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2017

- 02 - 16

Revista dos Tribunais


2015
RT VOL.960 (OUTUBRO 2015)
DOUTRINA
DIREITO PENAL MILITAR

Direito Penal Militar

1. Crime militar, transgressão disciplinar e a dupla incidência


punitiva

Military crime, disciplinary transgression and the double


punishment effect
CLEBER OLYMPIO

Advogado Público integrante do Corpo Jurídico da Liquigás Distribuidora S/A. Escritor, Articulista, Professor e
Mentor ("coach") para concursos públicos. Bacharel em Ciências Jurídicas pela PUC-Campinas em 2001.
olympio@adv.oabsp.org.br

Sumário:

1. Introdução
2. Breves considerações sobre a caracterização do crime militar
3. Caracterização da transgressão disciplinar. as muitas diferenças e as poucas semelhanças com
crime militar
4. Da possibilidade de dupla incidência punitiva entre crime militar e transgressão disciplinar
5. Aspectos práticos
6. Conclusões
Bibliografia

Área do Direito: Penal

Resumo:

O presente trabalho tem por finalidade caracterizar tanto o crime militar quanto a transgressão disciplinar
militar, examinando ambas para diferenciá-las em sua essência e auxiliar o operador do direito militar em
sua tarefa de promover a normalização das relações jurídicas que interessam ao âmbito militar e à sociedade
brasileira como um todo. Mais do que simplesmente aplicar uma sanção, é necessário discernir sobre sua
pertinência e necessidade considerando o caso concreto, o qual pode requerer punição para um crime
militar e para uma transgressão disciplinar, caracterizando, desse modo, o efeito da dupla incidência
punitiva (bis in idem), de conformidade com a Constituição da República Federativa do Brasil.

Abstract:
The following study aims to characterize both the military crime and the military disciplinary transgression,
examining both to differentiate them in its essence and assist the operator of military law in its task of
promoting the normalization of legal relations that are related to the military sphere and to the Brazilian
society as a whole. More than simply apply a sanction, it is necessary to discern its relevance and necessity
regarding an actual situation, which may require punishment for a military crime and for a disciplinary
offense, characterized thereby the double punishment effect (bis in idem), in accordance with the
Constitution of the Federative Republic of Brazil.

Palavra Chave: Crime - Militar - Transgressão - Disciplinar - Punibilidade.


Keywords: Crime - Military - Transgression - Disciplinary - Criminality.

1. Introdução

Os postulados da hierarquia e da disciplina, as colunas de sustentação do militarismo, obrigam uma


condução diferente quando o assunto gira em torno da proteção aos valores caros às instituições militares,
sejam elas Forças Armadas, sejam auxiliares. A amplitude protetiva está longe de ser considerada um
“protecionismo” ou um “favoritismo” de classe, pois justifica uma maior rigidez, por parte do legislador e do
aplicador do direito, visando repelir condutas desfavoráveis à instituição, à Pátria e seus símbolos, bem como
à figura do próprio militar, ante sua missão constitucional.

Diante de uma tão abrangente objetividade jurídica, não há como se lidar com o direito castrense sem que
este esteja disciplinado de modo próprio pela legislação. Tentar adequar suas disposições ao direito comum,
além de ser uma tarefa inglória, poderia representar a insuficiência de meios para a correta aplicação de
sanções, quando necessário. Tentar, da mesma forma, adequar todas as sanções verificadas em âmbito
castrense ao rigor de um Código Penal Militar, seria promover exageros, ao modo de Frederico da Prússia.
Nesse contexto, ainda, “diminuir o padrão” significaria macular a instituição em nome de outros valores que
podem até ser social e juridicamente aceitáveis, mas que, ao final das contas, poderiam gerar prejuízos
incalculáveis à própria essência do estado brasileiro.

Por um lado, o âmbito castrense clama maior dose de rigor na observação das condutas individuais contra a
objetividade jurídica dominante e relativa à missão constitucional das Forças Armadas e auxiliares; por
outro, o legislador ordinário não pode se esquecer de que nem tudo da conduta humana deve ser
considerado como sancionável com o mesmo peso de uma figura típica e antijurídica, da espécie crime, e
também que, por mais perspicaz que seja a visão do legislador, sempre haverá algo a se considerar de
imprevisibilidade de condutas, de discricionariedade da análise de situações práticas e de subjetividade na
aplicação de sanções antes previstas, conforme o devido processo legal.

