Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
8/10 - Caracterização dos pressupostos da concepção moderna de democracia, no
século XVII, a partir da abordagem antropológica de Hobbes (uma leitura dos caps.
XIII-XVIII da obra Leviatã de Thomas Hobbes).
Três ideias fundamentais:
1) A ideia de que todos os homens são indivíduos iguais: por maiores que sejam
as diferenças entre os homens, nenhuma é suficientemente relevante para que
faça diferença no que tange ao estado de insegurança no estado de natureza
em que cada um se encontra. A ideia de "potentia": cada homem tem, no
estado de natureza, um direito natural a tudo, apenas limitado pela sua
capacidade ou "potentia".
2) A ideia de que há uma paixão (ou sentimento) que todos os homens partilham
em função da sua igualdade: o medo, proveniente da sua insegurança.
3) A ideia de que todos os homens têm uma razão que aconselha à realização de
um pacto em que cada um renuncie ao estado de natureza. O conceito de
soberania, alicerçada no conceito de representação (cap. XVI do Leviatã),
como condição de possibilidade do pacto e do aparecimento de um "estado
civil" como alternativa ao estado de natureza. A soberania como poder
constituinte da unidade política do povo. A distinção entre povo e multidão: o
povo como unidade política e a multidão como conjunto de singulares
irredutível a uma unidade.
Democracia:
Estado de natureza- estado de guerra de todos contra todos. estado de poder que não reconhece nenhuma lei
que o limite.
2
medo e a insegurança, sabendo que este medo não desaparece mas fica num estado de
presente ausente. Temos de sair do estado de natureza.
Em contraposição ao estado natureza temos o estado civil. O problema consiste em como é
possível transitar de um para o outro. O princípio da sua filosofia política passa por como
transitar para outro estado, neste caso o estado civil como alternativa ao estado de
natureza.
Paixão, medo presente no estado natureza, não é a vontade, que é a capacidade de
desejar ilimitadamente. A razão! Convocação em nós da necessidade de racionalidade, lidar
com as nossas paixões e vontades de forma racional. A razão compreende que a vontade e
paixão são destruidoras. Se não há lei no estado natureza, cria um estado de absoluta
liberdade. Temos direito a tudo mas liberdade não é reconhecida no EN, a ausência de
impedimentos externos dá possibilidade de exercermos a nossa liberdade, temos direito a
tudo mas liberdade para nada. Temos no estado natureza impedimentos e barreiras ao
exercício das nossas vontades e direitos. Máximo de direitos corresponde com o mínimo de
liberdade. A razão diz-nos que temos de reduzir direitos, na condição de que o outro
também reduza. Cada um de nós é chamado sobre o ponto de vista da sua razão a
cederem os seus direitos do EN se os outros também o cederem. A razão faz-nos perceber
o que temos de fazer para sair do estado de natureza.
O Pacto é o reconhecimento desta ideia. O pacto é essencial para sair do estado de
natureza. É unilateral. Abdicam unilateralmente que os outros também abdicam. Para
Hobbes o essencial é perceber qual a condição para a realização do pacto. O que garante a
possibilidade do pacto? Só é possível que haja um pacto se eu pressupor que haja um
poder capaz de punir o não cumprimento do pacto. Exercer uma punição sobre o
desrespeito. Um pacto sem poder são meras palavras. É precisa uma condição, ou seja,
um poder que o faça respeitar. este poder tem como característica fundamental é o facto de
não estar limitado, em disputa, capaz de se impor incondicionalmente.
Poder = Soberania! Poder é a condição do cumprimento do pacto que sustenta o estado
civil, poder indiscutível. Soberania é a base do Estado Civil. Estado retratado como Deus
mortal. Se não houver representação, o corpo político desaparece e volta o estado de
natureza.
O Soberano tem sobre mim um poder absoluto. Será que o Soberano pode ser injusto?
Não! Porque é o soberano que determina o que é justo ou injusto. O soberano não pode
mentir porque não há verdade para além da soberania. Um milagre? Interrupção de uma lei
natural, milagre é o que o soberano diz que é milagre. O soberano pode fazer tudo, mas se
o soberano me condenar à morte eu posso não aceitar e resistir porque é o soberano que
me proporciona a vida e se estaria a contrapor. No Estado civil todos nós entramos
abdicando do direito absoluto aceitando apenas a lei civil, que nos dá o soberano. Temos
direito a tudo o que a lei não proíbe (direitos civis). Direitos e Liberdades coincidem! Perdi
direitos mas aumentei a minha liberdade. Pacto acontece com a aceitação do poder
soberano. Soberania é Representação! Representação com substituição, direito privado.
