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Direito Penal
DIREITO
PENAL
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1ª Fase | 40° Exame da OAB
Direito Penal
Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade.
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
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Prof. Nidal Ahmad
Prof. Arnaldo Quaresma
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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Súm. 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.
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legislador. Traz em seu bojo a data do início e da cessação de sua vigência. É uma lei que, desde
a sua entrada em vigor, está marcada para morrer.
Reúnem duas características:
Autorrevogabilidade: em regra, uma lei somente pode ser revogada por outra lei, poste-
rior, que a revogue expressamente, que seja com ela incompatível ou que regule integralmente
a matéria nela tratada. As leis de vigência temporária e excepcional constituem exceção a esse
princípio, visto que perdem sua vigência automaticamente, sem que outra lei as revogue.
Ultratividade: significa que uma lei revogada continua gerando efeitos. É o caso da lei
temporária e da lei excepcional, que continuarão gerando efeitos em relação aos fatos praticados
durante sua vigência, mesmo após revogadas.
CESSAM TODOS OS
EFEITOS PENAIS
CAUSA DE EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE
PERMANECEM
EFEITOS CIVIS
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modo expresso, a sua incidência na hipótese de outra norma de maior gravidade punitiva não
ser aplicável ao caso concreto. A norma subsidiária poderá incidir ainda que o legislador não
tenha expressamente previsto essa possibilidade. O crime de constrangimento ilegal (art. 146 do
CP) é tacitamente subsidiário em relação ao crime de estupro (art. 213 do CP). Assim, se, no
caso concreto, o crime mais grave (art. 213 do CP) não restar caracterizado, ou seja, não ficar
demonstrado que o constrangimento não teve por finalidade violar a dignidade sexual da vítima,
pode-se aventar a incidência do crime de constrangimento ilegal (art. 146 do CP).
2. Do crime
Fato típico é o fato humano que se enquadra perfeitamente no modelo legal de conduta
proibida. Assim, o fato humano de desferir disparos de arma de fogo contra uma pessoa,
matando-a, será considerado fato típico, porque se amolda perfeitamente ao modelo legal da
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conduta proibida de “matar alguém”, adequando-se aos elementos constitutivos do tipo penal
que define o crime de homicídio, descritos no art. 121 do CP.
Fato atípico, por sua vez, é o fato humano que não se enquadra ou não se adéqua a um
tipo penal.
Para a integração do fato ao tipo penal deve haver um comportamento humano, con-
sistente na conduta. A ação ou omissão humana (conduta), porém, não é suficiente, sendo
necessário um resultado. Entre a conduta e o resultado se exige uma relação de causalidade.
Por último, para integralizar um fato típico, deve operar-se a subsunção ou adequação de todos
os elementos no modelo legal previsto no tipo penal, revestindo-se, assim, na própria tipicidade.
Portanto, os elementos do fato típico são:
CONDUTA
FATO TÍPICO
RESULTADO
RELAÇÃO DE
CAUSALIDADE
TIPICIDADE
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Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à cri-
ança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
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agente para a prática da infração penal, passando pela ideação até chegar à consumação. Em
síntese, iter criminis é o conjunto de fases pelas quais passa o delito.
O primeiro momento do iter criminis é a cogitação. O agente idealiza, internamente, a
atividade criminosa. Toda essa representação ainda se encontra no plano interno do agente, ou
seja, ainda não há exteriorização de nenhum ato. É exatamente por isso que a fase da cogitação
não é punível.
Nos atos preparatórios, o agente passa da cogitação para a exteriorização da sua ati-
vidade criminosa, buscando, previamente ao início da execução, os elementos necessários para
o desenvolvimento da conduta delituosa. É a partir dos atos preparatórios que o agente começa
a materializar, ou seja, exteriorizar sua busca pela consumação da infração penal. A aquisição
de uma arma, por exemplo, para a prática do homicídio constitui ato preparatório. Da mesma
forma, o estudo do local do crime, buscando identificar a melhor hora e forma de ingressar no
ambiente, constitui ato preparatório do crime de furto.
Os atos preparatórios, via de regra, não são puníveis, nem na forma tentada, uma vez
que, nos termos do art. 14, II, do CP, afigura-se necessário o início da execução do delito, com
a realização da conduta nuclear descrita no tipo penal.
Todavia, em casos excepcionais, o legislador descreve atos que na sua concepção seriam
preparatórios como delitos autônomos, por exemplo, os crimes de associação criminosa (art. 288
do CP) e petrechos para falsificação de moedas (art. 291 do CP).
Nos atos executórios, o agente passa a desenvolver conduta voltada a realizar o verbo
nuclear do tipo. A partir dos atos executórios, o fato passa a ser punível, ao menos na forma
tentada. Isso porque o próprio art. 14, II, do CP atrelou a tentativa ao início da execução do crime,
condicionando, pois, sua punibilidade ao início da prática de atos executórios.
A consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo
penal.
O exaurimento não integra o iter criminis, que encerra com a consumação. O crime ex-
aurido, também chamado de esgotado, é aquele no qual, após ser alcançada a consumação,
continua produzindo efeitos decorrentes da conduta lesiva do agente.
A consumação do crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) ocorre com a solicitação
da vantagem indevida. O efetivo proveito ulterior com o recebimento dessa vantagem não integra
o iter criminis, constituindo-se no exaurimento do crime.
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delito, mas não consuma por vontade própria, ou porque desistiu de prosseguir nos atos executó-
rios, ou porque se arrependeu eficazmente.
2.4.3. Consequência
Nos termos da parte final do art. 15 do CP, verificada hipótese de desistência voluntária
ou arrependimento eficaz, o agente jamais responderá pelo crime na modalidade tentada, já que,
como visto, trata-se de causa excludente da tipicidade da tentativa, mas pelos atos até então
praticados, se típicos.
Assim, o agente que ingressa numa residência e, por ato voluntário, desiste de consumar
a subtração, não responderá por tentativa de furto, mas pelos atos até então praticados, quais
sejam, violação de domicílio (art. 150 do CP).
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responsável pelo crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa, repara o dano provo-
cado ou restitui a coisa, desde que de forma voluntária, até o recebimento da denúncia ou da
queixa.
Assim, se o agente subtraiu uma TV do seu local de trabalho e, ao chegar em casa com
a coisa subtraída, é convencido pela esposa a devolvê-la, o que efetivamente vem a fazer no dia
seguinte, mesmo quando o fato já havia sido registrado na delegacia, haverá arrependimento
posterior, com reflexo na dosimetria da pena.