Assim, é preciso verificar que parâmetros devem ser adotados para contornar eventuais anormalidades na
conduta esperada diante de valores tão específicos e especiais como a Pátria e seu povo, simbolizado pela
Bandeira, e alinhados com as maiores vicissitudes da Nação, expressas pela Constituição da República. É
preciso verificar, ainda, a importância tanto de um código relacionado aos fatos típicos e antijurídicos,
quanto de um código de conduta que visa à proteção de expedientes internos à instituição, bem como do
frequente intercâmbio entre ambos os conjuntos normativos, a fim de se promover justiça sem tratamento
equivocado a determinadas condutas neles tipificadas, eliminando-se conflitos normativos no momento de se
identificar a infração e aplicar o direito.

2. Breves considerações sobre a caracterização do crime militar

Conceituar crime militar é, sem dúvida, muito mais simples do que caracterizá-lo. Defini-lo como o fato típico
e antijurídico que atenta contra os valores tutelados pelo direito penal militar possui interesse mais teórico
do que prático; daí se analisar como o legislador lida com a caracterização das normas penais incriminadoras
de condutas no âmbito e em função de tais valores.

Se pela teoria da ação o crime é um fato típico e antijurídico, cuja culpabilidade é pressuposto da pena – não
elementar do conceito, conforme define a teoria causalista da ação, na qual se escora a gênese do atual
Código Penal Militar (Dec.-lei 1.001/1969) – então bastaria examinar os termos desse diploma para obter, com
boa precisão, o parâmetro de caracterização do crime militar. Ocorre que, na prática, não é isso o que se
verifica.

Os arts. 9.º e 10 do CPM constituem verdadeiros entraves ao examinador comum, no que diz respeito à
conduta militar penalmente relevante. A abrangência dada por esses dois artigos, por vezes, dificulta o
operador comum do direito em definir se há, de fato, algo a se punir sob o ponto de vista penal militar.

Apesar da simplicidade em se classificar os crimes militares em tempo de paz ou de guerra, consoante a


configuração, ou não, da circunstância excepcional em respeito aos ditames da Constituição da República, 1 o
exame seguinte, relativo à situação de fato, à objetividade jurídica e às pessoas atingidas pela conduta típica,
começa logo com a leitura do teor apenas do caput e incs. do art. 9.º, posto que suficiente para nossa análise,
ora reproduzido:

“Crimes militares em tempo de paz

Art. 9.º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;

II – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum,
quando praticados:

a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;

b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura,
ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
(redação dada pela Lei 9.299/1996)

d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou
a ordem administrativa militar;

(...)

III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou


contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração,


exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou
no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou
judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.

(...).”
Afora a complexidade redacional, bem como os muitos conceitos que ela encerra – e as diversas páginas que
seriam utilizadas apenas para se fazer uma rasa exegese dos arts. 9.º e 10 do CPM, fugindo-se, desse modo, ao
escopo traçado para este momento – o intérprete deve buscar a finalidade com a qual esses artigos
determinam a caracterização do crime militar.

Três são os critérios mencionados na doutrina para determinar sobre o parâmetro de caracterização do
crime militar: segundo a matéria (ratione materiae), conforme as pessoas envolvidas (ratione personae), de
acordo com o lugar de ocorrência dos delitos (ratione loci) ou, ainda, segundo o texto da lei (ratione legis).
Acompanhamos o entendimento de Romeiro (1994:66), que enuncia, de forma simples, o parâmetro de longe
mais equilibrado: “crime militar é o que a lei define como tal”. Afinal, a primazia do princípio da legalidade e
da anterioridade para a definição de um tipo penal já demonstram que, nesse caso, a lei sempre deverá ser
observada pelo operador do direito.

Os demais critérios, no entanto, não são desprezados, senão complementam a análise para fins de definição
do crime militar. Nesse sentido, basta dizer que o critério ratione personae é o dirimente entre crimes própria
e impropriamente militares, que o ratione materiae é quem define se determinada conduta é penalmente
relevante se considerada a objetividade jurídica castrense, e que o ratione loci é o determinante para
verificar, por exemplo, se o crime foi cometido em “área sujeita à administração militar”.