Necessidade que alguém tenha de eleger o seu representante, advogado, pago para
representar a vontade de alguém. Desaparecendo o estado civil entra o estado natureza
novamente. Soberano constitui o estado civil e é por causa dele que este existe, poder
constituinte. Soberano é um criador.
3
CAPÍTULO XIII - Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e
miséria
“a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer
um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também
aspirar, tal como ele.”
“O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que
cada homem possui de usai seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação
de sua própria natureza”
“Quando o ator faz qualquer coisa contra a lei de natureza por ordem do autor, se pelo
pacto anterior for obrigado a obedecer-lhe, não é ele e sim o autor que viola a lei de
natureza. Pois a ação, embora seja contra a lei de natureza, não é sua; pelo contrário,
recusar-se a praticá-la é contra a lei de natureza, que obriga a cumprir os contratos.”
“Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência
necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um
poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao
cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza”
“A multidão que pode ser considerada suficiente para garantir nossa segurança”
“Mesmo que haja uma grande multidão, se as ações de cada um dos que a compõem forem
determinadas segundo o juízo individual e os apetites individuais de cada um, não poderá
esperar-se que ela seja capaz de dar defesa e proteção a ninguém, seja contra o inimigo
comum”
(Aula 4) (Revisão da aula anterior) Hobbes: A paixão política fundamental para Hobbes é o
medo, é o medo que faz a política.
Razão Estratégica - cada um unilateralmente abandone os seus direitos ilimitados, ligados
ao desejo ilimitado, para se subordinar a outro direito, o direito civil, renúncia ao direito
natural é denominada de pacto, renúncia de cada indivíduo ao direito que tinha no estado
natureza. Qual a palavra chave para compreendermos o conceito de soberania? —>
Representação, este processo é um processo de ficção, uma entidade só funciona como
ator político pelo processo de representação, por exemplo, a Universidade de Coimbra para
ser um ator político tem de ter representação, o Reitor da Universidade de Coimbra.
Hobbes, pensa a soberania através da representação, Hobbes usa dois conceitos, o
conceito de povo e o conceito de multidão. O povo é o sujeito político por excelência, mas é
o povo representado, tomado como unidade (unum quid), uma multidão é pluralidade,
anarquia, ausência de um princípio. A figura do soberano aparece em Hobbes sacralizada,
unidade do povo na vida concreta.
4
13/10 - Nesta aula deu-se início à parte da matéria sobre o liberalismo clássico.
Discutiu-se o conceito de liberdade, na forma como aparece em vários autores de
filosofia política, para mostrar como este princípio de justiça é específico do
liberalismo, não lhe sendo no entanto exclusivo. Mostraram-se algumas das raízes
históricas e políticas do liberalismo, com ênfase no contexto anglo-saxónico, e
introduziu-se a versão do liberalismo representada por John Locke, a partir de uma
breve análise do Segundo Tratado do Governo.
Liberal acredita que se não tiver interferência do estado é livre porque ninguém o está a
limitar a sua liberdade. (Rawls - Liberdade: Uma teoria da Justiça; Nozick - Anarquia,
Estado Utopia - mais radical do que os liberais)
Liberalismo Político
5
Liberalismo Clássico
Medo da morte violenta é que vai levar à constituição do estado civil que irá eleger um
soberano que lhe confere certos direitos e implica desfazer de certas liberdades. ???
6
(Propriedade) - Locke - Segundo Tratado do Governo (analisado) - pag 59 “A mesma lei da
natureza que nos concede a propriedade define igualmente os seus limites.” “Através do
trabalho, uma pessoa poderá fixar a sua propriedade em tudo aquilo de que puder retirar
proveito, antes de se deteriorar.”