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produzindo, pois, único resultado. Em síntese, no dolo direto de primeiro grau, o resultado obtido
era o objetivo principal da conduta. Ex.: agente que sai ao encalço e mata a vítima pretendida.
No dolo de segundo grau ou de consequências necessárias, o agente desenvolve con-
duta com vontade e consciência dirigida a produzir determinado resultado. Todavia, os meios
empregados para alcançar o resultado desejado inexoravelmente produziram consequências
necessárias, de efeitos colaterais de verificação certa. Imaginemos que o agente toma conheci-
mento que seu desafeto realizará uma viagem de carro com mais três amigos. Com a intenção
de matar a vítima determinada, instala uma bomba no veículo, que, dada a potência da explosão,
provoca a morte de todos os ocupantes do veículo. No caso, ainda que o agente pretendesse
matar somente o seu desafeto, agiu consciente de que sua conduta provocaria necessariamente
a morte dos demais passageiros do veículo. Tem-se, em relação aos demais passageiros, o dolo
direto de segundo grau ou dolo de consequências necessárias.
Ocorre o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto é,
admite e aceita o risco de produzi-lo. Em relação ao dolo eventual, adota-se a teoria do con-
sentimento ou assentimento, inserta na expressão “assumiu o risco de produzi-lo”, encartada
no art. 18, I, do CP. Tomemos como exemplo a conduta do agente que pretende atirar contra o
seu desafeto, que se encontra conversando com outra pessoa. O agente prevê que também
pode atingir a outra pessoa, mas segue em diante na sua conduta, assumindo o risco de errar o
disparo contra o seu desafeto e atingir a outra pessoa, sendo-lhe indiferente quanto ao resultado
que possa a vir a ser produzido em relação ao terceiro. Se efetuar disparos matando o seu de-
safeto e também a outra pessoa, o agente responderá por dois crimes de homicídio: o primeiro,
a título de dolo direto; o segundo, a título de dolo eventual.
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Culpa Consciente
• Previsão do resultado;
• Acredita que o resultado não irá ocorrer;
• Considera ter habilidade para evitar o resultado.
Dolo Eventual
• Previsão do resultado;
• Assume o risco de produzir o resultado;
• Aceita o resultado.
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incidência da agravante de ter praticado crime contra ascendente, prevista no art. 61, II, e, 1a
parte, do CP.
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2.10.2. Espécies
a) Descriminante putativa por erro de tipo
É um erro de tipo essencial incidente sobre elementares de um tipo permissivo. Os tipos
permissivos são aqueles que permitem a realização de condutas inicialmente proibidas. Com-
preendem os que descrevem as causas de exclusão da ilicitude.
Ocorrerá um erro de tipo permissivo quando o agente, erroneamente, imaginar uma situ-
ação de fato totalmente diversa da realidade, em que estão presentes os requisitos de uma causa
de justificação.
Assim, por exemplo, se o agente praticar uma conduta supondo estar diante de uma
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agressão injusta, mas que, na verdade, não existe. Trata-se de legítima defesa putativa.
O agente pratica uma conduta supondo estar numa situação de perigo, que, na verdade,
não existe. Trata-se de estado de necessidade putativo.
Os efeitos são os mesmos do erro de tipo, já que a descriminante putativa por erro de tipo
não é outra coisa senão erro de tipo essencial incidente sobre tipo permissivo.
Assim, se o erro for vencível, o agente responde por crime culposo, já que o dolo será
excluído, da mesma forma como sucede com o erro de tipo propriamente dito; se o erro for
inevitável, excluir-se-ão o dolo e a culpa e não haverá crime.
Cuidando-se de erro invencível, há exclusão do dolo e culpa.
Tratando-se de erro vencível, responde o sujeito por crime culposo, se prevista a modali-
dade culposa. Provando-se que o sujeito não foi diligente ao se verificar as circunstâncias do
fato, responde por crime de homicídio culposo (art. 20, § 1°, do CP).
b) Descriminante putativa por erro de proibição
O agente tem perfeita noção de tudo o que está ocorrendo. Não há qualquer engano
acerca da realidade. Não há erro sobre a situação de fato. Ele supõe que está diante da causa
que exclui o crime, porque avalia equivocadamente a norma: pensa que esta permite, quando,
na verdade, ela proíbe; imagina que age certo, quando está errado; supõe que o injusto é justo.
O sujeito imagina estar em legítima defesa, estado de necessidade etc., porque supõe
estar autorizado e legitimado pela norma a agir em determinada situação.
Ex.: uma pessoa de idade avançada recebe um violento tapa em seu rosto, desferido por
um jovem atrevido. O idoso tem perfeita noção do que está acontecendo, sabe que seu agressor
está desarmado e que o ataque cessou. Não existe, portanto, qualquer equívoco sobre a reali-
dade concreta. Nessa situação, no entanto, imagina-se equivocadamente autorizado pelo or-
denamento jurídico a matar aquele que o humilhou, atuando, assim, em legítima defesa de sua
honra.
Ocorre aqui uma descriminante (a legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude) puta-
tiva (imaginária, já que não existe no mundo real) por erro de proibição (pensou que a conduta
proibida fosse permitida). No exemplo dado, a descriminante, no caso a legítima defesa, foi pu-
tativa, pois só existe na mente do homicida, que imaginou que a lei lhe tivesse permitido matar.
Essa equivocada suposição foi provocada por erro de proibição, isto é, por erro sobre a ilicitude
da conduta praticada.
As consequências dessa descriminante putativa encontram-se no art. 21 do CP e são as
mesmas do erro de proibição direto ou propriamente dito.
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O dolo não pode ser excluído, porque o engano incide sobre a culpabilidade e não sobre
a conduta (por isso, erro de proibição). Se o erro for inevitável, o agente terá cometido um crime
doloso, mas não responderá por ele; se evitável, responderá pelo crime doloso, com pena
diminuída de um sexto a um terço.
2.10.3. Consequências
No contexto das descriminantes putativas, aplica-se a teoria limitada da culpabilidade.
Pela teoria limitada da culpabilidade, quando a descriminante putativa incidir sobre pres-
supostos de uma situação de fato (ex.: o agente imaginar que está diante de uma injusta
agressão, mas que era imaginária. Supor que o desafeto sacaria uma arma, quando, na verdade,
era um celular), o efeito em relação à conduta do agente é o mesmo do erro de tipo (art. 20 do
CP): se o erro foi invencível, exclui o dolo e a culpa; se vencível, exclui o dolo, mas o agente
responde pelo delito culposo, se previsto em lei.
