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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS POR

MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE ____________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA
CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ________ (Crimes da competência da
Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO
JÚRI DA COMARCA DE ____________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA
COMARCA DE _______________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _____ JUIZADO
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA ____________________
(Endereçamento do Juizado especial criminal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ________ (ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO _____ TRIBUNAL
DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ________ (Crimes da competência do
Tribunal do Júri Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ELEITORAL DA ___
ZONA ELEITORAL DA COMARCA _______ (para crimes eleitorais)

2. QUALIFICAÇÃO

NOME DO CLIENTE, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe


que lhe move o Ministério Público do Estado _____/o querelante (tratando-se de
queixa crime), vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 403,
§3º do Código de Processo Penal OU art. 105 da Lei nº 8.666/93 (Lei de
Licitações) OU art. 360 do Código Eleitoral (para crimes eleitorais), apresentar
EM SE TRATANDO DE ALEGAÇÕES FINAIS OFERECIDA PELA
VÍTIMA COMO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO:
NOME DA VÍTIMA OU DE SEU SUCESSOR, nacionalidade, estado civil,
profissão, identidade no. ____, inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas
sob o no. _______, residente e domiciliado na ___________________, por seu

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advogado que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, nos autos do
processo em epígrafe, movido pelo Ministério Público em face de NOME DO
RÉU, pela prática do crime tipificado no art. ______, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, requerer, com fundamento no artigo 268 do
Código de Processo Penal, após ouvido o Ministério Público, requerer sua
habilitação como Assistente de Acusação.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

Pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS
Breve resumo dos fatos, com a descrição dos fatos narrados na inicial
acusatória, bem como que ocorreram durante a instrução criminal.
Exemplo:
De acordo com a inicial acusatória, no dia XX/XX/XXXX, policiais militares
receberam informações da Sala de Operações de que o acusado XXXXX se
encontrava nos arredores da Rua XXXX no intuito de realizar tráfico de drogas,
notadamente na modalidade de venda.
Por tal razão, a guarnição se deslocou até o endereço informado, local em
que encontraram XXXXX em suposta atividade suspeita.
Em revista pessoal, nada foi encontrado, entretanto, os policiais militares
supostamente apreenderam uma sacola próximo ao local em que se encontrava
o réu, que guardava em seu interior a quantidade de XXX pinos da substância
entorpecente conhecida como “cocaína”. Em seguida, conduziram-no à
Delegacia de Polícia para lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.
Após a realização da Audiência de Custódia, situação em que foi
decretada a prisão preventiva do acusado, o Ministério Público ofereceu
denúncia em desfavor de XXXX pela prática do crime previsto no artigo 33, caput
da Lei nº 11.343/06, tendo seu recebimento ocorrido no dia XXXX vide fls. XXX,
após a apresentação da defesa prévia do réu.
Na Audiência de Instrução e Julgamento, ocorreu a oitiva de XXXX
testemunhas e, ao final, o interrogatório do acusado, que optou por exercer o
direito constitucional ao silêncio.
Em alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do acusado
pela prática do crime previsto no art. 33, caput da Lei nº 11.343/06, notadamente
com base nas provas produzidas durante a instrução criminal, que ratificam as
declarações prestadas em sede policial pelos agentes estatais.
Em síntese, são os fatos.

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II –DO DIREITO
PRELIMINARES
O que pode ser alegado em preliminares?
1 – Causas extintivas da punibilidade do art. 107 do CP e outros;
2 – Prejudiciais de mérito (artigos 92 e 93 do CPP);
3 – Preliminares processuais (art. 95 do CPP0;
4 – Outras nulidades: art. 564, III e IV do CPP;
5- Ausência de proposta de suspensão condicional do processo ou outros
benefícios despenalizadores.
MÉRITO
Neste ponto, é necessário argumentar e expor teses e provas que possuam
o condão de servir como base para a concessão dos pedidos a serem
formulados pela defesa. É de suma importância demonstrar a correlação entre o
caso em análise e as teses de defesa a serem apresentadas. Não se deve, por
exemplo, simplesmente colacionar um julgado do STJ ou do STF sem explicar o
porquê de seu cabimento no caso concreto.
Relembremos que nas alegações finais, o campo argumentativo é bem mais
amplo do que nas peças de resposta à acusação/defesa prévia/defesa
preliminar, eis que poderemos tratar sobre:

1a. tese de mérito: CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME

• ausência de previsão legal;


• ausência de dolo;
• falta de nexo de causalidade;
Há circunstância que
exclua a tipicidade? • erro de tipo essencial;
• princípio da insignificância;
• hipótese de crime impossível etc.

1a. tese de mérito: CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME

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• estado de necessidade;
• legítima defesa;
• estrito cumprimento do dever
legal;
Existem excludentes de
ilicitude? • exercício regular do direito;
• consentimento do ofendido.