20/10- Nesta aula foi abordada a segunda figura ligada ao liberalismo clássico, Adam
Smith. Foi contextualizada a produção de Adam Smith a partir de uma abordagem
sucinta da Teoria dos Sentimentos Morais e da Riqueza das Nações, argumentando-
se que Smith foi, dos autores clássicos, aquele que maior influência teve na vertente
7
económica do liberalismo, mostrando-se porém também que as leituras mais usuais
da famosa metáfora da mão invisível são talvez atravessadas por um conjunto de mal
entendidos, pois em geral ignoram o contexto da teoria moral de Adam Smith. Foi
igualmente feito um excurso alusivo à diferença entre a economia clássica (economia
política) e a economia neoclássica, dominante a partir do século XX, para se
contextualizar Adam Smith enquanto autor clássico.
A noção de economia vem da Grécia, a gestão e administração daquilo que era do domínio
privado/da família. Existe uma teoria moral desenvolvida por ele onde analisamos a “mão
invisível”. Existe uma diferença entre o sentido que queria dar à metáfora e a maneira como
esta foi utilizada posteriormente. De todos os liberais clássicos Adam Smith é aquele que
mais influente se tornou, de forma imediata e duradoura, em termos políticos, dada a sua
contribuição para o liberalismo econômico que Smith ajudou a forjar e a disseminar. No
entanto, muita dessa influência pode dever-se a um conjunto de mal entendidos.
Quase só o que passou para a posterioridade foi a famosa metáfora da “mão invisível" da
riqueza das nações, usada como justificação para a autorregulação do mercado e como
oposição à interferência do estado. Todo o contexto da filosofia Smithiana e nomeadamente
as teses da teoria dos sentimentos morais é geralmente esquecido. Essa leitura é hoje
posta em causa.
3/11- Nesta aula terminou-se a lecionação da matéria relativa a Adam Smith, com
leitura comentada de excertos da Riqueza das Nações dedicados às questões do
auto-interesse e da mão invisível, comparando-as brevemente com a filosofia moral
avançada por Smith em A Teoria dos Sentimentos Morais. Iniciou-se igualmente a
8
lecionação da filosofia política da terceira figura ligada ao liberalismo clássico, John
Stuart Mill, através de uma breve apresentação da obra Sobre a Liberdade, incidindo
na definição de liberdade apresentada e com leitura comentada de um excerto da
introdução a respeito do princípio do dano.
A metáfora da mão invisível, tudo o que deve existir é o mercado livre porque o mercado
livre autorregula-se, influência da fábula das abelhas de Mandeville. Egoísmo: quando
vamos ao talho, à cervejaria e à padaria pagamos com dinheiro, não porque nos dão de boa
vontade mas sim porque recebem algo em troca e garantem o seu próprio interesse. A ação
das pessoas é movida pelo interesse próprio, vai ser muito importante na formulação da
teoria económica e do Utilitarismo. O utilitarismo movem-se pelo seu interesse e não pelo
dos outros (motivações morais). Visão especifica do funcionamento do mercado, o individuo
rege a sua vida através do acordo, da troca e da compra. Ideia do dinheiro como algo
universal. Ação humana do egoísmo e auto interesse. Mão Invisível: Cada indivíduo
esforça-se continuamente por encontrar emprego mais vantajoso para qualquer que seja o
capital que detém. Na verdade, aquilo que tem em vista é o próprio benefício e não o da
sociedade. Mas o juízo da sua própria vantagem leva-o, naturalmente, ou melhor,
necessariamente, a preferir o emprego mais vantajoso para a sociedade. (continuação) Que
mão invisível? O Mercado Teoria dos Sentimentos Morais: Disposições Éticas como sendo
fundamentais ao mercado: Empatia, Confiança.
Conclusões- A relação entre a ética e a economia + Ilibar Adam Smith da responsabilidade
pelo neoliberalismo + Apelar à leitura da Teoria dos Sentimentos Morais. John Stuart Mill
(1806-1873) Grande figura do liberalismo político do século XIX, Utilitarista, Obras que mais
influenciam a posteridade: Sobre a Liberdade (1859) e Utilitarismo (1861). A analogia da
mão invisível tem influencias politicas, em ultima instancia também fala do auto interesse.
Economia era um Ramo da Filosofia Moral.