Agora, se a descriminante putativa recair sobre pressupostos dos limites legais das ex-
cludentes, ou seja, apesar de conhecer a situação de fato, ignora a ilicitude do comportamento
(supõe ser comportamento lícito), o efeito será o mesmo do erro de proibição: se inevitável, o
agente será isento de pena; se evitável, o agente responde pelo delito, mas terá a pena reduzida
(art. 21 do CP). Ex.: um senhor de idade recebe um soco de um jovem rapaz e acredita estar
autorizado a revidar, lesionando-o gravemente por conta do desaforo. O senhor sabe exatamente
o que está fazendo, mas ignora que sua conduta será ilícita (que, no caso, não se trata de
hipótese de legítima defesa). É o caso das descriminantes putativas por erro de proibição.
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causa de exclusão da culpabilidade. Assim, quando o sujeito comete o fato típico e antijurídico
sob coação moral irresistível, não há culpabilidade em face da inexigibilidade de outra conduta
(não é reprovável o comportamento). A culpabilidade desloca-se da figura do coato para a do
coator.
Convém sinalar que, se o sujeito pratica o fato sob coação física irresistível, não praticará
crime por ausência de conduta. Trata-se de causa excludente da tipicidade.
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por sua vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse perigo para salvar outro, próprio
ou alheio, cuja perda não era razoável exigir.
Tem como fundamento um estado de perigo para certo interesse jurídico, que somente
pode ser resguardado mediante a lesão de outro.
Ex.: um pedestre joga-se na frente de um motorista, que, para preservar a vida humana,
opta por desviar e colidir com outro que se encontrava estacionado nas proximidades. Entre
sacrificar uma vida e um bem material, o agente fez a opção claramente mais razoável. Não
pratica crime de dano, pois o fato, apesar de típico, não é ilícito.
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natureza penal ou não. Ex.: policial que prende o agente em flagrante ou mediante cumprimento
de mandado de prisão, embora atinja o seu direito de liberdade, não comete crime algum, porque
amparado pelo estrito cumprimento do dever legal.
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3. Da Imputabilidade Penal
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4.1. Conceito
Trata-se de contribuição entre dois ou mais agentes para o cometimento de uma infração
penal. Ocorre quando duas ou mais pessoas, em conjugação de esforços e comunhão de von-
tades, reúnem-se para a prática de um ou mais delitos.
4.2. Requisitos
4.2.1. Pluralidade de condutas
Trata-se de requisito elementar do concurso de pessoas: a concorrência de mais de uma
pessoa na execução de uma infração penal.
Assim, para que haja concurso de pessoas, exige-se que cada um dos agentes tenha
realizado ao menos uma conduta relevante. Pode ser em coautoria, em que há duas condutas
principais; ou autoria e participação, em que há uma conduta principal e outra acessória, prati-
cadas, respectivamente, por autor e partícipe.
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diz respeito somente à graduação da pena para os agentes que praticaram o mesmo crime.
Portanto, todos respondem pelo mesmo crime (teoria monista ou unitária). Todavia, a un-
idade criminosa não importa necessariamente a aplicação de pena idêntica a todos os que con-
tribuíram para a prática do crime, pois cada um deverá responder na medida da sua culpabi-
lidade.
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ou partícipes.
Ex.: “A”, funcionário público, comete um crime de peculato (art. 312), com a participação
de “B”, não funcionário público. A condição pessoal (funcionário público) é elementar do crime
de peculato, comunicando-se, portanto, ao agente que não é funcionário público. Logo, os dois
respondem por crime de peculato.
De outro lado, as circunstâncias objetivas alcançam o partícipe ou coautor se, sem haver
praticado o fato que as constitui, integraram o dolo ou culpa.
Ex.: “A” instiga “B” a praticar homicídio contra “C”. “B”, para a execução do crime, emprega
asfixia. O partícipe não responde por homicídio qualificado (art. 121, § 2º, III, 4a figura), a não
ser que o meio de execução empregado pelo autor principal tenha ingressado na esfera de seu
conhecimento.
5. Aplicação da Pena
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de falta grave.
O início do cumprimento da pena para os crimes apenados com reclusão dar-se-á da
seguinte forma, nos termos do art. 33, § 2º, do CP:
a) o condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumprir a pena privativa de
liberdade no regime fechado;
b) o primário, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o primário, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.
Súm. nº 269 do STJ: É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reinci-
dentes condenados à pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judi-
ciais.
Nos crimes apenados com detenção, os critérios para a definição do regime inicial são os
seguintes:
a) se a pena for superior a quatro anos, o juiz fixará o regime inicial semiaberto;
b) se a pena for igual ou inferior a quatro anos, o regime inicial será o aberto;
c) se o condenado for reincidente, o regime inicial será o semiaberto, independentemente
da quantidade da pena.
Além disso, a imposição de regime inicial fechado depende de fundamentação adequada,
não se revestindo a gravidade em abstrato do delito motivação idônea para a fixação do regime
de cumprimento de pena mais severo do que a pena aplicada exigir. É o que se extrai das Súm.
nos 718 e 719 do STF, e Súm. no 440 do STJ.
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As penas restritivas de direitos são substitutivas, uma vez que o juiz, depois de fixar a
pena privativa de liberdade, verificando a presença dos requisitos, efetua a substituição por uma
ou mais penas restritivas de direitos, conforme o caso. Isso porque não há, no preceito
secundário dos tipos penais incriminadores, previsão direta de pena restritiva de direitos, mas
tão somente pena privativa de liberdade.
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regra, as agravantes são de aplicação obrigatória. Em razão disso, o juiz não pode deixar de
agravar a pena, ficando o quantum da pena a seu critério.
Todavia, quando uma das circunstâncias agravantes funciona como elementar ou como
circunstância qualificadora, não se aplica a agravante, a fim de evitar o bis in idem.
Assim, se, por exemplo, o agente praticar homicídio por motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do
CP), não incide a agravante do art. 61, II, a, 1ª figura (ter sido o crime cometido por motivo fútil),
pois a circunstância genérica funciona como “qualificadora” do homicídio.
A quantidade da pena a ser agravada ou atenuada fica a critério do juiz, uma vez que não
há nenhum dispositivo legal fixando os parâmetros.
As circunstâncias atenuantes são de aplicação em regra obrigatória, pois o caput do art.
65 reza que: “são circunstâncias que sempre atenuam a pena”.
Entretanto, quando a pena-base for fixada no mínimo legal, a incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo da pena mínima cominada. É o que se
extrai da Súm. no 231 do STJ: “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal”.
