás Forças Armadas que representaram o Brasil nas
últimas Olimpíadas. Ex2.: Militares da PM e do BM incorporados ao Exército Brasileiro
em missão de paz da ONU. Ex2.: Alunos (oriundos) do meio civil matriculados nos cursos
de formação militares (Alunos do CFSD, Cadetes do CFO, Cadetes da AMAN, Alunos do
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EAO de Saúde).
Sobre os integrantes das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares, assim dispõe o art. 42,
da CF:
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
a) na ativa:
I – os policiais–militares de carreira;
II – os incluídos na Polícia Militar voluntariamente, durante os prazos a que se obrigam a
servir;
III – os componentes da reserva remunerada quando convocados; e
IV – os alunos de órgãos de formação de policiais-militares da ativa. (Derrogado pela LC
nº 35, de 06/11/2003).
b) na inatividade:
I – na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem
remuneração do Estado do Piauí, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa,
mediante convocação;
II – reformados, quando tendo passado por uma das situações anteriores, estão
dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber
remuneração do Estado do Piauí.
§ 2º - Os policiais-militares de carreira são os que no desempenho voluntário e
permanente do serviço policial-militar, tem vitaliciedade assegurada.
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CPPM alude a essas duas categorias da reserva), está sujeito, ainda, à prestação de serviço na ativa,
mediante convocação ou mobilização, enquanto o militar reformado está dispensado definitivamente, da
prestação de serviço na ativa.
Prevê a legislação castrense para efeito de sua aplicação, a equiparação dos mesmos
(reserva ou reformado) ao militar da ativa. Dispõe a respeito o art. 12 da legislação penal castrense,
recentemente alterado pela Lei nº 14.688/2023:
Trata-se de uma hipótese em que o inativo passa para a atividade em uma situação especial.
Natural, portanto, que integrando-se novamente a administração militar, fique sujeito à jurisdição militar.
Justifica-se, pois o militar não perde esta qualidade ao deixar o serviço em tais situações.
Portanto, natural que mantenha todas as prerrogativas de seu posto ou graduação.
Nos termos do art. 23, do CPM, “equipara-se a comandante, para o efeito da aplicação da
Lei Penal Militar, toda autoridade com função de Direção”.
Nessa senda, temos a definição do art. 33, da Lei nº 3.808/81 (Estatuto dos Policiais e
Bombeiros Militares do Estado do Piauí), onde consta que comando é a soma de autoridade, deveres e
responsabilidades de que o policial-militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige
uma organização policial-militar.
Para o exercício destes deveres e responsabilidades, portanto, temos a figura do
comandante como aquele vinculado ao grau hierárquico, tendo sua prerrogativa impessoal, em cujo
exercício o policial-militar se define e se caracteriza como chefe, aplicando-se ao diretor e ao chefe de
uma Organização Policial-Militar (OPM), no que couber, o mesmo que é estabelecido para o Comando.
A hierarquia e a disciplina são as vigas mestras das Forças Armadas e das Milícias
Estaduais (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares Estaduais e do Distrito Federal).
Tanto na Lei nº 6.880/80 (Estatuto das Forças Armadas), como na Lei nº 3.808/81 (Estatuto
dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Piauí), temos em suma que hierarquia militar é a
ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas ou Milícias
Estaduais. Sua ordenação se faz em postos ou graduações, sendo que esta se faz dentro de um
mesmo posto ou graduação, pela antiguidade no posto ou graduação ocupada na Instituição, ou, em
razão da função de autoridade exercida, sendo por consequência o respeito à hierarquia
consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
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crime militar tratadas nos incisos de I, II e III do art. 9º do Código Penal Militar (CPM).
Como se sabe, prescreve a Carta Magna que "à Justiça Militar compete processar e julgar
os crimes militares definidos em lei" (artigo 124) sejam hoje, os definidos na própria Lei Penal
Militar, bem como os previstos na Legislação Penal comum, se praticados nas circunstâncias previstas
no art. 9º, do CPM acima mencionadas. Vê-se, portanto, que a Justiça Militar da União (ou Federal) tem
sua competência hoje delimitada pelos critérios ratione materiae e ratione legis, ou seja, incumbe-lhe,
sem exceções, julgar os delitos castrenses definidos em lei, qualquer que seja o agente, sejam estes
praticados por militares da ativa, da reserva, reformados ou por civis, desde que conduta delituosa
seja lesiva às Instituições Militares da União.
Já a Justiça Militar Estadual, não possui competência tão abrangente quanto a sua
congênere, pois tem limitada sua atuação constitucionalmente pelo critério ratione personae mesmo
definida pelo ratione materiae na forma do que dispõe, o §4º do artigo 125 da Constituição Federal, ao
estabelecer que lhe compete “processar e julgar os militares dos Estados nos crimes militares definidos
em lei”.
Nota-se, assim, que sua competência outrora de ratione materiae e ratione personae,
passou a ser também a ser ratione legis, da mesma forma de como vimos, no parágrafo anterior quando
falamos da Justiça Militar da União. Ou seja, apesar das inovações proporcionadas pela Lei nº 13.491/17,
com efeitos também na esfera estadual, na definição circunstancial do que vem a ser crime militar, em
nada mudou a área de atuação da Justiça Militar Estadual, pois esta continua restrita a julgar apenas
militares estaduais e do Distrito Federal (que pelo art. 42, da CF/88, são os membros das Polícias
Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares), nos crimes militares por eles praticados, definidos em
lei, sejam os previstos no próprio CPM ou na Lei Penal comum, se praticados também nas dadas
circunstâncias já mencionadas, desde que conduta delituosa seja lesiva às Instituições Militares estaduais.
De forma exclusória, temos ainda, que compete à Justiça Militar estadual não processar e
julgar o civil ou o militar das forças armadas, acusado da prática de crimes contra instituições militares
estaduais (Súmula n.º. 53 do STJ) ou praticado contra bombeiro ou policial militar, competindo, sim neste
caso à Justiça Comum.
I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
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III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos:
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele
fim, ou em obediência a determinação legal superior.
§1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
§2º Os crimes militares de que trata este artigo, incluídos os previstos na legislação
penal, nos termos do inciso II do caput deste artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da
Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
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A Constituição de 1988, além de expor em seus arts. 124 e 125, §§4º e 5º as competências
da Justiça Militar (da União ou Federal) e Justiça Militar Estadual, quanto ao processamento e julgamento
dos crimes militares definidos em lei, ainda estatuiu, tacitamente, em seu art. 5º, inciso LXI, que o
legislador ordinário deverá obrigatoriamente atender a divisão de crimes propriamente e impropriamente
militares.
Diz o citado inciso LXI: “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar.”
2.7.1. Crimes propriamente, impropriamente militares e crimes militares extravagantes (ou por
extensão)
A definição do crime militar continua sendo a mesma, apenas com o aumento do rol dos
crimes militares que podem ser cometidos pelos Civis (na esfera federal, se contra as Instituições
Militares, a Justiça Militar e seus respectivos integrantes), pelos membros das Forças Armadas e pelos
membros Forças Auxiliares (Bombeiros Militares e Policiais Militares) decorrendo, unicamente, do fato
de que, agora, desde que cometidos nas hipóteses do art. 9º do CPM, estes delitos em tempo de paz
constituem, não somente os presentes no Código Penal Militar, mas por força da Lei nº 13.491/2017, os
crimes também previstos na Lei Penal comum (Código Penal - Dec Lei nº 2.848/40 e demais legislações
penais extravagantes, excetuando-se desse rol os delitos da Lei das Contravenções Penais).
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que também os caracterizam como crimes propriamente militares. Sendo que, especificamente, e na maior
parte dos casos destes crimes em que tivermos em vez da palavra militar, aparecerem as elementares
superior ou inferior, com a possibilidade destes crimes serem cometidos também por civis (porém como
coautores eventuais) ou por militares inativos, estes últimos também como coautores eventuais como se
fossem civis, dentro do inc. III, do art. 9º, do CPM, exceto quando houver a equiparação a militar da ativa
(nos termos do art. 12, observadas as prerrogativas do art. 13, do CPM) em que estarão nas circunstâncias
do inc. II, do mesmo art. 9º, podendo responder como partícipes ou mesmo como coautores em concurso
necessários.
Ex1:
Deserção
“Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em
que deve permanecer, por mais de oito dias.”
Ex2:
Recusa de obediência
“Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução.”
Ex3:
Desacato a superior
“Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, ou procurando
deprimir-lhe a autoridade.”
São outros exemplos de crimes propriamente militares: art. 149 (Motim); art. 149
(Parágrafo Único, Revolta); art. 152, (Conspiração); art. 157 (Violência contra superior); art. 171 (Usar o
militar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou de graduação superior); art. 183
(Insubmissão).
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“Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não
exercer; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja
regulado por lei.”
Ex2:
Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar (CPM – Código
Penal Militar)
“Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou
entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine
dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.”
Tráfico
“Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar...”
JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: PROCESSUAL PENAL MILITAR. AGRAVO REGIMENTAL EM
HABEAS CORPUS. TRÁFICO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU
SUBSTÂNCIA DE EFEITO SIMILAR (ART. 290 DO CPM). LEI 11.343/06.
INAPLICABILIDADE. 1. Em se tratando de uso/porte de droga por militar em
ambiente militar, incide a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (HC
103.684, Rel. Min. Ayres Britto), no sentido de que “o art. 290 do Código Penal
Militar é o regramento específico do tema para os militares. Pelo que o princípio da
especialidade normativo-penal impede a incidência do art. 28 da Lei de Drogas
(artigo que, de logo, comina ao delito de uso de entorpecentes penas restritivas de
direitos). Princípio segundo o qual somente a inexistência de um regramento
específico em sentido contrário ao normatizado na Lei 11.343/2006 é que
possibilitaria a aplicação da legislação comum. Donde a impossibilidade de se
mesclar esse regime penal comum e o regime penal especificamente castrense,
mediante a seleção das partes mais benéficas de cada um deles, pena de incidência
em postura hermenêutica tipificadora de hibridismo ou promiscuidade regratória
incompatível com o princípio da especialidade das leis”. 2. Ausência de ilegalidade
ou abuso de poder que autorize o acolhimento da pretensão defensiva. 3. Agravo
regimental desprovido. (HC 158077 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO,
Primeira Turma, julgado em 01/03/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-051
DIVULG 14-03-2019 PUBLIC 15-03-2019)
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Ex3:
Desobediência (CPM – Código Penal Militar)
“Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar.”
Ex4:
Desacato a militar (CPM – Código Penal Militar)
“Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela.”
Idêntica definição:
Homicídio simples (CP – Código Penal)
“Art. 121. Matar alguém.”
Ex2:
Estelionato (CPM – Código Penal Militar)
“Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento.”
Idêntica definição:
Estelionato (CP – Código Penal)
“Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento.”
Ex3:
Ameaça (CPM – Código Penal Militar)
“Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de lhe causar mal injusto e grave.”
Idêntica definição:
Ameaça (CP – Código Penal)
“Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.”
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Ex4:
Prevaricação (CPM – Código Penal Militar)
“Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.”
Idêntica definição:
Prevaricação (CP – Código Penal)
“Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.”
Ex1:
Violência contra militar de serviço
“Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão.”
Ex2:
Oposição a ordem de sentinela
“Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela.”
Ex3:
Desacato a servidor público
“Art. 300. Desacatar servidor público no exercício de função ou em razão dela, em lugar
sujeito à administração militar. ”
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Ex1:
Episodicamente praticado por militar, se nas hipóteses do art. 9º, segunda parte do
inciso II, do CPM.
Tráfico
“Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar.”
OBS: Em regra, será aplicado o art. 290, do CPM, mas excepcionalmente, poderá ser
aplicada a Lei nº 11.343/2006, na incidência de conduta(s) nuclear(s) da autoria, não
presentes no caput do referido artigo, em crime comeito em lugar sujeito ou não à
administração militar, observando-se o caso concreto.
Ex2:
Episodicamente praticado por militar, se nas hipóteses do art. 9º, segunda parte do
inciso II, do CPM.
Ex3:
Episodicamente praticado por militar, se nas hipóteses do art. 9º, segunda parte do
inciso II, do CPM.
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III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão
preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de
sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à
violência.
Ex4:
Circunstancialmente praticados por militar, se nas hipóteses do art. 9º, segunda parte
do inciso II, do CPM.
Temos outros exemplos de crimes militares por extensão, cujas condutas estão definidas
fora do Código Penal Militar, mas nas legislações penais comuns:
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9.455/97 - Lei dos Crimes de Tortura, Lei nº 10.826/03 - Lei do Desarmamento, Lei nº 11.343/06 -
Lei Antidrogas, etc).
Como dito acima, temos em dadas circunstâncias, alguns crimes militares (neste caso
os impropriamente militares previstos no Código Penal Militar e definidos de modo diverso na Lei
Penal Comum), que poderão a depender do seu contexto, ocorrer na incidência da tipicidade do
próprio CPM, já em outros contextos serem considerados crimes militares por extensão, se assim
considerados na forma da Lei nº 13.491/2017, com previsão na Lei Penal comum. P. Ex.: Poderemos
ter de modo geral dentro das hipóteses do art. 9º do CPM, os crimes de desacato (arts. 299 ou 300 do
CPM) e desobediência (art. 301, do CPM), como sendo considerados crimes impropriamente
militares, se praticados por militar (ou civil, este apenas na esfera federal) contra as Instituições
Militares. Bem como os crimes de desobediência, por extensão (art. 330, do CP), desacato, por extensão
(art. 331, do CP), que poderão no contexto do art. 9º, “c” do CPM, serem considerados crimes militares
(por extensão), quando, tivermos o caso, por exemplo, do militar que em serviço ou no exercício de
função, praticar as condutas previstas nos referidos tipos penais, contra outros funcionários públicos ou
autoridades civis, como Promotores de Justiça, Juízes de Direito, Delegados de Polícia, estes, obviamente
e exclusivamente, também, no exercício de suas funções.
Outro exemplo prático, de incidência de crime militar por extensão, é o crime de aborto
(este sem correlato no Código Penal Militar, previsto apenas na Lei Penal comum, a saber, no art. 125, do
Código Penal comum) provocado por terceiro, se praticado por um militar da ativa contra uma
gestante, também militar da ativa, será crime militar (um crime militar por extensão), nos termos do
disposto na alínea “a” do inciso II do art. 9º do Código Castrense.