De forma mais voltada à prática e à realidade do operador do Direito Penal Militar, tem-se cabíveis, na lição
de Neves (2006) três questionamentos que devem ser atendidos, simultaneamente, para a plena
caracterização de determinada conduta antijurídica como penalmente relevante no âmbito castrense: (I) A
conduta em análise está tipificada na Parte Especial do Código Penal Militar? (II) Há subsunção da conduta em
análise a alguma das hipóteses previstas no art. 9.º do CPM? e (III) Considerada a pessoa do sujeito ativo da
conduta, o crime é de competência da Justiça Militar? Como consequência direta da aplicação desses
questionamentos, tem-se que: se I e II ocorrerem simultaneamente, mas faltar a competência prevista no
item III, ou se I e III estiverem presentes, mas sem a subsunção do item II, ou, ainda, se II e III concorrerem,
porém falta a necessária previsão no Código Penal castrense, tem-se que não há crime militar configurado.

Sobra, então, uma indagação a fazer: e se o resultado da aplicação desses questionamentos der, também,
como consequência, uma transgressão disciplinar, disposta em regulamento próprio? Para tanto, o operador
do direito deve examinar o que significa a concorrência de uma transgressão disciplinar com um crime
disposto no Código Penal castrense. É o que nos propomos a subsidiar, a seguir.

3. Caracterização da transgressão disciplinar. as muitas diferenças e as poucas


semelhanças com crime militar

O cerne do direito disciplinar militar é o tratamento adequado à conduta que importe na preservação da
disciplina no ambiente interno à corporação militar, ou em função de natureza militar. Conforme o Estatuto
dos Militares – E-1 (Lei 6.880/1980), art. 47, “os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e
classificarão as contravenções ou transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude
e aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos
contra as penas disciplinares”.

Pela formação do militar, espera-se uma conduta ilibada, reta e confiável, com correção das próprias
atitudes: entre os pares, a camaradagem; para com os superiores, respeito e integral acatamento das ordens
exaradas pela autoridade, com o correspondente fundamento normativo; para com os subordinados, cortesia
e consideração; para com a Força, a inteira dedicação ao serviço, bem como a colaboração para com sua
eficiência e a disciplina exercida coletivamente. Em tal contexto, a intolerância com a transgressão deve ser
encarada como característica de uma tropa bem disciplinada, adestrada, treinada para situações que
evidenciam a importância da minimização de riscos e margens de erro por parte de seu efetivo. Não à toa
cada Força possui seu próprio meio de tratar as transgressões internas, aplicando punições mais específicas e
admitindo a concorrência entre situações irregulares, passíveis da correspondente apenação.
No entanto, o que separa a transgressão disciplinar de outra atitude irregular, denominada crime militar?
Por que ambas as situações, antijurídicas, guardam certas semelhanças, mas são bem diferentes entre si?
Seria a transgressão disciplinar algo como um “crime militar anão”, a exemplo das contravenções penais?

Como marca da legislação disciplinar castrense, há definição expressa do pensamento do elaborador


normativo acerca do que seja a transgressão disciplinar. Atendo nossa análise aos Regulamentos
Disciplinares das Forças Armadas brasileiras, tem-se as seguintes caracterizações:

Art. 14, caput, do Regulamento Disciplinar do Exército – RDE (Dec. 4.346/2002): “Transgressão disciplinar é
toda ação praticada pelo militar contrária aos preceitos estatuídos no ordenamento jurídico pátrio ofensiva à
ética, aos deveres e às obrigações militares, mesmo na sua manifestação elementar e simples, ou, ainda, que
afete a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe”.

Art. 8.º do Regulamento Disciplinar da Aeronáutica – RDAer (Dec. 76.322/1975): “Transgressão disciplinar é
toda ação ou omissão contrária ao dever militar, e como tal classificada nos termos do presente Regulamento.
Distingue-se do crime militar que é ofensa mais grave a esse mesmo dever, segundo o preceituado na
legislação penal militar”.

Art. 6.º do Regulamento Disciplinar para a Marinha – RDM (Dec. 88.545/1983): “Contravenção Disciplinar é
toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres militares estatuídos nas leis, nos regulamentos,
nas normas e nas disposições em vigor que fundamentam a Organização Militar, desde que não incidindo no
que é capitulado pelo Código Penal Militar como crime”.