É possível que a atenuante do art. 65 funcione na Parte Especial do Código Penal como
causa da diminuição da pena. Nesse caso, não se aplica a atenuante genérica. Ex.: a circun-
stância consistente em praticar crime por motivo de relevante valor moral ou social integra o
homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP); logo, não poderá ser considerada atenuante gen-
érica.
Ao contrário das circunstâncias agravantes, que somente podem ser aplicadas se expres-
samente previstas em lei, pode o Magistrado considerar, na segunda fase de fixação da pena,
atenuante não prevista em lei, levando em conta circunstância relevante, anterior ou posterior ao
crime. É o que se extrai do art. 66 do CP.
Assim, se, por exemplo, restar comprovado que o agente praticou o crime de furto em
razão de desemprego ou moléstia grave na família, poderá o Magistrado considerar essa circun-
stância para atenuar a pena, ainda que não expressamente prevista em lei.
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Especial.
O cálculo decorrente da causa de aumento ou diminuição da pena deve incidir sobre a
pena provisória, encontrada na segunda fase, de forma cumulada.
É importante salientar que, com o reconhecimento de causa de aumento ou de diminuição
de pena, o juiz pode aplicar pena acima da máxima ou inferior à mínima cominada em abstrato.
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Informativo 636 STF: Condenações anteriores pelo delito do art. 28 da Lei nº 11.343/2006
não são aptas a gerar reincidência.
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primeiro.
5.5.4.2. Requisitos
Para a incidência das regras do crime continuado é preciso verificar a presença de req-
uisitos dispostos no art. 71 do CP, consistentes: a) na pluralidade de condutas; b) na pluralidade
de crimes da mesma espécie; c) nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução
e outras semelhantes.
a) Pluralidade de condutas
Nos termos do art. 71 do CP, o crime continuado caracteriza-se pelo fato de o agente
praticar crimes mediante mais de uma ação ou omissão, exigindo, pois, pluralidade de condutas.
Distingue-se do concurso material, que também exige pluralidade de condutas, por força
da incidência dos demais requisitos, ou seja, a prática de crimes de mesma espécie, nas mesmas
condições de tempo, lugar e maneira de execução.
b) Crimes da mesma espécie
Crimes da mesma espécie são os que estiverem previstos no mesmo tipo penal, consider-
ando-se, inclusive, as figuras simples ou qualificadas, dolosas ou culposas, tentadas ou con-
sumadas.
De outro lado, a teor da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não há como
reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e de latrocínio, porquanto são delitos
de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes.1
c) Condições de tempo
Exige-se, para caracterizar crime continuado, conexão temporal entre as condutas prati-
cadas para que se configure a continuidade delitiva. Deve existir, em outros termos, certa perio-
dicidade que permita se observar certo ritmo, certa uniformidade, entre as ações sucessivas,
embora não se possam fixar, a respeito, indicações precisas.
A jurisprudência tem admitido crime continuado quando entre as infrações penais não
houver decorrido período superior a 30 (trinta) dias.
d) Condições de lugar
Deve existir entre os crimes da mesma espécie uma conexão espacial para caracterizar
o crime continuado.
A prática de crimes da mesma espécie em locais diversos não exclui a continuidade.
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Assim, crimes praticados em bairros diversos de uma mesma cidade, ou em cidades próximas,
podem ser entendidos como praticados em condições de lugar semelhantes.
e) Maneira de execução
A lei exige que a forma de execução das infrações continuadas seja semelhante, traduz-
indo-se no modo, forma e meios empregados para a prática dos delitos. Ex.: empregado de um
estabelecimento comercial que subtrai, diariamente, objetos da empresa.
Todavia, um crime de furto qualificado pela escalada e outro furto qualificado pela
destreza, conquanto crimes da mesma espécie, inviabilizam a incidência do crime continuado, já
que empregaram modos de execução distintos.
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não for produto de uma conduta dolosa, não estará caracterizada a exceção.
Com relação a crime continuado específico, previsto no art. 71, par. ún., do CP, aplica-se
a pena do crime mais grave aumentada até o triplo. Todavia, segundo o entendimento do Su-
premo Tribunal Federal, no crime continuado qualificado, a majoração da pena não está adstrita
ao número de infrações praticadas, haja vista que o art. 71, par. ún., do CP determina que poderá
o juiz, “considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo”. Logo, a fração de aumento de pena no crime
continuado qualificado lastreia-se nos vetores em questão, e não apenas no número de infrações
praticadas.2
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Direito Penal
6.1. Conceito
Trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a suspensão da execução da
pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere do condenado não reincidente
condenado à pena não superior a 2 (dois) anos (ou a 4 anos, na hipótese de sursis etário ou
humanitário), mediante o cumprimento de determinadas condições, fixadas pelo juiz, durante o
período de prova.
Os requisitos da suspensão condicional da execução da pena estão previstos no art. 77
do CP.
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Direito Penal
6.2. Condições
Durante o período do sursis, o condenado deve cumprir determinadas condições, sob
pena de ser revogada a medida e ter de cumprir a sanção privativa de liberdade. Essas condições
são: a) legais: impostas pela lei (arts. 78, § 1º, e 81 do CP); b) judiciais: impostas pelo juiz na
sentença (art. 79 do CP).
No sursis simples, a condição legal e obrigatória consiste na prestação de serviços à co-
munidade ou limitação de fim de semana, no primeiro ano do período de suspensão (art. 78,
§ 1º, 1ª parte, do CP).
Tratando-se de sursis especial, satisfeitos os seus requisitos, as condições alternativas
da prestação de serviços à comunidade e a limitação de fim de semana são substituídas por:
proibição de frequentar determinados lugares; proibição de o condenado ausentar-se da
comarca onde reside, sem autorização judicial; e comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades (art. 78, § 2º, a e c, do CP).
As condições legais do sursis especial, previstas no art. 78, § 2º, a, b e c, do CP, devem
ser impostas cumulativamente.
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Direito Penal
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Direito Penal
revogação do benefício.
II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem mo-
tivo justificado, a reparação do dano
Trata-se da hipótese de o condenado solvente criar embaraços para frustrar a execução
da pena de multa que obstem a cobrança da multa, não efetuando o seu pagamento.
Também constitui causa obrigatória de revogação do sursis a ausência injustificada da
reparação do dano. Assim, se justificada a impossibilidade de reparação do dano, por exemplo,
a precária situação financeira do condenado, não incidirá a causa de revogação do benefício.
