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GISELE ASTURIANO

A MENOR ONEROSIDADE POSSÍVEL E A EFETIVIDADE DA TUTELA


JURISDICIONAL COMO POSSIBILIDADE DO ACESSO Á JUSTIÇA

THE BURDEN POSSIBLE MINOR AND EFFECTIVENESS OF JUDICIAL


PROTECTION AS THE POSSIBILITY OF ACCESS TO JUSTICE

MARINGÁ

2013
TEMA:

A MENOR ONEROSIDADE POSSÍVEL E A EFETIVIDADE DA TUTELA


JURISDICIONAL COMO POSSIBILIDADE DO ACESSO Á JUSTIÇA

THE BURDEN POSSIBLE MINOR AND EFFECTIVENESS OF JUDICIAL


PROTECTION AS THE POSSIBILITY OF ACCESS TO JUSTICE

GISELE ASTURIANO

Advogada em Londrina-Pr, especialista em


direito empresarial, especialista em direito
civil e processo civil, especialista em direito
penal e processo penal, mestranda em
ciências jurídicas pelo Centro Universitário
de Maringá-CESUMAR.
gisele_asturiano_adv@yahoo.com.br. -
http://lattes.cnpq.br/0547028672879584

Plano de aula apresentado como exigência


parcial da avaliação da disciplina de Acesso
à justiça e Mecanismos alternativos de
solução de conflitos , sob a orientação do
Prof. Dr. Ivan Aparecido Ruiz, do curso de
Mestrado em Ciências Jurídicas, do Centro
Universitário de Maringá.

Sumário: 1; Introdução e a história; 2; Os


direitos da Personalidade; 3; O conceito de
Acesso `a Justiça; Menor Onerosidade
Possível e Efetividade; 4; Da efetividade e
do Acesso `a Justiça; 5; Restrições do
acesso `a Justiça; 6; Menor Onerosidade
Possível e Efetividade; 7; Caleidoscópio;
conclusão
RESUMO: Construir a personalidade do indivíduo de sua forma integral é fornecer o acesso
à Justiça de forma ampla e irrestrita, no sentido de oferecer ao indivíduo meios Jurídicos,
judiciários de forma ampla, com a finalidade de transformar a pessoa, de integrá-la nos
sistema de forma real, conceder a todo o cidadão a possibilidade de busca o judiciário e ter
um tratamento humano, seja com a proteção do Estado Juiz, mas como de toda a
sociedade.

PALAVRAS - CHAVES: Personalidade – Efetividade – Menor onerosidade – Acesso à


Justiça .

ABSTRACT: Build the personality of the individual to their entirety is to provide access to
justice in a broad and unrestricted, to offer the individual media Legal, judicial broadly, in
order to transform the person to integrate it in the system real form, granting every citizen the
possibility to search the judiciary and have humane treatment, either with the protection of
the state judge, but as the whole society..

KEYWORDS: Personality - Effectiveness - Low burden - Access to Justice.