Inserimos a definição do RDM por último justamente para destacar a expressão lá utilizada: “contravenção
disciplinar”. Apesar do nome, que de modo elementar se remete à figura da contravenção penal do direito
comum, a contravenção disciplinar da nossa Armada não traduz uma identidade com a figura típica e
antijurídica regrada no Brasil pelo Dec-lei 3.688/1941. Ocorre que tal remissão não é possível por razões
principiológicas, sobretudo se adotada a posição da tipicidade mitigada para fins transgressionais, com a qual
concordamos. 2 Por razões práticas, inclusive, unificaremos a denominação “transgressão disciplinar”,
abordando nesse conceito a contravenção disciplinar de que trata o RDM.

Pelo princípio da tipicidade mitigada, nem todas as transgressões disciplinares devem estar ou mesmo
podem estar enunciadas no corpo dos regulamentos disciplinares. Não se trata da oficialização do que é
conhecido na gíria militar como “R-Quero”, mas sim de proporcionar ao operador do direito disciplinar
militar mecanismos para uma correta apuração de eventual situação irregular e aplicar a sanção adequada
ao infrator, ainda que essa situação não esteja expressa no regulamento. Haveria enorme dificuldade de se
atualizar constantemente o rol de transgressões disciplinares, bem como o de constituição de comissões
permanentes de revisão e atualização normativa, o que, sem dúvida, constituiria um entrave burocrático e
inútil, inviável para os objetivos a serem atingidos pelo direito disciplinar militar. Os róis dos regulamentos
disciplinares, portanto, são meramente exemplificativos, versando sobre as transgressões mais comuns
percebidas no meio militar, ou as que atendam mais diretamente à proteção dos valores e ideais
institucionais.

Evidentemente, nesse caso, o operador do direito, como agente público da administração militar, não possui
toda a discricionariedade para praticar seu ato, visto que, se ele for manifestamente ilegal, pode ser de
pronto descumprido ou afastado pela autoridade superior responsável. A vinculação do ato à lei permanece,
dado o princípio administrativo da legalidade, daí a necessidade de o sancionador de uma transgressão
disciplinar estar devidamente amparado em seu ato pelos ditames legais, ainda que aja conforme a
conveniência e a oportunidade pertinentes à administração militar.

E quais seriam os parâmetros para a caracterização de conduta transgressional à margem do rol


regulamentar? Conforme já comentado, cada militar sabe de seus deveres, valores e ética ante a instituição,
seus camaradas, superiores e subordinados, tendo sido preparado para a rigorosa observância de tais
características. Há, então, um padrão a ser seguido, um “parâmetro ontológico” do que seja, de fato, um meio
de se verificar a pertinência de determinada conduta como aceitável ou inaceitável diante do conjunto de
valores observados em âmbito militar. Daí vem o nexo causal necessário para estabelecer determinada
conduta praticada como transgressão disciplinar. Assim a autoridade exara o motivo determinante para
sancionar determinada conduta, muito embora ela não esteja, em tese, relacionada no rol de transgressões
disciplinares do Regulamento da Força a qual o militar acusado de transgressão encontra-se subordinado.

De fato eis uma primeira diferença entre crime militar e transgressão disciplinar militar. Enquanto o
primeiro prescinde de norma e previsão legal, a última pode (faculdade) estar no corpo da relação de
transgressões disciplinares, passando pela necessária base legal quanto à sua origem, seus motivos
determinantes e seu agente, devidamente autorizado a sancionar a conduta irregular.

Outro fator fundamental de diferença entre crime militar e transgressão disciplinar está na forma de seu
processamento, visando-se atender aos princípios do devido processo legal (due process of law) e da ampla
defesa e do contraditório. Essencialmente o crime militar tem sua apuração iniciada mediante instauração do
competente Inquérito Policial Militar (IPM), mediante portaria emanada de atos e autoridades discriminados
no art. 10, caput, do CPPM (Dec.-lei 1.002/1969), sendo, então, cometida a ação penal militar ao Conselho de
Justiça Militar pertinente, seja ele especial (CEJ), caso dos oficiais, seja ele permanente (CPJ), caso das praças;
já a transgressão disciplinar, de modo bem mais simplificado, é apurada mediante formulário próprio, sem
necessidade de abertura de portaria ou de qualquer outro ato administrativo ordinatório, e, em regra, dentro
da cadeia de comando da própria unidade do seu transgressor. 3 O contraditório é fundamentalmente
diferente: ao passo que no processo-crime ele é exercido especialmente mediante defesa prévia, na apuração
transgressional ele será efetuado pelo preenchimento do campo “Justificativas / Razões de Defesa” do
correspondente formulário. 4 Sem contar na dupla função do formulário, que compreende, simultaneamente,
citação e intimação, ao passo que no processo-crime militar há os momentos apropriados para ambos os atos,
distintamente.