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 do CP
Como ocorre na hipótese da reparação do dano, somente o descumprimento injustificado
da prestação de serviços à comunidade ou da limitação de fim de semana ensejará a revogação
do benefício.
b) Revogação facultativa
Incidindo uma causa de revogação facultativa do sursis, ficará a critério do juiz revogar ou
não o benefício.
As hipóteses de revogação facultativa estão previstas no art. 81, § 1º, do CP. Nesse caso,
o juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar por advertir novamente o senten-
ciado, prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições impostas, conforme
dispõe o art. 81, § 3º, do CP.
São duas as hipóteses de revogação facultativa:
I – o condenado deixa de cumprir qualquer outra condição imposta
Na hipótese de revogação facultativa, a decisão fica sujeita à discricionariedade do juiz,
que, em vez de revogar a suspensão, poderá prorrogar o período de prova. Aqui, a lei refere-se
às condições legais previstas para o sursis especial (art. 78, § 2º, do CP) e às condições judiciais
que foram determinadas (art. 79 do CP).
II – condenação irrecorrível, por crime culposo ou contravenção, à pena privativa
de liberdade e restritiva de direitos
Essa hipótese afasta a condenação à pena de multa, já que se refere, especificamente,
às outras duas modalidades de penas.
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1ª Fase | 40° Exame da OAB
Direito Penal
Assim, expirado o prazo de suspensão ou de prorrogação sem que tenha havido motivo
para a revogação, o juiz deve declarar extinta a pena privativa de liberdade.
Trata-se de sentença declaratória. Em face disso, considera-se, para fins de extinção da
pena, a data do término do período de prova e não a data em que o juiz profere a decisão, ainda
que seja em período posterior.
7. Do Livramento Condicional
7.1. Conceito
Trata-se de um instituto de política criminal, destinado a antecipar o retorno do condenado
ao convívio social, mediante determinadas condições e de forma precária, desde que preenchi-
dos os requisitos legais.
7.2. Requisitos
Os requisitos do livramento condicional, de ordem objetiva e subjetiva, encontram-se no
art. 83 do CP.
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1ª Fase | 40° Exame da OAB
Direito Penal
Se o condenado for reincidente em crime doloso, deverá cumprir mais da metade da pena
privativa de liberdade, conforme dispõe o art. 83, II, do CP. Trata-se do livramento condicional
qualificado. Nesse particular, há uma omissão do legislador na hipótese de o condenado não ser
reincidente em crime doloso, mas portador de maus antecedentes. Isso porque não se enquadra
na hipótese do inciso I (que exige bons antecedentes) nem na do inciso II (que trata da hipótese
de reincidente em crime doloso) do art. 83 do CP.
Nesse caso, prevalece o entendimento de que, por conta da ausência de expressa pre-
visão legal, deve-se conferir ao condenado o tratamento mais benéfico. Ou seja, o condenado
não reincidente em crime doloso, mas portador de maus antecedentes, deverá cumprir mais de
1/3 da pena para obtenção do livramento condicional. É a posição do Superior Tribunal de Jus-
tiça.3
Tratando-se de condenado por prática de tortura, crime hediondo, tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins, terrorismo e tráfico de pessoas (introduzido pela Lei no 13.344/2016),
desde que não seja reincidente específico em tais delitos, deve cumprir mais de 2/3 da pena (art.
83, V, do CP). Trata-se do livramento condicional específico.
Assim, sendo reincidente específico em crime hediondo ou equiparado, não é admissível
o livramento condicional. Há reincidência específica, para efeito desse dispositivo, quando o su-
jeito, já tendo sido condenado por qualquer dos delitos hediondos por sentença transitada em
julgado, vem novamente a cometer crime dessa mesma natureza. Ex.: após condenação defini-
tiva por crime de homicídio qualificado, o agente pratica e é condenado pelo crime de tráfico de
drogas. Nesse caso, não terá direito a livramento condicional, por ser reincidente específico por
crime de natureza hedionda e equiparado.
c) Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade
Nos termos do art. 91, I, do CP, a condenação torna certa a obrigação de indenizar o dano
resultante do crime. Assim, o condenado não pode obter o livramento condicional enquanto não
reparar o dano causado, salvo quando insolvente.
Na prática, esse requisito tem limitado alcance, uma vez que, via de regra, os condenados
são pessoas pobres, absolutamente insolventes, sem a menor possibilidade de reparar o dano
causado.
3 HC 102.278/RJ. Superior Tribunal de Justiça. Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora Convocada do TJ/MG), 6 a Turma, julgado
em 03/04/2008.
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Direito Penal
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Direito Penal
liberação. O que a lei exige é a aptidão, isto é, a disposição, a habilidade, a inclinação do con-
denado para viver às custas de seu próprio e honesto esforço.
e) Constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não vol-
tará a delinquir na hipótese de condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça
Tratando-se de condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa, a concessão do livramento fica subordinada, além dos requisitos do art. 83 do CP, à
constatação, mediante perícia, de condições pessoais que façam presumir que o liberado não
voltará a delinquir (art. 83, par. ún., do CP).
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A revogação obrigatória incide quando o liberado vem a ser condenado a pena privativa
de liberdade, em sentença irrecorrível, por crime praticado durante ou antes da concessão do
livramento condicional.
A condenação pela prática de contravenção penal ou por crime a pena que não seja priv-
ativa de liberdade constitui causa de revogação facultativa.
8. Efeitos da Condenação
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portanto, o juiz declarar na sentença. É o que se extrai, a contrario sensu, do disposto no art. 92,
par. ún., do CP.
Os efeitos específicos são aqueles previstos no art. 92 do CP. Nos termos do parágrafo
único do art. 92, esses efeitos não incidem de forma automática, devendo o juiz declará-los mo-
tivadamente na sentença.
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Direito Penal
Para efeito da perda prevista no caput do referido artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens:
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Direito Penal
9. Extinção da Punibilidade
9.1. Conceito
Com a prática da infração penal, surge para o Estado o direito de punir o responsável,
incidindo a possibilidade jurídica de o Estado impor uma sanção penal ao responsável pela
prática do crime ou contravenção penal.
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Direito Penal
personalidade da pena, segundo a qual a pena não pode passar da pessoa do condenado (art.
5o, XLV, 1a parte, da CF/1988).
Essa extinção da punibilidade incide sobre todas as espécies de penas, inclusive a pena
de multa. Assim, se, no curso da execução da pena de multa convertida em dívida ativa, o réu
vier a falecer, deve ser declarada extinta a punibilidade do agente pela sua morte, não sendo
possível, assim, direcionar a execução da pena de multa aos seus sucessores.
