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legislativo, executivo e judiciário. Essa concepção foi escrita na obra “Espírito das Leis”, em que o
filósofo Barão de Montesquieu (1689-1755) explica a sua teoria dos Três Poderes.
“Os Três Poderes”, de Montesquieu
No campo político, a distribuição das liberdades e deveres – e portanto das responsabilidades
– em três poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, está hoje tão consolidada que a
consideramos quase como um fato natural. Mas, como tudo na sociedade humana, está é quando muito
uma “segunda” natureza, criada pelo homem e do mesmo modo passível de ser destruída por ele.
O século XX, onde eclodiu o sufrágio universal e a consolidação dos Direitos Universais do
Homem, foi também responsável pelo surgimento dos Estados totalitários. E mesmo em nossos dias,
temos testemunhado diversas agressões a essa divisão de poderes. Veja-se, por exemplo, os atritos na
gestão Trump nos Estados Unidos, ou, no Brasil, os constantes conflitos desencadeados recentemente
entre o legislativo e o executivo, por exemplo no processo de Impeachment de 2016, assim como um
aumento alarmante do que se convencionou chamar “ativismo judicial”. Nessas, como em outras
agressões similares no mundo inteiro, paira sobre a democracia a ameaça da demagogia, ou seja, dos
populismos em todos os espectros ideológicos, da direita à esquerda.
Retornar às raízes de nossa vida política é essencial para que, no outro extremo, continuemos a
dar frutos. E a teoria dos Três Poderes de Montesquieu é uma das raízes mais profundas e fecundas da
democracia contemporânea.
Fonte: Adaptado pela autora (https://estadodaarte.estadao.com.br/5795-2/ <acesso dia 08 de abril de
2021>)