Além disso, as sanções em âmbito castrense são bem delimitadas. Se por um lado o crime militar acarreta,
como sanções em tempo de paz, até mesmo a reforma do condenado (confira o art. 55, g, do CPM), a
transgressão disciplinar acarreta penas que variam, conforme o regulamento, de repreensão até a exclusão
do serviço ativo a bem da disciplina. Importa dizer que não se prevê multa de caráter sancionador para as
transgressões disciplinares, tampouco para crimes militares, o que se verifica de modo diverso quanto às
contravenções penais. Diga-se, ainda, da independência da caracterização do flagrante para prisões
decorrentes de transgressões disciplinares, escorado que está esse entendimento na literalidade da ressalva
disposta no art. 5.º, LXI, da CF/1988.

Pode-se verificar, por fim, que o sujeito ativo também difere entre ambas as condutas: ao passo que, no crime
militar, o agente pode ser até um civil, conforme se apresenta o caso concreto, na transgressão disciplinar ele
sempre será um militar, o qual responderá, inclusive, conforme o Regulamento da Força a qual estiver
subordinado. 5

Ressaltadas as numerosas diferenças, cabe examinar muito brevemente as semelhanças entre crime militar e
transgressão disciplinar militar. Em verdade elas se restringem ao caráter sancionador e à insurgência
contra condutas relevantes e antijurídicas, mas tanto uma quanto outra visam à proteção institucional, com
semelhante objetividade. 6

4. Da possibilidade de dupla incidência punitiva entre crime militar e transgressão


disciplinar

Embora não seja tecnicamente vedada pela Constituição da República a dupla punição por um mesmo fato,
admite-se a incidência do non bis in idem se for considerado o contexto interno a uma única instância, seja
ela penal, cível ou administrativa. No Brasil, pela separação entre as instâncias, há possibilidade de
imputações de sanções partindo-se de um mesmo fato, a um mesmo indivíduo, mediante a aplicação de
determinadas regras.

Para fins deste trabalho, consideram-se apenas as instâncias penal militar e administrativa militar, aqui
trazidas a relevo até agora. Note-se que a instância penal possui regras próprias de caracterização do crime
militar, e da mesma forma há um tratamento adequado à transgressão disciplinar, se considerado o âmbito
administrativo militar. Visto haver abundantes diferenças e poucas semelhanças entre ambas, cabe ao
intérprete discernir sobre uma possível comunicabilidade entre essas instâncias.

Caso determinada conduta atinja objetividade jurídica pertinente ao âmbito penal castrense e, em tese, ao
administrativo, o operador do direito militar deverá verificar a adequação da conduta como crime militar ou
como transgressão disciplinar. E na concomitância, estaria configurado um conflito aparente de normas?

Em primeiro lugar, há que se entender o que significa essa expressão. Conflito aparente de normas, no
campo sancionador do direito, é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais normas incriminadoras
concorrem para punir o sujeito ativo de determinada conduta ilícita, descrevendo o fato de modo
semelhante. Para tanto, alguns requisitos se fazem presentes, segundo a doutrina autorizada: (I) pluralidade
de normas; (II) unidade de fato, isto é, há somente um fato que clama a incidência de duas ou mais normas
incriminadoras; (III) incidência aparente de todas as normas relacionadas; e (IV) aplicação efetiva de apenas
uma das normas conflitantes, a fim de se evitar a indesejável antinomia legal. E, para solucionar esses
conflitos, a doutrina estabeleceu quatro princípios, a saber: (I) especialidade, em que a norma especial – ou
estrita, específica – derroga a geral; (II) subsidiariedade, em que a norma geral derroga a especial; (III)
consunção, em que o fato mais grave e amplo absorve os menos graves e amplos; e (IV) alternatividade, em
que há um conflito interno na capitulação do crime de ação múltipla, aplicando-se essa ou aquela conduta
prevista, conforme o caso concreto.