Utilitarismo: Consequências + Bem (Prazer + Utilidade (interesse próprio)) —> Utilidade
Agregada Stuart Mill - “Sobre a Liberdade”. Principais Temas- Definição da Liberdade,
Princípio do dano, Importância da liberdade de opinião e de expressão, Limitação do poder
do Estado que pode ser legitimamente exercido sobre o indivíduo. Âmbito do livro. Princípio
do Dan
9
objeto geral da vontade geral. O carácter problemático da vontade geral enquanto
princípio constitutivo do povo enquanto sujeito político soberano. O "paradoxo da
liberdade" e a ideia de que o indivíduo poderá ser "forçado a ser livre".
10
Estado sobre o indivíduo), incluindo alguns dos exemplos de aplicações que são
dados nos últimos capítulos do livro, sendo feita uma súmula dos principais
elementos característicos do liberalismo clássico nos três autores estudados: Locke,
Smith e Stuart Mill. Deu-se igualmente início à parte da matéria sobre o
neoliberalismo. Para tal, foi feita uma contextualização histórica: a contestação
política e económica ao liberalismo na primeira metade do século XX; a influência do
keynesianismo a partir da década de 1930; e a posterior afirmação do neoliberalismo,
primeiro na teoria e depois na prática (sobretudo a partir do final da década de 1970);
foram igualmente referidos alguns dos autores (von Mises; Hayek, Friedman) e
figuras políticas (Thatcher; Reagan) normalmente associados ao neoliberalismo.
Princípio do dano
O objetivo deste ensaio é assegurar um princípio muito simples, que se destina a reger em
absoluto a interação da sociedade com o indivíduo no que diz respeito à coação e controlo,
quer os meios usados sejam a força física, na forma de punições legais, quer a coerção
moral da opinião pública. É o principio de que o único fim para o qual as pessoas tem
justificação, individual ……. materiais
Liberdade de expressão
Caps. III, IV e V
Conclusões
O'Liberalismo classico não é uma teoria unificada, tem vários domínios (político, economico)
e autores
No entanto, todos concorrem na ideia da necessidade de existência de um estado, ainda
que devidamente limitado, e na defesa da ideia de liberdade
Muitos destes ideias será radicalizadas ou até transfiguradas com o surgimento do
neoliberalismo
Contexto histórico
O liberalismo torna-se uma doutrina influente no séc. xix mas é contestado politicamente
(socialismo, autoritarismo) e economicamente na primeira metade do sé. xx
11
Sai da crise com esforço de guerra. FDRoosevelt - sai da crise de 29 com um “estado de
providencia” new deal - criação da segurança social; baseado em políticas economicas
keyneesianas - defende o papel do estado e intervenção do papel na economia para
enfrentar as crises.
Origens neoliberalismo
Origem e afirmação do termo: colóquio dedicado a walter lippman em 1938 e que reuniu
vários intelectuais liberais
12
Portugal" os principais aspectos teóricos e as principais políticas públicas
geralmente associados ao neoliberalismo. Finalmente, reconstituiu-se a forma como,
a partir do final da década de 1970 e sobretudo nas décadas de 1980 e 1990 o
neoliberalismo se consolidou na "governança" económica mundial, analisando
algumas das consequências que teve nas sociedades ocidentais: por exemplo, as
questões de desigualdade de rendimentos, erosão do Estado social, e a precarização
dos vínculos laborais. Finalmente, foi traçado um paralelismo com o consenso em
torno da democracia liberal pós-1989, mostrando-se como, com a aparição da
chamada 'terceira via' o consenso em torno de um modelo de democracia liberal
capitalista transforma o panorama dos partidos de esquerda, criando um consenso
ao centro que, por sua vez, faz com que partes do eleitorado deixem de se reconhecer
num centro político que passa a ser visto como sendo insuficientemente diferenciado
entre si.
Neoliberalismo:
Contexto Histórico
Dimensões:
13
- foco central no indivíduo. este acima de tudo. Como se o estado não fosse
necessário.
- Crença na bondade da competição como ferramenta de emancipação da
humanidade.
- Ceticismo profundo em relação ao Estado (visto como fonte de opressão e de
instabilidade).
- Mas o Estado é necessário na prática como regulador para que osistema funcione.
este depende de grandes estruturas como o fmi, a ue e o banco central europeu.
mas nada disto seria possível sem a opinião dos atores políticos estatais.