Preleciona ainda o eminente Cícero Robson Coimbra Neves, que nessa análise tem-se ainda
o inciso III do art. 9º do Código Penal Militar, o qual embora não tenha sido diretamente alterado pela Lei
nº 13.491/2017, utiliza-se do inciso II para definir seu espectro de aplicação (“III – os crimes praticados
por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como
tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos”), também exigindo a
subsunção em suas alíneas, diversas daquelas do inciso II, ressalte-se.
Exemplificativamente, se um militar reformado, em um hospital militar, praticar
aborto em gestante militar da ativa, estará ele em prática de um crime militar extravagante, com base
no disposto no art. 125 do Código Penal comum combinado coma alínea “b” do inciso III do art. 9º do
Código Penal Militar.
Prevê a legislação castrense para efeito de sua aplicação a existência do “militar da ativa
por equiparação” ao militar da reserva ou o reformado equiparado ao militar da ativa, consoante o art.
12, do CPM, com sua nova redação dada pela Lei nº 14.688/2023:
Trata-se de uma hipótese em que o inativo passa para a atividade em uma situação especial,
se integrando novamente a administração militar, ficando sujeito à jurisdição militar, como se da ativa
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ainda fosse.
Justifica-se, pois o militar não perde esta qualidade ao deixar o serviço em tais
situações. Portanto, é natural que mantenha todas as prerrogativas de seu posto ou graduação.
Conclui-se que o militar é sujeito ativo do crime militar nas seguintes situações:
Situações em que o militar inativo ou civil (este apenas na esfera federal) pratica crime
militar (sujeito ativo):
Para o eminente Jorge César de Assis, “o mais simples da prática delituosa consiste na
intervenção de uma só pessoa mediante uma conduta positiva ou negativa. A infração penal, porém,
nem sempre é obra de um só homem”.
Quanto ao sujeito ativo, os crimes se classificam em:
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b) Concurso eventual: quando, podendo o delito ser praticado por uma só pessoa, acaba
sendo cometido por várias (em coautoria ou em participação), deve-se observar o art. 53, caput e §§4º e
5º, do CPM.
Ex1: No crime de violência contra superior (art. art.157, CPM), temos o civil como coautor
eventual (em concurso eventual), uma vez que como autor temos o militar (inferior hierárquico).
Ex2: No motim (art. 149) em suas modalidades comissivas, temos o civil como coautor
eventual (em concurso eventual) juntamente com os militares (ativa e/ou inativos revertidos para a
atividade para servirem na administração militar).
Ex2: No crime de motim (art. 149) podemos ter o civil também em outra hipótese, porém,
como partícipe em concurso eventual (ao aliciar - art. 154, instigando os militares a praticarem o
motim).
Ex3: Ainda no motim poderemos ter o Oficial, este não como cabeça (ao aliciar a
prática do delito de motim), em concurso eventual (art. 53, caput e §4º, do CPM), porém agindo como
partícipe ao apenas incentivar a prática do motim, não praticando nem comissivamente, nem
omissivamente.
a) Autor: é aquele que executa o fato delituoso. Tem o domínio final da ação, podendo
interrompê-la. Ex. militar federal sozinho como autor em pratica de violência contra superior (art. 157,
CPM).
b) Coautor: é(são) aquele(s) que juntamente com autor pratica o fato previsto no tipo
penal. Ex. Civil (na esfera federal) como coautor (eventual) de militar inferior da ativa (autor) no crime
de violência contra superior (art. 157, CPM).
Ex1: militar federal (autor) auxiliado por civil (coautor) em pratica de violência contra
superior (art. 157, CPM), incidência do art. 53, caput e §1º.
Ex2: Policiais militares que disparam 19 tiros contra veículo com assaltantes de uma
lotérica em fuga, matando um de seus tripulantes (homicídio doloso, eis que assumiram o risco de
produzir o resultado), configura-se coautoria (concurso necessária) uma vez que todos os agentes atuaram
na perseguição desses assaltantes, com o uso de suas armas, embora somente um deles tenha matado a
vítima (um dos assaltantes).
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c) Partícipe: embora não se subsumindo diretamente ao tipo penal, exige também, sobre o
partícipe, uma responsabilidade por concorrer, indiretamente, para a execução criminosa. Ex:
Militares (federais) em prática de crime de motim (art. 149, do CPM), aliciados ou incitados por civil (ou
outro militar ativo ou inativo), onde temos o civil (ou outro militar ativo ou inativo) como sujeito ativo
do crime de aliciação para motim ou revolta do (art. 154, CPM) e neste caso como partícipe no crime no
motim.
Por fim, temos que no âmbito da Justiça Militar da União, ao contrário da Justiça Militar
dos Estados, é admitido o processo e julgamento de civis. Eis que a competência definida pela
Constituição Federal em seu art. 124 não restringe sua sujeição, de modo diverso do que prevê o art.
125, §4º, onde remete ao critério da qualidade do agente, no caso, o militar estadual ou do Distrito
Federal (integrante da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar) e ressalvado a competência do
Tribunal do Júri, quando a vítima for civil, como definidor da competência da Justiça Militar Estadual.
Partindo do pressuposto de que o civil pode cometer um crime militar e se ver processado
na Justiça Militar da União, em decorrência do imperativo constitucional, segue o seguinte
questionamento: é possível que o civil possa cometer um crime militar próprio?
A resposta ao questionamento acima passa por 03 (três) temas de extrema relevância nos
estudos do Direito Penal Militar. O primeiro passa pela definição do crime militar, o segundo é pela
classificação do crime militar e sua relação com o crime de insubmissão, e por fim, o terceiro tema é
pela verificação da responsabilidade criminal do civil frente ao concurso de agentes e o crime
militar de mão própria.
Como já vimos aqui, anteriormente, com as nossas primeiras considerações sobre os crimes
propriamente militares e impropriamente militares, no item 2.7.1. verificamos, especificamente, nos
crimes propriamente militares a hipótese do civil como coautor nestes crimes próprios, responder na
esfera federal, caso intente contra as Instituições Militares da União (FFAA) ou seja, pela interpretação
extensiva, dada ao disposto no art. 53, §1º, primeira parte, do CPM. O que na esfera estadual não
ocorrerá, ex vi art. 125, §4º, da Carta Magna e Súmula 53, do STJ.
Contrariando os dogmas tradicionais, doutrinários e até mesmo, jurisprudenciais, a esse
respeito o Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo posição anteriormente adotada pelo Superior
Tribunal Militar (STM), confirmou a possibilidade do civil ser coautor em crime próprio, fato que
suscitou controvérsia. Senão vejamos:
Ementa: Coautoria de civil em crime militar. Considerando que o art. 53, §1º, do CPM,
estabelece que as condições ou circunstâncias de caráter pessoal quando forem
elementares do crime militar se comunicam entre os autores no caso do concurso de
agentes, a Turma indeferiu habeas corpus impetrado contra acordão do STM, no qual se
sustentava a atipicidade da conduta do paciente – consistente na suposta prática do crime
de ofensa aviltante a inferior (CPM, art. 176) em coautoria com militar - , já que, na
condição de civil não poderia ter sido submetido a norma penal militar. Considerou-se que
a qualidade de superior hierárquico, do có-reu, por ser elementar do crime, estende-se ao
paciente (CPM, art. 53, §1º, “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas
penas a este cominadas. §1º (...) Não se comunicam, outrossim, as condições e
circunstâncias de caráter pessoal, quando elementares do crime”). (STF - 2ª Turma – HC
81.438-RJ – Rel, Min, Nelson Jobim – J, em 11.12.2001).
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Jorge César de Assis ao comentar o entendimento de Célio Lobão, afirmou que este
renomado autor, em análise da decisão acima mostrada, e que foi publicada à época na Revista Direito
Militar, nº 46 (2004:23), prelecionou que a Corte Suprema brasileira rompeu com a tradição da
jurisprudência e da doutrina brasileira ao estender equivocadamente ao civil a condição de sujeito ativo
(coautor) do crime propriamente militar.
Para ele Jorge César de Assis, a análise de Célio Lobão, estaria embasada nos antigos
doutrinadores brasileiros e estrangeiros, no sentido de que somente o militar é quem poderá cometer o
crime militar próprio, explicando ainda que a condição de militar integrando o tipo penal, explícita ou
implicitamente, como sujeito ativo do crime propriamente militar, afasta a incidência do art. 53, §1º,
segunda parte, do CPM, quando se tratar de coautor civil. Uma vez que nada tem a ver em comparar com
o crime de peculato, em que, quando na qualidade funcionário público, elementar do tipo, comunica-se
em caso de concurso.
Cícero Robson Coimbra Neves, corroborando com Jorge César de Assis preleciona
que a circunstância de caráter pessoal (ser militar e superior da vítima) comunica-se com o coautor, tendo
acertado o STM e STF em suas decisões, uma vez que, embora inquestionável, o dispositivo
constitucional referido (art. 5º, LXI, da CF), não interfere nos princípios norteadores do concurso de
agentes, principalmente porque é o próprio §1º, do art. 53, que assegura à semelhança do §2º, do art.
29, do Código Penal comum, que as circunstâncias de caráter pessoal, quando forem elementares
do crime, comunicam-se aos concorrentes.
Portanto, quando o elemento constitutivo se constituir em uma circunstância pessoal,
poderá haver coautoria (concurso eventual), nos termos do art. 53, do CPM). Ex. Crime de violência
contra superior (art. 157, do CPM) praticado por militar (inferior hierárquico) em conluio com civil ou
inativo. O civil (apenas na esfera federal) ou inativo (equiparado ao ativo, nos termos do art. 12, do
CPM), devendo neste último caso, ter sua conduta completada não pelo inciso III, mas pelos incisos I e II,
do art. 9º, do CPM.
Da mesma forma, concluímos que não se pode aceitar a inaplicabilidade do art. 5º, LXI, da
Lex Matter, que assegura que autores de crime militar próprio, inclusive os civis (em coautoria) poderão
ser presos independentemente de flagrante ou de ordem judicial.
Verificamos anteriormente, que nos crimes militares temos a hipótese do miliar inativo,
como coautor nestes crimes, podendo responder na esfera estadual, caso intente contra as Instituições
Militares Estaduais (PPMM ou BBMM) ou seja, pela interpretação extensiva, dada ao disposto no art. 53,
§1º, primeira parte, do CPM, o que não ocorrerá, com o civil que não poderá figurar no polo ativo, ex
vi art. 125, §4º, da Carta Magna e Súmula 53, do STJ.
Em suma, na esfera estadual, nada obsta que tenhamos nos casos de coautoria indireta
de policial militar com civil, porém ocorrerá sempre a separação dos processos. A questão inclusive
já que está sumulada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Senão vejamos:
Militar (PM). Coautoria com civil. Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar
o policial militar pela prática de crime militar, e à comum pela prática de crime comum
simultâneo àquele (Súmula 90, do STJ).
De acordo com o art. 47, do CPM deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I – a qualidade de superior ou de inferior hierárquico, quando não conhecida do agente;
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a) Crime doloso é aquele em que agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Vontade ou intenção de delinquir. Dolo - É a união da vontade e da consciência de realizar o tipo penal.
b) Crime culposo é aquele em que o agente, deixando de empregar cautela, atenção, ou
diligência ordinária ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado
que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
Podemos assim dizer que o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.
Salvo nos casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.
Neste item estão relacionados os delitos que merecem uma maior ênfase, por
entendermos ser de extrema relevância para o conhecimento dos membros da nossa Corporação, com as
recentes alterações proporcionadas pela Lei nº 14.688/2023, de 20/09/2023.
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Com exceção dos crimes dos art. 136 a 148 (Dos crimes contra a segurança nacional),
todos os demais crimes militares são de ação pública incondicionada (a ação penal inicia-se apenas
mediante denúncia do MP, quando recebida pela Justiça Militar), independe de representação para
propositura da ação penal, não cabendo retratação (desistência de dar prosseguimento pela parte
ofendida), independe da vontade da vítima.
MOTIM
Tipo penal:
Sujeito Ativo: coautoria necessária - Militares Federais (das FFAA) ou o Militares dos
Estados (PPMM e BBMM) e o civil (como coautor eventual apenas na esfera federal).
Sujeitos do Delito: Plurissubjetivo (em regra, mais de um militar do serviço ativo como
autores). Já os inativos (como coautores, se revestidos para o serviço ativo, nos termos art. 53, caput
e §1º, segunda parte do CPM) e, se em conluio com dois ou mais militares da ativa), poderão incorrer
no crime de motim. (Ver Art. 12, 13 e 22, do CPM).
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02(dois) do serviço ativo, podendo um deles ser inativo se revestido para trabalhar na administração
(lembrar dos arts. 12, 13 e 22, do CPM).
Tentativa: admite tanto na forma comissiva (incisos I, primeira parte e II, segunda
parte), quanto omissiva (incisos III e IV), sendo, portanto, um crime plurissubsistente (admite formas
comissivas e/ou omissivas).
OBS: Crime plurissubsistente é aquele cuja ação é representada por vários atos, ou seja, a
conduta é um processo executivo composto por fases que podem ser fracionadas (modalidade
comissiva e omissiva). Para ser plurissubsistente, basta admitir a tentativa. Ex.: o próprio motim, o
homicídio.
Crime propriamente militar: pelo critério ratione legis, está previsto apenas na Lei Penal
Militar, por compreensão do disposto no inc. I, segunda parte, do art. 9º, do CPM.
OBS: Nas PPMM, poderá em tese, com maior frequência, ocorrer a Revolta em vez do
Motim, pois é da natureza da atividade policial militar no seu exercício da atividade de segurança
pública, encontrarem-se estes militares estaduais de serviço, se armados. A qualificação será estando, pelo
menos dois ou mais militares armados.
OBS: As armas impróprias (paus, pedras, facas, etc) serão aqui considerados, para
fins da aplicação da lei penal militar, como armas que podem ser usadas por militares para prática
de violência, incorrendo os mesmos na hipótese do crime de revolta.
OBS: Na coautoria (necessária) – o civil (na esfera federal) em conluio com mais de
um militar (a partir de dois ativos ou revertidos) aqui também pratica o crime,
podendo aqui em concurso eventual (como coautor) nos termos do art. 53, caput, do
CPM, praticar o crime da modalidade agravada do motim (a revolta – parágrafo
único, do art. 49, do CPM), por comunicação elementar (agindo contra ordem do
superior dos militares) sendo considerado com se fosse militar da ativa (inferior do
superior ofendido) nas modalidades comissivas do motim, aqui agravadas pelo uso de
armas.