Havendo previsão de crime e transgressão relativa à mesma conduta – o que caracterizaria um “concurso”,
nos termos do art. 42, § 2.º, do E-1 – somente a pena relativa ao crime será aplicada. 7 Ou seja, há uma
absorção do crime sobre a transgressão ou contravenção disciplinar. Isso se torna mais evidente quando
examinado o significado da expressão “de mesma natureza”, disposta tanto no E-1 quanto reproduzida na
legislação regulamentar: essa expressão indica semelhança entre o tipo penal militar e a conduta
transgressional, que terminam por serem punidos em conjunto. Considerando os princípios enunciados para
o conflito aparente de normas, entendemos, portanto, a aplicação da subsidiariedade, em que a norma geral
(penal militar) derroga a especial (disciplinar militar).

A regra expressa, no entanto, não abarca todas as hipóteses. Abreu (2010:336-8) aborda situações nas quais
há a possibilidade de haver punição, tanto na esfera penal quanto na administrativa disciplinar. Em primeiro
lugar, deve-se examinar se, para o crime militar, houve rejeição da denúncia ou absolvição do acusado na
esfera penal, situações as quais, se tornadas definitivas – isto é, irrecorríveis – a transgressão disciplinar pode
ser punida normalmente, desde que instaurado, em seguida, o correspondente procedimento administrativo
disciplinar militar. Afinal, como fruto da aplicação do princípio da subsidiariedade na resolução do conflito
aparente entre norma penal incriminadora e norma transgressional disciplinar militar, não se observa
relação de gênero e espécie entre ambas, de sorte que, se o crime militar não for reconhecido, a transgressão
disciplinar pode ser objeto de sindicância e posterior punição na esfera administrativa. Outra hipótese é a de
serem praticadas transgressões disciplinares que não estejam diretamente relacionadas com a capitulação do
crime militar: assim, a conduta transgressional pode ser apurada e punida desde logo, sem que haja
necessidade de a autoridade disciplinar aguardar a decisão na esfera penal.

Cabe ressaltar que a lei estatutária militar da União não veda a dupla incidência punitiva entre um crime
penal comum, disciplinado pelo Código Penal, e uma transgressão disciplinar militar, visto que ambas tratam
de fundamentos distintos, e as instâncias envolvidas – penal comum e administrativa – não se comunicam,
nesse caso. Também não há óbice à configuração punitiva para duas transgressões disciplinares
concomitantes, porém distintas, sendo ambas passíveis de serem apuradas mediante o mesmo procedimento
administrativo e puníveis por conta de uma só decisão. 8

5. Aspectos práticos

O estudo do direito militar, nos seus principais ramos – penal, processual penal e administrativo – é
eminentemente prático, objetivo, voltado a uma compreensão que vai além das meras conjecturas
acadêmicas, visto que seu operador primário é, sobretudo, alguém que não possui formação específica no
âmbito jurídico, e assim o deve ser. Não faz parte da vida militar o ser jurista por excelência, muito embora
haja os que assim se dediquem e, quando o fazem, empregam reconhecido esforço, pleno de mérito, sabendo
aliar teoria e prática num ramo jurídico altamente peculiar. Afinal, as aspirações da carreira, bem como a
missão militar que ela encerra, não guardam identidade com uma vida acadêmica intensa, ou com a prática
dos juízos e tribunais. Dessa forma, a prática do direito castrense precisa subsidiar seu operador com
elementos simples, diretos, que auxiliem o âmbito militar e não interfiram sensivelmente no modus operandi
da atividade, sobretudo com discussões vagas e inúteis, a ponto de desvirtuá-la de seu real objetivo.

Pela instrução recebida nos cursos de formação, tanto para oficiais quanto para praças, de todas as Forças
Armadas ou auxiliares, há espaço para que o integrante do efetivo seja ensinado em como lidar com
anormalidades em seu próprio meio (interna corporis) ou em função dele. Não apenas na questão de se tirar
um bom serviço, sem alteração, tampouco de saber lidar apenas com a Quarta Seção do Boletim Ostensivo da
Força – apropriadamente intitulada “Justiça e Disciplina” – mas de poder agir frente às alterações que
ofendam os regulamentos e, sobretudo, a lei em sentido estrito. Dessa forma cabem instruções sobre
procedimentos e elaboração de sindicâncias ou de instauração do IPM, bem como de instruir o parquet
castrense para a promoção da competente ação penal militar. Essa atividade, no entanto, deixa de estar
isenta de erros ou interpretações equivocadas da própria legislação, por mais que o militar, por dever de
ofício, se dedique a uma rápida solução das mais diversas hipóteses de configuração do ilícito ou da
transgressão, tudo em prol da disciplina.