1. INTRODUÇÃO

Na sociedade primitiva, a forma de solução de conflitos era a autotutela,


assim reconhecida como o mais perigoso e precário meio de defesa de interesses
privados, na medida em que tais interesses foram aplicados pela força e não pelo
direito, inclusive sem a necessidade de demonstrar do contraditório e da
procedência da pretensão a um terceiro imparcial.
As conquistas processuais que até os dias atuais, percorreram um caminho
na história, assim considerado como dentro do contexto político e social, que
possibilitou gradativamente acesso à todos. Desde o mundo clássico greco-romano
o direito processual ganhou interesse científico, desvinculando-se de conceitos
espirituais.
No contexto da Retórica de Aristóteles o processo grego, foi gradativamente
açambarcando os princípios da oralidade e do dispositivo, incluindo a prova
testemunhal, com algumas restrições (mulheres e crianças), e a documental,
utilizadas nas soluções dos litígios; sempre com respeito da livre convicção do
julgador, que apreciava a prova, com a crítica lógica e racional.
Existiu na evolução histórica do processo civil romano duas etapas: a
primeira, da sua origem até o século III d.C., chamada ordo iudiciorum privatorum e
a outra do século III d.C. até o final, denominada extraordinária cognitio.1
A primeira etapa caracterizou-se pela divisão em duas fases procedimentais:
perante o Magistrado, e a segunda celebrada ante um árbitro ou jurado, o que
justifica a origem privada do processo.
Foram dois períodos cronológicos, o das ações da lei e o formulário. O
sistema processual era tão primitivo que a execução patrimonial coexistia com a
corporal, isso acontecia com requintes de crueldade, pois a prisão por dívidas
deveria ser numa prisão pública. Esse tipo de sanção em questão manteve-se em
pé até a época justiniana, ao menos em algumas partes do domínio romano,
1
LIEBMAN, Enrique Tullio - “Eficácia e Autoridade da Sentença e outros escritos sobre a coisa
julgada”, 3 ed., Forense, RJ, l984, Trad. e notas de ADA PELLEGRINI GRINOVER.P. 58.
baseado na jurisdicionalização da execução e para impedir o desejo particular de
vingança, que a legislação vigente nesta fase histórica tem resquícios no atual
procedimento sumário.
Dessa forma, as atrocidades e injustiças da execução inumana limitaram-se
politicamente, como resultado de uma longa evolução, derivada da influência do
cristianismo e de princípios socialistas no Direito e na mentalidade dos povos, bem
como pela consolidação e jurisdicionalização do poder do Estado. Tudo isso em
nome dos inalienáveis valores humanos traduzidos nos direitos à personalidade, o
que permitiu o desenvolvimento da execução corporal para a patrimonial, incidindo
anteriormente sobre a totalidade dos bens do executado até a restrição ao
necessário à satisfação do exequente.
O Acesso à Justiça antigamente não existia, tampouco poderia se falar em
tutela jurisdicional de direitos, nos termos em que hoje são concebidos, pois que o
direito e a cidadania não eram de conhecimento público, obstando que se pudesse
falar em direito de ação, como via de acesso àqueles que detinham o poder de
julgar, exigindo-lhes uma solução justa para os conflitos, isto é, de conformidade
com o Direito, inexistindo os instrumentos incorporados pelos sistemas processuais
mais modernos.2
Historicamente, foi na Grécia Antiga que ocorreram as primeiras discussões
e reflexões sobre o direito. Começou-se a desenvolver a ideia de isonomia. Porém,
apenas os cidadãos tinham acesso à justiça, e aqueles se encontravam em pequeno
número com relação à totalidade das pessoas.
Partindo do pressuposto de que onde há relação humana, há conflito,
podemos afirmar que desde o momento em que o ser humano passou a conviver em
grupos existiram, existem e existirão conflitos a serem solucionados. A pensamento
lógico impulsiona em determinado momento da história da civilização humana surge
a ideia de justiça e a prática do acesso aos órgãos encarregados de aplicá-la. No
Código de Hamurabi, sabidamente uma das primeiras normas escritas da
humanidade, encontram-se as primeiras indicações de acesso à justiça, no sentido

2
OLIVEIRA. José de. O Direito- Introdução e Fundamento dos direitos da Personalidade. Almedina. São
Paulo: 2006, p. 43
da existência de garantias que, ao menos teoricamente, impediam a opressão dos
mais fracos.3
Durante o Estado moderno, a doutrina do direito natural sofreu profundas
modificações, resgatando a racionalidade do direito, de inspiração humana, e não
mais divina, como se acreditava até então. Para a escola clássica do direito natural,
a fundamentação do direito não estava na religião, e sim na razão.
No século XVIII, conhecido como século das luzes, foram criadas teses
visando limitar o poder dos reis. Os iluministas4 pregavam a igualdade de todos
perante a lei, a igualdade religiosa e a liberdade de expressão do pensamento. Eram
contra a ordem jurídica vigente à época, pois esta devia privilégios a determinadas
classes sociais, e defendiam um governo constitucional e parlamentar. O conceito
dos juízes era que representavam o braço forte da opressão do soberano, que os
nomeavam, garantindo a manutenção e prevalência dos interesses Rei .
Naturalmente, o que se passou a pregar, depois das revoluções, foi o que
Positivou-se, nos textos constitucionais, a igualdade entre os homens. Porém, o
ordenamento jurídico vigente não permitia que se assegurasse o acesso à justiça,
não havendo meios para que se efetivasse tal igualdade. Na verdade, o acesso à
justiça estava relegado a segundo plano. Assim se consolidou o estado liberal do
século XIX e início do século XX, privilegiando o aspecto econômico, o que culminou
com um novo choque entre as classes sociais.
Durante o Estado liberal, por direito de ação entendia-se apenas o direito
formal de propor uma ação. Estaria em juízo apenas quem pudesse suportar os
custos de uma demanda, não havendo preocupação estatal com relação às
desigualdades econômicas e sociais.
Neste momento, iniciou-se a distinção entre a igualdade formal, prevista nos
textos constitucionais dos estados, e a igualdade material, almejada pela população.
Para garantir tal igualdade, a intervenção estatal passa a ser cada vez mais