Tipo penal:
Art. 154. Aliciar militar para a prática de qualquer dos crimes previstos no Capítulo I
deste Título (CAPÍTULO I – Do Motim e da Revolta – arts. 149 a 152)
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Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a autoridade e disciplina militar, são atingidas
pelo infrator ao buscar convencer (aliciar) terceiros para o motim ou a revolta, ferindo assim a
estrutura Institucional, a ordem castrense.
Sujeito Ativo: é qualquer pessoa, militar ou civil (este apenas no âmbito federal). Se contra
as instituições militares estaduais, será crime previsto no delito de Incitação ao crime (art. 286, do CP),
não havendo semelhança para justificar a complementação da tipicidade pelo inc. II, cabendo a do
inc. I, primeira parte, do art. 9º do CPM. (DEFINIDO DE MODO DIVERSO NA LEI PENAL
COMUM, no CASO O CP)
Elemento subjetivo: dolo, intenção, vontade livre e consciente, apenas para os delitos
dos art. 149 a 152, do CPM.
art. 149 – Motim , caput e parágrafo único);
art. 150 – Organização de grupo para a prática de violência;
art. 151 – Omissão de Lealdade;
art. 152 – Conspiração.
OBS: Os crimes de que trata o CAPÍTULO I – Do Motim e da Revolta são: art. 149
(Motim e seu parágrafo único, a Revolta), art. 150 (Organização de grupo para a
prática de violência), art. 151 (Omissão de lealdade), art. 152 (Conspiração).
INCITAMENTO
Tipo penal:
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Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a autoridade e disciplina militar, são atingidas
pelo infrator ao incitar (buscar levar) terceiros a atos de indisciplina ou de desobediência em geral,
ferindo, igualmente, a estrutura, a ordem castrense, atinge a autoridade quando se prega a desobediência.
Sujeito Ativo: é qualquer pessoa, militar ou civil (este apenas no âmbito federal). Se
contra as instituições militares estaduais, será crime previsto no delito de Incitação ao crime (art.
286, do CP), também não havendo semelhança para justificar a complementação da tipicidade pelo
inc. II, cabendo, porém, a do inc. I, primeira parte, do art. 9º do CPM.
OBS: O Incitamento (art. 155, do CPM), diferencia-se também aqui da Aliciação para
motim ou revolta (art. 154), por este ultimo delito, ter o seu induzimento ocorrer apenas nos crimes dos
arts. 149 a 152, do CPM, cabendo se o induzimento for a outros crimes ou então, dentro da área sob
administração militar, a subsunção ao delito de Incitamento (art. 155, do CPM).
Tentativa: É possível quando o autor envia a mensagem, mas essa é interceptada, NÃO
surtindo o efeito de excitar a ideia pré-existente.
Tipo penal:
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Formas Qualificadas
Os inativos (da reserva) se revertidos – art. 12, do CPM, serão equiparados aos militares
da ativa, praticando ou contra ele podendo ser praticados o crime militar de violência contra
superior, nas condições dos incisos I e II, do art. 9º, do CPM), desde que no exercício da função na
administração militar.
Os inativos que não estiverem na situação do art. 12, do CPM, serão sujeitos ativos no
crime de violência contra superior, na situação do inciso III, do art. 9º, do CPM.
OBS: militar inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12) contra outro
inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12), ou seja, a conduta será atípica na esfera penal
militar, nada obstando a apuração no âmbito disciplinar (art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
OBS: militar em atividade contra inferior inativo, se for fora de lugar sujeito a
administração militar, praticará transgressão disciplinar, cuja apuração ocorrerá na esfera disciplinar
(art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
Elemento Objetivo: “praticar violência” contra superior hierárquico (que poderá, embora
de mesmo posto ou graduação ser, em determinada situação, superior desde que observados o que dispõe
os incisos do art. 9º, e o inativo será sujeito ativo ou passivo.
Ou seja, o sujeito ativo (seja militar da ativa ou inativo), deve ter conhecimento de que o sujeito
passivo (mediato ou secundário), seja seu superior hierárquico (art. 47, I, do CPM).
Tentativa: o sujeito ativo investe contra a vítima, mas, circunstâncias alheias à sua
vontade o impedem.
Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte, do
inciso I, art. 9º) – militar da ativa ou inativo (revertido para atividade), com a subsunção do fato ao tipo
penal da parte especial, buscada nas alíneas do inciso II, do art. 9º. Com a ressalva do caso de concurso
(coautoria) eventual (art. 53, caput, do CPM), hipótese em que o civil, também poderá praticar o
crime em comento, como coautor (concurso eventual) ao auxiliar o militar a praticar a violência
contra o seu superior. Já o civil (este apenas na esfera federal) e o inativo não revertido, estes últimos
cuja subsunção está na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º. Exceto os da reserva
não remunerada (Ex. Reservistas de 1ª classe, Oficiais da Reserva não-remunerada – R-2).
Exemplos:
Ex1: Sargento PM, de folga ou de serviço, está sujeito à prática de crime militar de
violência contra superior, um Capitão da PM no exercício da função.
Ex2: Sargento BM, de folga ou de serviço, está sujeito à prática de crime militar de
violência contra superior, um Capitão da BM, no exercício da função.
Ex3: Sargento da PMPI à disposição da Força Nacional de Segurança Pública agride
fisicamente, porém, sem lesionar um 1º Tenente da PMPB, também da Força Nacional, este último, de
serviço ou no exercício de uma função. Aplicação da Súmula 78, do STJ, no que se refere ao
processamento e julgamento do crime.
Ex4: Sargento da PMMA agride fisicamente, sem lesionar, um Capitão da PMPI, no
exercício de função ou de serviço, pode ser caracterizado também crime de violência contra superior.
Aplicação da Súmula 78, do STJ, no que se refere ao processamento e julgamento do crime.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
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Tipo penal:
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do
crime contra a pessoa.
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Sujeito Ativo: civis, militares federais e estaduais (esfera federal). Já na esfera estadual
apenas os militares estaduais.
OBS: militar superior poderá figurar no polo ativo.
OBS: a agressão cometida pelo agente ativo contra o superior for com o
desconhecimento de sua condição de militar ou em repulsa a agressão provocada pelo militar de
serviço ou (art. 47, I e II do CPM), eximirá o sujeito ativo de responder por este crime.
OBS: a embriaguez voluntária não afasta a prática do delito.
Consumação: ocorre quando o autor atinge fisicamente o ofendido, seja direta (com o
próprio corpo) ou indiretamente (usando objeto).
Tentativa: é possível quando o agente investe contra o ofendido, porém é impedido por
circunstâncias alheias à sua vontade.
Tipicidade indireta: qualquer que seja o agente. O civil pratica na esfera federal, e o
inativo (inciso III, do art. 9º, do CPM).
Crime impropriamente militar (critério racione personae – qualquer que seja o agente
do inciso I, do CPM) - pode ser praticado por qualquer que seja o agente – militar ativo, inativo (inciso
III, do art. 9º, do CPM) ou civil – agente principal (se contra as Instituições Militares das FFAA, vide art.
124, da CF/88, e o art. 125, §4º, da CF/88, que exclui os civis se praticado contra as Instituições militares
estaduais). O civil irá responder a depender da conduta violenta que praticar na justiça comum, se o
sujeito passivo for militar estadual de serviço.
OBS: Temos aqui em uma primeira situação o civil (este apenas esfera federal) no polo
ativo, que conhece a condição de militar da vítima. Em segunda situação o militar (estadual ou
federal) ativo ou inativo (este, se nas condições do art. 12, do CPM) que conhece a condição de
militar da vítima, porém sem saber tratar-se a vítima de ser seu superior (ou inferior) hierárquico.
OBS: Cabem, porém, as considerações de desconstituição deste delito, caso também
presentes quaisquer das hipóteses do art. 47, I e II, do CPM.
Ação penal: pública incondicionada.
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DESRESPEITO A SUPERIOR
Tipo Penal:
Os inativos (da reserva) se revertidos – art. 12, do CPM, serão equiparados aos militares
da ativa, praticando ou contra ele podendo ser praticados o crime militar de desrespeito a superior,
nas condições dos incisos I e II, do art. 9º, do CPM), desde que no exercício da função na
administração militar.
Os inativos que não estiverem na situação do art. 12, do CPM, serão sujeitos ativos no
crime de desrespeito a superior, na situação do inciso III, do art. 9º, do CPM.
OBS: militar inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12) contra outro
inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12), ou seja, a conduta será atípica na esfera penal
militar, nada obstando a apuração no âmbito disciplinar (art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
OBS: militar em atividade contra inferior inativo (não revertido para atividade nos termos
do art. 12), se for fora de lugar sujeito a administração militar, praticará transgressão disciplinar, cuja
apuração ocorrerá na esfera disciplinar (art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
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Tipicidade indireta: Só pode ser cometido propriamente por militares do serviço ativo
ou inativos (incisos I e II, do art. 9º, do CPM, se na forma do art. 12) e se não revertido apenas nas
hipóteses do inciso III, do art. 9º, exceto os da reserva não remunerada (Ex. Reservistas de 1ª classe,
Oficiais da Reserva não-remunerada – R-2).
Crime propriamente militar – previsto apenas no CPM (I, art. 9º, do CPM) e em regra,
só pode ser cometido propriamente por militares do serviço ativo ou inativos. Ressalvado o caso de
concurso (coautoria) eventual (art. 53, caput, do CPM), hipótese em que o civil, também poderá
praticar o crime em comento, como coautor (concurso eventual).
Exemplos:
Ex1: Sargento PM, em serviço ou em razão da função, está sujeito à prática de crime militar
de desrespeito superior, contra um Capitão da PM no exercício da função.
Ex2: Sargento BM, em serviço ou em razão da função, está sujeito à prática de crime militar
de desrespeito superior, contra um Capitão da BM, no exercício da função.
Ex3: Sargento da PMPI à disposição da Força Nacional de Segurança Pública poderá
praticar o crime de desrespeito a superior - 1º Tenente da PMES, também da Força Nacional, estando este
último de serviço ou no exercício de uma função. Aplicação da Súmula 78, do STJ, no que se refere ao
processamento e julgamento do crime.
Ex4: Sargento da PMMA praticará o crime militar de desrespeito a superior contra um
Capitão da PMPI, no exercício de função ou de serviço, pode ser caracterizado também crime de
desrespeito a superior. Aplicação da Súmula 78, do STJ, no que se refere ao processamento e julgamento
do crime.
Ex5: Sargento PM que desrespeita com palavras desairosas Capitão PM que vai a sua casa,
junto com outros militares, chama-lo a fim de resolver uma ocorrência.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
labore, ou seja, em razão da função, entre militares estaduais e militares do Exército Brasileiro. Para
tanto, exemplificamos abaixo:
Ex1: Grupamento de militares do Exército Brasileiro, excepcionalmente, sob o Comando
de um Capitão da Polícia Militar (PM), numa operação em conjunto entre forças militares (operação
policial entre forças militares do Exército e PM, na retomada dos morros cariocas no RJ), estando estes
militares do Exército Brasileiro, subordinados funcionalmente ao Capitão da Polícia Militar, podendo
ocorrer, portanto, o crime de desrespeito a superior praticado por um militar do Exército contra este
Capitão PM de serviço ou ele estando em razão função. Aplicação do art. 124, da CF/88.
Ex2: Grupamento de bombeiros e policiais militares (incorporados ao Exército Brasileiro) a
serviço de operações de missão de paz pela ONU, no Haiti, sob o Comando de um Major do Exército
Brasileiro (EB). Pode ocorrer o crime de desrespeito superior, praticado por um Soldado PM (de folga ou
de serviço) contra um Maj EB, desde que este esteja de serviço ou em razão da função. Aplicação do art.
124, da CF/88.
Tipo Penal:
Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar,
ato que se traduza em ultraje ao símbolo nacional:
Pena - detenção, de um a dois anos.
Sujeito Ativo: o militar da ativa (alínea “e”, do Inciso II) e o inativo (alínea “a”, do inciso
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Elemento subjetivo: o dolo em ultrajar o símbolo nacional (bandeira, hino, selo, armas
nacionais). Não cabe para bandeiras estaduais.
Tentativa: É possível, exceto se for por palavra, gesto, ou qualquer outra conduta
instantânea. Ex1: cantar o hino nacional com tom de deboche. Ex2: queimar a bandeira (pavilhão) nacional
ou utilizá-la de alguma forma desrespeitosa, como pano de chão por exemplo. Ex3: militar que limpa a
boca com a bandeira nacional.
Crime propriamente militar – previsto apenas no CPM (I, art. 9º, do CPM) e em regra,
só pode ser cometido propriamente por militares do serviço ativo ou inativos (os revertidos sua conduta
complementada pelos incisos I e II, do art. 9º, e os não revertidos pelo inc. III).
OBS: Ao civil, seja na esfera estadual ou federal, que praticar tal conduta de ultraje ao
símbolo nacional, restar-se-á aplicar as sanções o disposto no art. 40 (Provocação de tumulto. Conduta
inconveniente), da LCP (Lei das Contravenções Penais).
Tipicidade indireta: Como o delito só pode ser praticado por militar da ativa ou inativo
(excluído o da reserva não remunerada), para se ter a completa compreensão da tipicidade deste crime,
devem-se verificar o inciso I, para os militares da ativa, ou o inciso III, para os inativos, ambos do art. 9º
do CPM, bastando para a subsunção do fato ao delito, que sejam encontrados o elementos grafados no
tipo penal da Parte Especial do CPM.
RECUSA DE OBEDIÊNCIA
Tipo penal:
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução:
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Sujeito Ativo: inferior hierárquico e funcional (art. 24, do CPM). No tipo se utiliza
superior, então civil não comete o crime, apenas militares ativos e inativos (reformados ou da
reserva, este, ultimo se revertido atividade, nos termos do art. 12, do CPM, tendo as
responsabilidades inerentes ao seu posto ou graduação, conforme art. 13, do CPM).