Politcas economicas:
RPM:
Consequências:
14
- aumento da concentração de capital e desigualdade de rendimentos desde a década
de 1970
- Precarização dos vínculos laborais, o indivíduo deve ser responsável por aquilo que
faz a nível laboral. Empresas com força de realocar a sua força de trabalho.
- Erosão progressiva do Estado social.
- Parte dos eleitorados deixam de se reconhecer nos partidos tradicionais. Deixa de
haver divisão ideológica suficiente.
A União Europeia
15
democracia e o seu carácter objectivo e incondicional; a caracterização da
autodeterminação democrática como capacidade de influenciar o governo. O carácter
essencial dos partidos (e da pluralidade de partidos) em democracia: só organizados
em partidos podem os indivíduos influenciar o governo.
16
breves indicações das características do populismo, a partir da obra A Razão
Populista de Laclau, e do artigo "Crítica da Razão Populista".
União Europeia:
Qual o impacto do capitalismo e das suas mutações nos tratados, normas e prática política
da UE?
- Por um lado, há uma naturalização das opções de política monetária com fortes
restrições às opções economicas e políticas dos membros da UE: cria uma tensão
entre a esfera econômica e política. Na prática há uma grande decisão da parte das
grandes empresas que têm verdadeiramente os que têm poder economico e a
esfera política.
- Por outro lado, muitas das consequências imputáveis ao neoliberalismo também se
verificam no interior da UE, tais como o aumento da desigualdade e a precarização
dos vínculos laborais.
O espectro do populismo:
17
- constituição de um povo e de uma hegemonia/ contra hegemonia (unificação de
reivindicações numa vontade popular).
- Mobilização dos afetos
- Lógica agonística e revalorização do papel do conflito político (identificação de um
adversário), contra uma visão de gestão de consensos insuficientemente
diferenciados.
- Oposição ao statu quo e que vê na possibilidade de mudança um dos seus valores
de base mais importantes.
18
Schmitt sobre o direito: o problema da crise e da excepção. A identificação entre
norma e ordem em Kelsen, e a distinção entre norma e ordem em Carl Schmitt.
15/12 - Nesta aula foi lecionada a matéria relativa ao populismo de esquerda, a partir
da obra "Por um Populismo de Esquerda" de Chantal Mouffe. Foi feita uma
apresentação geral da obra, com ênfase no capítulo 3 "Radicalizar a Democracia".
Tendo-se abordado os conceitos de povo, hegemonia e agonismo, mostrou-se o
surgimento do momento populista em relação com a crise de hegemonia do
neoliberalismo e discutiu-se a forma como o projeto de Mouffe pretende ser uma
radicalização da democracia liberal, mostrando ainda algumas das objeções que são
normalmente dirigidas a este projeto. Finalmente, a partir da "Crítica da Razão
Populista" foram indicados alguns critérios possíveis de avaliação e distinção de
propostas políticas "populistas".
19
Por um populismo de esquerda: Chantal Mouffe (capítulo 3)
O populismo de esquerda:
momento em que o neoliberalismo está em crise mas não é claro o que segue - momento
populis- diferentes reivindicações populares tanto de esquerda como de direita colocam em
legitimidade o movimento anterior.
20
Democracia liberal foco de tensão permanente entre os ideais do liberalismo (estado de
direito, separação de poderes, liberdades individuais) e da democracia (igualdade e
soberania popular)
Estes ideais estão sempre em tensão. O que importa é que a forma como a hegemonia em
vigor os interpreta e configura o horizonte normativo de determinada sociedade.
ex. A democracia ser identificada com igualdade de direitos e soberania popular é diferente
de significar propriedade privada e individualismo
Mouffe não aponta para uma revolução. mas para uma interpretação diferente daquilo que é
a democracia liberal pluralista
Isto significa que o populismo de esquerda não tem um programa nem um tipo de regime
em ment. poderia ser conciliável com projetos de socialismo democrático, eco-socialismo,
democracia participativa
Problemas em aberto:
problema- exacerbação dos antagonismos. seria difícil criar qualquer tipo de consenso e de
diálogo
Distinguir em cada proposta populista, os ideias, normas e valores que promove na sua
prática política concreta e no imaginário que propõe
21
Critério: alargamento da democracia vs. destruição das condições de possibilidade da
própria democracia
22