3
PAROSKI, Mauro Vasni, Direitos Fundamentais e Acesso à Justiça na Constituição. São
Paulo: LTR: 2006, p. 224.
4
PAROSKI, Mauro Vasni, Direitos Fundamentais e Acesso à Justiça na Constituição. São Paulo:
LTR:, 2006, p. 228-229.
necessária. Buscava-se a concretização dos direitos sociais e a tutela dos mais
fracos em suas relações com os mais fortes.
Esta preocupação refletiu-se nas constituições dos estados ocidentais, em
sua grande maioria, textos que se preocuparam com o reconhecimento e proteção
dos direitos sociais.
(...) quando as liberdades públicas passaram a ser vistas como privilégios
de alguns, ou como privilégios burgueses, o Estado deu uma nova
roupagem e dimensão aos antigos direitos e instituiu direitos pensados
como fundamentais para uma organização justa e igualitária da sociedade.
Abrindo também oportunidade para que ao direito de ação fossem
agregados outros conteúdos. 5

Essa tendência, direcionada ao acesso efetivo à justiça, se fortalece na


medida que surge o advento dos direitos de terceira e quarta geração, relacionados
ao meio ambiente, à proteção do consumidor, às limitações da pesquisa científica.
Por conseguinte, as atuais declarações jurídicas consagraram a prerrogativa
inarredável de que todo cidadão faz jus a receber dos tribunais solução efetiva para
os atos que violem seus direitos. Preceito nesse sentido consta da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, de 10 de dezembro de 1948, partilhado por constituições recentes
como a da Itália de 1947, a da Alemanha de 1949, a portuguesa de 1976 e sucessivas
revisões, a da Espanha e a da Argentina de 1953, 6 com a mutação imprimida pela recente
reforma de 1994.
As Constituições do século XX procuraram integrar as liberdades
clássicas, inclusive as de natureza processual, com os direitos sociais,
objetivando permitir a concreta participação do cidadão na sociedade,
mediante, inclusive, a realização do direito de ação, que passou a ser
focalizado como “direito de acesso à justiça”, tornando-se objeto da
preocupação dos mais modernos sistemas jurídicos do século passado.7

No Brasil, refletiu-se o quadro desenhado no restante do mundo. Os


primeiros anos do período republicano foram marcados pelo desenvolvimento do
5
PAROSKI, Mauro Vasni, Direitos Fundamentais e Acesso à Justiça na Constituição. São Paulo:
LTR:, 2006, p. 234.
6
_________ _________LIMA JUNOR. José Carlos. ARTIGO : O CONCEITO DE ACESSO À JUSTIÇA.
http://jus.com.br/artigos/13901/acesso-a-justica/2

7
MARINONI. Luiz Guilherme. Curso de processo civil: teoria geral do processo, . 4ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2008, p. 186.
estado liberal, onde não se pode negar que a Constituição Federal de 1988 em seu
artigo 5º, inciso XXXV, a manter tradição instaurada em nosso constitucionalismo
pela Constituição de 1946.
O que se busca é o acesso à ordem jurídica justa, que se entende ao
acesso a um processo justo, a garantia de acesso a uma justiça imparcial, que não
só possibilite a participação efetiva e adequada das partes no processo jurisdicional,
mas que também permita a efetividade da tutela dos direitos, consideradas as
diferentes posições sociais e as específicas situações de direito substancial. O
processo que não produza um resultado justo, assim considerado aquele que não
atinge seus objetivos éticos ou que repele, direta ou indiretamente, os influxos
axiológicos da sociedade, é, na verdade, um processo injusto e, por isso, inibidor do
acesso à justiça. 8

2. OS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Os direitos da personalidade foram construídos com o decorrer da história,


valorizando a pessoa como personagem central de toda a construção de um
sociedade melhor e mais justa.
A valorização da dignidade da pessoa humana, enobrece a vida e a
integridade física desse ser tão importante para a construção de um mundo melhor e
mais justo, cabe às pessoas essa construção individual da valorização de todos para
o cenário mais humano e justo.

A pessoa, perseguindo a realização de seus interesses existenciais, pode


restringir seus direitos fundamentais da personalidade através de um poder
de disposição que se manifesta em um exercício positivo do direito.9

A efetivação e o reconhecimento do cidadão como ser universal,


reconhecendo e protegendo toda a violação de direitos da pessoa que se depara
8
OLIVEIRA. José de. O Direito- Introdução e Fundamento dos direitos da Personalidade.
Almedina. São Paulo: 2006, p. 46
9
CANTALI, Fernanda Borghetti. Direitos da Personalidade. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
2009. P.156.
com o vilipendio de sua vida, de seus valores, pelo descumprimento de regras, se
efetiva no resguardo do livre acesso à Justiça real, para todos, indistintamente.
O conhecimento científico tem como necessidade maior a discussão de
valores relativamente diferentes com relação ao acesso à justiça, ora, não há várias
justiças, mas apenas uma real e que deve ser efetiva.