Na realidade do quotidiano castrense, torna-se comum, por razões disciplinares e em obediência aos
postulados hierárquicos, o comportamento de “errar para mais”, ao invés de “errar para menos”. Afinal, se a
finalidade da norma é atribuir a cada um a justa sanção por comportamento irregular frente à objetividade
jurídica, mormente institucional, nada mais justificável tratar com rigor aquele que afronta a normalidade
das relações de conteúdo jurídico no âmbito castrense, dados os valores a ela cometidos. No entanto, frise-se,
a punição excessiva, seja de ordem material ou formal, têm franca e honesta oposição da ordem
constitucional, posto que o rigor excessivo não traduz justiça ao apenado, antes o macula de modo indevido,
em violação ao princípio da proporcionalidade. Seria esse pensamento uma afronta institucional? Em
absoluto, visto que a firme demonstração da disciplina não é marcada por um comportamento inflexível,
duro e tenaz dos superiores ante os subordinados: antes dá o justo a quem dele precisa, demonstrando
domínio sobre suas próprias atitudes, em exibição de pujante liderança. 9

No ensino de Gorrilhas (2011), destacam-se não poucos casos de hipóteses transgressionais em contraste com
tipos penais militares. Para fins de exemplo, citamos alguns referenciados pelo nobre procurador:

RDM: “Art. 7.º (...) CPM: “Art. 322. Deixar de responsabilizar subordinado que
“27 – deixar de punir o subalterno que cometer comete infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte
contravenção, ou de promover sua punição pela competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente”. autoridade competente”.

RDE – Anexo I
CPM: “Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
“24. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra expressa
suas atribuições, por negligência, medidas contra disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
qualquer irregularidade de que venha a tomar pessoal”.
conhecimento”.

RDAer: “Art. 10 (...)


CPM: “Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou
“19 – abandonar o serviço para o qual tenha sido lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço
designado”. que lhe cumpria, antes de terminá-lo”.

Ante a similitude desses dispositivos, a análise do ponto de vista prático deve partir de alguns pressupostos.
Já comentamos que, por força do art. 42, § 2.º, do E-1, há uma subsunção do fato transgressional ao crime
militar, tendo ambos a mesma natureza, vedando-se, assim, a dupla incidência punitiva. Dessa forma, para
todos os casos supracitados, cabe a absorção das condutas transgressionais pelos crimes militares que, em
tese, forem praticados pelo mesmo sujeito ativo. Mesmo que haja apuração diversa entre ambas as condutas
– IPM para o crime e sindicância para a transgressão disciplinar –, a aplicação da pena será decidida em
conjunto no processo-crime militar, com posteriores reflexos administrativos, se o caso, em sede de Conselho
de Disciplina ou de Justificação. Assim, em se tratando de condutas de mesma natureza, não há que se punir
o militar da Aeronáutica por ter abandonado o posto, sem ordem superior (art. 195 do CPM) e, mais tarde,
considerá-lo novamente transgressor por força do n. 19 do art. 10 do RDAer pelo mesmo fato, dada a
absorção de conduta para fins de punição. O agente, no caso, deve aguardar pronunciamento judicial para
ter sua responsabilização devidamente apurada em se tratando de transgressão disciplinar.

Assim, algumas recomendações podem ser feitas à autoridade militar: (I) constatado o fato, ele deve analisar
a hipótese de cabimento de crime militar e/ou de transgressão disciplinar, tomando as devidas providências
para fins de instrução criminal (art. 12 do CPPM); (II) sendo a infração de natureza militar, promover a
abertura do IPM, de ofício ou mediante determinação ou delegação de superior, bem como a lavratura do
Auto de Prisão em Flagrante (APF), medida obrigatória, aplicável conforme o caso; (III) havendo semelhança
de condutas – isto é, sendo a infração possivelmente transgressão disciplinar e, no entanto, constatados
indícios de prática de crime militar por conta da mesma conduta, não se instaura sindicância, 10 senão apenas
o IPM, pois, por força legal, há prevalência da conduta típica sobre a transgressional; (IV) por outro lado, não
havendo semelhança de condutas, instaura-se IPM para a conduta típica capitulada no CPM, e sindicância
para a transgressão disciplinar apurada, que podem ser analisadas separadamente e gerar punições distintas
ao mesmo acusado; (V) em caso de dúvida sobre a necessidade de instauração do IPM, a autoridade militar
deve consultar o órgão do Ministério Público Militar. Por fim, (VI) em se tratando de crime militar, a
autoridade deve aguardar o pronunciamento da Justiça Militar para instaurar a correspondente sindicância
e estabelecer punição em âmbito administrativo.