Delito de mão própria, ou seja, é unissubjetivo – um só sujeito ativo vai praticar. A
ordem é sobre matéria de serviço, a dever imposto em lei, regulamento ou instrução, não se aplica as
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regras do art. 53, do CPM, por isso Não admite nenhum tipo de coautoria (nem necessária, nem
eventual), senão o crime seria motim ou revolta, que são crimes que admitem mais de um autor (e/ou
coautores), ou seja são crimes plurissubjetivos, em que, também e coletivamente os autores descumprem
ordem). Tem apenas participação.
Na participação: o civil (esfera federal) ou outro militar (este ultimo não subordinado
ao superior ofendido) não pratica o crime de recusa de obediência, mas participará neste caso,
INCITANDO o militar (inferior hierárquico com grau de subordinação) a se recusar cumprir a
ordem recebida do seu superior.
OBS: O descumprimento da ordem pode até ser silenciosa, mas não deve passar
despercebida. Exige o enfrentamento ainda que em silêncio.
Imperativa: deve ser uma exigência. Por isso não é conselho ou pedido.
Pessoal: deve ser dirigida a um ou mais inferiores. Não é ordem de caráter geral,
senão será coletiva, não constituindo crime e sim transgressão.
Concreta: pura e simples, não há apreciação pelo subordinado.
Sendo que o art. 301 do CPM (Desobediência, que não é crime contra a autoridade e
sim contra a administração militar, é crime contra ordem prevista na lei, apenas previsto na Lei, não
diretamente da autoridade.
Consumação: com a efetiva recusa da obediência pelo autor (ou sujeito ativo).
Tipicidade indireta:
que sejam encontrados o elementos grafados no tipo penal da Parte Especial do CPM.
Tipo Penal:
Sujeito Ativo: poderá ser o militar (ativo ou inativo), federal ou dos Estados, bem como o
civil (este apenas na esfera federal). O militar de qualquer posto ou graduação ainda que superior
hierárquico da sentinela, poderá figurar no polo ativo do delito. Ex: um Major PM poderá ser autor
(sujeito ativo do delito) ao ser opor à ordem de uma sentinela, soldado PM da guarda do quartel.
Consumação: o delito se consuma quando o autor se opõe, seja da forma que for, à ordem
da Sentinela.
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Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte, do
inciso I, art. 9º) - militar com a subsunção do fato ao tipo penal da parte especial buscada nas alíneas do
inciso II, do art. 9º ou por civil (este apenas na esfera federal) ou inativo estes últimos cuja subsunção está
na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º do CPM.
REUNIÃO ILÍCITA
Tipo Penal:
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para a discussão de ato
de superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a
quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a disciplina e a autoridade militar, esta última
se versar sobre ordem de superior.
Sujeito Ativo: o sujeito ativo desse crime será apenas o militar (estadual ou federal)
inferior (ativo ou inativo) hierárquico ou funcional, ao praticante do ato discutido, em todas as
modalidades descritas na tipicidade penal. Já o civil (apenas na esfera federal) poderá praticar este crime,
apenas nas modalidades “promoção de reunião de militares” ou de “ou nela tomar parte... para
discussão de assunto atinente à disciplina”.
Ex1: Sargentos promovem ou fazem parte e se reúnem, para discutir o ato de seu
comandante de Unidade ou de outro superior hierárquico, ou sobre assunto atinente à disciplina da tropa
na OPM.
OBS: O superior que promover a reunião, para discutir ato de outro superior que seja
inferior hierárquico a ele, não praticará o crime, não será coautor, apenas partícipe (ao INCITAR).
Ex2: Um Major que sabendo do propósito da reunião de discutir ato de um Capitão,
empresta seu sítio para que Sargentos se reúnam e discutam o ato daquele Oficial Intermediário. Será o
Major partícipe do delito e não coautor. Já se o Major promover a reunião com o objetivo de discutir
o ato do capitão não será crime de reunião ilícita.
Para Célio Lobão “o militar que promove e os que participam da reunião para discutir ato
de superior, necessariamente são subordinados hierárquicos de quem emanou a ordem, o que não
impede a responsabilidade penal, por coautoria, do militar com grau hierárquico igual ou superior,
desde que promova a reunião ou dela participe juntamente com militares de menor grau hierárquico ao
seu”.
Núcleos do tipo:
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Temos então a correta análise do tipo penal do art. 165, ou seja, sua constitucionalidade, no
sentido da aplicação do princípio da legalidade, quando há a vedação legal para que certos assuntos sejam
objeto de discussão por militares, sendo criminalizada a promoção de uma reunião para discutir tais
assuntos, bem como nela tomar parte. Por fim a reunião com tal escopo possui fim ilícito.
Tentativa: Não cabe a tentativa em nenhuma das previsões, por se configurar delito
unissubsistente.
Consumação: o delito se consuma quando a reunião acontece, pois até que isso
aconteça, não há falar em “promover”, já que não existiu, nem em “tomar parte”, pelo mesmo
motivo.
Crime impropriamente militar.
Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte,
do inciso I, art. 9º) - militar com a subsunção do fato ao tipo penal da parte especial buscada nas alíneas
do inciso II, do art. 9º ou por civil (este apenas na esfera federal) ou inativo estes últimos cuja subsunção
está na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º.
Tipo Penal:
Art. 166. Publicar, o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou
criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a
qualquer resolução do Governo:
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Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): como no delito anterior, o bem protegido é a
disciplina militar perturbada pela afronta da publicação ou da crítica, entretanto, se o alvo da conduta for
ato de superior, teremos também o ferimento da autoridade de que o praticou.
Sujeito Passivo: é a própria Instituição Militar (sujeito passivo imediato), que se vê lesada
em sua disciplina. Já o sujeito passivo mediato é superior hierárquico ou funcional do praticante do ato
atingido, criticado.
A crítica, para ser delituosa, recairá sobre três objetos: a) o ato de superior; b) o assunto
atinente à disciplina; c) a resolução do governo.
A resolução, segundo o saudoso Hely Lopes Meirelles é “toda manifestação unilateral de
vontade da administração Pública, que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
ou a si própria”.
A publicação de resolução, nesse aporte, significa afronta à disciplina, pois o governo
se personifica na pessoa do Chefe do Poder Executivo que é, ao final, o Chefe Supremo da Força
Militar, seja ela federal ou estadual, conforme preceitos constitucionais (arts. 142 e 144, §6º, da CF).
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descritas.
Caso o agente publique o ato ou documento, por autorização de pessoa que pense ser
competente para autorizar, sem que de fato o seja, haverá hipótese de erro de fato que afastará o
dolo, se plenamente escusável, isentando o agente de pena (art. 36, do CPM), sem prejuízo da
responsabilização da pessoa que, indevidamente, autorizou e provocou o erro (art. 36, §2º, do
CPM).
Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte, do
inciso I, art. 9º) – militar da ativa ou inativo (revertido para atividade), com a subsunção do fato ao tipo
penal da parte especial, buscada nas alíneas do inciso II, do art. 9º. Com a ressalva do caso de concurso
(coautoria) eventual (art. 53, caput, do CPM), hipótese em que o civil, também poderá praticar o
crime em comento, como coautor (concurso eventual) ao auxiliar o militar a praticar a publicação
ou a crítica indevida. Já ou por civil (este apenas na esfera federal) e o inativo não revertido, estes
últimos cuja subsunção está na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º. Exceto os da
reserva não remunerada (Ex. Reservistas de 1ª classe, Oficiais da Reserva não-remunerada – R-2).
Tipo Penal:
Pena - detenção, de seis meses a um ano se o fato não constitui crime mais grave.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a disciplina militar, que tem sua ordem
perturbada com a aparição pública de militar com indumentária que não lhe é pertinente. A peça indevida
deverá ser de superior, havendo afronta a autoridade do posto ou da graduação que está sendo violado,
sendo ela a autoridade militar, também objeto da proteção.
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Elemento Objetivo: “usar”, que significa utilizar, vestir-se com uniforme, distintivo ou
insígnia de posto ou graduação superior.
OBS: o uso tem que ser indevido, o que implica desconformidade com os regulamentos de
ordens vigentes e estar desabrigado pela autorização superior.
Ex. autorização de uso para teatralização em um treinamento ou até mesmo para um evento
de cunho artístico.
Quanto aos demais elementos típicos, o agente deve usar uniforme, distintivo ou insígnia
de posto ou graduação superior.
Uniforme: é o fardamento constituído pela roupa, cobertura, calçados, equipamentos e
acessórios como cinto, meias, quepes, capacetes e outras peças, que assim forem definidas em
regulamento.
Distintivo: é o símbolo sobreposto ao uniforme, indicativo de curso (brevê), brasão da
Unidade Militar , ou de função desempenhada pelo militar (ex. o alamar de ajudante de ordens do
Governador do Estado).
Insígnia: é o símbolo também sobreposto ao uniforme, geralmente nas golas, ombros ou
mangas de camisa, indicativo de quadro, arma, posto ou graduação.
OBS: aquele que se utiliza de peças avulsas (camisas, gandolas, etc) do uniforme com
outras roupas que não o uniforme regulamentar não estará em prática delitiva, resolvendo-se a questão
apenas na esfera disciplinar.
Consumação: o delito se consuma quando o autor usa peça (própria ou de superior) a que
não faz jus, independentemente de ele praticar ou não o ato de passar-se por superior, bastando que sua
conduta confunda os que com ele eventualmente interagirem, gerando risco à disciplina e
autoridade miliares.
Tipicidade indireta: só pode ser praticado propriamente por militar da ativa (ou inativo
revertido para atividade nos termos do art. 12, CPM, empregado na administração militar), devendo para
se ter a completa compreensão da tipicidade deste crime, verificar o inc. I, do art. 9º, do CPM, para a
subsunção do fato a este delito.
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Tipo Penal:
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha
direito:
Pena - detenção, até seis meses.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): é autoridade militar, que pode ser lesada diante
do engodo (confusão) causado pelo uso indevido de uniforme. Visa, resguardar a disciplina militar
afetada pelo uso indevido do uniforme.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, civil ou militar (da ativa ou inativo). O civil apenas na
esfera federal. Caso o uniforme (insígnia ou distintivo) utilizado seja das Milícias Estaduais, a tipificação
será buscada (definido de modo diverso) na legislação penal comum (art. 46, da Lei da
Contravenções Penais – LCP).
OBS: aqui temos a situação do superior que poderá incorrer no delito, se utilizar
uniforme (insígnia ou distintivo) de inferior hierárquico. Ex. Oficial que incorre no delito, ao vestir
uniforme de sargento, afrontando, portando a disciplina.
Elemento Objetivo: aqui temos, diferindo do delito anterior (do art. 171) apenas o fato de
que naquele a conduta recai sobre uniforme, distintivo ou insígnia próprios de superior, enquanto aqui
temos a utilização será sobre qualquer uniforme, insígnia ou distintivo, da indumentária referente ao
superior.
OBS: Da mesma forma que no outro delito (do art. 171), a utilização indevida deve ser
capaz de provocar engodo, confusão, pondo em risco os bens tutelados. Não precisa o uniforme estar
completo, bastando que sua utilização cause confusão.
OBS: Da mesma que no outro delito (do art. 171) se utiliza de peças avulsas (camisas,
gandolas, etc) do uniforme com outras roupas que não o uniforme regulamentar não estará em prática
delitiva, resolvendo-se a questão apenas na esfera disciplinar.
Consumação: se consuma quando o autor usa o uniforme, distintivo ou insígnia a que não
faz jus, independentemente de ele, se civil, praticar ou não ato passando-se por militar, de praticar ato
especificamente respaldado pelo curso, estágio, classificação em Unidade, função, representados pelo
distintivo ou insígnia, bastando como no delito anterior (art. 171), a demonstração de que sua conduta era
capaz de confundir os que com ele eventualmente interagirem, gerando risco à disciplina e à autoridade
miliares.
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Crime impropriamente militar (por estar definido de modo diverso na Lei Penal Comum,
no caso a LCP).
Tipicidade indireta: o agente deve querer atentar contra a Instituição Militar. Pode ser
praticado por qualquer pessoa militar superior da ativa (ou inativo revertido para atividade nos termos do
art. 12, CPM, empregado na administração militar), devendo para se ter a completa compreensão da
tipicidade deste crime, verificar o inc. I, do art. 9º, do CPM, para a subsunção do fato a este delito,
superior inativo não revertido para atividade e civil (este na esfera federal), cuja complementação deve
ser buscada no inc. III, do art. 9º, do CPM.
RIGOR EXCESSIVO
Tipo Penal:
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor não
permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a autoridade militar daquele que exercita mal
seu poder e perde a ascendência sobre seus subordinados, assim com a disciplina militar, atingida pela
quebra da relação funcional sadia entre as partes.
OBS: OBS: Na PMPI, o poder de punir (ou poder disciplinar), com a sua respectiva
competência está previsto no art. 13, do CEDME/PI, este também adotado pelo Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Piauí - CBMEPI), bem como nos Regimentos das Unidades de Ensino da PMPI.
OBS: Por se tratar o delito de “Crime de mão própria”, o Inativo (não revestido para
atividade) e o Civil não cometem o delito como coautores, por conta da expressão subordinado, cabendo
apenas a militares da ativa (ou inativo revertido) a prática do delito. Podendo ser partícipes, Não
admitirá o concurso, pois é delito de mão própria, admitindo-se apenas a participação. (NA
INCITAÇÃO)
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Consumação: o crime se consuma quando o autor publica ou ofende seu subordinado por
palavra ou ato, ou ainda quando lhe impõe o cumprimento do corretivo em local incompatível à
sobrevivência humana (ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana).
Tipicidade indireta: Como ao delito só pode ser perpetrado propriamente por militar da
ativa superior hierárquico ou funcional, com competência disciplinar para punir.
Para se ter a completa compreensão da tipicidade deste crime, deve-se verificar o inciso I
do art. 9º, do CPM, bastando para a subsunção do fato ao delito, que sejam encontrados o elementos
grafados no tipo penal da Parte Especial do CPM.
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Observações:
Sujeito Ativo: o superior hierárquico, da ativa ou inativo (da reserva remunerada
equiparado a militar da ativa empregado na administração militar, nos termos do art. 12 e 13, atendidos os
pressupostos das alíneas do inc. II, do art. 9º) ou o inativo não equiparado a ativo (art. 12, atendidos os
pressupostos das alíneas do inc. III, art. 9º) e o civil (este apenas na esfera federal), este último como
coautor (em concurso eventual, em observância ao que dispõe o art. 53, caput, do CPM, ante a elementar
“INFERIOR”, desde que no exercício da função).