O direito à vida é o mais essencial de todos, já que sem a vida não haveria
sentido falar na existência e desfrute dos demais direitos fundamentais e
até mesmo na dignidade humana. A vida é bem jurídico fundamental,
justamente porque representa a origem e o suporte de todos os demais
direitos, além do que somente é possível falar em dignidade humana se
houver vida.10

De acordo com Platão, a Justiça é o que reserva a cada um sua parte, seu
lugar, sua função, preservando assim a harmonia hierarquizada do conjunto.11
Inquire, se seria justo dar a todos as mesmas coisas, quando eles não têm
nem as mesmas necessidades nem os mesmos méritos? Exigir de todos as
mesmas coisas, quando eles não têm nem as mesmas capacidades nem os
mesmos encargos?12

Como ciência, não tem que decidir o que é justo, isto é, prescrever como
devemos tratar os seres humanos, mas que descrever aquilo que de facto
é valorado como justo, sem se identificar a si próprio com um destes
juízos de valor. Pode tentar determinar nas diferentes normas de justiça
um elemento comum para assim chegar a um conceito geral de justiça.
Este, porém, será – como veremos – o conceito de uma norma
essencialmente geral que, sob determinados pressupostos, prescreve um
determinado tratamento dos homens sem afirmar algo sobre a natureza e
o modo deste tratamento – pelo que, sob este aspecto, se revela
completamente vazia de conteúdo.13

10
CANTALI, Fernanda Borghetti. Direitos da Personalidade. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
2009. P.174
11
COMTE-SPONVILLE. André. Pequeno Tratado das Virtudes. 1ª Ed. 12ª tiragem. Editora Martins Fontes. São
Paulo: 2007.p 321

12
COMTE-SPONVILLE. André. Pequeno Tratado das Virtudes. 1ª Ed. 12ª tiragem. Editora Martins Fontes. Sã
Paulo: 2007.p.322

13
KELSEN. Hans. Tradução de João Batista Machado. A justiça e o direito Natural. 2ª edição. Arménio Amado
– Editor, Sucessor -Coimbra: 1979.
Reconhecer o acesso à justiça com os valores do direito da personalidade
amplamente discutidos, vividos e atualmente com um contexto de humanidade,
proporcionando as pessoas valores muito mais abrangentes do que a letra fria da
lei, mas, sobretudo oferecer a oportunidade do tratamento que apresenta a
oportunidade da discussão judicial absoluta, sem excessões, sem reservas,
reconhecer a supremacia do ser e seu poder/dever de liberdade ao acesso à
Justiça.

3. CONCEITO DE ACESSO À JUSTIÇA

Conforme aduzido acima, não se deve considerar o acesso à justiça


simplesmente como acesso ao Poder Judiciário. Possui o termo dupla acepção:14, a
carta magna garante além dos brasileiros, mas também aos estrangeiros os direitos
fundamentais.15
Na doutrina nacional, parece predominar nos últimos quinze ou vinte anos, o
entendimento de que o acesso à justiça não significa somente ter mero acesso aos
tribunais, mas sim, obter concretamente a tutela jurisdicional buscada e, além disso,
não importa unicamente em alcançar solução jurisdicional para os conflitos de
interesses,16 mas sim, colocar o ordenamento jurídico à disposição das pessoas
outras alternativas como meios para esta solução, a exemplo da mediação e da
arbitragem privadas.
Significa romper barreiras e introduzir mecanismos de facilitação não apenas
do ingresso em juízo, mas também durante todo o desenvolvimento do

14
Art. 141. A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, a segurança individual e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)§ 4o. A lei não poderá excluir da apreciação do Poder
Judiciário qualquer lesão de direito individual.
15
Art. 150. A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
§ 4o. A lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito
individual.
16 ?
PAROSKI, Mauro Vasni, Direitos Fundamentais e Acesso à Justiça na Constituição. São Paulo:
LTR:, 2006, p. 234 .
procedimento jurisdicional, significa redução de custos, encurtamento de distâncias,
duração razoável do processo, diminuição de recursos processuais e efetiva
participação na relação processual, dentre tantos aspectos que podem ser
ressaltados.17
É o acesso à justiça um direito fundamental, e de grande importância, pois é
através dele que e consegue exercer os demais direitos fundamentais, é por meio
dele que se busca a concretização dos demais direitos pelo Poder Judiciário.
Assim, acesso à justiça significa acesso à jurisdição, mas também significa
acesso a uma ordem de valores e direitos fundamentais do homem, significando o
acesso à uma ordem jurídica justa. Nos dizeres de KAZUO WATANABE:

