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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO

LÁZARA FERNANDA CANDIDO DA SILVA

RESENHAS CRÍTICAS – HISTÓRIA DO DIREITO

Alta Floresta-MT
18/09/2020
RESENHA ACADÊMICA CRÍTICA

FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução teórica história do Direito. 1°


edição, Juará, Curitiba. (Capítulo 3 "POSITIVISMO, 'HISTORIAGRAFIA
POSITIVISTA' E HISTÓRIA DO DIREITO").

Na presente resenha, será desenhado o assunto no que diz respeito ao positivismo


enquanto sua importância na história do direito em que o autor nos explica os
pensamentos positivistas.
O positivismo que é do séc. XIX vem de um momento em que havia muita
confiança na capacidade de conhecer, um século de extremo otimismo, de progressos
científicos. Há o positivismo filosófico teorizado por Comte, o sociológico por Émile
Durkheim, o histórico, o jurídico… Fonseca revela pretender tratar do positivismo
histórico em sua obra e fica claro ao leitor de que o positivismo filosófico e histórico
possui maior relação entre si, ressalta que todos eles (positivismos) possuem uma forma
de se aproximar do conhecimento, captar o objeto, forma comum de ver o mundo na
época oitocentista.
Para o positivismo a realidade é exterior ao sujeito, ou seja, o objeto não precisa
do sujeito para que ele afirme sua própria existência. "O conhecimento [...] deve ser um
espelho, que reflete de modo fiel o objeto, independentemente de quem esteja segurando
o espelho". Igualmente, no mesmo sentido, há uma dualidade de fatos e valores. Para o
positivismo, a sociedade pode ser estudada na mesma forma que as leis naturais. O
positivismo também prega a neutralidade axiológica, ou seja, o historiador deixar seus
valores de lado ao realizar seu trabalho.
A imparcialidade é requerida a todo historiador já que para o positivismo, se
fazer história é abster-se de valores e crenças e buscar exatamente o que aconteceu em
determinado momento. Na visão de Ricardo, citando Hobsbawm, as evidências
independem do historiador e o terreno em que os fatos são escolhidos não pode ser
compreendido sem um sujeito-historiador.
Leopold Van Ranke é figura principal quando se trata de historiografia no
positivismo histórico, por meio dele, veio a ideia de que para as fontes serem aceitáveis
deveriam ser de documentos oficiais, para haver "segurança" quanto à pesquisa evitando
falsas informações. É isso que profissionaliza o ofício do historiador, para buscar a
"verdade histórica". Seu pensamento estimulou muitas pessoas e também foi inspiração
para academia francesa na criação da escola metódica, que também alcançou destaque
em grandes proporções. No entanto aqueles que discordavam de Ranke, como Burke,
alegavam que seu pressupostos eram rígidos fazendo de Ranke um reacionário na
evolução da historiografia.
Esta obra do Ricardo Marcelo, especificamente sobre o positivismo é
interessante no sentido da aprendizagem, sendo extremamente didática. O autor trabalha
de um modo que mesmo aquele que passa correndo, é capaz de entender algo. Já que,
ele trás os pressupostos e logo os explica e, novamente trás outro modo de percepção
que irá explicar a mesma coisa forma díspar, o que ajuda de forma excepcional o leitor
no seu momento de aprendizagem.
Portanto, o texto deve ser lido, pois trata questões fundamentais e essenciais para
o historiador e acadêmico de Direito e todos aqueles que tenham um pouco mais de
curiosidade em conhecer de perto as questões de como “a história é feita”.

Ricardo Marcelo Fonseca: Professor da Faculdade de Direito da UFPR; Pesquisador


do CNPq; Presidente do IBHD – Instituto Brasileiro de História do Direito.

RESENHA ACADÊMICA CRÍTICA

Grossi, Paolo. Primeira lição sobre Direito. Tradução de Ricardo Marcelo


Fonseca. Rio de Janeiro: Forense, 2006.

No presente texto, serão ilustradas algumas das questões presentes na obra de Grossi
referente às Eras Históricas do Direito. A Idade Moderna: a Diferença Histórica entre
“Civil Law” e “Common Law" presente no capítulo 4.

O Direito que conhecemos hoje que é mais legislador, é uma herança do que
ocorreu na modernidade, Considerando que a figura do Príncipe neste período esteve
presente na produção jurídica, na produção das leis, o que não ocorria com o Príncipe
medieval que tinha funções mais judiciais. A França é um exemplo dessas mudanças
com o código de Napoleão, ao passo de que a produção legislativa cada vez mais se
resumia ao governante. Napoleão foi capaz de transformar as leis em milhares de artigos
denominados códigos.
O Estado acaba sendo única fonte de Direito ao menos materialmente, pois há ali
um absolutismo jurídico que segundo Grossi, irá dizer que o bem público é na verdade o
bem de poucos em razão de um Estado burguês e elitista que é um sistema civil Law.
Grossi vai determinar Civil Law, alegando que têm parte nele “grandes Estados da
Europa continental, com o imenso apêndice das suas colônias tornadas novos Estados
independentes [...] no curso dos séculos XIX e XX”, caso esse do Brasil e outros países
da América Latina.
E o outro sistema commum law trata-se do modo que a Inglaterra e suas colônias
produzem o Direito, que é igualmente válido, mas de um modo consuetudinário.
Resume-se nas ideias de Grossi que enquanto o civil law, é uma nova forma de ver o
direito, através do código, no commum law está mais presente essa forma medievalista
de se tratar o direito com constante empirismo, principalmente a Grã-Bretanha estando
"entregue nas mãos de uma ordem judicial culta e sensível".
Grossi retrata esta distinção entre o medievo e a modernidade de forma que é
possível ver o grande enfoque do texto com o contexto commum law e civil law. torna-
se vital observar através da lente de Grossi para compreender de uma forma mais
objetiva esses dois tipos de sistemas jurídicos existentes ainda na contemporaneidade.
Ele até brinca dizendo que o leitor deve estar se perguntando onde estará o commum
law e o civil law em seus exemplos do medievalismo e modernidade. E então, o leitor é
levado a constatar que ambas as coisas estão conectadas através da genialidade do autor.

Paolo Grossi: Professor da Università degli Studi di Firenze e Membro da Accademia


dei Lincei, Roma.

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