• inimputabilidade;
• erro de proibição inevitável;
Há alguma excludente
de culpabilidade? • inexigibilidade de conduta diversa.

2a. tese de mérito (subsidiária)

É possível a desclassificação da conduta para crime menos grave?

3a. tese de mérito (subsidiária): DOSIMETRIA DA PENA

Circunstâncias judiciais Vamos tentar manter a pena base no


previstas no artigo 59 do mínimo legal. Ex.: afastamento dos
CP maus antecedentes.

Circunstâncias agravantes Vamos tentar afastar a incidência de


(artigos 61 e 62 do CP) agravantes. Ex.: não há reincidência

3a. tese de mérito (subsidiária): DOSIMETRIA DA PENA

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Reforçar a existência de atenuantes.
Circunstâncias
Exs.: houve confissão ou o agente era
atenuantes (artigos 65 e
menor de 21 anos na data do fato, ou
66 do CP)
já possui 70 anos

Reforçar a existência de causas de


diminuição. Exs.: tentativa (artigo 14,
Causas de diminuição
II do CP) e arrependimento posterior
(artigo 16 do CP)

3a. tese de mérito (subsidiária): DOSIMETRIA DA PENA

Vamos tentar afastar a incidência de


causas de aumento.
Ausência de causas de
Exs. 121, § 4º., 127, § 4º., 141, 155, §
aumento
1º., 157 § 2º., do CP.

4a. tese de mérito (subsidiária): BENEFÍCIOS DESPENALIZADORES

Direito aos benefícios da Lei 9.099/95, em especial a suspensão


condicional do processo

Direito à substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de


direitos (art. 44 do CP)

Direito ao sursis penal (arts. 77 e 78 do CP)

5a. tese de mérito (subsidiária): 5a. tese de mérito


(subsidiária):

CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE

Teses para Regra geral Teses para Júri

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Principal: Art. 386 do CPP Principal: Arts. 415
e/ou 414 do CPP
Subsidiárias:
Subsidiárias:
- desclassificação do delito;
- desclassificação do
- tente demonstrar que, em caso de
delito, na forma do art.
condenação, a pena deve ser a menor
419.
possível, e busque benefícios
despenalizadores aplicáveis. - pronúncia por crime
menos grave.

NA HIPÓTESE DE ALEGAÇÕES FINAIS OFERECIDA PELA VÍTIMA:


Ressalte o cometimento do crime, com todos os seus elementos
(objetivos e subjetivos), qualificadoras, causas de aumento e agravantes.
Lembre-se que aqui você deve indicar que há prova de infração e indícios
suficientes para a PRONÚNCIA do réu (em se tratando de crime do Tribunal do
Júri) ou, nos demais casos, a CONDENAÇÃO do réu.

III – DOS PEDIDOS


Ao final, deve-se salientar resumidamente os pedidos com base nas teses
levantadas no item supracitado em alegações finais. A título exemplificativo:
Diante de todo o exposto, requer à Vossa Excelência:
a) A absolvição do acusado com base no artigo 386, V do Código de
Processo Penal, diante da inconteste falta de provas em desfavor do
acusado, de sorte que inexiste suporte probatório apto a afirmar que o
réu é o responsável pela prática da infração penal descrita na inicial
acusatória;

b) Subsidiariamente, requer-se o reconhecimento da ilicitude das provas


produzidas em desfavor do acusado, notadamente diante da violação
à inviolabilidade domiciliar prevista no artigo 5º, XI da Constituição
Federal, determinando-se seu desentranhamento dos autos e das
provas dela dependentes, na forma do art. 157, caput e §1º do Código
de Processo Penal e reconhecendo-se sua nulidade, na forma do art.
564, IV do mesmo Diploma Legal;

c) Se porventura o Juízo entender pela condenação do réu, requer-se,


na dosimetria da pena, seja reconhecida a atenuante XXXX, bem
como afastada a causa de aumento XXXX, para que seja respeitado o
princípio da individualização da pena, previsto no art. 5º, XLVI da
Constituição Federal;

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d) Ainda, havendo condenação, que seja fixado o regime inicial de
cumprimento de pena aberto, uma vez que restarão preenchidos os
requisitos legais previstos no art. 33, §1º, “c”, do Código Penal OU os
requisitos preenchidos em jurisprudência consolidada, conforme
entendimento colacionado no item anterior.

ALEGAÇÕES FINAIS OFERECIDAS EM FAVOR DA VÍTIMA:


Neste caso, o pedido será o de pronúncia do acusado/querelado em se
tratando de crime do Tribunal do Júri e, nos demais casos, sua condenação.
OBS.: No caso de pedido efetuado por seu representante legal, pedir a
juntada da certidão de nascimento da vítima; se for o sucessor da vítima, a
juntada da certidão de óbito.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado, OAB.

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