A problemática do acesso à justiça não pode ser estudada nos acanhados


limites do acesso aos órgãos judiciais já existentes. Não se trata apenas
de possibilitar o acesso à Justiça, enquanto instituição estatal, e sim de
viabilizar o acesso à ordem jurídica justa. Uma empreitada assim
ambiciosa requer, antes de mais nada, uma nova postura mental. Deve-se
pensar na ordem jurídica e nas respectivas instituições, pela perspectiva
do consumidor, ou seja, do destinatário das normas jurídicas, que é o
povo, de sorte que o acesso à Justiça traz à tona não apenas um
programa de reforma como também um método de pensamento, como
com acerto acentua Mauro Cappelletti. (...) São seus elementos
constitutivos: a) o direito de acesso à Justiça é, fundamentalmente, direito
de acesso à ordem jurídica justa; b) são dados elementares desse direito:
(1) o direito à informação e perfeito conhecimento do direito substancial e à
organização de pesquisa permanente a cargo de especialistas e ostentada
à aferição constante da adequação entre a ordem jurídica e a realidade
sócio-econômica do país; (2) direito de acesso à justiça adequadamente
organizada e formada por juízes inseridos na realidade social e
comprometidos com o objetivo de realização da ordem jurídica justa; (3)
direito à preordenação dos instrumentos processuais capazes de promover
a efetiva tutela de direitos; (4) direito à remoção de todos os obstáculos
que se anteponham ao acesso efetivo à Justiça com tais características.18

Este também é o entendimento de ADA PELEGRINI GRINOVER. Para a


autora, o acesso à justiça é um direito amplo, de obter a solução justa para os
conflitos de interesses, sendo o processo mais do que um mero instrumento de

17
PAROSKI, Mauro Vasni, Direitos Fundamentais e Acesso à Justiça na Constituição. São Paulo:
LTR:, 2006, p. 274.
18
WATANABE, Kazuo.O CONTROLE JURISDICIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Forense, RJ, 2012, p. 128.
jurisdição, aplicador de normas legais, e sim um instrumento capaz de produzir
decisões conforme uma ordem de valores,19 identificada no ordenamento jurídico.
De acordo com MAURO CAPPELLETTI e BRYANT GARTY:
A expressão “acesso à justiça‟ é reconhecidamente de difícil definição, mas
serve para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico – o sistema pelo
qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litígios sob os
auspícios do Estado. Primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a todos;
segundo, ele deve produzir resultados que sejam individuais e socialmente justos.20
Deve o Estado, portanto, assegurar o acesso à justiça pela ordem
constitucional, mas, além disso, deve atuar pela manutenção da paz social,
solucionando os conflitos jurídicos dentro de certos parâmetros de razoabilidade.
Acesso à justiça traduz a ideia de garantia de que o Estado assegure a
todas as pessoas instrumentos capazes de gerar decisões que levem à decisão
justa dos conflitos de interesses, atendendo a escopos sociais e políticos, além dos
jurídicos, agregando à solução os valores contemplados pela ordem constitucional.
Assim, calcado em modalidades igualitárias de direito e justiça, tal instituto
deve ser considerado o básico dos direitos fundamentais do ser humano. Não é por
outra razão que a incapacidade do Estado em promover a integração efetiva de
parcelas marginalizadas da população tem-se mostrado como um dos grandes
obstáculos à efetivação das promessas da democracia e cidadânia. Outro aspecto
relevante é a exclusão econômica da qual decorre a exclusão jurídica resultante da
incapacidade do Estado de garantir ao cidadão o acesso e a efetivação dos direitos
humanos constitucionalmente garantidos.

Ademais, a dignidade da pessoa humana, dentre outras dimensões, como


já se suscitou antes, possui uma dimensão dúplice, negativa e prestacional.
A dimensão negativa se manifesta como a necessidade de proteção da
dignidade humana, tanto por parte do Estado como parte dos particulares
em sociedade, especialmente quando fragilizada, ameaçada de lesão ou
até mesmo ofendida. Já a dimensão prestacional se manifesta no direito à

19
GRINOVER, GRINOVER, Ada Pellegrini - “O Processo em sua Unidade II”, Forense, RJ, l984. -
“Novas Tendências do Direito Processual”, Forense Universitária, 2 ed., São Paulo, l990.
20
CAPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução de Ellen
Gracie Northfleet, Porto Alegre: Fabris, 1988..
autodeterminação pessoal, em função da qual se garante à pessoa a
tomada de decisões a respeito de sua própria existência.21

Outra discussão é que se toda a responsabilidade de oferecer a todas às


pessoas a efetivação do acesso à Justiça deve ser oferecida pela Estado, ou seria
de responsabilidade de todo o cidadão, calcado na solidariedade, teria a
preocupação de oferecer àqueles menos favorecidos ao acesso à justiça, de
proporcionar pela educação, pela informação e conscientização da sociedade de
que não cabe somente ao Estado a melhoria nas condições de acesso à justiça,
mas cabe a cada indivíduo, em cada momento que através de sua conduta diária de
respeito e educação a todos indistintamente, poderá esclarecer e modificar o
ambiente à sua volta, fazendo a diferença no contexto geral.

