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ESCOLA ESTADUAL “JAMIL ABRAHÃO SAAD”

TAISSA APARECIDA DE ALMEIDA MELO, N° 35


3° C (NOITE)

SOCIOLOGIA

HARMONIA E INDEPENDÊNCIA DOS PODERES

CORDEIRÓPOLIS, 2022
PROFESSOR KLINGER
Harmonia e Independência dos Poderes

A teoria dos três poderes foi apresentada por nomes como Aristóteles e John Locke,
porém só foi consolidada no século XVIII por Montesquieu (1689-1755), um pensador que
viveu o contexto da revolução francesa no século XVIII e que assistiu o surgimento de ideias
que compuseram o mundo moderno: o iluminismo. Seu contexto político foi marcado por
abusos de poder por parte do rei da França, que participava de um governo absolutista. O
absolutismo é quando todo o poder está concentrado na figura do monarca que agia de
acordo com seus interesses pessoais.

O principal objetivo da tripartição, segundo o filósofo, era descentralizar o poder e,


consequentemente, evitar os abusos através do poder controlando o poder. O propósito era
que o despotismo (quando somente a vontade do líder é respeitada e exercida) fosse
extinguido. Esse pensamento foi totalmente contra o governo absolutista, onde somente uma
pessoa possuía o poder absoluto. Um exemplo claro de absolutismo foi o Rei Luís XIV que disse
“O Estado sou eu”.

Em seu livro, “O Espírito das Leis”, Montesquieu escreve que não importa quem exerce
o poder, mas importa como o exerce. Ele afirma que todo homem que possui o poder, tende a
abusar dele, então propõe a “solução” para o problema: “Para que não se possa abusar do
poder, é preciso que o poder pare o poder”.

Ainda no mesmo livro, o filósofo diz que as leis são produtos das relações sociais de
uma certa época e espelham o espírito, que é a forma de pensar, de um certo grupo humano
em um certo momento da história. Pode-se simplificar, dizendo que a lei é algo real – emana
da realidade e não de um conceito ideal -, local e temporal. Elas podem ser discutidas e
também mudadas.

“Elas, (as leis), devem ser relativas à geografia física do país, ao clima glacial, tórrido ou
temperado; à qualidade, situação e grandeza do país, ao gênero de vida dos povos,
camponeses, caçadores ou pastores, devem estar em relação com o grau de liberdade que a
constituição pode tolerar.” O Espírito das Leis, Montesquieu.

Dessa forma, é possível afirmar que a desorganização da sociedade se daria a partir do


momento em que as leis, que são os princípios básicos que norteiam as pessoas, passassem a
não corresponder à realidade social, ou seja, se um governante passasse a elaborar leis de
acordo com seus interesses e propósitos e não de acordo com a necessidade do povo, neste
momento, a desordem começaria.

Para Montesquieu, liberdade é justamente obedecer a lei. A parte dos cidadãos,


cumprir a legislação. A dos legisladores e governantes, não abusar de sua autoridade. Toda a
liberdade funciona e existe em função das leis.

Quando o poder era absoluto, não havia liberdade. Pois, teoricamente, a mesma
pessoa que criava as leis, também as julgava. Desse modo, o governante fazia o que estava em
concordância com seus pensamentos, interesses e ideais e não de acordo com o que a
sociedade precisava.

“Não se pode pensar em liberdade quando um único homem promulga as leis, executa
as resoluções públicas e julga as causas do trabalho.” Montesquieu.
O Brasil utiliza a tripartição dos poderes, que foi estabelecida em nosso país pela
Constituição Federal de 1988, e o nosso sistema de governo é o presidencialismo. Porém, isso
não significa que o presidente tem todo o poder em suas mãos. Caso tivesse, seríamos uma
ditadura, como acontece na Coreia do Norte.

Os três poderes são: poder legislativo, poder executivo e poder judiciário. Estes
precisam ser harmônicos e independentes, pois se controlam mutuamente para evitar abusos
no poder.

O poder legislativo é formado pelos deputados federais, deputados estaduais,


vereadores e senadores. Estes são os que elaboram as leis.

O poder executivo é formado pelo presidente e pelos governadores e prefeitos. São


essas pessoas quem administram as leis.

O poder judiciário é formado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelos tribunais
estaduais e pelos juízes. Eles são os responsáveis por vigiar e fiscalizar as leis.

Os poderes legislativo e executivo são compostos por pessoas que são escolhidas
através do voto. Por isso é importante ter consciência e seriedade na hora de escolher quem
colocaremos no poder. Todavia, o poder judiciário é composto por pessoas que são
selecionadas através do conhecimento técnico, justamente por serem aqueles que julgam.

Os três poderes precisam ser harmônicos porque cada um deles tem autoridade sobre
os demais. Por exemplo, o poder executivo pode vetar os projetos de lei do poder legislativo,
que pode julgar o presidente da República e os ministros do STF nos crimes de
responsabilidade. Já o Judiciário, pode anular atos dos demais poderes em casos de
inconstitucionalidade ou de ilegalidade. Caso eles não estejam em harmonia, será quase
impossível administrar, elaborar e aplicar as leis corretamente. Logo, pelo bem da sociedade,
eles precisam estar em concordância e com o mesmo propósito.

Eles também precisam ser independentes, pois assim, o poder não fica centralizado
em somente um lugar, nas mãos de somente uma pessoa.

Além da harmonia e da independência, como mecanismos de freios e contrapesos,


também há a indelegabilidade, ou seja, nenhuma das funções podem ser delegadas de um
poder para o outro.

Podemos concluir que a tripartição descentralizou o poder das mãos de somente uma
pessoa ou um grupo e o colocou nas mãos da sociedade. Pois, o poder emana do povo, pelo
povo e para o povo (Montesquieu).

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