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seu direito lesado o dever de resistir; não apenas para conservar sua existência material,
sobretudo, para a conservação da sua existência moral. Basicamente, se trata de uma
leitura que deixa bem claro os pontos quanto a visão de que um mundo na busca pelo
direito, teve de lidar com duras provações na tentativa de sempre alcançar o melhor do
direito, mas também, explana de forma incisiva o quanto este estaria pior se não
houvesse a existência do mesmo.
Ao mesmo tempo que se objetifica a paz, sendo este o fim, citado pelo autor, o direito
não anula a luta como meio necessário para chegar à um objetivo definido. Entretanto, o
direito em si objetiva-se à evitar a luta e a discórdia injustificada. Uma vez que ambas
são contrárias à uma condução legal e ordenada das situações, assim citado no livro. O
escrito também aborda o quanto é importante reforçar a idéia de quem assim como “a
cabeça de Jano” , o direito pode ser visto sob dois pontos de vista. Sendo assim, a
realidade de cada indivíduo ou sociedade sempre terá imensa influência sobre sua
perspectivas quanto ao direito. Assim como na sua simbologia, o direito reconhece a
importância do balanceamento ou proporção certa de suas leis (a balança), tal como
nunca deixará a aplicabilidade da justiça perder seu efeito de força (A espada). Isso
acaba sendo uma fundamentação sagaz para ao argumento do autor esclarecer que o
direito sem luta, é uma contradição social e histórica. Visto que a busca pelo direito se
fundamenta em uma longa defesa do mesmo, por grupos e indivíduos que ao longo dos
anos só reforçaram a tese qual diz : Para chegar ao “fim” objetivado, a Paz, lutas são o
“meio necessário”. E isso se perdurará enquanto existirem injustiças. Consequente a
isso, von Ihering destaca que podem haver grandes mudanças nas percepções de cada
geração. Existindo sempre a possibilidade da geração anterior desfrutar da mais plena e
pacífica visão de ordem no direito. Enquanto a posterior adquirir somente a experiência
da luta pelo mesmo ( ou vice e versa).
Tendo o Direito um duplo sentido, Objetivo e Subjetivo, e a proposta inicial de análise
tenha sido o segundo (subjetivo). Na página 24 , há uma abordagem e análise profundas
sobre o primeiro.
Na concepção do Estado, não se pode manter o domínio do direito sem a luta contínua
contra a anarquia que é praticada na intenção de atingir ao mesmo. No entanto, pode
mudar o aspecto, se se tratar das origens do direito sob o ponto de vista histórico ou
progresso (renovação e mudanças) constante do direito.
O autor ainda aponta um dos erros mais fatais da doutrina de savigny. Que é aconselhar
ao homem uma atitude passiva e contida, quando seu dever é agir com todas as forças
com o conhecimento da causa.
Por fim, o intrigante e fascinante estudo feito pelo autor não só faz um detalhamento
sobre as características de um Direito amplo, mas também aponta para uma necessidade
de que o mesmo nunca possa cair em uma inércia social, exigindo a permanência da luta
para que o Direito atinja sua forma mais justa e atual. Rompendo com privilégios e
costumes, priorizando sendo o seu próprio progresso. Tornando -se o principal agente
para garantir a todos a justiça, e não sendo refém do tempo, invocando sua existência
“para pretender uma duração ilimitada, a imortalidade”. Assumindo a linha de
pensamento dita por Fausto e parafraseada na obra de que “Tudo que nasce deve voltar
ao nada”.