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Na Obra “A luta pelo Direito”, o autor Rudolf von Ihering recomenda àquele que tiver

seu direito lesado o dever de resistir; não apenas para conservar sua existência material,
sobretudo, para a conservação da sua existência moral. Basicamente, se trata de uma
leitura que deixa bem claro os pontos quanto a visão de que um mundo na busca pelo
direito, teve de lidar com duras provações na tentativa de sempre alcançar o melhor do
direito, mas também, explana de forma incisiva o quanto este estaria pior se não
houvesse a existência do mesmo.

A introdução explanando que o direito leva ao caminho para um fim, entretanto,


apresenta meios como processo essencial de sua natureza, não só mostra o quão
complexo é seu início como conceito, mas também seu desenvolvimento histórico como
base da sociedade, através dos tempos.

Ao mesmo tempo que se objetifica a paz, sendo este o fim, citado pelo autor, o direito
não anula a luta como meio necessário para chegar à um objetivo definido. Entretanto, o
direito em si objetiva-se à evitar a luta e a discórdia injustificada. Uma vez que ambas
são contrárias à uma condução legal e ordenada das situações, assim citado no livro. O
escrito também aborda o quanto é importante reforçar a idéia de quem assim como “a
cabeça de Jano” , o direito pode ser visto sob dois pontos de vista. Sendo assim, a
realidade de cada indivíduo ou sociedade sempre terá imensa influência sobre sua
perspectivas quanto ao direito. Assim como na sua simbologia, o direito reconhece a
importância do balanceamento ou proporção certa de suas leis (a balança), tal como
nunca deixará a aplicabilidade da justiça perder seu efeito de força (A espada). Isso
acaba sendo uma fundamentação sagaz para ao argumento do autor esclarecer que o
direito sem luta, é uma contradição social e histórica. Visto que a busca pelo direito se
fundamenta em uma longa defesa do mesmo, por grupos e indivíduos que ao longo dos
anos só reforçaram a tese qual diz : Para chegar ao “fim” objetivado, a Paz, lutas são o
“meio necessário”. E isso se perdurará enquanto existirem injustiças. Consequente a
isso, von Ihering destaca que podem haver grandes mudanças nas percepções de cada
geração. Existindo sempre a possibilidade da geração anterior desfrutar da mais plena e
pacífica visão de ordem no direito. Enquanto a posterior adquirir somente a experiência
da luta pelo mesmo ( ou vice e versa).
Tendo o Direito um duplo sentido, Objetivo e Subjetivo, e a proposta inicial de análise
tenha sido o segundo (subjetivo). Na página 24 , há uma abordagem e análise profundas
sobre o primeiro.

Na concepção do Estado, não se pode manter o domínio do direito sem a luta contínua
contra a anarquia que é praticada na intenção de atingir ao mesmo. No entanto, pode
mudar o aspecto, se se tratar das origens do direito sob o ponto de vista histórico ou
progresso (renovação e mudanças) constante do direito.

Discorrendo de maneira detalhada a doutrina de savingny e puchta , o autor levanta


como para está doutrina o usa da “luta ou até mesmo a inútil investigação”, porque a
força dessa verdade e o poder da persuasão agem por meios ocultos e lentos, produzindo
partes por partes a luz do direito nos corações que estando em sua influência fortalecem
de formal legal. Usando como exemplo como exemplo o antigo direito romano, que
através de permissões para a exerção de direitos referentes à dívidas e propriedades, foi
normalizando e inserindo pouco a pouco o direito em sua prática, assim como a
linguagem. Reforçando a idéia de que reconhecer o direito é desenvolvendo-o de forma
orgânica e introduzi-lo, como a linguagem, sem uso de violência ou investigação.
Porém, ainda no mesmo capítulo, o escritor destaca o poder limitado destes dois
agentes, as relações e a ciência, podendo estes agirem somente onde o direito existente
impeli-los. Como é dito na obra diz : “Somente a lei, isto é, a ação voluntária e
determinada do poder público, é que tem esta força, e não por acaso, mas em virtude de
uma necessidade íntima do direito”.

Outro ponto importante acentuado no capítulo, é o fato de que a constante mudança


existente na sociedade exigirá um alcance maior do direito para que os interesses
públicos e o melhor desenvolvimento das normas estejam acima de qualquer privilégio.
Inevitavelmente, o direito por toda a história teve de assumir uma postura mais rígida na
intenção de que o progresso acompanhasse as mutações ocorridas em meio a história
humana, entrando Constantemente em conflitos com interesses de indivíduos, neste
rumo. Evidenciando um claro conflito do direito contra os privilégios. Por muitas vezes,
perdurando por anos tais conflitos. No propósito de garantir que a luta daqueles que
buscam o avanço do direito, prossiga em legado perpétuo. Tendo a norma que romper
qualquer laço com o com o passado, não criando raízes em costumes, pensamentos ou
práticas de qualquer era, afim de que o direito esteja em constante evolução com a
sociedade.

O autor ainda aponta um dos erros mais fatais da doutrina de savigny. Que é aconselhar
ao homem uma atitude passiva e contida, quando seu dever é agir com todas as forças
com o conhecimento da causa.

Por fim, o intrigante e fascinante estudo feito pelo autor não só faz um detalhamento
sobre as características de um Direito amplo, mas também aponta para uma necessidade
de que o mesmo nunca possa cair em uma inércia social, exigindo a permanência da luta
para que o Direito atinja sua forma mais justa e atual. Rompendo com privilégios e
costumes, priorizando sendo o seu próprio progresso. Tornando -se o principal agente
para garantir a todos a justiça, e não sendo refém do tempo, invocando sua existência
“para pretender uma duração ilimitada, a imortalidade”. Assumindo a linha de
pensamento dita por Fausto e parafraseada na obra de que “Tudo que nasce deve voltar
ao nada”.

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