4. DA EFETIVIDADE E O ACESSO À JUSTIÇA

A efetividade é a concretização e manutenção do acesso à Justiça, mas


depende de um Judiciário sem máculas e sem máscaras, não há que se falar em
acesso à justiça sem que se garanta acesso a um processo célere e eficaz, sob
pena de se tornar inútil. Daí decorre a ideia de efetividade como garantia
fundamental do processo, a ser extraída dos princípios constitucionais que
constituem os fundamentos do sistema processual brasileiro. Trata-se, sem dúvida,
de componente inafastável das garantias constitucionais do processo.22
Não basta assegurar o acolhimento da pretensão formulada, devem-se
garantir os meios para que tal ocorra. Acesso à ordem jurídica justa significa o
acesso de todos à via constitucional de solução de litígios, livres de qualquer óbice
que possa comprometer a eficácia do resultado, pretendido por aquele cujos
interesses estejam amparados no plano substancial 23
. Não se pode olvidar que tal
21
CANTALI, Fernanda Borghetti. Direitos da Personalidade. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
2009.P.155.
22
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias e de urgência
(tentativa de sistematização). 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 77.

23
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias e de
urgência (tentativa de sistematização). 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 75
direito também possui aquele que não obtém a tutela jurisdicional, por não ter
conseguido demonstrar a existência do direito material pretendido. Também possui
ele a garantia do acesso à justiça, com todas as garantias inerentes. Nessa medida,
o direito constitucional de ação assume o importante papel no sistema, de garantir o
acesso à ordem jurídica justa.

5. RESTRIÇÕES DO ACESSO À JUSTIÇA

São inúmeras as restrições do acesso à justiça, mas um dos principais


óbices que a população economicamente menos privilegiada encontra na hora de
recorrer ao poder judiciário, pois a pobreza é um obstáculo e o custo elevado do
processo brasileiro, concorre para que a justiça brasileira se caracterize como uma
das mais caras do planeta são definitivamente problemas que fazem com que o
acesso à ordem jurídica justa deixe de ser uma possibilidade efetiva para as
camadas mais pobres de nosso povo, que infelizmente ainda são a maioria absoluta.
Então, com o conhecimento científico – jurídico, possibilita a busca por
melhores formas para o equilíbrio do acesso à Justiça, prejudicado pela
desigualdade social e cultural.
Há desigualdade de tratamento, o que permite a injustiça e se torna um
entrave fazendo com que a Constituição Federal não seja cumprida, à medida que
são cedidos privilégios, ou não se oferece a todos o mesmo tipo de tratamento, ou
ainda são cria obstáculos para quem quer ter acesso igualitário ao Judiciário.
A busca por soluções, é justo salientar, tanto antes do processo, como é o
caso da assistência jurídica, como durante a causa, exemplo disso é o patrocínio
gratuito para a ação e defesa e atendimento das despesas processuais.
Ocorre, que é tão complexo o universo do favorecimento, que chega a ser
hipocrisia, pensar que o acesso à Justiça é irrestrito, pois, a pessoa se depara que
inúmeros entraves, como a busca por profissional que faça o trabalho, após o
ingresso da ação, a pessoa se depara com o indeferimento da assistencia Judiciária
Gratuita, ainda o preconceito dos magistrados, a falta de preparo dos julgadores que
em muitos casos desconhecem as mazelas humanas.
A discussão crítica é necessária, como forma de proprocionar a quebra de
paradigmas, e para que
Resta saber se tais medidas serão eficazes, no seu intuito de facilitar o
acesso à justiça aos mais pobres.
E neste espírito de pesquisa que identificamos algumas barreiras que
impedem o acesso à justiça, sendo vários os problemas que vêm sendo
encontrados, barreiras a serem transpostas para se fazer cumprir os desígnios
constitucionais.
A sociedade não pode ser analisada de uma maneira homogênea, todo o
tipo de sociedade é discrepante ainda mais em um país como o nosso,
subdesenvolvido, onde a distribuição de renda é a pior do mundo, acentuando-se as
diferenças sociais. Porém a Constituição em seu artigo 5º caput assevera que todos
são iguais perante a lei, e não é preciso um grande esforço hermenêutico, para que
compreendamos que a lei de maneira nenhuma pode ser beneficiadora de alguma
das partes, podendo ser aludido com respeito a isto o princípio da imparcialidade do
juiz.

6. MENOR ONEROSIDADE POSSÍVEL E EFETIVIDADE

O acesso à justiça abrange não somente o início e a alavanca do início do


processo mas a efetividade, assim entendida como todos os trâmites legais e
processuais com o intuito de proteger a dignidade da pessoa.
A reapreciação do julgamento possibilidade maior transparência, pois se um
processo é julgado por vários juízes, evidentemente que há maior possibilidade de
justiça.