Evidentemente, para a adoção dessas recomendações, deve-se ter em mente os pressupostos para a
caracterização do crime militar e da transgressão disciplinar, já comentados.

6. Conclusões

Mais do que um sentimento de pleno cumprimento do dever, a vida militar indica compromisso com a Pátria
e a instituição que guarnece o seu integrante. Nisso há um trabalho e esforço diários, de modo a permitir ao
militar o aprendizado, constante e incisivo, da conduta a ser imitada e inquestionavelmente seguida como
padrão. Evidentemente as falhas, oriundas ou não de defeito do caráter pessoal, podem vir a ocorrer,
devendo ser punidas como exemplo e com a finalidade almejada pelos valores e deveres éticos que a missão
da nobre carreira das Armas traz consigo.

O verdadeiro objetivo da legislação sancionadora castrense é enaltecer os princípios, valores e ideais


guarnecidos pelo sentido de Pátria, simbolizados no Pavilhão Nacional, integrantes que são das vicissitudes
do povo brasileiro. Pune-se a exceção, o arbítrio, primeiramente num ato dentro dos limites da caserna, para
atuar, num âmbito maior, se a infração for considerada crime militar.

O operador do direito militar, tanto no âmbito penal como no administrativo, deve ser munido de
conhecimentos suficientes para bem realizar sua missão em afastar do meio todo tipo de exceção grave ao
comportamento disciplinar, que ofende, em especial, a instituição da qual o transgressor também faça parte.
Esses conhecimentos não devem ser resumidos na simples classificação de condutas, mas na prudência em
analisar a situação de fato, subsumi-la à norma e aplicar o direito, ou promover para que este seja aplicado
por uma Corte. Evitam-se excessos, mas também devem ser evitadas as omissões.
Conforme demonstrado, tecnicamente há muitas e sensíveis diferenças entre crime militar e transgressão
disciplinar militar. Notam-se diferenças na própria gênese de ambas as infrações, sendo que a capitulação
transgressional nem precisa ser expressa – tampouco o será de modo arbitrário – ao contrário do crime
militar, cuja tipificação é pressuposto da valoração da própria conduta no mundo jurídico. Salientou-se o
cuidado na análise da conduta para que ela seja adequadamente tratada e processada, enfatizando-se a
prevalência do crime militar sobre a transgressão disciplinar caso haja mesma natureza entre ambas as
caracterizações para fins punitivos, bem como a franca e constitucional possibilidade de caracterização da
dupla incidência punitiva (bis in idem) em situação diversa.

Reforça-se, como fecho, que o operador do direito militar, seja ele oficial ou praça mais graduada, ao estar
bem instruído a partir de conhecimentos adquiridos nos cursos de formação e aperfeiçoamento, dentro e
fora da Força, não deve recear em aplicar o que se traduz como justo, entre seus pares e na cadeia de
Comando; no entanto, como requer o direito, há mecanismos para a concretização desses objetivos, que
guardam respeito não apenas com o âmbito castrense, mas, em especial, com a Lei Maior de nosso país, a
qual, mesmo transformada por mais de oitenta emendas constitucionais, ainda é considerada, por excelência,
a carta de aspirações sobre as quais repousam os anseios do povo brasileiro.

Bibliografia

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Pesquisas do Editorial

CRIME MILITAR - COMPETÊNCIA, de Renê Ariel Dotti - RePro 84/1996/292

CRIME DE MILITAR NA JUSTIÇA CIVIL, de Renê Ariel Dotti - RBCCrim 14/1996/351

A CONTROVERTIDA INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MILITAR - CRIMES IMPROPRIAMENTE


MILITARES - PROCESSO E PROCEDIMENTO DIFERENCIADOS, de Matilde J. Hojda - RT
673/1991/304

REFLEXÕES A RESPEITO DA APRECIAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO MILITAR PELO PODER


JUDICIÁRIO, de Nelson Lacava Filho - RT 925/2012/543

CONTROLE JURISDICIONAL DO ATO DISCIPLINAR MILITAR, de Enio Luiz Rossetto - RT


927/2013/583

TRANSAÇÃO ADMINISTRATIVA E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO DISCIPLINAR MILITAR, de


Jorge Cesar de Assis - RT 932/2013/243

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