Você está na página 1de 7

O ACESSO Á JUSTIÇA COMO DIREITO FUNDAMENTAL DE TODOS OS

CIDADÃOS

Adelvania Feitosa da Rocha Carneiro1


Atylla Maria da Silva Vieira2
Mayara da Costa Bena3
Ruty de Sousa Melo4

1
Licenciada em Filosofia, Letras Português/Inglês e Graduanda em Bacharelado em Direito pela Faculdades
FAMEP.E-mail:adelvaniarocha21@hotmail.com 2Licenciada em Letras Inglês e Filosofia e Graduanda em
Bacharelado em Direito pela Faculdades FAMEP. E-mail: atyllamaria@gmail.com.3Graduanda em Bacharelado
em Direito pela Faculdades FAMEP. E-mail: mm1171147@gmail.com

RESUMO

O Presente artigo, tem por finalidade analisar e discutir sobre os problemas, quando estes
ocorrem devido a não cumprimento dos direitos fundamentais; por desrespeito deste realizada
por pessoa física ou jurídica, principalmente no que diz respeito ao Acesso à Justiça a todos os
cidadãos, tendo primazia se este cidadão for pobre, e tem como ponto de apoio a dignidade da
pessoa humana, que nasce com a pessoa humana. A Constituição Brasileira de 1988,
apresenta este dispositivo no inciso III do Art. 1º, destacando-se que dentre as Constituições
anteriores, esta foi a que mais se ocupa em dar aos cidadãos a proteção, sob esta permissão
dos direitos fundamentais. O título do trabalho em si, já mostra a correlação que existe entre
os dois dispositivos, e este artigo serve para demonstrar a confirmação das efetividades de que
devem os direitos fundamentais ser dotados, com isto espera-se que seja mostrado um
norteador para os que tenham necessidade de ter a assistência jurídica prestada pelos órgãos
estatais, caso necessitem. E que este direito à assistência jurídica agregada aos direitos
fundamentais tenha aplicação imediata juntamente com a sua eficácia, no ordenamento
jurídico constitucional brasileiro.

Palavras-Chave: Acesso à Justiça, Direitos Fundamentais, Direito do Cidadão.

ABSTRACT
The purpose of this article is to analyze and discuss the problems when they occur due to non-
compliance with fundamental rights; for disrespect of this carried out by an individual or legal
entity, especially with regard to Access to Justice for all citizens, having primacy if this
citizen is poor, and has as its point of support the dignity of the human person, who is born
with the human person. The Brazilian Constitution of 1988 presents this provision in item III
of Article 1, highlighting that among the previous Constitutions, this was the one that is most
concerned with giving citizens protection, under this permission of fundamental rights. The
title of the work itself already shows the correlation that exists between the two provisions,
and this article serves to demonstrate the confirmation of the effectiveness that fundamental
rights should be endowed with, with this it is hoped that it will be shown a guide for those
who need to have legal assistance provided by state agencies, if they need it. And that this
right to legal assistance added to fundamental rights has immediate application, along with its
effectiveness, in the Brazilian constitutional legal system.

Key words: Access to Justice, Fundamental Rights, Citizen's Rights.

1 INTRODUÇÃO

Direitos Fundamentais, segundo a Constituição de 1988, em seu artigo 5º, XXXV,


consagrou o acesso à justiça como um direito fundamental ao estabelecer que “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (Brasil, 1988). No país
em que vivemos, que infelizmente o cidadão, está habituado com constantes desigualdades e
injustiças, o terceiro poder assume uma responsabilidade e papel de suma importância para
garantia dos direitos de todos os brasileiros. Sendo assim, qualquer ameaça que venha
impactar o acesso à justiça é capaz de impor sérios danos aos preceitos da igualdade e à
prevalência da lei (SADEK, 2014, p. 3). Baseado nesse tema, este trabalho visa a seguinte
indagação: como se dá o acesso aos cidadãos como direto fundamental á justiça?

O acesso à justiça é um princípio constitucional inserido no artigo 5º, incisos XXXV e


LXXXIV da Magna Carta, ele assegura aos cidadãos a defesa de seus direitos, independente
da sua condição social, fazendo com que todos possam ter a possibilidade de resolver suas
demandas.Tem-se como hipótese que o acesso à Justiça no Brasil, tendo por base a
necessidade fundamental de construção do processo como uma instituição garantidora de
direitos fundamentais, assegurado pela ordem constitucional, voltado para as garantias
processuais, dentro dos padrões do devido processo legal, a garantia de provimentos
jurisdicionais a partir de uma racionalidade comunicativa, englobante da possibilidade de
participação dinâmica dos destinatários da prestação jurisdicional. De modo que, o direito ao
acesso à Justiça deve ser encarado como um requisito fundamental, isto é, o mais básico dos
direitos humanos que envolve um sistema jurídico moderno e igualitário, que pretenda
garantir a plena adequação às realidades sociais do País e as diretrizes legais de realização de
uma ordem jurídica justa.