(...) o jurista moderno tem muito apreço pela cláusula duo processo of law,
a qual em síntese e em essência é um sistema de limitações ao poder
estatal e vale por um freio constitucional contra os excessos danosos à
vida, à liberdade e ao patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.24

24
DINAMARCO. Cândido Rangel. Nova Era do Processo Civil. São Paulo: Malheiros Editores.
2013. P. 301.
E, não se pode negar que a proteção à pessoa é o maior patrimônio a ser
protegido pelo Estado e, não há valores monetários que possam sobrepor a pessoa.
Os processos de execução atualmente, em vista das grandes corporações,
bancos, expropriam patrimônio do devedor, sem se importar com a destinação deste
patrimônio, se refere à pequenas empresas ou grandes empreendimentos que são
vítimas das elevadas taxas de juros.

Eis por que é necessário falar em equilíbrio. Nem crucificar o devedor, e


muito menos aquele infeliz e de boa-fé (expressão do direito belga,
utilizada por Rubens Requião), que simplesmente não paga porque não
pode; nem também relaxar o sistema e deixá-lo nas mãos de caloteiros e
chicanistas que se escondem e protegem sob o manto de regras e sub
regras processuais e garantias constitucionais manipuladas de modo a
favorece-los em sua obstinação a não adimplir.25

O equilíbrio é do acesso à justiça o diferencial do processo, não há que se


provocar o órgão jurisdicional sem que sejam sopesadas as situações vivenciados
pelas partes, muito embora o juiz esteja adstrito as provas dos autos, há que se
imbuir do animus de buscar esse equilíbrio processual, seja quando houver
cobrança ou débito.

(...) e a regra da menor onerosidade possível deve conduzir a livrar dessa


responsabilidade certos bens não arrolados expressamente entre os
impenhoráveis, mas indispensáveis.26

O sentido da menor onerosidade, é que o tempo, a cobrança e os recursos


promovidos no transcurso do processo sejam de fora equilibrada, equânime.

7. CALEIDOSCÓPIO

Olhando de cima para a realidade do povo e dos costumes brasileiros


podemos constatar que se trata de um povo, que, ao mesmo tempo criativo e
beligerante no sentido de discutir por pequenas coisas, como tão bem representa a

25
DINAMARCO. Cândido Rangel. Nova Era do Processo Civil. São Paulo: Malheiros Editores.
2013. P. 302.
26
Idem 10.
herança italiana das pessoas que discutem e muito gesticulam, mas, não partem ou,
raramente partem para atitudes de violência, revelando pouco gosto para a
mantença da mágoa e, especialmente não é dado à vingança.
Esta idiossincrasia tem por efeito prático o fato de que este povo dócil pouco
faz para mudar a situações que claramente lhe provoca prejuízos evidentes.
Situação que mais nos causa perplexidade é a relacionada aos entraves
para obtenção da decisão judicial.

A justiça é a virtude perfeita porque é o exercício da virtude perfeita;


e é perfeita num grau especial, porque quem a possui pode praticar
sua virtude em relação a outros e não apenas a si mesmo; pois há
muitos que podem praticar a virtude em seus assuntos privados, mas
não podem fazê-lo em suas relações com um outro. É por isso que
aprovamos a dito de Bias, “ o posto revela o homem”, pois no posto a
pessoa é colocada em relação com outros e se torna um membro da
comunidade”27

À guisa de exemplo podemos citar estados, tais como Paraná onde a


maioria esmagadora dos cartórios cíveis são privados, o que implica no interesse do
dono do cartório receber os emolumentos, e nem se diga que ele não tenha justas
razões para buscar estes pagamentos, pois que sustenta a estrutura cartorial por
inteiro.
Porém nasce, como filho desta necessidade o conflito.
Estes interesses, aparentemente jamais poderiam existir, e não o faltará
quem diga que não existe.
A prática forense, porém, desmente completamente esses opositores, muito
especialmente, quando o juiz determinado ao requerente da Justiça gratuita que
faça prova do seu estado de miserabilidade, e, feita prova, não satisfeito determina
ao oficial de justiça que verifique a casa do requerente em busca de evidencias para
que possa ter razões para negar o pedido de assistência judiciária.