Os inativos (da reserva) se revertidos – art. 12, do CPM, serão equiparados aos militares
da ativa, praticando ou contra ele podendo ser praticados o crime militar de violência contra
inferior, nas condições dos incisos I e II, do art. 9º, do CPM), desde que no exercício da função na
administração militar.
Os inativos que não estiverem na situação do art. 12, do CPM, serão sujeitos ativos no
crime de violência contra inferior, na situação do inciso III, do art. 9º, do CPM.
OBS: militar inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12) contra outro
inativo (não revertido para atividade nos termos do art. 12), ou seja, a conduta será atípica na esfera penal
militar, nada obstando a apuração no âmbito disciplinar (art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
OBS: militar em atividade contra inferior inativo, se for fora de lugar sujeito a
administração militar, praticará transgressão disciplinar, cuja apuração ocorrerá na esfera disciplinar
(art. 2º, da Lei nº 7.725/2022 - CEDME/PI).
Sujeito Passivo: imediato primário ou principal (as Instituições Militares) e o mediato ou
secundário (o superior hierárquico da ativa ou inativo revertido para atividade), este quando em serviço
ou em razão da função. Já não estando o sujeito passivo mediato em serviço ou em razão da função, a
conduta do sujeito ativo (se militar) será criminalmente atípica, devendo o fato ser resolvido na esfera
disciplinar.
Exemplos:
Ex1: Capitão PM, de serviço (ou em razão da função) ou de folga, está sujeito à prática de
crime militar de violência contra inferior, um Sargento da PM no exercício da função.
Ex2: Capitão BM, de serviço (ou em razão da função) ou de folga, está sujeito à prática de
crime militar de violência contra inferior, um Sargento da BM, no exercício da função.
Ex3: Capitão Bombeiro desempenhando funções na PMPI está sujeito à prática de crime
militar de violência contra inferior, um Sargento da PM, no exercício da função.
Ex4: Capitão da PM de folga ou no desempenho de funções no CBMEPI, está sujeito à
prática de crime militar de violência contra inferior, um Sargento da BM, estando este último de serviço
ou no desempenho de função.
Ex5: Capitão da PMPI de serviço (ou em razão da função) ou de folga, à disposição da
Força Nacional de Segurança Pública agride fisicamente, porém, sem lesionar, um Sargento da PMES,
também da Força Nacional, este último de serviço ou no exercício de uma função. Aplicação da Súmula
78, do STJ, no que se refere ao processamento e julgamento por crime, no caso, de violência contra
inferior.
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Ex6: Capitão da PMMA agride fisicamente, sem lesionar, um Sargento da PMPI, este
último no exercício de função ou de serviço, pode ser caracterizado também crime de violência contra
inferior. Aplicação da Súmula 78, do STJ, no que se refere ao processamento e julgamento por crime, no
caso, de violência contra inferior.
Elemento Objetivo: “praticar violência” contra inferior hierárquico (que poderá, embora
de mesmo posto ou graduação ser, em determinada situação, inferior desde que observados o que dispõe
os incisos do art. 9º, e o inativo será sujeito ativo ou passivo.
Tentativa: o sujeito ativo investe contra a vítima, mas, circunstâncias alheias à sua
vontade o impedem.
Crime propriamente militar – previsto apenas no CPM (I, art. 9º, do CPM) e só pode
ser cometido propriamente por militares do serviço ativo ou inativos. Ressalvado o caso de concurso
(coautoria) eventual (art. 53, caput, do CPM), hipótese em que o civil, também poderá praticar o
crime em comento, como coautor (concurso eventual).
Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte, do
inciso I, art. 9º) – militar da ativa ou inativo (revertido para atividade), com a subsunção do fato ao tipo
penal da parte especial, buscada nas alíneas do inciso II, do art. 9º. Com a ressalva do caso de concurso
(coautoria) eventual (art. 53, caput, do CPM), hipótese em que o civil, também poderá praticar o
crime em comento, como coautor (concurso eventual) ao auxiliar o militar a praticar a violência
contra o seu inferior. Já ou por civil (este apenas na esfera federal) e o inativo não revertido, estes
últimos cuja subsunção está na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º. Exceto os da
reserva não remunerada (Ex. Reservistas de 1ª classe, Oficiais da Reserva não-remunerada – R-2).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
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exemplificamos abaixo:
Tipo penal
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou a
quem esteja prestando auxílio:
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Forma qualificada
Cumulação de penas
§ 2º As penas previstas no caput e no §1º deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a autoridade, perturbada pelo ímpeto do autor
em não se submeter ao ato legal, e a disciplina militar.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, militares federais (ativos e inativos), estaduais (ativos e
inativos) e civil (apenas na esfera federal). Ver as circunstâncias do art. 9º, inciso II, de militar da ativa (e
o inativo revertido nos termos do art.12, do CPM) e inciso III (civil e inativo não revertido para o serviço
ativo), do art. 9º, do CPM.
Sujeito Passivo: sujeito passivo imediato (as Instituições Militares) e sujeito passivo
mediato – o executor ou aquele que auxilia na execução do ato legal.
Elemento Objetivo: “Opor-se à execução” (reagir, resistir). Resistir para que o ato não
se realize.
OBS:
A resistência deve ocorrer com violência física ou ameaça (verbal ou por escrito), por parte
do autor.
A resistência passiva não é crime de resistência. Ex. Militar que se algema para poder
evitar a sua prisão em flagrante.
A violência deve ser dirigida a pessoa e não a coisa.
Haverá soma de penas, se ocorrerem outros crimes mais graves, com o homicídio ou
desacato a superior ou a militar, por exemplo.
Crime impropriamente militar: Previsto nas duas legislações (art. 177, do CPM e art.
329, do CP).
subsume fato praticado por militar da ativa contra militar na mesma situação. A complementação pelo
inciso II, de notar, deve-se ao fato de o tipo penal em estudo possuir semelhante previsão no Código Penal
comum, especificamente no art. 329, do CP. Já se o delito foi cometido civil (este na esfera federal) ou
por inativo (não revertido para atividade), a complementação deve ser buscada nas alíneas do inciso III,
do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, deve querer atentar contra a própria Instituição Militar.
Tipo penal:
Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida à medida
de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada ou por mais de uma pessoa, ou mediante
arrombamento:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 3º Se o crime é praticado por pessoa sob cuja guarda, custódia ou condução está o
preso ou internado:
Pena – reclusão, até quatro anos.
Sujeito Ativo: poderá ser qualquer pessoa, militar ou civil (este último apenas na esfera
federal).
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OBS: Não ocorrerá este delito se se tratar de preso disciplinar, cabendo para este caso
o tipo penal do delito militar de corrupção passiva, previsto no art. 308, §2º, do CPM.
Crime impropriamente militar: tem nas duas legislações - está no art. 178, do CPM e no
art. 351, do CP.
Tipicidade indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, vê-
se que ele ocorre quando praticado por qualquer pessoa, militares federais (ativos e inativos), estaduais
(ativos e inativos) e civil (apenas na esfera federal).
Ver no art. 9º, inciso II, alínea “e”, praticado por de militar da ativa (e o inativo revertido
nos termos do art.12, do CPM) e inciso III, alínea “a” (civil e inativo não revertido para o serviço ativo),
do art. 9º, do CPM. Deve o agente atentar contra a ordem administrativa da própria Corporação Militar.
Modalidade Culposa
Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente presa, confiada à sua guarda ou
condução:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
OBS: Diferente ao do art. 178, neste não cabe este delito a pessoa submetida a medida
de segurança, apenas o preso.
Elemento Objetivo: “Deixar, por culpa”.
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Tipo penal:
Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se, o preso ou internado, usando de violência contra
a pessoa:
Pena - detenção, de um a dois anos, além da correspondente à violência.
Cumulação de penas
§2º Se ao fato sucede deserção, aplicam-se cumulativamente as penas correspondentes.
Sujeito Ativo: será qualquer pessoa, civil (apenas na esfera federal) ou militar desde que
preso em recinto militar (prisão ou Unidade dotada de cela) ou submetido à escolta ou guarda de
autoridade militar.
OBS: Pode ocorrer o crime de evasão de preso, se fora do estabelecimento prisional
militar ou de estabelecimento prisional comum, neste caso, de preso (à disposição da justiça comum ou
militar).
Elemento Objetivo: “Evadir” ou “tentar evadir”, podendo-se firmar que a figura tentada
equipara-se à consumada.
Evadir-se é fugir, é subtrair-se à custódia ou guarda de outrem, sendo
fundamental que a prisão seja legal ou de outra forma, o delito não se verificará.
OBS: Essa evasão, somente será delituosa se for empregada violência contra a pessoa,
não importando ser ela a autoridade responsável pela guarda ou ainda um outro preso.
A violência deve ser dotada de contato físico, afastando-se a violência moral, representada
pela grave ameaça. Não se exige que a violência resulte em lesão ou morte naquele contra quem se dirigiu
a conduta, porém, se houver resultado nesse sentido, o preceito secundário comanda o cúmulo material
(soma das penas), sendo hipótese de concurso material de crimes com regra prevista no art. 79, caput do
CPM.
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Tipicidade indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, vê-
se que ele ocorre quando praticado por qualquer pessoa, militares federais (ativos e inativos), estaduais
(ativos e inativos) e civil (apenas na esfera federal).
Ver no art. 9º, inciso II, alínea “e”, praticado por militar da ativa (e o inativo revertido nos
termos do art.12, do CPM) e inciso III, alínea “a” (civil e inativo não revertido para o serviço ativo), do
art. 9º, do CPM. Deve o agente atentar contra ordem administrativa da própria Instituição Militar.
Sua conduta se aproxima do art. 352, do CP, tendo sua complementação dada pelo inc.
II, do art. 9º, do CPM.
Tipo penal:
Art. 181. Arrebatar preso ou internado, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha
sob guarda ou custódia militar:
Pena - reclusão, até quatro anos, além da correspondente à violência.
Art. 353, CP.
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o específico fim de maltratar a pessoa arrebatada (elemento subjetivo específico do tipo, antigo dolo
específico).
Tentativa: é possível a tentativa, como no caso do agente que inicia a ação, mas é
impedido, mediante força necessária da autoridade militar, de tomar a guarda do preso.
Tipicidade indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, vê-
se que ele ocorre quando praticado por qualquer pessoa, militares federais (ativos e inativos), estaduais
(ativos e inativos) e civil (apenas na esfera federal).
Ver no art. 9º, inciso II, alínea “e”, praticado por de militar da ativa (e o inativo revertido
nos termos do art.12, do CPM) e inciso III, alínea “a” (civil e inativo não revertido para o serviço ativo),
do art. 9º, do CPM. Deve o agente atentar contra ordem administrativa da própria Instituição
Militar.
Sua conduta se aproxima do art. 353, do CP, tendo sua complementação dada pelo inc.
II, do art. 9º, do CPM.
Tipo penal:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento ou, sendo
oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para debelar o amotinamento
ou evitar-lhe as consequências.
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OBS: Poderá figurar no polo ativo qualquer pessoa, civil ou militar, ainda que não seja
preso ou internado, mas que tome parte no amotinamento. (coautor eventual, já que o coautor
necessário é preso amotinado).
Pela previsão da segunda parte do parágrafo único temos que a sujeição ativa poderá
recair sobre Oficial da ativa ou inativo que, presente no local do amotinamento, não busque, com todas
as suas energias, sufoca-lo, uma vez estar afeto à tutela da disciplina.
Quem embora não preso ou internado incorre na mesma pena, quem participar desde que
esteja dentro do recinto e/ou sua extensão, respondendo como partícipe (art. 53, do CPM).
Crime Impropriamente Militar (CPM, art. 9º, inciso I, primeira parte, descrito de modo
diverso na lei penal comum) – CP.
Tipicidade indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, vê-
se que ele ocorre quando praticado por qualquer pessoa, militares federais (ativos e inativos), estaduais
(ativos e inativos) e civil (apenas na esfera federal).
Ver no art. 9º, inciso I, primeira parte, praticado por de militar da ativa (e o inativo
revertido nos termos do art.12, do CPM) e inciso III, alínea “a” (civil e inativo não revertido para o
serviço ativo), do art. 9º, do CPM. Deve o agente atentar contra ordem administrativa da própria
Instituição Militar.
Sua conduta está descrita de modo diverso na lei pena comum sob o nomen - Motim de
presos - Art. 354, tendo sua complementação dada pelo inc. I, do art. 9º, do CPM.
Estes crimes militares, com exceção da insubmissão (art. 183, do CPM), só poderão ser
praticados por militares da ativa, esta sua principal condição de procedibilidade, excluídos, em regra,
portanto, os inativos de fazerem parte do polo ativo.
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INSUBMISSÃO
Tipo penal:
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à Incorporação, dentro do prazo que lhe
foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena - Impedimento, de três meses a um ano.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): o serviço militar uma vez que o convocado
(também chamado conscrito) não está ainda atado ao dever militar.
Tentativa: Não é possível tentativa, uma vez que conduta ser omissiva e de mera conduta.
Tipicidade indireta: como o delito de insubmissão (art. 183, do CPM) somente pode ser
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perpetrado por um civil com a especial condição de convocado, para se ter a completa compreensão da
sua tipicidade, deve-se verificar o inc. III, nos termos do inc. I, do art. 9º do CPM.
Ação penal: pública incondicionada. Porém só ocorre após a prévia incorporação do
civil para que seja desencadeada a ação penal (sendo sua condição de procedibilidade).
DESERÇÃO
Tipo penal:
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que
deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial a pena é agravada.
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou
férias;
II - deixa de se apresentar à autoridade competente, dentro do prazo de oito dias,
contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é
declarado o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de 8 (oito) dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando
incapacidade.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): o serviço militar, afetado pelo fato do agente
não esta presente. A pena da deserção é de 06(seis) meses a 02(dois) anos, sendo agravada se o infrator
for oficial. Incorrendo na mesma pena o militar da ativa que incidir nos casos previstos no art. 188, do
CPM.
Sujeito Ativo: o militar da ativa (tanto na esfera federal, como na estadual) sendo esta a
sua condição de procedibilidade. É delito de mão própria não admite coautoria.
Sujeito Passivo: a Instituição Militar.
Elemento Objetivo: “ausentar-se”, afastar-se de estar no lugar em que devia por
imposição do dever e do serviço militar, obrigação constituída sob forma de escala ou sob forma de
ordem específica (escrita ou oral).
