O documento analisa o conto "Diante da Lei" de Kafka como uma metáfora para o acesso à justiça. Nele, um homem do interior viaja até a porta da lei e é impedido de entrar pelo guardião, permanecendo anos esperando. Ao fim de sua vida, descobre que aquela porta foi feita apenas para ele, mostrando que o acesso à justiça é diferente para cada um e muitas vezes inacessível.
O documento analisa o conto "Diante da Lei" de Kafka como uma metáfora para o acesso à justiça. Nele, um homem do interior viaja até a porta da lei e é impedido de entrar pelo guardião, permanecendo anos esperando. Ao fim de sua vida, descobre que aquela porta foi feita apenas para ele, mostrando que o acesso à justiça é diferente para cada um e muitas vezes inacessível.
O documento analisa o conto "Diante da Lei" de Kafka como uma metáfora para o acesso à justiça. Nele, um homem do interior viaja até a porta da lei e é impedido de entrar pelo guardião, permanecendo anos esperando. Ao fim de sua vida, descobre que aquela porta foi feita apenas para ele, mostrando que o acesso à justiça é diferente para cada um e muitas vezes inacessível.
Análise do conto de Kafka - Diante da Lei - do ponto de vista do acesso à justiça
No conto Diante da Lei de Franz Kafka, é narrada a história de um homem
do interior que viaja até a porta da “justiça” para ter acesso a ela. Chegando lá, ele se depara com um guardião que o impede de entrar assim que ele chega, mas afirma que é possível que ele entre em outro momento, então o homem aguarda. O homem permanece esperando por anos, tendo em mente que a lei foi feita para todos e, quando tenta observar pela porta, o guarda o informa que não há como entrar sem a sua permissão, pois a cada porta que ele deve atravessar lá dentro existe um guarda mais forte e mais poderoso que o primeiro. Quando o homem chega à beira da morte, ainda sem conseguir entrar, pergunta ao guardião o motivo de por todos esses anos ninguém mais ter pedido para entrar, já que a justiça é feita para todos, então o guardião responde que aquela porta foi feita apenas para aquele homem.
Kafka, formado em direito, escreveu Diante da Lei em 1915 como uma
metáfora ao acesso à justiça e tal análise, infelizmente, se mostra atemporal visto que esse acesso continua não democratizado. Vemos o primeiro obstáculo ao acesso à justiça quando o homem deve viajar de onde vive, no interior, para tentar acesso ao seu direito.
É importante levar em consideração a nossa estrutura social na qual não
há quase nenhuma participação popular na construção do direito, sendo este utilizado como meio de opressão da classe dominante através da sua influência pelo Estado. Nesse contexto, ao chegar na porta da lei, o homem se depara com o guardião, que pode ser interpretado como a personificação do Estado e a burocratização exercida por ele em relação ao acesso à justiça. Essa burocracia fica explícita quando o guarda fala sobre a maior dificuldade de atravessar as portas conforme se avança na justiça e, assim, podemos fazer a comparação entre a força dos guardiões e as dificuldades reais, como alto custo das custas processuais, a morosidade do judiciário, os diversos tipos de recursos, o que deixa o acesso à justiça para todos cada vez mais no campo teórico e longe da prática.
Depois de tantos anos de espera, quando o homem está no fim da vida e
o guardião responde que ninguém mais havia ido ali por todos aqueles anos porque aquela porta havia sido feita apenas para aquele homem, Kafka nos mostra que o acesso a lei se dá de maneira diferente para cada pessoa, mesmo que seja um direito assegurado a todo cidadão. Nesse momento, vemos claramente que a justiça se mostra inacessível muitas vezes desde o início, o que leva pessoas a passar toda a sua vida sem que tenham desfrutado de seus direitos.
Democracia, Direitos Fundamentais, Paradigmas: Justiça, Segurança e Liberdade : Democracia – história do constitucionalismo e formação do Estado – Estado de Direito Democrático – Estado Social – Direitos Fundamentais