27
ARISTÓTELES. In Ética e Nicômaco. MORRIS. Clarence. Tradução de Reinaldo Guarany. Os
Grandes Filósofos do direito. Editora Martins Fontes. São Paulo:2002.
Este comportamento, que atende ao interesse privado do cartorário
desmantela todo o castelo erigido para dar ao cidadão solução para as lides.
O Estado brasileiro por um lado, criou uma estrutura inteira para impedir que
o cidadão faça justiça com as próprias mãos, já nos idos de 1950, editou a lei 1060,
que garante, como premissa basilar do estado de direito, opiando-se na necessidade
humana de obtenção de solução para conflitos advindas do rei, que já pode ser
encontrada inclusive na Bíblia, e, no exemplo máximo de Salomão, proferindo seus
famosos julgamentos.
A Constituição Federal de 1988 não se fez de rogada, declarou já no inciso
LXXIV, que as pessoas tem direito à justiça sem custas caso não possam pagá-las.
Em verdade esta garantia foi declarada pelos Tribunais de tal forma que ao
interessado basta declarar a sua incapacidade ou impossibilidade de custear o
processo, para já obter o direito à Assistência Judiciária.
Os juízes, de primeira instância não dão crédito para essa declaração de
seus superiores, a de que basta a simples e pura declaração de impossibilidade de
fazer o pagamento sem prejuízo do atendimento das necessidades fundamentais
próprias e da família, impondo ao interessado uma humilhação desnecessária,
injusta e que fere os postulados Constitucionais do direito ao Acesso à Justiça, tudo
isso para favorecer os interesses do dono do cartório, é flagrante que nesta situação
prevalece o interesse privado sobre o interesse de toda a nação brasileira, todo o
interesse do Estado Brasileiro, consciência coletiva que sabe muito bem a
necessidade de impedir o descontentamento decorrente da violação do senso
individual de justiça e, descontentamento esse que se espalha entre os membros da
coletividade, até dar origem às convulsões intestinas.
Exemplo disto, vê-se no inconformismo, especialmente juvenil aflorado nos
chamados movimentos do passe livre que geraram enormes problemas para as
autoridades decorrentes de pequenos transtornos individuais, sendo o grande mote
da movimentação o valor de um simples passe de ônibus, mas, que atinge a tantas
pessoas que acabou por gerar uma espécie de revolução dentro do País.
Atualmente, infelizmente, o prestígio do Poder Judiciário desceu a níveis
nunca imaginados de descrédito, as pessoas evitam ou pelo menos protelam o
ajuizamento de ações, por acreditarem que o Poder Judiciário é incapaz de resolver
a pendenga proposta, não serão atendidos por serem pobres.
É evidente o prejuízo para a nação quando este fato se torna corrente

CONCLUSÕES

Os conteúdos apresentados demonstram que o Brasil é um país que integra


a família romano-germânica do Direito, ou seja, a família do civil law, tendo em vista
que os procedimentos pátrios compartem estruturas conceituais geralmente
análogas e similares aos romanos, permitindo assim, na grande maioria dos casos,
uma importação de institutos jurídicos.
Nosso Direito é realmente complicado, se não em todas, pelo menos na
maior parte das áreas e ainda permanecerá assim. Se a lei é mais compreensível,
ela se torna mais acessível às pessoas comuns.

No contexto do movimento de acesso à justiça, a simplificação também diz


respeito à tentativa de tornar mais fácil que as pessoas satisfaçam as exigências
para a utilização de determinado remédio jurídico. O que se deve salientar é que a
criatividade e a experimentação ousada, até o limite de dispensar a produção de
provas, caracterizam aquilo que chamamos de enfoque do acesso à justiça.

Dessa forma, o processo civil romano desenvolveu-se por meio da invasão


germânica e passou pelos períodos moderno e contemporâneo até chegar ao que
hoje se conhece por processo civil italiano. O último foi uma das bases legislativas
para a construção e elaboração da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, também
conhecida como Código de Processo Civil brasileiro.

A concretização do acesso à justiça, é o reconhecimento da humanização


do processo, do reconhecimento da multiplicidade de uma sociedade muito pobre,
que têm sua sobrevivência com tantas dificuldades que carece da solidariedade das
pessoas e do próprio Judiciário.
A educação deficitária das pessoas de baixa renda, os torna pessoa
vulneráveis e vítimas de um sistema, jurídico, político e social relegado à sociedade
e de margem, que acompanha e busca seus direitos, mas na prática, esta preso á
falta de oportunidade para a cidadania, pela falta de recursos esta preso à
morosidade absoluta daqueles pacientes na fila do SUS, que aguardam
atendimento.

Por fim, cabe destacar que a análise da humanização do processo,


principalmente da execução forçada, e de seus motivos, demonstram quais eram as
tendências da época relacionadas com o processo e colocam em evidência quais
são as atuais, ressaltando que tais conquistas não foram esquecidas e persistem
nos dias de hoje.

O acesso à Justiça, assim, deve ser encarado como direito fundamental dos
mais relevantes possíveis, já que permite, por meio de sua justa e razoável
efetivação, a garantia de todas as disposições constitucionalmente tuteladas, de
forma que se tenha como consequência lógica a proteção da força normativa
constitucional e das balizas de um Estado Democrático de Direito.

E o Estado Democrático de direito é um estado solidário, que, em conjunto


da sociedade, protege o cidadão, protege a pessoa humana, proporcionando maior
dignidade e justiça à todos.

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