9.3.2.1. Anistia
Trata-se de uma espécie de exclusão da incidência do Direito Penal sobre uma ou mais
infrações penais. Não exclui o crime, mas apenas a possibilidade de o Estado punir o agente que
o praticou, razão pela qual tem efeito retroativo.
A competência para a concessão de anistia é exclusiva da União e privativa do Congresso
Nacional (art. 48, VIII, da CF/1988), com a sanção do Presidente da República, só podendo ser
concedida por meio de lei federal.
Não se aplica aos delitos referentes à prática de tortura, ao tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, ao terrorismo e aos definidos como crimes hediondos (art. 5o, XLIII, da CF/1988;
art. 2º, I, da Lei no 8.072/1990).
9.3.2.2. Graça
A graça, ao contrário do indulto, é um benefício concedido a pessoa determinada, conde-
nada definitivamente pela prática de crime comum, consistente na extinção ou comutação da
pena.
Nos termos do art. 5o, XLIII, da CF/1988, a graça não pode ser aplicada em relação a
delitos referentes à prática de tortura, ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, ao terror-
ismo e aos definidos como crimes hediondos.
A competência para conceder a graça é do Presidente da República, nos termos do art.
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Direito Penal
84, XII, da CF/1988, podendo, nos termos do parágrafo único desse artigo, delegar a atribuição
“aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União”.
9.3.2.3. Indulto
O indulto coletivo constitui modalidade de clemência concedida a todo condenado que
preencher os requisitos previstos no Decreto presidencial publicado geralmente no final de cada
ano. Como se vê, o indulto, ao contrário da graça, tem caráter coletivo e é concedido espontane-
amente.
Assim como a graça, a competência para conceder o indulto é do Presidente da
República, nos termos do art. 84, XII, da CF/1988, podendo, nos termos do parágrafo único desse
artigo, delegar a atribuição “aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União”.
Os requisitos para a concessão do indulto variam de acordo com cada decreto publicado,
considerando, invariavelmente, requisitos subjetivos (primariedade e bom comportamento car-
cerário, sem registro de falta grave ao longo do ano) e objetivos (tempo de cumprimento de
pena).
Nos termos do art. 2º, I, da Lei no 8.072/1990, o indulto não pode ser aplicado em relação
a delitos referentes à prática de tortura, ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, ao
terrorismo e aos definidos como crimes hediondos. O art. 44 da Lei no 11.343/2006 também veda
a concessão do indulto aos condenados pelo crime de tráfico de drogas.
O indulto também extingue somente a punibilidade, subsistindo o crime, a condenação
irrecorrível e seus efeitos secundários. Assim, se o agente beneficiado com o indulto praticar
novo crime, será considerado reincidente.
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1ª Fase | 40° Exame da OAB
Direito Penal
9.3.4.1. Decadência
A decadência é a perda do direito do ofendido e dos demais legitimados de oferecer rep-
resentação, no caso de ação penal pública condicionada à representação, e de ajuizar a queixa-
crime, na hipótese de ação penal privada, em face do decurso do tempo.
Os legitimados para apresentar representação ou queixa-crime têm o prazo de 6 (seis)
meses, a contar da inequívoca ciência da autoria do fato, para exercer esse direito. Escoado
esse prazo sem iniciativa do ofendido ou do seu representante legal, incide a decadência, e a
consequente extinção da punibilidade do agente ofensor.
Com efeito, nos termos do art. 103 do CP e do art. 38 do CPP, o ofendido ou seu repre-
sentante legal decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo
de 6 (seis) meses, contados a partir do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no
caso da ação penal privada subsidiária da pública, do dia em que se esgotou o prazo para o
oferecimento da denúncia.
Como se trata de prazo penal, a contagem segue as regras do art. 10 do CP, incluindo-se
o dia do começo, excluindo-se o último dia, considerando o calendário comum. Assim, se, por
exemplo, o ofendido tomou ciência da autoria do fato no dia 3-3-2018, terá até o dia 2-9-2018
para oferecer a representação ou ajuizar a queixa-crime. A partir do dia 3-9-2018 já incidirá a
decadência e a causa de extinção da punibilidade.
9.3.4.2. Perempção
A perempção é uma causa de extinção da punibilidade que incide por conta da inércia
processual do querelante.
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9.4. Prescrição
9.4.1. Introdução
Quando um indivíduo pratica, em tese, um fato típico e ilícito, surge para o Estado o poder
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9.4.2. Imprescritibilidade
Em regra, a prescrição alcança todas as infrações penais, inclusive os crimes hediondos
e equiparados.
Todavia, nos termos da Constituição Federal, alguns crimes são imprescritíveis, viabili-
zando, assim, o exercício da pretensão punitiva e executória a qualquer tempo.
São imprescritíveis os crimes de racismo (art. 5º, XLII, da CF/1988; Lei no 7.716/1989) e
os referentes à ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático (art. 5º, XLIV, da CF/1988). Os Tribunais Superiores passaram a considerar
imprescritível também o crime de injúria racial (art. 140, § 3º, do CP).
Convém destacar que as penas restritivas de direitos, que substituem a pena privativa de
liberdade, prescrevem no mesmo prazo das penas substituídas, nos termos do art. 109, par. ún.,
do CP.
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Direito Penal
Ex.: suponha-se que o agente tenha sido condenado a 1 (um) ano pela prática do crime
de furto, sendo a pena privativa de liberdade substituída por uma de prestação de serviços à
comunidade. Essa pena prescreverá em 4 (quatro) anos.
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Nos termos do caput do art. 110, a prescrição, depois de transitar em julgado a sentença
condenatória, regula-se pela pena imposta na sentença e verifica-se nos prazos fixados no art.
109, os quais aumentam de 1/3 se o condenado é reincidente.
Ex.: suponha-se que o agente tenha sido condenado irrecorrivelmente a 4 (quatro) anos
de reclusão pela prática do delito de roubo simples (art. 157 do CP). O prazo prescricional, con-
siderando a pena aplicada, será de 8 (oito) anos (art. 109, IV, do CP). Nesse caso, se o Estado
não iniciar a execução da pena dentro de 8 (oito) anos, opera-se a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão executória. Aplica-se o disposto no art. 110 do CP.
Ex.: réu condenado a 1 (um) ano de reclusão: prazo da prescrição executória: 4 (quatro)
anos (art. 109, V).
Tratando-se de reincidente, o prazo da prescrição da pretensão executória da pena priv-
ativa de liberdade é aumentado de 1/3 (art. 110, caput, in fine). Para tanto, é necessário que a
sentença condenatória tenha reconhecido a reincidência.