A deserção se consuma quando se ultrapassa o prazo de graça (oito dias), conforme o
arts. 187 sendo o mesmo entendimento para o art. 188, I, II e III, do CPM, compreendendo o lapso
temporal “dentro de oito dias”, como período que ultrapassar 08(oito) dias da data e que deixou de se
apresentar ao término de trânsito, férias ou licença.
transferência do militar for para órgão de considerável distância daquele em que serve
antes da movimentação”. Como nas Forças Armadas e, ressalvada as disposições legais
peculiares das demais Corporações Militares Estaduais, temos para os policiais militares e
bombeiros militares do Piauí o que dispõe na Lei Estadual nº 3.808, em seu art. 62, inciso
IV, que fixa em 30 (trinta) dias o período de trânsito.
Férias: “ é o regulamentar afastamento, daquele que, após período aquisitivo, faz jus ao
direito constitucional grafado no art. 7º, XVII, da CF, ratificado pelo inciso VIII, do §3º,
do art. 142, e art. 42, §1º, também na Lei Maior”. Não diferente das Forças Armadas e
demais Corporações Militares Estaduais, temos para os policiais militares e bombeiros
militares do Piauí o que dispõe na Lei Estadual nº 3.808, em seu art. 61, caput, que fixa a
concessão em 30 (trinta) dias consecutivos dias de férias regulamentares.
Licença: “é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário,
concedida ao militar, obedecidas as disposições legais e regulamentares”. Como nas
Forças Armadas e, ressalvada as disposições legais peculiares das demais Corporações
Militares Estaduais, temos para os policiais militares e bombeiros militares do Piauí o que
dispõe na Lei Estadual nº 3.808, em seu art. 64, os tipos de licenças concedidas aos seus
integrantes como – licença especial, licença para tratar de interesse particular, licença
para tratamento de saúde de pessoa da família e licença para tratamento de saúde
própria. Temos ainda outros afastamentos temporários, compreendidos como licença, tais
como - núpcias, luto e instalação, cuja não apresentação ao seu termino poderá também
resultar também em conduta subsumida de deserção, nos termos do art. 188, I, do CPM.
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Temos por fim, no art. 188, a estranha situação do inciso IV, uma espécie de “modalidade
autônoma do delito de deserção”, que por equívoco legislativo, consoante preleciona com sábia razão
Célio Lobão não deveria se configurar como deserção, mas como uma fraude de prontidão em que o
militar simula (finge, disfarça) incapacidade (física ou mental) para passar para a inatividade (o militar de
carreira) ou ser excluído do serviço ativo (aquele que cumpre serviço militar obrigatório), para Célio
Lobão, não se lavraria o Termo (ou Instrução Provisória) de Deserção, por não se ter a contagem de
08(oito) dias, mas pertinente Inquérito Policial Militar, para que se comprove a simulação ou a geração de
incapacidade, inclusive com perícias médicas.
Já Jorge César de Assis discordando de Célio Lobão entende, que embora não haja ausência
por não haver contagem, deve neste caso do inciso IV, do art. 188, ser lavrado diretamente o Termo de
Deserção, logo no momento em que for conhecida a fraude, ainda que o sujeito ativo esteja presente a
esse ato, postulando, que se a exclusão ou agregação já estiver sido efetivada, “o Termo de Deserção
deverá ser lavrado de imediato, mesmo que as autoridades saibam onde o autor se encontra, ficando ele
desertor, desde logo, sujeito à prisão”.
Além das modalidades de deserção previstas nos arts. 187 e 188, temos as dos arts. 190 e
192, do CPM, senão vejamos:
Aumento de pena
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e
de metade, se oficial.
Em regra, na Polícia Militar temos a incidência do referido crime apenas na segunda parte
deste dispositivo – “do deslocamento da unidade ou força em que serve”.
Temos, por fim, que na ocorrência da deserção do art. 192, do CPM, para a consecução
da Instrução Provisória de Deserção será lavrado instantaneamente, de plano, logo, Termo de Deserção,
após a não apresentação, de forma que além deste ato, serão realizados outros pertinentes a depender do
lapso temporal verificado.
Temos nessa modalidade a consumação do crime de deserção, por militar da ativa, com o
transcurso de oito dias após prática de crime para evitar prisão ou evasão do poder de escolta ou do
recinto de detenção ou de prisão.
Somente ocorrerá a deserção do art. 192, se o militar continuar ausente depois de
transcorrido o prazo de graça, nos moldes do que ocorre na hipótese do art. 187, do CPM.
Embora seja delito formal, que se consuma num determinado momento, os efeitos da
deserção perduram no tempo, motivo pelo qual a doutrina e a jurisprudência consideram-na, também,
um crime instantâneo, de efeitos permanentes, estando infrator em constante estado de flagrância (na
forma do que dispõe o art. 243, do CPPM), que cessa quando da sua apresentação voluntária ou
captura, ou decorrido o prazo da prescrição, esta que extingue sua punibilidade quando o desertor
atinge a idade de 45 anos se praça e se oficial 60 anos, na forma do que dispõe o art. 132, do CPM.
Tipicidade indireta: Por poder ser praticado apenas por militar da ativa, sua
compreensão está descrita no entendimento do inciso I, segunda parte, do art. 9º, do CPM, bastando
que os elementos do tipo estejam na Parte Especial deste Código.
ABANDONO DE POSTO
Tipo penal:
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
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Sujeito Ativo: o militar da ativa (ou o da ativa por equiparação), que de serviço em
posto (fixo ou móvel), em um lugar delimitado ou em execução de tarefa específica.
Tipicidade indireta: Por poder ser praticado, apenas por militar da ativa (ou da ativa
por equiparação), sua compreensão está descrita no entendimento do inciso I, segunda parte, do art.
9º, do CPM, bastando que os elementos do tipo estejam na Parte Especial deste Código.
OBS:
Para a configuração do delito o autor deixa o posto (local de serviço ou o próprio serviço)
sem ordem superior. Caso haja a anuência do superior, ou de autoridade competente, não haverá
tipicidade objetiva para o fato, uma vez que não estará havendo o abandono que, nos termos exigidos
para o delito, pressupõe a clandestinidade ou não autorização por quem de direito.
Ex1: Militar (Oficial de Dia, Cmt de Policiamento, Sargento de Dia Sentinela etc) que
abandona o seu serviço ou quarto de hora, sem a devida autorização para ir para lugar estranho ao serviço
(para casa, faculdade, festa etc).
Ex2: o policial militar que tem uma área geográfica onde deva realizar patrulhamento
motorizado (subsetor, consoante escala ou cartão programa ou ordem verbal do Cmt do Policiamento) ou
a pé e dela se afasta.
No abandono de posto há sempre uma área geográfica delimitada, com menor
amplitude(posto) ou maior amplitude (lugar de serviço).
Há também atividades que não se desenvolvem em espaços demarcados, mas em
cumprimento de determinadas tarefas inerentes à função desempenhada, situação em que não se falará em
abandono de posto ou de lugar de serviço, mas sim em abandono de serviço antes de termina-lo.
Para que o militar abandone o serviço, deve primeiro assumi-lo e depois não pôr
termo a sua missão. A situação em que o militar não cumpre a ordem direta de assumir o serviço e deixa
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a unidade não configurará abandono de serviço (nem de posto ou de lugar de serviço), mas poderá
configurar outro delito, como a recusa de obediência (art. 163, do CPM).
O tempo mensurado para o abandono de posto é irrelevante, não importando, se o
abandono de posto (ou lugar de serviço) tenha sido pelo lapso temporal de cinco ou de cinquenta minutos,
por exemplo, bastando que o ato (abandono) tenha existido.
DESCUMPRIMENTO DE MISSÃO
Tipo penal:
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Sujeito Ativo: o militar da ativa e o inativo, desde que equiparado a militar da ativa (art.
12, do CPM). Crime de mão própria não admite coautoria.
Tipicidade indireta: Por poder ser praticado apenas por militar da ativa ou inativo,
este desde que equiparado a militar da ativa (art. 12, do CPM), sua compreensão está descrita no
entendimento do inciso I, segunda parte, do art. 9º, do CPM, bastando que os elementos do tipo
estejam na Parte Especial deste Código.
EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO
Tipo penal:
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Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): o dever militar e o serviço militar, em risco
pela presença de um integrante embrigado.
Sujeito Ativo: o militar da ativa e o inativo, desde que equiparado a militar da ativa
(art. 12, do CPM). Crime de mão própria não admite coautoria. O militar que instigar o agente a
embriagar-se responderá por incitamento ou apologia (art. 155 e 156, do CPM), sendo que o civil ao
incitar o militar federal responderá na esfera militar federal e se o incitador for inativo, responderá (art.
53, §1º, primeira parte, do CPM).
Tipicidade indireta: Por poder ser praticado apenas por militar da ativa ou inativo,
este desde que equiparado a militar da ativa (art. 12, do CPM), sua compreensão está descrita no
entendimento do inciso I, segunda parte, do art. 9º, do CPM, bastando que os elementos do tipo
estejam na Parte Especial deste Código.
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DORMIR EM SERVIÇO
Tipo penal:
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às
máquinas, ou leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Sujeito Ativo: o militar da ativa ou inativo equiparado a militar da ativa (art. 12, CPM),
quando de serviço.
Tipicidade indireta: Por poder ser praticado apenas por militar da ativa ou inativo,
este desde que equiparado a militar da ativa (art. 12, do CPM), sua compreensão está descrita no
entendimento do inciso I, segunda parte, do art. 9º, do CPM, bastando que os elementos do tipo
estejam na Parte Especial deste Código.
OBS: Não constitui o crime de dormir em serviço, dormir no quartel durante estado de
prontidão.
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militares contra as Forças Armadas e Justiça Militar da União e seu respectivos membros. Já a definição
para crime militar na esfera estadual, tem a competência para processo e julgamento no art. 125, §4º da
CF/88, aplicando-se, portanto, o disposto no inciso III, do art. 9º, do CPM, para se definir em quais casos
vai ocorrer o crime militar, neste caso específico, se contra as forças armadas e a Súmula 53, do STJ, c/c
o art. 125, §4º, se contra as instituições militares estaduais,
O art. 124, da CF/88, em seu teor, não discrimina quem é o sujeito ativo, podendo ser
civil, militar, ativo ou inativo . O que não ocorre, no art. 125, §4º, ao delimitar, pelos critérios ratione
materiae e ratione personae, o seu raio de ação aos militares estaduais e do Distrito Federal, no
processamento dos crimes militares.
Como se sabe, prescreve a Carta Magna que “à Justiça Militar compete processar e julgar
os crimes militares definidos em lei” (artigo 124). Vê-se, portanto, que a Justiça Militar Federal tem
sua competência delimitada ratione materiae, ou seja, incumbe-lhe, sem exceções, julgar os delitos
castrenses definidos em lei, sejam estes praticados por militares da ativa, da reserva, reformados ou por
civis, apontando-se, em relação aos inativos e aos civis, que, nos exatos termos do inciso III do artigo 9º,
sua conduta deve ter por finalidade ofender as Instituições Militares.
“b) por militar da ativa, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva ou reformado ou civil.”
Requer o dispositivo agora que o local onde ocorreu o delito esteja sujeito à
administração militar.
Lugar sujeito à administração militar é o espaço físico em que, necessariamente, as
Forças Armadas, as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares realizam suas atividades, como
quartéis, aeronaves e navios militares ou mercantes em serviço militar, fortalezas, estabelecimentos de
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ensino militar, campos de prova ou treinamento etc. e também o que, na forma da lei, se encontrar sob a
administração militar.
Não se considera, entretanto, lugar sujeito à administração militar a casa nele situada,
como a cedida a oficiais e praças para residência, nas chamadas vilas militares, por força do inciso
XI do art. 5º, da Constituição Federal: "A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial". Parte da doutrina e da
jurisprudência considera o interior de uma viatura policial como sendo extensão do lugar sob a
administração militar.
Em virtude desse mandamento constitucional, a administração não penetra no interior das
casas referidas, não interfere na privacidade dos lares, conforme tem decidido a jurisprudência dominante.
Ex1: Um soldado da PM (ou BM), de folga, ao agredir com socos e pontapés um outro
soldado da PM (ou do BM), também de folga, em lugar sujeito à administração militar, ocasionando-lhe
lesões corporais, cometerá o crime capitulado no art. 209 do CPM pois segundo entendimento do STJ
(Superior Tribunal de Justiça, Órgão de 3º Grau de Jurisdição para a esfera estadual e do Distrito
Federal), teria crime militar, dado o haver prejuízo à Instituição Militar Estadual.
Ex2: Um Sargento, de folga, no interior do 2º BPM, ao manusear indevidamente sua pistola
particular, calibre .40, efetua disparo acidental que atinge um estagiário civil que trabalhava como
telefonista. Em decorrência do disparo que atingiu-lhe o tórax, o meio veio a falecer. (crime militar,
perante a Justiça Militar Estadual - circunstância do inciso II, b), do art. 9º, do CPM – se em lugar sujeito
a administração militar, será crime militar. Se não for em lugar sujeito e estando de folga, será crime
comum e não crime militar) - critério ratione loci.
Ex3: Um soldado da ativa do Exército, mesmo de folga, ao agredir com socos e pontapés
um soldado inativo Exército ou um civil, dentro da área sob administração militar, praticará crime militar
capitulado no art. 209 do CPM (crime militar, perante a Justiça Militar da União). Circunstância do inciso
II, b), do art. 9º, do CPM – se em lugar sujeito a administração militar, será crime militar. Se não for em
lugar sujeito, estando de folga, será crime comum) – critério ratione loci.
Ex4: Um soldado da ativa da PM (ou BM), mesmo de folga, ao agredir com socos e
pontapés um soldado PM (ou BM) inativo ou um civil, dentro da área sob administração militar, praticará
crime militar capitulado no art. 209 do CPM (crime militar, perante a Justiça Militar da União).
Circunstância do inciso II, b), do art. 9º, do CPM – se em lugar sujeito a administração militar, será crime
militar. Se não for em lugar sujeito, estando de folga, será crime comum) - critério ratione loci.
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pontapés um outro soldado da PM (ou do BM), da ativa, de folga (ou de serviço, ou inativo) ocasionando-
lhe lesões corporais, praticará crime capitulado no art. 209 do CPM. (crime militar, conforme, inciso II, c)
do art. 9º, do CPM) - critério racione labore.
