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JUDICIÁRIA MILITAR
SUBTEN PM MARTINS
OBJETIVOS DESTA AULA
3- Prescrição.
Ramos do Direito
O Direito é uma área responsável por regular as relações entre os seres humanos na
sociedade em um determinado período histórico. Apesar dele ser tratado de forma
separada durante o seu estudo, as demais áreas do direito não devem ser tratadas
fragmentadamente, pois elas são interdependentes. Assim, cada ramo do direito
dependerá das noções básicas introduzidas pelo curso de Direito.
O Direito é dividido em dois grupos: direito público e direito privado. Uma classificação
antiga e originária do Direito Romano, em que as normas se dividiam de acordo com a
natureza de determinado interesse.
Direito Público: representado pelas diretrizes e atuações criadas para que o Estado (país,
estado ou município) ou os órgãos públicos possam exercer o seu poder. Elas regulam as
relações dentro de um país ou do país com os indivíduos. Sua missão principal é regular e
limitar a ação do poder público para o bem geral da população.
Direito Privado: representado pelas normas que regulam as relações entre as pessoas ou
desses com o Estado sem o uso de sua condição de poder. É baseado nas normas
contratuais entre os particulares, identificando os interesses entre as partes de acordo
com a lei.
Alguns ramos do Direito Público:
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Financeiro
Direito Penal (Militar)
Direito Processual (Militar)
Quem pode cometer crime militar? Um civil pode cometer crime militar?
DEFINIÇÃO E CONCEITO DE CRIME MILITAR
• O professor Fernando Capez conceitua crime, no aspecto material, como
todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, causa lesão ou
expõe a perigo bens jurídico importantes para a coletividade e para a paz
social. No aspecto formal, crime é subsunção da conduta ao tipo legal,
ou seja, crime é aquilo que o legislado descreve como tal. No aspecto
analítico crime é todo fato típico e ilícito.
• A distinção preponderante entre o crime comum e o crime militar está no
bem jurídico a ser tutelado. No crime militar tutela-se precipuamente a
administração militar e os princípios basilares da hierarquia e disciplina.
• O Brasil adotou para definir como crime militar o aspecto formal, ou seja,
o legislador enumera, taxativamente, por meio de lei, as condutas tidas
como crime militar. Assim, em regra, crime militar são condutas descritas
no Código Penal Militar – CPM, Decreto-Lei nº 1.001 de 21 de outubro de
1969, o qual, também, por via do seu artigo 9º estabelece outros critérios
como em razão da pessoa, em razão do local. Transcrevemos o artigo 9º
do CPM:
RECENTE MODIFICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
OBS: Se o agente for um civil – Só pode ser processado pela Justiça Militar da União. (Vide
aula de Organização da Justiça Estadual - No art. 125, notadamente nos §4º e §5º, da
CF/88 há disposições sobre a competência da justiça militar estadual)
Exemplo: Art. 302. Ingresso clandestino
Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento
militar, navio, aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito à
administração militar, por onde seja defeso ou não haja passagem
regular, ou iludindo a vigilância da sentinela ou de vigia:
Invoca o magistério de Álvaro Mayrink da Costa, para o qual “a
distribuição da matéria na parte especial do Código Penal Militar é diferente
da adotada no Código Penal comum. No Militar, compreende 8 títulos
divididos em capítulos, e estes, algumas vezes, em seções, na seguinte
sequência:
1 – crimes contra a segurança externa do país;
2 – crimes contra a autoridade ou disciplina militar;
3 – crimes contra o serviço e o dever militar;
4 – crimes contra a pessoa;
5 – crimes contra o patrimônio;
6 – crimes contra a incolumidade
7 – crimes contra a administração militar;
8 – crimes contra a administração da Justiça Militar.
Quanto ao sistema de penas, impende destacar o elevado
grau de severidade das sanções previstas tanto em tempo de
paz, quanto em tempo de guerra – ocasião em que é
admissível até a pena capital, com amparo da própria Carta
Constitucional, art. 5º XLVII, “a”.
Além de penas privativas rígidas, o direito penal militar prevê
também outras modalidades de penas específicas, como impedimento,
suspensão do exercício do posto ou graduação, reforma. Há também as
chamadas penas acessórias, das quais avulta-se como uma das mais
pesadas, a exclusão das forças armadas.
Não bastasse o rigor das penalidades previstas no ordenamento
punitivo castrense, é oportuno mencionar que há vedações que
inviabilizam a adoção de penas alternativas ou de medidas
despenalizantes, nos moldes daquelas erigidas pela Lei 9.099/95, que
implantou, no Brasil, os Juizados Especiais.
Tudo isso faz emergir um conjunto de preceitos completamente
singulares, com traços marcantes e dissociados do direito penal comum, a
justificar, por isso mesmo, um estudo muito mais direcionado.
Com muita razão, por conseguinte, Álvaro Mayrink da Costa, quanto
afirma:
“Destarte, mais por comodidade do que por convicção científica, não são
poucos os que ainda consideram o Direito Penal Militar como um simples
satélite do Direito Penal comum, destituído de condições necessárias para
aspirar à consagração de uma disciplina jurídica autônoma”.
Incumbe, constitucionalmente, à Justiça Militar processar e julgar os
crimes militares previstos em lei, sendo certo que para bem aplicar as normas do
direito penal militar, os integrantes de tal foro especial, são concursados, da mesma
forma que os membros do Ministério Público Militar que atuam em tal contexto
jurisdicional. Eis a razão que levou José Frederico Marques, a tecer as seguintes
considerações:
“A justiça militar é das poucas jurisdições especiais cuja existência se justifica. Não se trata
de um privilégio de pessoas, mas de organização decorrente, como lembra Astolpho
Rezende, das 'condições especiais' que ligam pessoas e atos de índole particular atinentes ao
organismo militar, como também pela natureza das infrações disciplinares, aptas a
comprometer a ordem jurídica e a coesão dos corpos militares”.
DIFERENÇA ENTRE CRIME MILITAR
E CRIME COMUM
A transgressão disciplinar e o crime militar são condutas que contrariam um dever militar em
grau de reprovabilidade distintos, a primeira, menos grave, encontra-se tipificada em
regulamento disciplinar e é aplicada no âmbito do Poder Executivo. Já o segundo, com maior
grau de reprovabilidade, encontra-se tipificado em leis penais e sua pena é imposta pelo Poder
Judiciário. Os crimes militares podem receber sanção de até a pena de morte, já as
transgressões a pena máxima, conforme o RDPM é de até 30 (trinta) dias de prisão, Exclusão ou
Licenciamento.
PRESCRIÇÃO DO CRIME MILITAR
Espécies de prescrição
Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à
execução da pena.
PRESCRIÇÃO DO CRIME MILITAR
Prescrição da ação penal
Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º dêste artigo,
regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se:
I - em trinta anos, se a pena é de morte;
II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a
doze;
IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a
oito;
V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a
quatro;
VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
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VAMOS DEBATER ALGUNS CASOS
CONCRETOS QUE GERAM DÚVIDAS NO
DIA A DIA.
Lembrando que o Direito Penal Militar é muito complexo, e em muitos casos não
há certo ou errado, mas sim entendimento da Jurisprudência e Doutrina, em
correntes majoritárias e minoritárias.
Importante o analista ter em mente que o “seu
trabalho” na SJD, visa sempre apurar indícios
de Crime e/ou o cometimento de transgressão
disciplinar.
REFERENCIAS
Contato: joaomartins@cintpm.rj.gov.br
(21) 97953-4929