No concurso material e formal, cada delito tem seu prazo prescricional ISOLADO, ainda
que as penas tenham sido impostas na mesma sentença (art. 119 do CP).
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de a vítima ser do sexo feminino, podendo incidir outra qualificadora, como a do motivo fútil.
Trata-se, nesse caso, de femicídio e não de feminicídio.
Também merece destaque a qualificadora do homicídio funcional (art. 121, § 2º, VII, do
CP). A qualificadora alcança integrantes dos órgãos de segurança pública, bem como seus
parentes consanguíneos até terceiro grau, desde que o homicídio tenha sido praticado no exer-
cício da função ou em decorrência dela. Ou seja, para incidir a qualificadora, o homicídio deve
estar necessariamente vinculado à função desempenhada pelo agente de segurança pública.
A Lei no 14.344/2022 introduziu mais uma qualificadora ao crime de homicídio, quando se
tratar de vítima menor de 14 anos de idade (art. 121, § 2º, IX). Com isso, encontra-se tacitamente
revogada a segunda parte do art. 121, § 4º, do CP, no que se refere à majorante em face de a
vítima ser menor de 14 anos de idade. Além disso, passou a prever novas causas de aumento
de pena. Nos termos do art. 121, § 2º-B, do CP, a pena do homicídio contra menor de 14 anos é
aumentada de: “I – 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; II – 2/3 (dois terços) se o autor é as-
cendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela”.
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10.2.2. Consumação
Com as alterações introduzidas pela Lei no 13.968/2019, o delito de participação em sui-
cídio ou automutilação passou a ser crime formal, não mais exigindo para a sua consumação a
produção do resultado naturalístico morte ou lesão corporal de natureza grave.
Agora, para a consumação do delito, basta a conduta de induzir, instigar ou prestar auxílio
ao suicídio ou à automutilação, ainda que resulte lesão corporal de natureza leve ou não resulte
qualquer lesão. Nesse caso, o agente responderá pelo crime de participação em suicídio ou
automutilação na sua modalidade simples, nos termos do art. 122, caput, do CP.
A participação em suicídio ou automutilação com resultado lesão grave ou gravíssima,
bem como com resultado morte configuram o crime na modalidade qualificada (art. 122, §§ 1° e
2º, do CP).
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morte, e o crime tiver sido praticado contra vítima menor de 14 anos ou contra quem não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 do CP.
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Direito Penal
provocação do aborto, não será partícipe do crime do art. 124 do CP, mas, sim, autor do fato
descrito no art. 126 (provocação do aborto com consentimento da gestante).
Na segunda figura, a mulher apenas consente na prática abortiva, mas a execução mate-
rial do crime é realizada por terceira pessoa. Em tese, a gestante e o terceiro deveriam responder
pelo delito do art. 124. Contudo, o Código Penal prevê uma modalidade especial de crime para
aquele que provoca o aborto com o consentimento da gestante (art. 126).
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Direito Penal
de 1 a 3 anos e multa.
Quando o agente se dirige a uma pessoa de determinada raça, insultando-a com argu-
mentos ou palavras de conteúdo pejorativo, responderá por injúria racial, nos termos do artigo
2º A da lei 7716 de 1989, com pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa não podendo alegar que
houve uma injúria simples, tampouco uma mera exposição do pensamento (como dizer que todo
“judeu é corrupto” ou que “negros são desonestos”), uma vez que não há limite para tal liberdade.
Assim, quem simplesmente dirigir a terceiro palavras referentes à “raça”, “cor”, “etnia” ou
“procedência nacional”, com o intuito de ofender, responderá por injúria racial nos termos do
dispositivo legal citado. Ademais, vale destacar que, nos termos do parágrafo único do artigo 2ºA
da Lei 7716 de 1989 a pena será aumentada de metade se o crime for praticado mediante o
concurso de duas ou mais pessoas
Além das causas de aumento de pena já previstas no art. 141 do CP, o legislador acres-
centou, por meio da Lei no 14.344/2022, mais uma majorante, aumentando-se de um terço, se
qualquer dos crimes contra a honra forem praticados contra criança, adolescente, pessoa maior
de 60 anos ou pessoa com deficiência (inciso IV), exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140
deste Código.
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Por último, vale destacar que a injúria qualificada do parágrafo 3º do artigo 140 será de
ação penal pública condicionada à representação enquanto a injúria racial (art. 2º A da lei 7716
de 1989) será de ação penal pública incondicionada.
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Direito Penal
d) Mediante destreza
Consiste na habilidade física ou manual do agente que lhe permite o apoderamento do
bem sem que a vítima perceba. É a chamada punga. Tal ocorre com a subtração de objetos que
se encontrem junto à vítima, por exemplo, carteira, dinheiro no bolso ou na bolsa, colar etc., que
são retirados sem que ela note.
Importa dizer que se a vítima perceber a subtração no momento em que ela se realiza,
considera-se o furto tentado na forma simples, pois não há que se falar no caso em destreza do
agente (ex.: a vítima sente a mão do agente em seu bolso).
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Direito Penal
O roubo impróprio ocorre quando o sujeito, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para ele ou para terceiro (art. 157, § 1º, do CP).
São exemplos típicos de roubo impróprio aquele em que o sujeito ativo, já se retirando do
portão com a res furtiva, alcançado pela vítima, abate-a (assegurando a detenção), ou, então, já
na rua, constata que deixou um documento no local, que o identificará, e, retornando para
apanhá-lo, agride o morador que o estava apanhando (garantindo a impunidade).
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Direito Penal
ou valendo-se de forma anormal para garantir a subtração planejada. Ex.: subjugando a vítima,
o agente, pretendendo levar-lhe o veículo, manda que entre no porta-malas, rodando algum
tempo pela cidade, até permitir que seja libertada ou o carro seja abandonado.
Trata-se de crime hediondo (art. 1º, II, a, da Lei no 8.072/1990, com a redação dada pela
Lei no 13.964/2019).
e) Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca
Essa qualificadora foi introduzida pela Lei no 13.964/2019, e só terá incidência para fatos
praticados a partir da sua vigência, ou seja, fatos praticados a partir do dia 23-1-2020.
Arma branca é aquela em que o instrumento ou objeto é dotado de ponta ou gume, apto
a matar ou ferir uma pessoa, por exemplo, punhal e espada.
f) Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
13.2.5. Roubo com emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, do CP)
Importante alteração trazida pela Lei no 13.654/2018, na qual o roubo “com emprego de
arma” deixou de ser uma hipótese de roubo circunstanciado no art. 157, § 2º. Já o roubo com
emprego de arma de fogo continua sendo punido como roubo circunstanciado no art. 157, § 2º-
A, I, do CP.
