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5. Qual a verdadeira liberdade do súdito frente ao soberano no Estado em que o poder é absoluto?
6. Quais os limites propostos por Hobbes à pretensão burguesa de autonomia em relação a propriedade da terra?
5. Qual a verdadeira liberdade do súdito frente ao soberano no Estado em que o poder é absoluto?
6. Quais os limites propostos por Hobbes à pretensão burguesa de autonomia em relação a propriedade da terra?
A guerra se generaliza
Premissa: o homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade.
Para Hobbes a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história ou a vida social.
Como o homem é naturalmente?
Os homens são iguais o bastante para que nenhum possa triunfar de maneira total sobre outro.
Todo homem é opaco aos olhos de seu semelhante: eu não sei o que o outro deseja, assim como ele não
sabe meus desejos.
Mais razoável é atacar o outro. Para vencê-lo ou para evitar um ataque possível
GUERRA SE GENERALIZA
Guerra de todos e contra todos : a natureza da guerra não se resume na luta real, mas na disposição
para tal, durante todo o tempo em que não há garantia do contrário.
No Estado de Natureza todos os homens têm direito à tudo. O direito de natureza é a liberdade que
cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua
própria natureza, ou seja de sua vida. gera a guerra de todos contra todos.
O estado de natureza é uma condição de guerra porque cada um se imagina poderoso, perseguido, traído
COMO PÔR FIM A ESTE CONFLITO?
Direito – liberdade de fazer ou de omitir =/= Lei – determina ou obriga a uma dessas coisas.
Lei da Natureza:
1ª. Lei Procurar a paz e segui-la; Por todos os meios que pudermos. Defendermo-nos a nós mesmos
2ª. lei Um homem concorde, quando os outros também o façam e na medida que isto se torne necessário para a
paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar ao seu direito a todas as coisas, contentando-se em relação aos
outros homens, com a mesma liberdade que os outros homens se permitem em relação a si mesmo.
Afirma: não existe primeiro a sociedade e depois Estado (poder). Se há governo é para que os homens possam
conviver em paz. O poder do governante deve ser ilimitado.
Hobbes concebe um contrato diferente. Observa que o soberano não assina o contrato – este é firmado apenas
pelos que vão se tornar súditos, não pelo beneficiário. O soberano só surge devido ao contrato.
“Uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros que a qualquer homem ou
assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria, o direito de representar a pessoa de todos eles, todos
sem exceção, tanto os que votaram a favor dele, quanto os que votaram contra, deverão autorizar todos os atos e
decisões desses homens, ou assembleia de homens, tal como se fosse seus próprios atos e decisões, a fim de
viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens.”
DIREITOS E FACULDADES DO SOBERANO:
Aqueles que já instituíram um estado, não podem entre si celebrar um novo pacto no sentido de
obedecer a outrem, sem a devida licença do soberano;
Se a maioria por voto de consentimento escolher um soberano, os que tiverem discordado devem
passar a consentir junto com os restantes
Dado que todo o súdito é por instituição autor de todos os atos e decisões do soberano instituído,
segue-se que nada do que este faça pode ser considerado injúria para com qualquer de seus súditos, e
que nenhum deles pode acusá-lo de injustiça;
Aquele que detém o poder soberano não pode ser morto nem por qualquer maneira ser punido por seus
súditos.
IGUALDADE E LIBERDADE
Entretanto por serem iguais, ele vai afirmar que dois ou mais homens por sua condição natural podem querer a
mesma coisa, e por isto todos vivemos em tensa competição.
“Um homem livre é aquele que, naquelas coisas que graças a sua força e engenho é capaz de fazer, não é
impedido de fazer o que tem vontade de fazer. ”(66)
Quando o indivíduo firmou o contrato social, renunciou ao seu direito de natureza, ao fundamento jurídico
da guerra de todos, pois neste direito o meio contradizia o fim: preservação da vida.
Ao dar poderes ao soberano a fim de instaurar a paz o homem só abriu mão de seu direito para proteger a
sua própria vida.
Se esse fim não for atendido, o súdito não lhe deve mais obediência simplesmente porque desapareceu a
razão que levava o súdito a obedecer Esta é a verdadeira liberdade do súdito
O ESTADO, O MEDO E A PROPRIEDADE
O Leviatã não aterroriza. O terror existe no estado de natureza. O poder soberano mantém os súditos
temerosos apenas porque conhecem as linhas gerais do que devem seguir para não incorrer na ira do
governante.
Não é produto apenas do medo à morte. Se entramos no Estado é também por esperança de ter vida melhor
e mais confortável. (Medo e esperança são velhos pares em filosofia)
PROBLEMATIZA A PROPRIEDADE (PRESSUPOSTO PARA O CONFORTO)
Contrapõe-se ao princípio burguês que considera que o proprietário de terra pode fazer com ela o que bem quiser.
Na sociedade feudal havia restrições ao senhor feudal. Ele não poderia impedir que o servo colhesse espigas ou
frutos na proporção necessária para a sua sobrevivência ou que pegasse gravetos suficientes para se aquecer
(lembrar da lei na Alemanha que proíbe aos camponeses colher gravetos denunciada por Marx.)
Nos tempos modernos os proprietários adquirem o direito ao usufruto das terras (uso do bem e dos frutos), como
também ao abuso.
Estabelece um limite muito forte à pretensão burguesa de autonomia: toda as terras e bens estão controladas pelo
soberano;
Compete ao soberano a distribuição das terras do pais assim como em que lugar e com que mercadorias os
súditos estão autorizados a manter tráfico com o estrangeiro;
Compete ao soberano determinar de que maneira devem ser feitos entre os súditos todas as espécies de contrato
(compra, venda, troca, arrendamento, empréstimo) e mediante que palavras e sinais estes contratos dever ser
considerados válidos.
Por que Hobbes é considerado um pensador maldito?
Não é só porque apresenta o estado como monstruoso e o homem como belicoso;
Mas é também, e principalmente, porque nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua
propriedade.
Locke vai falar que a finalidade do poder público é proteger a propriedade (principio aprovado pela
burguesia) – próxima aula
Um direito aos bens que dependa da aprovação do governante vai contra a pretensão da burguesia a
controlar, enquanto classe, o poder do Estado.
Quais os resultados importantes do contrato social:
O homem é o artífice de sua condição e de seu destino, e não Deus ou a natureza;
O homem pode conhecer tanto as suas atuais condições miseráveis quanto alcançar a paz e a
prosperidade.