Assim esta pesquisa teve por objetivo geral demonstrar o caráter fundamental do direito
ao acesso à justiça e em que medida as reformas na legislação processual podem ser
insuficientes na efetivação deste direito. E como objetivos específicos tem-se: Apresentar
ideias a respeito do tema, incluindo as críticas às reformas processuais empreendidas e as
investigações realizadas pela sociologia da Justiça na verificação dos obstáculos ao acesso à
justiça, e do aumento crônico do montante do trabalho enfrentado pelo Poder Judiciário;
Discutir o conceito teórico e a evolução histórica do acesso à Justiça, bem como, verificar a
eficácia do judiciário, em âmbito qualitativo, no atendimento de respectivas demandas;.

A discussão sobre o acesso à justiça é relevante porque permite que as pessoas


entendam melhor seus direitos e como podem fazer valer esses direitos. Além, disso, a
discussão sobre o acesso à justiça pode ajudar a identificar as barreiras que impedem as
pessoas de acessar o sistema de justiça e encontrar soluções para superar essas barreiras.
Portanto, é necessário que todo e qualquer cidadão tenham igualdade perante a lei e que
ninguém seja deixado para trás, demonstrando o caráter fundamental do direito ao acesso à
justiça e em que medida as reformas na legislação processual podem ser insuficientes na
efetivação deste direito. A relevância está no fato de que a legislação processual, assim como
outros ramos do Direito pode orientar tanto o legislador quanto o aplicador a proporcionar ao
cidadão comum o atendimento de sua demanda pelo Poder Judiciário.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. De acordo com Gil(2017) a pesquisa


bibliográfica é uma técnica que consiste na busca de referências teóricas e empíricas em
livros, artigos, teses, dissertações, relatórios, entre outros documentos, com o objetivo de
fundamentar e embasar um trabalho cientifico.
Para coleta de dados serão utilizadas as plataformas do SCIELO e CAPES. O recorte
temporal para admissão das publicações será entre os anos 2018 e 2023. Como materiais serão
pesquisados apenas artigos originais, livros e trabalhos de conclusão de curso. Os termos
descritores desta pesquisa serão: acesso à justiça; direito fundamental e direito do cidadão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Principais obstáculos ao acesso à justiça e aumento crônico do montante do trabalho


enfrentado pelo poder judiciário.

O Poder Judiciário empenha assim importante papel na construção de um novo conceito de


cidadania, que consiste na consciência do pertencimento à sociedade estatal, já que titular de direitos
fundamentais, da dignidade como pessoa humana, da integração participativa no processo do poder
com a igual consciência de que essa situação subjetiva envolve também deveres de respeito à
dignidade do outro, de contribuir para o aperfeiçoamento de todos. Um dos maiores obstáculos da
sociedade ao acesso ao Poder Judiciário é a forma de conflitos de interesses, das mais variadas formas,
decorrentes das mais diversas situações de fato. Muitas vezes, sequer há leis específicas para a tutela
de tais assuntos ou há normas contraditórias, o que exige um esforço do julgador do Direito na sua
correta aplicação ao caso concreto.

Além disso, é por meio desse direito que todos os outros são assegurados, ou seja, este
inciso atua como um mecanismo de efetivação de direitos (sociais e individuais). Isso porque,
sem acesso à justiça, não há garantia de que as leis sejam respeitadas.

Todos podem reivindicar seus direitos e o poder judiciário não pode se esquivar de
solucionar as solicitações. Nesse sentido, é interessante analisar que o acesso à justiça é o
principal meio para se atingir a função principal do direito: garantir a pacificação social, isto
é, fazer com que uma sociedade se mantenha civilizada e em pleno funcionamento. Esse
direito é colocado em prática, principalmente, pelo acionamento do poder judiciário, o órgão
competente para prestar a tutela jurisdicional, ou seja, julgar e decidir conflitos de maneira
imparcial com base na legislação. As decisões do poder judiciário devem ser concretizadas no
tempo certo e de maneira efetiva.

Por meio desse princípio, é possível compreender que a autossatisfação de interesses


individuais, conhecida como “justiça com as próprias mãos”, é proibida no Brasil. Ou seja,
em caso de violação de algum direito, as pessoas não devem tomar medidas arbitrárias para
resolver o impasse por conta própria. Apenas o poder judiciário pode tomar decisões
obrigatórias e definitivas sobre um impasse jurídico.