Ex2.: Uma guarnição do 1º BPM composta de um sargento e dois soldados, ao se deparar
com um roubo a banco no centro de Teresina, é recebida com disparos de arma de fogo efetuados pelos
meliantes, e, ao final da ocorrência, defendendo-se da ação dos marginais, os Policiais Militares
conseguem alvejar um dos meliantes que veio a falecer no hospital. (crime militar, conforme, inciso II, c)
do art. 9º, do CPM) - critério racione labore.
"d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva ou
reformado ou civil.”
Em face do que já foi esclarecido com relação às outras alíneas, só comporta dois
comentários: 1º de que por período de manobras ou exercício deve ser o entendido como o do tempo real
da manobra ou exercício; 2º a mesma incoerência ocorrida na alínea anterior observa-se nesta, quando diz
: "por militar durante o período de manobras ou exercício"; ora, difícil conceber um militar de folga
fazendo parte de manobras ou exercícios.
Ex.: Durante exercícios de maneabilidade no Parque da Cidade, um soldado do BPA
(Batalhão de Polícia Ambiental) atinge um civil, que pescava no rio, com um disparo a esmo de fuzil,
ocasionando-lhe lesões na perna.
“e) por militar da ativa contra o patrimônio sob a administração militar ou contra a
ordem administrativa militar."
Nesta alínea não constitui condição que o militar esteja em serviço; basta que esteja no
serviço ativo. Trata-se agora de um militar, ainda que de folga, que pratique um crime contra o patrimônio
sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar.
Patrimônio sob a administração militar não é somente o complexo de bens pertencentes às
Forças Armadas, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, mas quaisquer bens sob a referida
administração, como, por exemplo, veículos e máquinas de propriedade de pessoas físicas ou
jurídicas cedidos ou locados para determinados fins etc.
Crimes contra o patrimônio sob a administração militar são os previstos no Título V do
Livro I da Parte Especial do CPM, com a epígrafe "Dos crimes contra o patrimônio", como os de furto
simples (art. 240), estelionato (art. 251), apropriação indébita (art. 248), receptação (art. 254), etc.
No que se refere à última parte desse dispositivo, que trata da "ordem administrativa
militar" é a administração militar propriamente dita. Assim, os crimes contra a ordem
administrativa militar são os elencados nos Títulos VII (Dos crimes contra a administração militar)
e VIII (Dos crimes contra a administração da Justiça Militar) do Livro I da Parte Especial do
CPM, como os de peculato (art. 303), corrupção passiva (art. 308), prevaricação (art. 319), etc.
Veremos agora o inciso III, cujos agentes agora são o militar da reserva, o reformado e o
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civil, desde que praticados contra as instituições militares, nas hipóteses compreendidas nas quatro
alíneas do mesmo inciso e nas hipóteses dos incisos I e II. Observa-se que o militar da reserva, reformado
ou civil estão sujeitos a praticar crime propriamente militar ou crimes militares impróprios, conforme o
caso os quais veremos a seguir:
"III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do
inciso II, nos seguintes casos:"
O crime militar, se contra as Instituições Militares (federais, ou seja, FFAA), por
interpretação extensiva in genere, do disposto no art. 124, da CF e art. 9º, I, do CPM, terceira parte
( “qualquer que seja o agente”), civis só praticarão crime militar nas circunstâncias do inciso III, do art.
9º, do CPM.
Já esfera estadual (contra as Instituições Militares estaduais, ou seja, PPMM e
BBMM) por exclusão tácita dos civis no polo ativo, verificada no teor do art. 125, §4º, da CF,
primeira parte, e conforme Súmula 53, do STJ, os civis se intentarem contra as instituições militares
estaduais não cometerão crime militar e sim contravenção penal ou crime comum.
“b) em lugar sujeito à administração militar, contra militar da ativa ou contra servidor
público das instituições militares ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo.”
Trata a alínea "b" dos crimes praticados pelos mesmos agentes (militar da reserva,
reformado ou civil), contra militar da ativa ou contra servidor público das instituições militares ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo
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De acordo com o art. 27, do CPM, para o efeito da aplicação deste Código, consideram-se
servidores da Justiça Militar os juízes, os servidores públicos e os auxiliares da Justiça Militar.
Assim exemplificando:
Ex1: Um civil, que desempenha suas funções numa unidade militar, culminar por causar
lesões corporais num oficial de justiça da Justiça Militar que comparecer naquela unidade para citá-lo.
Ex2: Um Sargento reformado que comparece a Unidade Militar para resolver problema de
seu particular interesse, e desacata um militar que ali trabalhava como atendente.
Ex3: Um soldado do Exército, inativo, ao agredir com socos e pontapés um outro soldado
do Exército, da ativa, de folga, ocasionando-lhe lesões corporais, praticará, em tese, crime militar
capitulado no art. 209 do CPM (para ser crime militar, perante a Justiça Militar da União,tem que se
verificar a circunstância do art. 9º, no caso, incisos I e II se tiver na condição do art. 12 – militar da ativa
por equiparação, se não tiver, só será crime militar observadas as alíneas do inciso III, do art. 9º do CPM
e se não tiver nas condições desse inciso, nem na condição do art. 12 e incisos I e II, do art. 9º, do CPM,
será crime comum). Pois de conformidade com o art. 22, do CPM, que complementa o art. 9º, do CPM,
para os militares federais, será considerado civil, desde que não esteja nas condições do art. 12, do CPM
(militar da ativa por equiparação).
Ex4: Um soldado da PM, inativo, ao agredir com socos e pontapés um outro soldado da
PM ou mesmo do BM, também inativo, ocasionando-lhe lesões corporais, praticará, em tese, crime militar
capitulado no art. 209 do CPM, ou então será crime comum. (para ser crime militar, da competência da
Justiça Militar Estadual, tem que se verificar a circunstância do art. 9º, no caso, incisos I e II se tiver o
inativo na condição do art. 12 – militar da ativa por equiparação, se não tiver nessa condição, só será
crime militar observadas as alíneas do inciso III, do art. 9º do CPM e se não tiver nas condições desse
inciso, será crime comum). Ou seja, em observância aos arts 42 e 125, §4º, da CF, para os militares
dos estados, será crime militar desde que o inativo esteja nas condições do art. 12, do CPM (militar
da ativa por equiparação), para os incisos I e II, ou nos casos das circunstâncias do inciso III, do
art. 9º, do CPM).
O crime militar, se contra as Instituições Militares (federais, ou seja, as FFAA), por
interpretação extensiva in genere, do disposto no art. 124, da CF e art. 9º, I, do CPM, terceira parte
(“qualquer que seja o agente”), civis, estes apenas na esfera federal, que em regra (ou seja, temos o
ressalvado no art. 53, do CPM, onde poderemos ter a hipótese do civil como coautor em alguns crimes
propriamente militares), praticarão crime militar nas circunstâncias do inciso III, do art. 9º, do CPM
Já esfera estadual (contra as Instituições Militares estaduais, ou seja, PPMM e BBMM) por
exclusão tácita dos civis no polo ativo, verificada no teor do art. 125, §4º, da CF, primeira parte, e
conforme Súmula 53, do STJ, os civis se intentarem contra as instituições militares estaduais não
cometerão crime militar e sim contravenção penal ou crime comum.
Entendeu o legislador acertadamente que a jurisdição militar deve estender-se também nos
casos em que o militar deva, por dever, afastar-se de sua unidade. Vejamos as diversas situações:
“d) “ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem
pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em
obediência a determinação legal superior."
Esse dispositivo é de uma amplitude por demais abrangente, pois abrange, inúmeras
situações em que não predomine sua natureza militar. Assim em sua primeira parte, compreende a
situação do militar da reserva, reformado ou civil, que pratique crime contra militar em função de
natureza militar, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar.
Na sua segunda parte compreende as situações que não sejam de natureza militar e sim de
natureza policial-militar. Em situações anormais, as Forças Armadas podem ser convocadas ou
requisitadas para a preservação da ordem pública (a GLO), como, por exemplo, no estado de sítio,
calamidade pública etc. Finaliza o dispositivo na hipótese do militar estar cumprindo ordem legal
superior.
Prevê o dispositivo uma terceira hipótese: nesse caso, o militar estaria exercendo uma
função que não seria nem de natureza militar nem policial-militar. Apenas requer-se que a ordem superior
seja legal.
Vimos, portanto, nesse inciso, as diversas hipóteses em que o militar da reserva, reformado
ou o civil está sujeito à jurisdição militar, quando são sujeitos ativos de crime.
Da análise do dispositivo legal, verifica-se (nos incisos I e II) que para existir o crime
militar nem sempre bastará que o autor seja militar praticando fato previsto como crime no CPM. Será
necessário, além da previsão de um delito tipificado no CPM, algumas condições ou situações objetivas
quanto às circunstâncias da pessoa, do lugar e do tempo, sem as quais poderá existir um crime de
natureza comum, mas nunca um crime militar.
DESACATO A SUPERIOR
Tipo penal:
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou comandante da
unidade a que pertence.
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a administração militar que tem sua
autoridade ali representada desrespeitada, humilhada, a ordem administrativa, a hierarquia e a
disciplina abaladas.
Segundo o saudoso Nelson Hungria, desacato a superior é “qualquer palavra ou ato que
redunde vexame, humilhação, gestos obscenos, gritos agudos, etc.”
OBS: O civil em companhia de outro militar inferior hierárquico que cometer o crime
de DESACATO A SUPERIOR, do art. 298, figurará no polo ativo como coautor
eventual, deste crime, ex vi art. 53, §1º, do CPM). Já se esse civil estiver sozinho, aí
cometerá com autor o crime militar de DESCATO A MILITAR, do art. 299, do
CPM). Caso o desacato praticado for contra civil a serviço da Instituição Militar
(federal) em lugar sob administração militar, incorrerá o civil no crime de desacato a
servidor público, previsto no art. 300 do CPM.
Elemento subjetivo: o dolo, a vontade livre e consciente de proferir palavra ou praticar ato
injurioso e, o especial a fim é desprestigiar a autoridade do superior hierárquico.
Tentativa: Não é possível, por ser crime unissubsistente, ou seja, é realizado num só ato.
OBS: A ofensa tem que acontecer na presença do superior ofendido (sujeito passivo),
mesmo que ele ofensor não veja o ofendido.
Caso não seja na sua presença, será injúria.
O crime não pode ser praticado por telefone, no entanto, parte da doutrina defende que
poderá ser por escrito se dirigidas as palavras escritas e ultrajantes especialmente ao superior (no
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exercício da função).
Tipicidade indireta: pode ser praticado por qualquer que seja o agente (terceira parte, do
inciso I, art. 9º) – militar da ativa ou inativo revertido para a atividade (nos termos do art. 12, do CPM),
com a subsunção do fato ao tipo penal da parte especial, buscada nas alíneas do inciso II, do art. 9º. Com
a ressalva do caso de concurso (coautoria) eventual inativo não revertido, estes últimos cuja subsunção
está na complementação buscada nas alíneas do inciso III, do art. 9º. Exceto os da reserva não remunerada
(Ex. Reservistas de 1ª classe, Oficiais da Reserva não-remunerada – R-2).
OBS: Servem para o entendimento deste delito, considerações feitas nos crimes de
violência contra superior (art. 157) e desrespeito a superior (art. 160), quanto às
hipóteses art. 47, I e II e do art. 53, do CPM.
Tipo penal:
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a administração militar que tem sua
autoridade ali representada desrespeitada, humilhada, a ordem administrativa abalada.
Sujeito Ativo: na esfera federal é qualquer pessoa, inclusive o militar (da ativa ou
inativo). Já na esfera estadual apenas o militar estadual (da ativa ou inativo). Neste crime podemos
ter o inverso do que ocorre com o desacato a superior, onde o superior poderá desacatar seu inferior
hierárquico, deste que este último esteja em serviço ou no desempenho da função.
Elemento subjetivo: o dolo, a vontade livre e consciente de proferir palavra ou praticar ato
injurioso e, o especial a fim é desprestigiar a autoridade e a ordem administrativa ali representadas.
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Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso I, primeira parte, do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com uma das
alíneas do inciso II, podendo ser as alíneas “a”, “c” ou “e”, que subsume fato praticado por militar da
ativa (ou militar revertido para a atividade empregado na administração militar), atingindo a própria
Instituição Militar. A complementação deve-se ao fato de o tipo penal em estudo possuir previsão no
Código Penal comum, embora definido de modo diverso, especificamente no art. 331, do CP. Já se o
delito foi cometido por civil (este na esfera federal) e/ou se em concurso com militar da ativa ou por
inativo (não revertido para atividade), a complementação deve ser buscada nas alíneas “b”, “c” e “d” do
inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, atenta diretamente contra a própria
Instituição Militar, afetando a sua regularidade administrativa. O civil, no entanto, responderá na Justiça
Comum, se praticado contra a Instituição Militar estadual, consoante dispõe a Súmula 53, do STJ, pelo
crime comum de desacato, na figura do art. 331, do CP.
OBS: Servem para o entendimento deste delito, as considerações feitas no crime de
violência contra militar de serviço (art. 158, do CPM).
Tipo penal:
Objetividade Jurídica (ou bem tutelado): a administração militar que sua ordem
administrativa atingida pelo descumprimento de uma norma ou ordem. O descumprimento é
praticado por militar fora do serviço ou do desempenho de sua função. Difere da Recusa de obediência
(art. 163, do CPM) e do Motim (art. 149, do CPM), uma vez que estes compõem o rol dos crimes de
insubordinação e se referem a descumprimento de ordem quanto a matéria de serviço, o seu cometimento
implica em prejuízo à autoridade e a disciplina militares.
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Crime impropriamente militar: definido de modo diverso na lei penal comum (Código
Penal, art. 330).
Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso I, primeira parte, do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com uma
das alíneas do inciso II, podendo ser as alíneas “a”, “c” ou “e”, que subsume fato praticado por militar
da ativa (ou militar revertido para a atividade empregado na administração militar), atingindo a própria
Instituição Militar. A complementação deve-se ao fato de o tipo penal em estudo possuir previsão no
Código Penal comum, embora definido de modo diverso, especificamente no art. 330, do CP. Já se o
delito foi cometido por civil (este na esfera federal) e/ou se em concurso com militar da ativa ou por
inativo (não revertido para atividade), a complementação deve ser buscada nas alíneas “a”,”b”, “c” e
“d” do inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, atenta diretamente contra a própria
Instituição Militar, afetando a sua regularidade administrativa. O civil, no entanto, responderá na Justiça
Comum, se praticado contra a Instituição Militar estadual, consoante dispõe a Súmula 53, do STJ, pelo
crime comum de desobediência, na figura do art. 330, do CP.