Ou seja, o emprego de arma branca majora o crime de roubo de 1/3 até a metade, ao
passo que o emprego de arma de fogo majora o crime de roubo em 2/3.
A arma de brinquedo não serve para majorar a pena, uma vez que não causa à vítima
maior potencialidade lesiva. Pode, no entanto, gerar grave ameaça e, justamente por isso, servir
para configurar o tipo penal do roubo, na figura simples.
Trata-se de crime hediondo (art. 1º, II, b, da Lei no 8.072/1990, com a redação dada pela
Lei no 13.964/2019).
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de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Como, à evidência, não existe
analogia in malam partem no Direito Penal, essa omissão do legislador significa que não será
possível considerar esse tipo de roubo como hediondo.
Súm. no 610 do STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não realize o agente a subtração de bens da vítima.
Súm. no 603 do STF: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz
singular e não do Tribunal do Júri.
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acompanhando-a até caixas eletrônicos de bancos para sacar dinheiro. Nesse caso, ocorre o
crime de extorsão qualificada, uma vez que é imprescindível a atuação do sujeito passivo do
ataque patrimonial para a obtenção da vantagem indevida por parte do autor. Difere do roubo
majorado pela restrição da liberdade da vítima, porque, neste caso, a restrição da liberdade é
irrelevante para obtenção da vantagem indevida. Imaginemos o agente subtrair objetos da vítima,
prendendo-a no banheiro. Trata-se de roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima, pois
trancá-la no banheiro não é condição indispensável para a subtração.
A extorsão qualificada pela privação da liberdade da vítima com resultado lesão grave ou
morte passou a ser considerada crime hediondo (art. 1º, III, da Lei no 8.072/1990).
13.4.2. Consumação
A consumação ocorre com a privação de liberdade de locomoção da vítima, exigindo-se
tempo juridicamente relevante.
Trata-se de crime permanente, cuja consumação se prolonga no tempo. Assim, enquanto
a vítima estiver submetida à privação de sua liberdade de locomoção, o crime estará em fase de
consumação.
Tratando-se de crime formal, pune-se a mera atividade de sequestrar pessoa, tendo a
finalidade de obter vantagem. Assim, embora o agente não consiga a vantagem almejada, o
delito está consumado quando a liberdade da vítima é cerceada.
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Exceção: ação
Art. 163, p.ú
penal pública
incisos I, II, III
incondicionada
Finalidade
Deteriorar
econômica
Finalidade
Dano Destruir
econômica
Finalidade
Danificar
econômica
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13.7.3. Fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, § 2º, VI, do
CP)
Se o indivíduo emite um cheque na certeza de que tem fundos disponíveis para o devido
pagamento pelo banco, quando na realidade não há qualquer numerário depositado na agência
bancária, não se pode falar em ilícito criminal, diante da ausência de má-fé.
O que a lei penal pune é o pagamento fraudulento. Nesse sentido é o teor da Súm. no
246 do STF: “Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque
sem fundos”.
Emitir cheque significa pôr em circulação o título de crédito; frustrar o pagamento quer
dizer iludir ou enganar o credor, evitando a sua remuneração.
a) Emitir cheque sem provisão de fundos
O agente preenche, assina e coloca o cheque em circulação sem ter numerário suficiente
na instituição bancária (banco sacado) para cobrir o valor quando da apresentação do título pelo
tomador. No momento da emissão do cheque – que não significa simplesmente o seu
preenchimento, mas a entrega a terceiro –, é preciso que o estabelecimento bancário, en-
carregado da compensação, já não possua fundo suficiente para cobrir o pagamento.
b) Frustrar o pagamento de cheque
Neste caso, o agente possui fundos suficientes na instituição bancária quando da emissão
do cheque, contudo, antes de o beneficiário apresentar o título ao banco, aquele retira todo o
numerário depositado ou apresenta uma contraordem de pagamento.
c) Competência
Conforme o art. 70, § 4º, do CPP, incluído pela Lei no 14.155/2021, nos crimes previstos
no art. 171 do CP, quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante
transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em
caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
d) Reparação do dano
Arrependendo-se o agente antes da apresentação do título pelo beneficiário no banco
sacado, e depositando o numerário necessário para cobrir a quantia constante do cheque, haverá
arrependimento eficaz, não respondendo ele por crime algum.
Se, por outro lado, o agente arrepender-se somente após a consumação do crime, ou
seja, após a recusa do pagamento pelo banco sacado, incidirá a Súm. no 554 do STF: “O pa-
gamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta
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mas os crimes de ação penal pública incondicionada passam a ser condicionados à repre-
sentação do ofendido.
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mental, não tiver o necessário discernimento para a prática do ato), por qualquer outra causa,
não possa oferecer resistência. Se a vítima, por exemplo, estiver absolutamente embriagada,
absolutamente narcotizada, dormindo, em estados de inconsciência, elevada senilidade,
deficiência física que a incapacite de resistir etc., teremos estupro contra vulnerável.
O sujeito ativo e passivo da aludida infração penal pode ser homem e mulher, indistinta-
mente. Trata-se, pois, de crime comum. No entanto, no caso de menor de 14 anos, o crime será
o do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável).
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do crime, nos termos do art. 30 do CP. Portanto, é perfeitamente possível o concurso de pessoas,
dada a comunicabilidade da elementar do crime (art. 30).
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militar que exige vantagem indevida da vítima utilizando-se de violência, ou ameaçando-a grave-
mente de sequestrar seu filho.
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público que, em vez de recolher o tributo ou contribuição social, indevidamente exigido (§ 1o),
para os cofres públicos, desvia-o em proveito próprio ou alheio.
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17.1.3. Consumação
Trata-se de crime formal, ou seja, delito que não exige, para sua consumação, resultado
naturalístico, consistente no efetivo prejuízo para a administração da justiça.
Consuma-se, portanto, com a instauração de investigação policial, de processo judicial,
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra al-
guém.
Não se exige que a autoridade policial, formalmente, instaure o inquérito policial para que
se consume o crime. Basta que inicie investigação policial no sentido de coletar dados que apu-
rem a veracidade da denúncia.
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resistência por parte do agente em declarar a verdade. Não há, ao contrário das demais modal-
idades, qualquer afirmação falsa ou negativa.
Ex.: perito que omite dados relevantes ao elaborar o laudo pericial, de forma a criar prova
benéfica ao acusado.
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