O acesso à justiça também é prestigiado por meio dos chamados “métodos alternativos
de resolução de disputas”, tais como a mediação, a conciliação e a arbitragem. Por meio
desses mecanismos, os conflitos são resolvidos pelas próprias partes (conciliação e mediação)
ou por um terceiro de sua confiança (arbitragem).

Além disso, o acesso à justiça deve estar disponível a todos de forma igualitária,
satisfazendo, dessa forma, o caput do artigo 5º da Constituição Federal: Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade […].

3.2 Conceito teórico e a evolução histórica do acesso à Justiça e a eficácia do judiciário,


em âmbito qualitativo, no atendimento de respectivas demandas.

Globalmente, o acesso à justiça foi ampliado de maneira gradual, juntamente com as


transformações sociais que ocorreram ao longo da História. No Brasil, esse direito foi
materializado somente a partir da Constituição de 1946, segundo a qual a lei não poderia
excluir do poder judiciário qualquer violação de direitos individuais. Este foi um grande
avanço da legislação brasileira, mas, pouco tempo depois, durante o regime militar (1964-
1985), o acesso ao poder judiciário foi bastante limitado:

Em 1968, nenhuma conduta praticada de acordo com o Ato Institucional n. 5 (AI-5) –


um dos dezessete grandes decretos emitidos pela ditadura militar – seria apreciada ou julgada
pelo poder judiciário. Nesse sentido, até mesmo os atos de tortura foram excluídos da
apreciação judicial.

Em 1969, a Emenda Constitucional nº 1, promulgada tomando como base os Atos


Institucionais anteriores e mantendo a vigência do AI-5, agravou ainda mais a situação: todas
as ações ilegais praticadas pelo Governo Federal, que na época era comandado pelos
militares, foram excluídas da apreciação judicial (art. 181).

A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagração efetiva do direito de


acesso à justiça. Isso porque os movimentos sociais começaram a intensificar sua luta por
igualdade social, cidadania plena, democracia, efetivação de direitos fundamentais/sociais e
efetividade da justiça.

Em 1988, com o fim do período de ditadura, foi promulgada a atual Constituição


Federal, que materializou expressamente em seu artigo 5°, inciso XXXV, o acesso à justiça
como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil.

Nesse sentido, o constituinte não só concedeu a possibilidade de acesso aos tribunais,


como também estabeleceu a criação de mecanismos adequados para garantir e efetivar esse
acesso. Exemplos disso são o reconhecimento do direito à assistência jurídica gratuita (art. 5º,
LXXIV) e a criação da Defensoria Pública enquanto órgão autônomo nos âmbitos federal e
estadual (art. 134).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito fundamental de acesso à justiça significa proporcionar à popularização da


Justiça não só na garantia de meios informais e baratos, mas também de garantir que
discussões complexas referentes aos direitos constitucionalmente eleitos e outros direitos
fundamentais sejam pauta do processo judicial estruturado, recebendo a mesma atenção das
autoridades judiciais que temas já consolidados. Não há como negar que o tempo é elemento
essencial do processo, como tem sido reconhecido pela doutrina processual desde seus tempos
mais remotos. E por este motivo a preocupação com a demora excessiva do pronunciamento
da autoridade sobre a solução de uma lide tem sido um dos principais motores propulsores da
modernização das vias processuais, inclusive com o estabelecimento de metas objetivas e de
cumprimento compulsório pelas autoridades judiciais.

Mesmo com os diversos avanços alcançados na efetivação do direito de acesso à


justiça, muitos obstáculos ainda impedem a sua concretização em toda a sociedade. Essa
dificuldade é ainda mais evidente em causas de menor valor, de autores individuais e, entre
eles, de pessoas que não têm condições financeiras para contratar um advogado.

Porém, como verificado, apenas a preocupação em agilizar as vias processuais,


sozinha, não é apta à finalidade maior que o acesso à justiça assegura. Diversos outros
aspectos devem ser analisados pela doutrina e pelo legislador, na sempre necessária busca
pela implementação dos direitos fundamentais, como compromisso assumido pelo Estado em
relação a seus cidadãos.

Portanto, é muito importante que todos nós possamos exercer a democracia por meio
de debates, da reivindicação da ampliação e da facilitação do direito de acesso à justiça.
Assim, talvez, em um futuro próximo, conseguiremos garantir o acesso pleno e eficaz à
justiça no Brasil.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil.


Organização Cláudio Brandão de Oliveira. Rio de Janeiro; Roma Victor, 2003.

GUERRA FILHO, Willis Santiago. Processo Constitucional e Direitos Fundamentais. São


Paulo: Celso. 2003.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social São Paulo: Atlas, 1994.

Inciso XXXV, Artigo 5º, CF – Planalto

CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução de Ellen Gracie


Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1988. p. 12.

Você também pode gostar