Tipo penal:
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo
em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão de três a quinze anos.
Crime impropriamente militar: descrito de diverso na lei penal comum (Código Penal,
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art. 312).
Ação penal: Pública incondicionada.
Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso I, primeira parte, do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com a
alínea “a” do inciso II, que subsume o fato praticado por militar da ativa (ou militar revertido para a
atividade empregado na administração militar), atingindo a própria Instituição Militar. A complementação
deve-se ao tipo penal em estudo possuir previsão no Código Penal comum, embora definido de modo
diverso, especificamente no art. 312, do CP. Já se o delito foi cometido por civil (este na esfera federal),
e/ou se em concurso com militar da ativa ou por inativo (não revertido para atividade), a complementação
buscada na alínea “a”, do inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, atenta diretamente
contra a própria Instituição Militar, afetando a sua regularidade administrativa. O civil, no entanto,
responderá na Justiça Comum, se praticado contra a Instituição Militar estadual, consoante dispõe a
Súmula 53, do STJ, pelo crime comum de desobediência, na figura do art. 312, do CP.
Tipo penal:
Art. 305. Exigir para si ou para outrem direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Sujeito Passivo: a administração militar ofendida pela ação do agente, que exerce uma
função pública, atinge a moralidade administrativa, incrustada no caput do art. 37, da CF.
Elemento Objetivo: “exigir” vantagem indevida, mesmo fora da função, mas em razão
da função pública. A concussão é uma espécie de extorsão, só que praticada pelo agente público.
Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso II do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com uma das alíneas do referido
inciso, podendo ser as alíneas “b” “c” ou “e”, que subsume o fato praticado por militar da ativa (ou
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militar revertido para a atividade empregado na administração militar), geralmente contra civil. A
complementação pelo inciso II, de notar, deve-se ao tipo penal em estudo possuir igual definição no
Código Penal comum, especificamente no art. 316, do CP. Já se o delito foi cometido por civil (este na
esfera federal), e/ou se em concurso com militar da ativa ou por inativo (não revertido para atividade), a
complementação deve ser buscada nas alíneas “a” e “d” do inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente,
neste caso, atenta diretamente contra a própria Instituição Militar, afetando a sua regularidade
administrativa. . O civil, no entanto, responderá na Justiça Comum, se praticado contra a Instituição
Militar estadual, consoante dispõe a Súmula 53, do STJ, pelo crime comum de desobediência, na figura
do art. 316, do CP.
Tipo penal:
Art. 308. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos.
Sujeito Ativo: na esfera federal é o agente publico (civil ou militar) que recebe ou
aceita a vantagem. Na esfera estadual apenas o militar poderá praticar.
Sujeito Passivo: a administração militar ofendida pela ação do agente, que ao receber e
aceitar a vantagem atinge a moralidade administrativa, incrustada no caput do art. 37, da CF.
Consumação: por ser delito formal, consuma-se com a simples solicitação. Exige a
iniciativa do corruptor, já que o corrompido apenas recebe a vantagem indevida ou aceita a promessa de
tal vantagem, jamais a solicita.
Crime impropriamente militar: descrito idêntico na lei penal comum (Código Penal,
art. 317), variando do CPM, que não prevê aplicação de “multa” para o delito, prevendo o art. 308,
apenas a pena de reclusão de 02(dois) a 08(oito) anos.
Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso II do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com uma das alíneas do referido
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inciso, podendo ser as alíneas “b” “c” ou “e”, que subsume fato praticado por militar da ativa (ou militar
revertido para a atividade empregado na administração militar), geralmente contra civil. A
complementação deve-se ao tipo penal em estudo possuir previsão no Código Penal comum, de modo
idêntico no art. 317. Já se o delito foi cometido por civil (este na esfera federal), e/ou se em concurso com
militar da ativa ou por inativo (não revertido para atividade), a complementação deve ser buscada nas
alíneas “a” e “d” do inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, atenta diretamente contra a
própria Instituição Militar, afetando a sua regularidade administrativa. . O civil, no entanto, responderá na
Justiça Comum, se praticado contra a Instituição Militar estadual, consoante dispõe a Súmula 53, do STJ,
pelo crime comum de desobediência, na figura do art. 317, do CP.
Tipo penal:
CPM - Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática,
omissão ou retardamento de ato funcional.
Pena - reclusão, até oito anos.
Sujeito Ativo: na esfera federal poderá ser qualquer pessoa (civil ou militar) que der
oferecer, ou prometer dinheiro ou vantagem indevida.
Elemento subjetivo: o dolo, a vontade livre de receber a vontade dar, oferecer ou prometer
dinheiro ou vantagem indevida, porém em troca de vantagem decorrente do dever funcional do agente
público.
Consumação: ao dar, oferecer e prometer, mesmo que o agente público não aceite,
existindo apenas a figura do corruptor.
Crime impropriamente militar: descrito diverso na lei penal comum (Código Penal,
art. 333), variando também pelo fato da pena ser de 02(dois) a 12(doze) anos de reclusão e multa.
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Tipicidade Indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito, deve-
se verificar o inciso I, primeira parte, do art. 9º do CPM, complementando a tipicidade com uma
das alíneas “b” “c” ou “e”, do inciso II, do art. 9º do CPM, que subsume fato praticado por militar da
ativa (ou militar revertido para a atividade empregado na administração militar), atingindo a própria
Instituição Militar. A complementação deve-se ao tipo penal em estudo possuir previsão no Código Penal
comum, embora definido de modo diverso, especificamente no art. 333, do CP. Já se o delito foi cometido
por civil-corruptor (este na esfera federal) e/ou se em concurso com militar da ativa ou por inativo (não
revertido para atividade), a complementação deve ser buscada nas alíneas “a”,”b” e “d” do inciso III, do
art. 9º do inciso III, do art. 9º, lembrando que o agente, neste caso, atenta diretamente contra a própria
Instituição Militar, afetando a sua regularidade administrativa. O civil, no entanto, responderá na Justiça
Comum, se praticado contra a Instituição Militar estadual, consoante dispõe a Súmula 53, do STJ, pelo
crime comum de desobediência, na figura do art. 333, do CP.
Tipo penal:
CPM - Art. 319. Retardar ou deixar de praticar indevidamente, ato de ofício ou praticá-
lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Sujeito Ativo: na esfera federal será o agente público (civil ou militar) que retardar ou
deixar de praticar, indevidamente ato que em virtude da função tinha por obrigação legal de fazer.
Elemento Objetivo: “retardar” ou “deixar de praticar”, ato que tinha por obrigação
legal de fazer para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Elemento subjetivo: o dolo, a vontade livre de retardar ou deixar de fazer obrigação legal
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
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Crime impropriamente militar: descrito de modo idêntico na lei penal comum (Código
Penal, coincidentemente também no art. 319).
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Dentre as várias alterações trazidas pela Lei nº. 14.688/2023, também destacamos:
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REFERÊNCIAS
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jurisprudência dos tribunais militares e tribunais superiores./6ª Ed. (ano 2007). 1. reimp.,
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ASSIS. Jorge César de. A Lei 13.491/17 e a alteração no conceito de crime militar: primeiras
impressões – primeiras inquietações, Disponível em:
<https://www.observatoriodajusticamilitar.info/single-post/2018/01/18/A-Lei-1349117-e-a-
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em: 06 mar. 2018.
BRASIL. Código Penal. Presidência da República Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>.
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Jurídicos. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm>. Acesso
em 18 março 2022.
BRASIL. Código de Processo Penal. Presidência da República Casa Civil. Subchefia para
Assuntos Jurídicos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm>. Acesso em 18 março 2022.
BRASIL. Código de Processo Penal Militar. Presidência da República Casa Civil. Subchefia
para Assuntos Jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del1002.htm>. Acesso em 18 março 2022.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da República
Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 18 março
2022.
BRASIL. Decreto-Lei nº 3.688, de 03/10/1941. Lei das Contravenções Penais. Presidência da
República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del3688.htm#:~:text=Provocar%20tumulto%2
0ou%20portar%2Dse,a%20dois%20contos%20de%20r%C3%A9is.>. Acesso em 22 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.455, de 07/04/1997. Define os crimes de tortura e dá outras providências.
Presidência da República Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
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ura,Art.>. Acesso em 22 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.826, de 22/12/2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de
armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá
outras providências. Presidência da República Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm>. Acesso em 22 nov.
2020.
BRASIL. Lei nº 11.343, de 23/08/2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Presidência da
Presidência da República Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm >. Acesso em 22 nov.
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2020.
BRASIL. Lei nº 13.869, de 05/11/2020. Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade.
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BRASIL. Lei nº 13.774, de 19/12/2018. Altera a Lei nº 8.457, de 4 de setembro de 1992, que
“Organiza a Justiça Militar da União e regula o funcionamento de seus Serviços Auxiliares”.
Presidência da República Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13774.htm >. Acesso em 06
fev. 2021;
BRASIL. Lei nº 14.688, de 20/09/2023. Altera o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969
(Código Penal Militar), a fim de compatibilizá-lo com o Decreto-Lei nº2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), e com a Constituição Federal, e a Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990
(Lei dos Crimes Hediondos), para classificar como hediondos os crimes que especifica. Diário
Oficial da UNIÃO Nº 181, de 21-03-2023. Seção 1. p.5. Disponível em: <
https://www.jusbrasil.com.br/diarios/1264070201/dou-secao-1-21-09-2023-pg-5>. Acesso em
30 set. 2023;
COSTA, Edmar Monteiro. CPM anotado. 2. ed. Rio de Janeiro: Letras e Versos, 2022;
FIGUEIREDO, Ricardo Vergueiro. Org. Código Penal Militar. Código de Processo Penal
Militar. Códigos e Legislação. 16 ed. São Paulo: Rideel, 2018.
FOUREAUX, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/61251/a-lei-13-491-17-e-a-ampliacao-da-
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GALVÃO, Fernando. Novos crimes militares de drogas. Disponível em
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GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral, Volume I, 19 ed, Niterói: Impetus, 2017.
HORCAIO, Ivan. Dicionário Jurídico Referenciado. São Paulo: Primeira Impressão, 2006.
LOBÃO, Célio, Direito Penal Militar, 3 ed. atualizada, Brasília: Brasília Jurídica, 2006.
MARREIROS, Adriano Alves. Lei 13.491/2017, uma breve análise sobre a mudança da
natureza comum para militar de certos casos de crimes dolosos contra a vida: um resumo
didático da confusão que se reinicia... Disponível em
<http://s3.meusitejuridico.com.br/2017/11/740512c5-adriano-marreiro.pdf>. Acesso em 06
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MENECHINI, Adriano. Crime Extramilitar: Uma inovação polêmica da Lei nº 13.491/2017,
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NEVES, Cícero Robson Coimbra. STREIFINGER, Marcello. Apontamentos de Direito Penal
Militar: Parte Geral, Volume 1, São Paulo: Saraiva, 2005 (2ª Tiragem -2008).
NEVES, Cícero Robson Coimbra. STREIFINGER, Marcello. Apontamentos de Direito Penal
Militar: (Parte Especial, Volume 2, São Paulo: Saraiva, 2005 (2ª Tiragem -2008).
NEVES, Cícero Robson Coimbra. Inquietações na investigação criminal militar após a entrada
em vigor da Lei n. 13.491, de 13 de outubro de 2017, Revista Direito Militar nº 126,
Florianópolis: AMAJME, setembro a dezembro de 2017, pp. 23-28;
PAVIONE, Lucas dos Santos et alii. Direito Penal Militar, Parte Geral e Especial In: Coleção
Resumos para Concursos. 5 ed. Salvador: Juspodivm, 2019.
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PIAUÍ. Lei Nº 3.808, de 16-07-1981. Estatuto da Polícia Militar do Piauí. Diário Oficial do
Estado Nº 140, de 29-07-1981, até as recentes alterações da Lei nº 7.427- 2020, de 28-12-2020.
PIAUÍ. Lei nº 7.725, de 17/01/2022. Dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares
do Estado do Piauí. CEDME/PI. Diário Oficial do Estado Nº 11, de 17-01-2022.
PIAUÍ. Polícia Militar, Estado Maior Geral. Manual de Prática de Polícia Judiciária Militar
/Estado Maior Geral da Polícia Militar do Piauí (IN001/EMG/PMPI), publicado BCG nº 112, de
18 de junho de 2013.
ROTH, Ronaldo. Os delitos militares por extensão e a nova competência da Justiça Militar (Lei
13.491/17), Revista Direito Militar nº 126, Florianópolis: AMAJME, setembro a dezembro de
2017, pp. 29-36.
SÃO PAULO, Tribunal de Justiça Militar, Coletânea de Estudos de Direito Militar: doutrina e
jurisprudência/coordenação geral Orlando Eduardo Geraldi; coordenação editorial Ronaldo João
Roth; revisão Ronaldo João Roth e Sílvia Helena Ono - São Paulo: Tribunal da Justiça Militar,
2012.
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APÊNDICE
Súmula 298
"O legislador ordinário só pode sujeitar civis à Justiça Militar, em tempo de paz, nos crimes contra a
segurança externa do país ou as instituições militares".
Súmula 06
"Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o delito decorrente de acidente de trânsito
envolvendo viatura da Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de
atividade". (overruled pela Lei nº 13.491/17, de 13/10/17)
Súmula 53
"Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra as
instituições militares estaduais". (mitigada pelo art. 125, §4º, da CF/88)
Súmula 75
"Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou
facilitar a fuga de preso de Estabelecimento Penal". (overruled pela Lei nº 13.491/17, de 13/10/17)
Súmula 78
"Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o crime tenha
sido praticado em outra unidade federativa".
Súmula 90
"Compete à Justiça Militar processar e julgar o policial militar pela prática de crime militar, e à Comum
pela prática do crime comum simultâneo àquele". (Parcialmente mitigada pela Lei nº 13.491/17, de
13/10/17)
Súmula 172
"Compete a Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que
praticado em serviço". (overruled pela Lei nº 13.491/17, de 13/10/17)
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